Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

sexta-feira, 21 de outubro de 2011

Globalização



Analisando o espaço mundial neste final de século, podemos constatar que há um processo de globalização econômica em desenvolvimento. Tal processo é fundamentado na abertura das economias nacionais para a livre circulação de produtos e capitais, bem como na regionalização das relações econômicas, através das grandes alianças comerciais, os chamados blocos econômicos. O papel dos países na economia globalizada varia de acordo com o seu nível de desenvolvimento econômico e tecnológico. Por terem maior riqueza econômica, por dominarem as tecnologias mais avançadas e por sediarem as grandes empresas transnacionais, os chamados países desenvolvidos detêm o poder de decidir sobre questões de âmbito mundial, tanto econômicas quanto políticas. Geralmente usam esse poder para obter maiores vantagens em relação aos benefícios que os países menos desenvolvidos podem colher, com o atual processo de abertura econômica. A globalização não torna o espaço mundial mais homogêneo; ao contrário, acentua as desigualdades, tanto entre os países como entre os segmentos ou classes sociais. Nesse sentido, para o entendimento da chamada nova ordem mundial, devemos considerar a grande heterogeneidade da organização do espaço mundial, avaliando-se as características das formações econômico-sociais dos países desenvolvidos, subdesenvolvidos e daqueles que ingressaram recentemente na economia de mercado.
O Comércio na Economia Global

Desde o final da Segunda Guerra, o processo de mundialização se intensificou, devido aos avanços das relações comerciais. A necessidade de reconstrução econômica levou os países europeus a desenvolver novos eixos de exportações e importações, além de aprimorar os já existentes. A própria guerra havia demonstrado a intensidade da interdependência mundial, e essa mesma consciência foi a responsável pela criação da ONU. O comércio internacional é a principal fonte de divisas para um país, e o objetivo é manter a balança comercial favorável, ou seja, exportar mais do que se importa. O mesmo se aplica à chamada balança de pagamentos, um indicador mais abrangente que a balança comercial, pois, além das trocas comerciais, envolve a troca internacional de serviços, como empréstimos e pagamento de royalties, que são os direitos sobre o uso de marcas. Com a acelerada internacionalização da economia nas últimas décadas, no entanto, as barreiras alfandegárias na maior parte das vezes representam um obstáculo ao desenvolvimento do capitalismo. As grandes empresas, principalmente as transnacionais, necessitam de espaços cada vez maiores, pelos quais possam fazer circular livremente bens, serviços e capitais.

As recentes mudanças do comércio internacional sob os moldes da globalização têm alguns aspectos que merecem destaque:
Um deles é o fato de que os países subdesenvolvidos, tradicionalmente exportadores de matérias-primas, têm investido mais nos manufaturados.
Outro aspecto é a formação de alianças entre alguns países para facilitar o trânsito de mercadorias.
Um terceiro fato é o aumento do volume de trocas resultante da queda de barreiras políticas. Também merece análise a constatação de que nem todas as regiões do mundo se beneficiam igualmente do novo comércio internacional.
No atual contexto de grandes transformações - aumento do volume de transações comerciais, aceleração tecnológica e importância do investimento em pesquisa, desenvolvimento e educação -, o contraste entre as economias subdesenvolvidas exportadoras preferencialmente de matérias-primas e aquelas que exportam grande quantidade de manufaturados se torna ainda mais visível.

A divisão internacional do trabalho tende a se modificar nos próximos anos, sob a influência de fatores como:
abertura ao mercado internacional, com a eliminação de barreiras protecionistas; distribuição internacional do trabalho especializado;
capacidade de investimento em infraestrutura; e avanço das inovações tecnológicas, com a queda dos custos de comunicações.
Neoliberalismo

O neoliberalismo é a corrente de pensamento ou a teoria que fundamenta e dá direção às decisões políticas dos governos da América Latina, da Europa, dos Estados Unidos e dos países que antes da queda do muro de Berlim, formavam a União Soviética. Esta é a razão por que se diz que as políticas neoliberais são as principais responsáveis pelo empobrecimento geral e pela exclusão dos mais empobrecidos. Neo significa Novo e Liberalismo é a ideologia que justifica e defende os princípios do capitalismo, baseado na propriedade privada e na liberdade de imprensa. Isto significa que o Estado (poder político) não pode intervir na economia. Significa, também, a liberdade de pensamento, o individualismo.

Essa ideologia chama-se neoliberalismo porque retoma os fundamentos do liberalismo, pensamento social e econômico, que surgiu na Europa, no final do século XIX e que viabilizou o desenvolvimento e a expansão do capitalismo pelo mundo. O neoliberalismo nasceu logo depois da segunda guerra mundial, na região da Europa e da América do Norte, onde imperava o capitalismo. Foi uma reação teórica e política contra um outro modelo teórico, chamado de estado do bem-estar social, adotado pelos governos dessas regiões, para fortalecer a sociedade capitalista que havia sofrido fortes revezes no período anterior à guerra e durante esse conflito bélico.

Esse modelo, também chamado de Keynesianismo, em homenagem ao principal teórico desse pensamento, argumentava que o setor privado não é capaz por si só de garantir a estabilidade da economia. Que o fortalecimento da economia capitalista se daria com a integração de toda a sociedade na produção, na distribuição e no consumo dos bens produzidos. Para isso, defendia o trabalho e salário para todos e preços justos para os produtos agrícolas. Além disso defendia a organização das categorias profissionais através das associações e sindicatos. Com base nessa teoria, o mundo capitalista alcançou, no pós-guerra, extraordinário desenvolvimento econômico e social. Porém, nos países do Terceiro Mundo, não. Aqui o desenvolvimento social permaneceu subordinado ao crescimento econômico e este, apenas beneficiou setores da economia e da sociedade brasileira. A chegada da grande crise do modelo econômico do pós-guerra em 1973, quando todo o mundo avançado caiu numa longa e profunda recessão, combinando baixas taxas de crescimento com altas taxas de inflação, mudou tudo. Os capitalistas e seus aliados foram buscar apoio para garantir o êxito de seus negócios na teoria liberal. Os principais representantes são o norte americano Milton Fridmann, o austríaco F. Von Hayek e a Escola de Chicago (Universidade de Chicago), dos Estados Unidos.

O neoliberalismo interpreta a atual crise econômica como resultado de excessiva presença e intervenção do Estado na economia. Além disso, "as raízes da crise, afirmavam Huek e seus companheiros, estavam localizados no poder excessivo e nefasto dos sindicatos e, de maneira mais geral, do movimento operário, que havia corroído as bases de acumulação capitalista, com suas pressões reivindicatórias sobre os salários e com sua pressão parasitária para que o Estado aumentasse cada vez mais os gastos sociais". O remédio, então, era claro: manter o Estado forte sim, em sua capacidade de romper o poder dos sindicatos e no controle do dinheiro, mas fraco em todos os gastos sociais e nas intervenções econômicas. A estabilidade monetária deveria ser a meta suprema de qualquer governo. Para isso seria necessária a contenção dos gastos públicos com o bem-estar e a quebra dos sindicatos.

As Metas Neoliberais têm como objetivo o fortalecimento da ordem capitalista, agrupadas em dois blocos: A privatização e a liberalização da economia. O desaparecimento dos programas sociais, tais como: seguridade social, construção de moradias, leis do salário mínimo, legislação a favor dos sindicatos, impostos sobre as importações, controle dos preços sobre os produtos da cesta básica, subsídios... Para Hakey e seus seguidores, o sacrifício de uma parte da população para que os outros possam viver melhor é uma regra ética.

Os princípios neoliberais, orientando a política econômica brasileira, sobretudo a partir do governo Collor, contribuíram para o aumento da pobreza do povo brasileiro, aprofundando a desigualdade. A riqueza cresceu, concentrando-se em poucas mãos. O problema da dívida externa pressionou o FMI, o Banco Mundial e os governos dos países que nos emprestaram dinheiro, como os EUA, de maneira que os ajustes estruturais da economia permitissem implantar os propósitos neoliberais.
O Lado Injusto da Globalização

Atualmente, muito se fala atualmente sobre esse estágio do Capitalismo que é a Globalização, se ele traz benefícios ou malefícios à maioria da população mundial.

Para começarmos a tirar essa dúvida, vamos colocar em análise o recente acontecimento da proibição da importação de carne bovina brasileira, por parte dos países componentes do Nafta (acordo econômico que envolve Canadá, Estados Unidos e México).

O Brasil apesar de ser apenas o 74º colocado junto ao rank da ONU em termos de desenvolvimento pela grande desigualdade social existente, é o 4º maior produtor de aeronaves, posição que incomoda os demais países produtores desse tipo de produto, principalmente o país mais desenvolvido do mundo que é justamente o Canadá. Sua empresa Bombardier, produz aeronaves que concorrem com as nossas produzidas pela Embraer. De ambos os lados há denúncias de subsídios governamentais que baixam os preços e conseqüentemente a concorrência desleal quando das concorrências internacionais para venda das mesmas.

É de se estranhar que com o embate travado por ambos países (Canadá e Brasil), o Canadá tenha liderado o Nafta e bloqueado as importações de carne baseado apenas em suspeitas de que poderia haver contaminação do gado com a doença da vaca louca, sem que um único caso tivesse sido registrado em nosso país.

Todo esse quadro é preocupante e mostra que a Globalização está nas mãos das nações desenvolvidas (principalmente as do G-8) e pode ser manipulada contra os interesses das nações subdesenvolvidas que são a grande maioria (a exemplo do Brasil).

Como se não bastasse, há também denúncias de empresas "globalizadas" que instalam suas indústrias nos países com piores condições de salários, trabalhistas, sindicais, trabalho infantil, onde os terrenos são mais baratos, governos oferecem subsídios que muitas vezes prejudicam o desenvolvimento regional, tudo isso para se beneficiarem desse quadro. Sem contar que na maioria das vezes, os empregos diretos gerados pela presença dessas empresas é insignificante e que grande parte do capital gerado nas atividades dessas empresa é recambiado para a nação onde localiza-se a holding do grupo.

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