Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

domingo, 4 de setembro de 2011

Viagem no tempo Nos anos 1950, uma cidade-modelo surgia na Floresta Amazônica. Restaram hidrantes, plantas exóticas, casas decadentes e uma jornada de trem no meio da selva.


A ferrovia aberta em meio à mata ainda é uma ligação importante entre Serra do Navio e o porto de Santana, vizinho à capital Macapá. O trajeto dura sete horas.

Empoleirado na bicicleta, um menino pedala pela calçada, embora a rua esteja vazia. Desvia de um hidrante, contorna o jardim sem cerca de uma casa e desce por uma rampa de concreto. Lá embaixo, outros meninos e meninas o esperam para uma partida de futebol. Ele encosta a bicicleta em um pinheiro, descalça o chinelo e entra animado na quadra. O piso de cimento ainda está molhado. Acaba de cair uma chuva torrencial.
Seria uma cena comum em qualquer localidade da Amazônia não fosse por alguns detalhes: o que um hidrante, uma casa com jardim aberto e um pinheiro fazem nessa região? Esses elementos "estrangeiros" são de outra época, e datam de um período no qual uma cidade inteira foi construída para abrigar os trabalhadores das minas de manganês no interior do Amapá.
Serra do Navio pode ser comparada à Fordlândia, a famosa vila erguida em solo paraense a mando do empresário americano Henry Ford, nos anos 1930, durante o ciclo da borracha. As duas foram cidades-modelo no meio da selva. E ambas se enfraqueceram quando a atividade econômica deixou de ser viável. Mas as coincidências não vão longe. Serra do Navio é mais nova (foi fundada na década de 1950) e, embora tenha abrigado engenheiros e trabalhadores americanos, é um projeto brasileiro, da empresa Icomi, de Minas Gerais. Enquanto a exploração de manganês era lucrativa, a Icomi e sua parceira americana, a Bethlehem Steel, administravam o município, que era dividido em dois setores. Na parte alta, o chamado Staff era uma vila onde ficavam as casas dos engenheiros e administradores, além de um hotel que funcionava como ponto de encontro e clube social. Em outra área, mais baixa, estavam a administração da empresa, o hospital, uma igreja ecumênica e as residências geminadas dos demais trabalhadores.
Mesmo após o fim da exploração do manganês nos anos 1990, a cidade continuou ocupada. Empobreceu, é verdade. Os atuais 4 mil habitantes vivem da agricultura de subsistência e do dinheiro que a prefeitura injeta na economia, recebido do governo federal por meio do Fundo de Participação dos Municípios. Há um pequeno comércio, um hospital sucateado (que, acredite, já foi modelo) e um cibercafé, com internet via satélite. Em 2010, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) tombou Serra do Navio, declarando-a Patrimônio Cultural. A iniciativa, no entanto, pode ter sido tardia.
Projeto do arquiteto modernista Oswaldo Bratke, a vila foi planejada com conceitos que, atualmente, são considerados sustentáveis. Para amenizar o forte calor, as casas aproveitam a ventilação natural com uso de venezianas fixas de madeira. Havia tratamento de esgoto, coleta de lixo e iluminação pública, serviços inexistentes em muitos municípios brasileiros na época. O trem trazia passageiros, alimentos, material de construção e equipamentos. As linhas do trilho ainda constituem a principal ligação com a capital, Macapá, a cerca de 200 quilômetros.
"O regulamento era rigoroso. Até mesmo na vida pessoal era preciso cuidado. Se o empregado batia no filho, por exemplo, era logo advertido", conta Antônio Barbosa, ex-funcionário da Icomi. Operador da escavadeira Marion - que agora descansa como sucata em uma das minas de manganês -, ele trabalhou por 31 anos na companhia e hoje mora em uma das casas do Staff. Se algumas delas ainda mantêm as características originais, outras estão sendo modificadas - as moradias foram ocupadas por servidores públicos. Algumas construções já se encontram em ruínas. A piscina do hotel, com trampolim e raias para competições, acumula água de chuva em seus azulejos quebrados.
O clube dos funcionários, o Manganês Esporte Clube, não está em melhores condições, mas ainda é frequentado pelos moradores. "Na época da mineração, havia enorme rivalidade entre os times de futebol da companhia", explica Lucival Aranha Duarte, conhecido como "Pato Rouco". Por 18 anos, ele atuou na Icomi como lubrificador de máquinas pesadas, mas ganhou destaque mesmo foi defendendo o gol do Mecânica Esporte Clube. "Cada setor da empresa tinha um time próprio". Atualmente, Lucival trabalha na prefeitura. Assim como ocorreu com vários outros funcionários da Icomi, migrar para o poder público foi a única opção de emprego.
"Temos pouco pessoal e recursos escassos para cuidar do patrimônio. A luta aqui é para manter todos os serviços em funcionamento", diz Francimar Santos, ex-professora que foi eleita prefeita de Serra do Navio, enquanto circula por uma feira improvisada no centro. As barracas vendem legumes, hortaliças, porcos e galinhas, tudo vindo de produtores nos arredores. "Nem o imposto territorial consigo cobrar, porque as casas não pertencem aos ocupantes. A arrecadação do município é muito baixa." As apostas de Francimar concentram-se na volta à mineração e no implemento do turismo.
A saída da Icomi, nos anos 1990, foi precedida de uma queda na produção do minério. As várias cavas foram abandonadas, assim como a unidade de beneficiamento. Nas cercanias de Serra do Navio, as marcas da mineração são visíveis nas minas abandonadas, nas máquinas deixadas para trás, nos rejeitos de minério estocados junto à estação de trem. A selva ainda não reclamou para si essas áreas. Além do pinheiro e de outras árvores exóticas introduzidas na região, como a mangueira, é comum ver uma espécie australiana, a acácia, nas regiões de mineração. "Pouco exigente e de crescimento rápido, ela faria a sombra necessária para proteger o solo das chuvas, criando condições para a reintrodução das espécies nativas", conta o médico e ambientalista Paulo Amorim, dono de uma empresa contratada na época pela Icomi para recuperação das áreas degradadas.
O projeto da prefeita de ver turistas em passagem pela cidade inclui as minas desativadas. Ao menos uma delas já se tornou local de lazer: a Lagoa Azul, a poucos quilômetros da vila. Antiga cava, foi tomada pela água do lençol freático. A incrível cor azul da lagoa, com um tom artificial, deu margem a certas especulações de que ela estaria contaminada, talvez por arsênio, uma substância tóxica. "Nunca foram feitos estudos específicos, mas acredito que o tom da água se deva à interação com a rocha, rica em sulfeto de ferro. Talvez ela não seja adequada para beber, por causa da acidez, mas é quase certo que não apresente maiores riscos", analisa o geólogo Wilson Scarpelli, que trabalhou em Serra do Navio. "Desde a década de 1960, visito a região com frequência. Nunca houve risco de contaminação por arsênio", afirma. "O problema ambiental mais sério é mesmo o esgoto, que passou a ser jogado direto no rio Amapari."
Os estoques de manganês no subsolo parecem ter sido exauridos. Mas o município pode ter outras jazidas ainda não exploradas, de ouro e ferro, por exemplo. Esses minérios já são extraídos em Pedra Branca do Amapari, cidade vizinha. "Já ouvi dizer que os veios de ouro se encaminham para Serra do Navio. Torço para que seja verdade", diz a prefeita Francimar, atenta aos royalties que pode arrecadar se a mineração se der em terras de seu município. Ainda que isso ocorra, no entanto, a sensação é a de que Serra do Navio perdeu essa oportunidade de progresso. "O natural seria as novas mineradoras se instalarem aqui, não em Pedra Branca, pois já havia infraestrutura. Mas as disputas judiciais e o fato de as casas já terem sido invadidas foram fatores inviabilizadores", diz Wilson Scarpelli.
Outra variável pode atrapalhar os sonhos da prefeita. Mas, ao mesmo tempo, talvez represente a chance de um futuro melhor e mais sustentável: cerca de 70% da área do município está protegida e não pode ser explorada, pois faz parte do Parque Nacional Montanhas do Tumucumaque, o maior do país, com 38 670 quilômetros quadrados (quase do tamanho da Suíça).
A cidade é uma espécie de porta de entrada ao parque, na fronteira com o Suriname. No entanto, chegar ao Tumucumaque é uma aventura. Não há estradas, e o caminho natural está no rio Amapari, cheio de corredeiras traiçoeiras. A dificuldade de acesso, a complexidade de seus ecossistemas e as características do relevo tornam a área de alto interesse para a ciência. Na década de 1950, o editor de NATIONAL GEOGRAPHIC Paul Zahl esteve em Serra do Navio, à procura de insetos, que foram tema da reportagem "Insetos gigantes da Amazônia", em 1959. "Nessa região estão as mais soberbas torres de florestas tropicais da América do Sul", escreveu. Sobre a capa de uma edição antiga, Zahl fotografou um Titanus giganteus, o maior besouro do mundo, coletado nos arredores. "Procurando insetos com ajudantes prestimosos recrutados em Serra do Navio, explorei trilhas, escalei barrancos, revirei troncos caídos, arranquei cascas de árvores, matei uma ou outra serpente, escavei montes de húmus e rondei horas e horas à noite sob a luz de holofotes", narra Zahl na reportagem.
Muito além dos insetos, a reserva de Tumucumaque guarda grande quantidade de espécies de animais e plantas à espera de catalogação científica - um patrimônio natural que parece conter a fonte de recursos esperada por Serra do Navio desde a saída da mineradora. A resposta tão procurada pode estar no uso sustentável do ambiente, explorado por meio do turismo e da coleta racional dos produtos da floresta. Quem diria: a recuperação de um patrimônio arquitetônico em risco, erguido pelo valor do minério extraído do solo, reside em um parque nacional e em toda a vida que explode sob a copa de suas árvores gigantescas.

                                                                                Fonte:  National Geographic Brasil

População da Índia chega a 1,2 bilhão.


                                              Ruas de Calcutá, na Índia - Foto: Randy Olson

A população da Índia cresceu para 1,21 bilhão de habitantes, o que equivale a 17% da população mundial, segundo o novo censo do governo do país. É o segundo país mais populoso do mundo, após a China.
Em uma década, o país ganhou 181 milhões de pessoas, isto é, o equivalente à população brasileira. A taxa de crescimento da população indiana de 2001 a 2011, entretanto, foi de 17,6%, menor que no período anterior, de 21,5%. Nesse ritmo, a Índia terá a maior população do mundo em 2030, superando a China. Atualmente, a China tem 1,34 bilhão de habitantes.
Há mais homens que mulheres na Índia: são 623 milhões de homens e 586,7 milhões de indianas. É desproporcional o número de meninos e meninas: em 2001, havia 927 garotas para 1000 garotos. Atualmente, são 914 meninas para 1000 meninos.
Ativistas alertam que, por conta da preferência por filhos do sexo masculino, está disseminada no país a prática de aborto e de métodos ilegais de seleção de gênero dos filhos.
O censo também revelou que a taxa de alfabetização cresceu de 64,8% para 74% em uma década. A taxa de alfabetização é de 82% entre os homens e 65% entre as mulheres.

Rio de Janeiro é a metrópole mais poluidora do Brasil.


                         Rio de Janeiro emite 2,1 toneladas/ano de poluentes por habitante- Foto: Getty Images 

Estudo realizado pelo IIED - Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento apontou que o Rio de Janeiro é a metrópole brasileira que mais emite gases causadores do efeito estufa.
Segundo o relatório, coordenado pelo especialista em urbanismo Daniel Hoornweg, a cidade emite cerca de 2,1 toneladas/ano de poluentes por habitante, o que representa um índice 70% maior do que o da segunda metrópole mais poluidora do país, Porto Alegre, que emite 1,48 toneladas/ano.
A cidade de São Paulo ocupada a terceira posição desse ranking, seguida por Goiânia, que aparece em quarto na lista das cidades brasileiras que mais contribuem para as mudanças climáticas.
No total, o estudo avaliou 100 cidades de 33 países ao redor do mundo e constatou que a metrópole mais poluidora do planeta é Roterdã, na Holanda, que possui o maior porto marítimo da Europa. O segundo lugar ficou com a cidade de Denver, nos EUA, seguida por Sydney, na Austrália.
A intenção do estudo Cities and greenhouse gas emissions: moving forward - disponível, na íntegra, para assinantes do jornal Environment & Urbanization - é provar que o nível de emissão de gases poluentes de uma metrópole está mais relacionado à estrutura econômica da cidade do que, de fato, ao seu tamanho territorial.

Florestas artificiais vão absorver gás carbônico da atmosfera.


                                           Ilustração de floresta artificial - Foto: IMechE/Divulgação

Enquanto os efeitos do aquecimento global se tornam cada vez mais iminentes, governantes e ambientalistas de vários países debatem a redução das emissões de carbono. Mas pesquisadores do Instituto de Engenheiros Mecânicos do Reino Unido (IMechE) estão focados na outra ponta da questão: como retirar o excesso de gás carbônico (CO₂)  presente na atmosfera?
Vem daí o conceito de floresta artificial criado pelos engenheiros do IMechE. Em um futuro breve, a qualidade do ar que respiramos vai depender destes redutos de "árvores" tecnológicas que, na imagem de divulgação do estudo, mais parecem mata-moscas gigantes.
É que, no ciclo natural do carbono, cabe às florestas a absorção do CO₂ presente na atmosfera. No entanto, como a derrubada de áreas de mata por meio de queimadas tem sido intensa (inclusive na Amazônia Brasileira), a geo-engenharia pode ser a solução.
As estruturas imaginadas pelos pesquisadores do IMechE utilizariam processos químicos ou até mesmo algas (que absorvem o carbono naturalmente) para retirar o elemento químico em demasia na atmosfera. "A tecnologia para esses aparatos já existe", assegura Tim Fox, do IMechE. "Mas a maioria ainda está em estágio inicial. Precisamos de mais pesquisas."

Há 8,7 milhões de espécies na Terra.


                         O guará é uma das espécies de ave que vivem no Brasil - Foto: Araquém Alcântara.

Cientistas estimaram quantas espécies existem na Terra. O total chegaria a 8,7 milhões, com 1,3 milhão a mais ou a menos.
Apesar do tamanho da margem de erro, é o cálculo mais preciso já feito sobre a presença de vida no planeta. Até então, as estimativas giravam entre 3 milhões e 100 milhões.
Dos 8,7 milhões, 6,5 milhões são espécies terrestres e 2,5 milhões, marinhas. Para a ciência, os números representam um desafio gigantesco, uma vez que a grande maioria ainda não foi classificada ou mesmo descoberta.
Os números foram divulgados pelo Censo da Vida Marinha, uma rede de pesquisadores de mais de 80 países em uma iniciativa de dez anos focada na diversidade, distribuição e abundância de vida nos oceanos. Estão em artigo publicado na revista PLoS Biology.
"A questão de quantas espécies existem tem intrigado cientistas há séculos e a resposta, somada a pesquisas em distribuição e abundância de espécies, é particularmente importante nesse momento, uma vez que diversas atividades e influências humanas estão acelerando as taxas de extinção", disse Camilo Mora, da Universidade do Havaí, um dos autores do estudo.
"Muita espécies podem desaparecer antes mesmo que saibamos de sua existência, de seu nicho particular ou de sua função em ecossistemas", alertou.
Os autores do estudo destacam que a mais recente Lista Vermelha, feita pela União Internacional para a Conservação da Natureza e dos Recursos Naturais, estima que 19.625 espécies estão classificadas como ameaçadas. Isso de uma amostragem total de 59.508, ou menos de 1% do total agora estimado de espécies.
"Sabemos que o número exato de livros na Biblioteca do Congresso dos Estados Unidos em 1º de fevereiro de 2011 era de 22.194.656, mas não somos capazes de dizer, mesmo em uma ordem de magnitude, quantas espécies distintas de plantas e animais dividem o mundo conosco", disse Lord Robert May of Oxford, ex-presidente da Royal Society.
Desde que o sueco Carl Linnaeus (1707-1778) publicou, em 1758, um sistema usado até hoje para classificação biológica, cerca de 1,25 milhão de espécies - aproximadamente 1 milhão em terra e 250 mil nos oceanos - foram descritas e seus dados estão disponíveis em bancos de dados. Outras cerca de 700 mil foram descritas mas ainda não publicadas.
Segundo o estudo, do total estimado de 7,77 milhões de espécies de animais, apenas 953.434 foram descritas e catalogadas. Das espécies marinhas, 11% foram descritas e catalogadas. Entre as plantas o conhecimento é muito maior: das estimadas 298 mil espécies, 215.644 foram descritas e catalogadas.


Crescem os índices de distribuição de água e de tratamento de esgoto no Brasil.


Em 2009, o abastecimento de água beneficiou 97,2% do total da população urbana do país - Foto: Getty Images.
As ligações de distribuição de água, os sistemas de esgotamento sanitário e a coleta de lixo cresceram no país entre 2008 e 2009. Baseado em coleta de dados do Ministério das Cidades, o Sistema Nacional de Informações sobre Saneamento (SNIS) identificou 1,6 milhão de novos usuários do serviço de abastecimento de água, o que corresponde a um aumento de 16,6 mil quilômetros nas redes de distribuição em todo o país.
O esgotamento sanitário teve 1,1 milhão de novas ligações no período, quando foram instalados 16,5 mil quilômetros de novas redes de escoamento. O volume de esgoto tratado no país, atualmente, chega a 237 milhões de metros cúbicos.
Houve, no período avaliado, elevação de 215 milhões de metros cúbicos na produção de água, mas o consumo ficou em apenas 25% desse potencial, equivalente a 53,9 milhões de metros cúbicos.
Em 2009, o abastecimento de água beneficiou 4.891 municípios e o sistema de esgotamento sanitário, 2.409 municípios. Os números correspondem a 97,2% e a 81,5% do total da população urbana do país, respectivamente em relação à rede de abastecimento de água e à de esgoto.
Houve também aumento da cobertura do serviço regular de coleta domiciliar de resíduos sólidos, equivalente a 93,4%. A destinação final totalizou o montante de 24,9 milhões de toneladas de resíduos domiciliares e públicos. Foram despejados em aterros sanitários 16,2 milhões de toneladas, mais 5,9 milhões de toneladas para aterros controlados, 1 milhão de toneladas para unidades de triagem e de compostagem e 1,8 milhões de toneladas foram depositadas em lixões.
O maior índice de atendimento total com abastecimento de água encontrado foi encontrado em Mato Grosso do Sul, Minas Gerais, São Paulo, no Paraná e no Distrito Federal. Nenhuma unidade da Federação ficou na faixa de menor índice, ou seja, com índice menor que 40% de atendimento total de água.
São números crescentes que sinalizam "a redução na poluição do meio ambiente em geral, mostrando melhora no quadro do saneamento do Brasil", constata o diagnóstico. O SNIS é o maior banco de dados do setor de saneamento no país e serve para traçar políticas públicas nos três níveis de governo (federal, estadual e municipal), sendo usado também para basear decisões na área do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).
O trabalho é elaborado anualmente pela Secretaria Nacional de Saneamento Ambiental do Ministério das Cidades. Neste mês, a secretaria lançou a 15ª edição do Diagnóstico dos Serviços de Água e Esgotos e a 8ª edição do Diagnóstico de Manejo de Resíduos Sólidos Urbanos, referentes a 2009.
As informações são fornecidas por prestadores de serviços e abrangem aspectos operacionais, administrativos, econômico-financeiros, contábeis e da qualidade dos serviços. Em relação a 2008, houve, em 2009, três mudanças fundamentais no cenário dos dados, ampliação do número de prestadores de serviços; coleta de informações mais simplificada e aumento da importância do SNIS na tomada de decisões sobre novos investimentos.
Ainda de acordo com o levantamento, os investimentos nos serviços de água e esgoto nos estados, tiveram acréscimo em 2009, totalizando R$ 7,8 bilhões. No anterior, os investimentos foram R$ 2,2 bilhões.
O SNIS traça também um horizonte para os próximos anos, em dez indicadores médios dos serviços de água e esgoto. O cenário varia dependendo do estado e também do município. Soluções individuais, como o uso de poços e o depósito de esgoto em fossas, não entram nesse banco de dados.
No entanto, foi elaborado recentemente pelo Ministério das Cidades o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab), com horizonte para 20 anos, em que está prevista a universalização dos serviços de água na área urbana. Em relação aos serviços de esgotos e de coleta e tratamento de resíduos sólidos, o plano prevê, para 2030, cobertura de mais de 91% na área urbana.

População mundial: já somos 7 bilhões. A população mundial pode chegar à marca dos 9 bilhões até 2045. O planeta vai conseguir sustentar tanta gente?

Certo dia no outono de 1677 na cidade holandesa de Delft, Antoni van Leeuwenhoek, um mercador de tecidos que se supõe ter servido de modelo para dois quadros de Johannes Vermeer - O Astrônomo e O Geógrafo -, saiu da cama, interrompendo de repente o que estava fazendo com sua mulher, e correu para a mesa de trabalho. Os tecidos permitiam a Leeuwenhoek ganhar a vida, mas o que o fascinava mesmo era a microscopia.
Leeuwenhoek possuía uma lupa minúscula e poderosa, feita por ele mesmo. Na Real Sociedade de Londres, sábios ainda estavam tentando comprovar a alegação anterior de Leeuwenhoek, segundo o qual havia milhões de "animálculos" invisíveis em uma única gota d’água de um lago e até mesmo no vinho francês. Agora ele tinha algo mais constrangedor a relatar: o sêmen humano também estava repleto daqueles animálculos. "Às vezes mais de um milhar", escreveu, "em uma quantidade pequena de material como um grão de areia." O holandês observou seus próprios animálculos nadando de um lado para outro, impulsionados por sua longa cauda.
Depois disso, Leeuwenhoek ficou obcecado. Embora a lupa lhe proporcionasse acesso privilegiado a um universo infinitesimal jamais visto, ele dedicou um tempo descomunal a examinar os animálculos hoje conhecidos como espermatozoides. E, curiosamente, foi o líquido seminal que extraiu de um bacalhau que o inspirou, quase por acaso, a tentar calcular a quantidade máxima de pessoas que poderiam viver na Terra.
Ninguém na época tinha a menor ideia, pois os censos eram raros. Leeuwenhoek, então, partiu da estimativa de que cerca de 1 milhão de pessoas viviam na Holanda. Recorrendo a mapas e noções de geometria esférica, ele calculou que a área terrestre habitada do planeta era 13 385 vezes maior que a da Holanda. Era difícil imaginar o planeta todo mais densamente povoado que o próprio país, que na época já parecia bastante apinhado. Portanto, sua conclusão triunfante foi a de que a Terra não poderia abrigar mais que 13 385 bilhões de pessoas - número até que pequeno se comparado às 150 bilhões de células espermáticas presentes em um único bacalhau! Esses cálculos singelos e otimistas, segundo o biólogo Joel Cohen, no livro How Many People Can the Earth Support? ("Quantas pessoas a Terra pode sustentar?", não lançado no Brasil), foram a primeira tentativa de se dar uma resposta quantitativa a uma questão que se tornou hoje bem mais urgente do que era no século 17. No entanto, a maioria das respostas atuais está longe de ser otimista.
De acordo com as estimativas mais recentes dos historiadores, na época de Leeuwenhoek havia apenas cerca de meio bilhão de seres humanos no mundo. Após crescer bem devagar durante milênios, esse número estava começando a ganhar impulso. Um século e meio depois, quando outro cientista comunicou a descoberta dos óvulos humanos, a população mundial tinha dobrado e ultrapassado a marca de 1 bilhão. Um século depois disso, por volta de 1930, ela havia dobrado mais uma vez, agora para 2 bilhões. Desde então a aceleração do crescimento demográfico foi assombrosa. Antes do século 20, nenhum ser humano tinha vivido o suficiente para testemunhar uma duplicação da população mundial, mas hoje há pessoas que a viram triplicar. Em algum momento no fim de 2011, segundo a Divisão de População das Nações Unidas, seremos 7 bilhões de pessoas.
Embora seu ritmo esteja diminuindo, essa explosão demográfica está longe de terminar. As pessoas passaram a viver mais tempo e há tantas mulheres ao redor do mundo em idade de procriar - 1,8 bilhão - que a população global ainda vai continuar crescendo pelo menos durante algumas décadas, mesmo que cada mulher tenha menos filhos que na geração anterior. Até 2050, o total de seres humanos no planeta pode chegar a 10,5 bilhões ou então se estabilizar por volta dos 8 bilhões - a diferença é de cerca de um filho para cada mulher. Os demógrafos da ONU consideram mais provável a estimativa média: eles estão projetando uma população mundial de 9 bilhões antes de 2050 - em 2045. O resultado final dependerá das escolhas feitas pelo casal quando realizar o mais íntimo dos atos humanos - aquele que, em prol da ciência, Leeuwenhoek interrompeu com tanto descaso.
Com a população mundial a aumentar ao ritmo de cerca de 80 milhões de pessoas por ano, é difícil não ficar alarmado. Em toda a Terra, os lençóis freáticos estão cedendo, os solos ficando cada vez mais erodidos, as geleiras derretendo e os estoques de pescado prestes a ser esgotados. Quase 1 bilhão de pessoas passam fome todo o dia. Daqui a algumas décadas, haverá mais 2 bilhões de bocas a ser alimentadas, a maioria em países pobres. E bilhões de outras pessoas lutarão para sair da miséria. Se seguirem pelo caminho percorrido pelas nações desenvolvidas - desmatando florestas, queimando carvão e petróleo, usando fertilizantes e pesticidas com abundância -, vai ser enorme o impacto sobre os recursos naturais do planeta. Como podemos conciliar tudo isso?
Talvez seja reconfortante saber que há muito o crescimento demográfico é motivo de preocupação. Desde o início, diz o francês Hervé Le Bras, a demografia esteve impregnada de discussões apocalípticas. Alguns dos textos fundamentais da disciplina foram escritos por sir William Petty, um dos fundadores da Real Sociedade de Londres. Segundo Petty, a população mundial duplicaria seis vezes até o Juízo Final, que se esperava ocorreria daqui a 2 mil anos. Naquela altura, a população superaria os 20 bilhões - ultrapassando a capacidade de produção de alimentos do planeta. "E então, de acordo com a previsão das Escrituras, devem ocorrer guerras e grandes matanças", escreveu ele.
Com o recuo das previsões religiosas do fim do mundo, argumenta Le Bras, o próprio crescimento demográfico proporcionou outro mecanismo apocalíptico. "Ele cristalizou o temor ancestral, e talvez a esperança ancestral, do fim dos tempos", escreveu ele. Em 1798, o clérigo e economista inglês Thomas Malthus expôs seu princípio geral da população, afirmando que ela necessariamente aumenta com maior rapidez que a produção de alimentos até um ponto em que ocorrem guerras, doenças e fome, reduzindo assim a quantidade de gente. Na realidade, os últimos flagelos de escala grande o suficiente para reduzir a população global já haviam ocorrido bem antes de Malthus publicar seu ensaio. A população mundial não havia caído, segundo os historiadores, desde a peste negra do século 14.
Nos dois séculos posteriores à afirmação de Malthus de que a população não poderia continuar crescendo, foi exatamente isso o que ocorreu. O processo começou nos países hoje chamados de desenvolvidos. A difusão de plantas do Novo Mundo como milho e batata, assim como a descoberta dos fertilizantes químicos, baniu a fome da Europa. A partir do século 19, os esgotos passaram a canalizar os dejetos humanos para longe da água potável, que em seguida foi filtrada e clorada, e isso provocou uma redução dramática na disseminação de cólera e tifo.
Em 1798, no mesmo ano em que Malthus publicou seu ensaio pessimista, o inglês Edward Jenner anunciou a descoberta de uma vacina contra a varíola - a primeira de uma série de vacinas e antibióticos que, em conjunto com melhorias na nutrição e no saneamento, acabariam dobrando a expectativa de vida nos países que se industrializavam, de 35 para os 77 anos atuais. "O desenvolvimento da ciência médica foi a gota que entornou o caldo", escreveu em 1968 o biólogo e especialista em demografia Paul R. Ehrlich.
O livro que Ehrlich publicou, The Population Bomb ("A bomba demográfica", não disponível em português), fez dele o mais famoso dos malthusianos modernos. Nos anos 1970, ele previu que "centenas de milhões de pessoas morrerão de fome", e que era tarde demais para se fazer algo. "O câncer do crescimento demográfico [...] precisa ser extirpado", escreveu, "e de maneira compulsória, caso fracassem os métodos voluntários." O próprio futuro dos Estados Unidos estava em perigo. Apesar desse tom, ou talvez por causa dele, o livro virou um best-seller, tal como ocorrera com o ensaio de Malthus. Mas também dessa vez a bomba não explodiu. Na época já estava em curso a chamada revolução verde, uma combinação de sementes melhoradas, irrigação, pesticidas e fertilizantes que permitiu duplicar a produção mundial de cereais. Hoje ainda há muita gente desnutrida, mas é rara a fome em escala maciça.
Todavia, Ehrlich tinha razão ao dizer que os avanços na medicina acabariam por levar a um surto demográfico. Depois da Segunda Guerra Mundial, os países em desenvolvimento receberam súbita transfusão de cuidados preventivos, graças a iniciativas de instituições como a Organização Mundial de Saúde e a Unicef. A penicilina, a vacina contra a varíola e o DDT (que, embora controverso mais tarde, evitou que milhões de pessoas morressem de malária) surgiram ao mesmo tempo. Na Índia, a expectativa de vida saltou de 38 anos em 1952 para 64 atualmente; na China, de 41 para 73 anos. Milhões de pessoas nos países em desenvolvimento que não teriam passado da infância sobreviveram e puderam ter filhos. Este é o motivo pelo qual houve um surto demográfico em todo o planeta: porque se evitou a morte de uma enorme quantidade de pessoas. E também porque, por um tempo, as mulheres continuaram a ter muitos filhos. Na Europa do século 18 e na Ásia do início do século 20, quando tinha em média seis filhos, uma mulher estava fazendo o que era natural, pois a maioria dos filhos jamais chegava à idade adulta. Com a redução da mortalidade infantil, os casais passaram a ter menos filhos - mas essa transição em geral leva pelo menos uma geração. Atualmente, nos países desenvolvidos, a média de 2,1 filhos por mulher manteria a população constante; no mundo em desenvolvimento, esse nível de fertilidade de "reposição" é um pouco mais alto. A explosão demográfica ocorre nesse intervalo necessário para que a taxa de natalidade alcance novo equilíbrio com a taxa de mortalidade.
O fenômeno é chamado pelos demógrafos de "transição demográfica". Chega um momento em que todos os países passam por isso. É um dos sinais do progresso: em um país que completou a transição, as pessoas retomam da natureza pelo menos algum controle sobre a morte e o nascimento. A explosão da população é um efeito colateral inevitável. No entanto, a taxa de crescimento estava no ápice bem na época em que Ehrlich soou o alarme. No início dos anos 1970, as taxas de fecundidade em todo o mundo haviam começado a despencar - com maior rapidez que o previsto. Desde então, a taxa de crescimento da população já caiu mais de 40%.
Esse declínio da fertilidade que hoje vigora em todo o planeta teve início em épocas distintas conforme o país. A França foi uma das primeiras. Até o começo do século 18, as mulheres nobres na corte francesa desfrutavam dos prazeres carnais e nunca tinham mais de dois filhos. Para isso, recorriam ao mesmo método anticoncepcional usado por Leeuwenhoek para realizar seus estudos: a interrupção do coito. A inovacão crucial era de natureza conceitual, e não anticoncepcional, como diz Gilles Pison, do Instituto Nacional de Estudos Demográficos em Paris. Até a época do Iluminismo, "a quantidade de crianças que se tinha era algo que estava nas mãos de Deus. As pessoas não se davam conta de que poderiam tomar as rédeas".
Outras nações ocidentais acabaram seguindo o caminho da França. Por volta da eclosão da Segunda Guerra Mundial, a fertilidade havia declinado quase ao nível de reposição em partes da Europa e nos Estados Unidos. Em seguida ao conflito, passado o inesperado pico conhecido como "baby boom" (1946-1958), a queda foi retomada, surpreendendo de novo os demógrafos. Eles tinham como pressuposto que algum instinto faria com que as mulheres continuassem a ter filhos em número suficiente para assegurar a sobrevivência da espécie. Em vez disso, em um país desenvolvido após outro, a taxa de fecundidade caiu abaixo do nível de reposição. No fim dos anos 1990, na Europa, chegou a apenas 1,4 filho por mulher.
O fim do baby boom costuma ter dois efeitos importantes na economia de um país. O primeiro é o "dividendo demográfico" - algumas poucas décadas afortunadas durante as quais os membros dessa geração inflam a força de trabalho, ao mesmo tempo que se mantém baixa a quantidade de dependentes jovens e idosos; em consequência, sobra mais dinheiro para outros gastos. Mas em seguida vem o segundo efeito, quando todos esses trabalhadores envelhecem e começam a se aposentar. O que antes parecia uma situação demográfica perene agora virou uma festa prestes a acabar. Um problema se apresenta hoje a todo o mundo desenvolvido: o de achar meios para sustentar uma população cada vez mais idosa. "Em 2050 vai haver trabalhadores em quantidade suficiente para assegurar o pagamento das pensões?", indaga Frans Willekens, do Instituto Demográfico Interdisciplinar dos Países Baixos. "A resposta é simples: não."
Nos países industrializados foram necessárias gerações para que a fertilidade caísse ao nível de reposição ou mesmo ficasse abaixo dele. Agora que essa transição está ocorrendo no resto do mundo, os demógrafos assombram-se com a rapidez do processo. Embora sua população continue a crescer, a China, que abriga um quinto de todos os seres humanos, apresenta uma taxa abaixo do nível de reposição, e isso vem se registrando há quase duas décadas, graças em parte à política compulsória de um filho por casal, implementada em 1979. As mulheres chinesas, que costumavam ter em média seis filhos até uma data tão recente quanto 1965, agora têm em torno de 1,5. No Irã, com apoio do regime islâmico, a fertilidade despencou mais de 70% desde a década de 1980. No Brasil democrático e católico, as mulheres reduziram a taxa de fecundidade pela metade nesse mesmo quarto de século. "Ainda não sabemos por que a fertilidade caiu tão rapidamente em tantas sociedades, com as mais diversas culturas e religiões. É algo que nos deixa perplexos", diz Hania Zlotnik, diretora da Divisão de População das Nações Unidas.
"Neste momento, por mais que quisesse dizer que ainda há um problema de taxas altas de fecundidade, o fato é que isso afeta apenas 16% da população mundial, sobretudo na África", diz Hania. Ao sul do Saara, a fertilidade média ainda é de cinco filhos por mulher; no Níger, chega a sete. Por outro lado, 17 dos países nessa região ainda convivem com uma esperança de vida de 50 anos ou menos - ou seja, estão apenas começando a transição demográfica. Na maior parte do mundo, porém, o tamanho das famílias diminuiu de maneira dramática. A ONU estima que o planeta alcançará a taxa de fecundidade mínima de reposição até 2030. "A população como um todo está no rumo de uma não explosão - e essa é uma notícia boa", diz Hania.
A notícia ruim é que faltam duas décadas até 2030, quando a maior geração de adolescentes da história estará entrando no período de procriação. Mesmo se cada uma dessas mulheres tiver apenas dois filhos, a população continuará aumentando, impelida por sua inércia, durante ainda outro quarto de século. Quase uma em cada seis dessas pessoas estará vivendo na Índia.
Fazia tempo que eu entendia, em termos intelectuais, a explosão demográfica. Porém, em termos emocionais, isso ficou claro para mim numa noite quente em Délhi alguns anos atrás... A temperatura estava em torno de 40 graus, e o ar era uma névoa de poeira e fumaça. As ruas fervilhavam de gente. Pessoas comendo, pessoas se lavando, pessoas dormindo. Pessoas fazendo visitas, discutindo e gritando. Pessoas enfiando as mãos pela janela do táxi pedindo esmola. Pessoas defecando e urinando. Pessoas penduradas nos ônibus. Pessoas conduzindo animais. Pessoas, pessoas, pessoas, pessoas. - Paul Ehrlich
Em 1966, quando Ehrlich fez esse percurso de táxi, havia em torno de meio bilhão de indianos. Hoje a Índia conta com 1,2 bilhão de habitantes. A população de Délhi aumentou de maneira ainda mais acelerada, para cerca de 22 milhões, à medida que muitos abandonaram seus povoados e vilarejos para viver nas imensas favelas da cidade. No início de junho do ano passado, em meio ao calor absurdo de Délhi, a monção de verão ainda não chegara para limpar o pó dos canteiros de obras que se somava à poeira trazida dos desertos do Rajastão. Nas novas vias expressas da cidade sem planejamento, carros de boi seguiam na contramão. Famílias de quatro pessoas circulavam em motos, os lenços das mulheres esvoaçando, bebês pendurados em seus braços. No tráfego, inválidos e crianças emaciadas pediam esmolas aos gritos. A Délhi atual é diferente daquela visitada por Ehrlich, mas também é parecida.
No Hospital Lok Nayak, na parte antiga de Délhi, uma maré humana passa pelo portão de entrada todas as manhãs. "Quem, ao ver isso, não ficaria preocupado com a população da Índia?", pergunta em uma tarde o cirurgião Chandan Bortamuly enquanto abre caminho para a sua clínica de vasectomia. Bortalumy entra na pequena sala de operações, onde dois homens estão deitados nas mesas, seus testículos expostos através de buracos nos lençóis verdes. Um ventilador no teto faz circular o ar frio lançado por duas unidades de ar-condicionado no quarto.
Bortamuly está na linha de frente de uma batalha que vem sendo travada na Índia há quase seis décadas. Em 1952, apenas cinco anos depois de ter se tornado independente da Grã-Bretanha, a Índia foi o primeiro país a adotar uma política de controle da população. Desde então, o governo estabeleceu repetidas vezes metas ambiciosas - e repetidas vezes fracassou na hora de alcançá-las. Em 2000, uma iniciativa nacional previa que o país alcançaria a taxa de reposição de 2,1 em 2010. No entanto, será preciso esperar pelo menos mais uma década para isso acontecer. De acordo com a projeção média da ONU, a população da Índia vai aumentar para mais de 1,6 bilhão até 2050. "É inevitável que a demografia indiana supere a da China até 2030", diz A.R. Nanda, ex-responsável pela organização não governamental Fundação População da Índia. "Só uma imensa catástrofe, nuclear ou de outro tipo, poderia mudar isso."
A esterilização é a principal forma de controle de natalidade na Índia, e a maioria das operações é realizada em mulheres. O governo vem se empenhando para mudar isso; uma vasectomia sem bisturi é bem mais barata e fácil de ser realizada no homem que uma ligadura de trompas na mulher. "Eles dizem que a picada da agulha é como a de uma formiga", diz Bortamuly quando um paciente se retrai ao receber o anestésico local. "Depois disso, é um procedimento indolor e sem sangramento." Com a ponta do fórceps, Bortalumy abre um pequeno orifício na pele do escroto e puxa para fora uma alça do canal que conduz o esperma do testículo direito do paciente. Em seguida, ele amarra as pontas da alça com um fio preto fino, corta as pontas e as empurra de volta para debaixo da pele. Em menos de sete minutos - o tempo foi cronometrado por uma enfermeira - o paciente vai embora. Ele terá direito a receber do governo uma taxa de incentivo no valor de 1 100 rúpias (uns 25 dólares), o equivalente ao salário semanal de um trabalhador.
Na década de 1970, auge da preocupação com a bomba demográfica, o governo indiano fez outra tentativa de promover a vasectomia. A primeira-ministra Indira Gandhi e seu filho Sanjay usaram os poderes associados ao estado de emergência para obter um aumento nas esterilizações. De 1976 a 1977, a quantidade de operações triplicou, chegando a mais de 8 milhões, das quais mais de 6 milhões eram vasectomias. Os funcionários encarregados do planejamento familiar eram pressionados a cumprir cotas; ser esterilizada passou a ser um requisito para a pessoa ter acesso a novas moradias ou outros benefícios governamentais. Em outros casos, a polícia simplesmente arrebanhava os mais pobres e os conduzia a centros improvisados de esterilização.
Esses excessos prejudicaram toda a ideia de planejamento familiar. "Governos sucessivos se recusaram a tratar dessa questão", comenta Shailaja Chandra, ex-diretora do Fundo Nacional de Estabilização da População (NPSF, na sigla em inglês). Mesmo assim, a fertilidade na Índia acabou declinando, embora não com a mesma rapidez da China, onde ela estava despencando mesmo antes da implantação da rigorosa política de filho único. A atual média nacional na Índia é de 2,6 filhos por mulher, menos da metade na época em que Ehrlich visitou o país. A região sul do país e alguns estados setentrionais já alcançaram ou estão abaixo da taxa de reposição.
Em Kerala, no sudoeste, os investimentos em saúde e educação fizeram com que a taxa de fecundidade caísse para 1,7. O crucial, segundo os demógrafos locais, é a taxa de alfabetização das mulheres, por volta de 90% - sem dúvida, a mais alta da Índia. As jovens que frequentam a escola começam a ter filhos mais tarde que as outras. Também são mais receptivas a métodos contraceptivos e mais informadas de suas opções.
Até agora, essa abordagem, apresentada como modelo para o resto do mundo, não se difundiu nos estados pobres do norte da Índia - o chamado cinturão hindu, que corta o país de um lado a outro logo ao sul de Délhi. Quase metade do crescimento demográfico do país está concentrado nos estados do Rajastão, Madhya Pradesh, Bihar e Uttar Pradesh, em que as taxas de fecundidade ainda variam de três a quatro filhos por mulher. A maioria delas nesse cinturão é analfabeta, e muitas se casam bem antes da idade legal de 18 anos. A maternidade confere prestígio social - e em geral as mulheres não descansam enquanto não têm pelo menos um filho.
Como alternativa ao modelo de Kerala, há quem mencione o estado meridional de Andhra Pradesh, onde "centros" de esterilização foram instalados na década de 1970 e cujos níveis de esterilização permaneceram elevados, pois tais clínicas improvisadas foram sendo substituídas por hospitais. Em uma única década desde o início do anos 1990, houve uma queda na taxa de fecundidade de três para menos de dois filhos por mulher. Ao contrário de Kerala, metade das mulheres em Andhra Pradesh é analfabeta.
Para Amarjit Singh, o atual diretor executivo do NPSF, se os quatro maiores estados do cinturão hindu tivessem adotado o modelo de Andhra Pradesh, eles teriam evitado 40 milhões de nascimentos - e também muito sofrimento. "Desses 40 milhões de crianças, 2,5 milhões morreram na infância", diz Singh. Ele está convencido de que, se toda a Índia adotasse programas de esterilização de qualidade, o país chegaria a 2050 com 1,4 bilhão de habitantes, em vez de 1,6 bilhão.
Por ouro lado, os críticos do modelo de Andhra Pradesh, como A.R. Nanda, acreditam que os indianos precisam mesmo é de um sistema de saúde melhor, sobretudo nas áreas rurais. Eles se opõem às metas quantitativas que forçam os órgãos públicos a esterilizar as pessoas ou aos incentivos em dinheiro que distorcem o modo como os casais escolhem o tamanho da família.
Hoje, nas cidades indianas, muitos casais estão fazendo a mesma escolha que seus equivalentes na Europa ou nos Estados Unidos. Sonalde Desai, do Conselho Nacional de Pesquisa Econômica Aplicada de Nova Délhi, me apresenta a cinco mulheres trabalhadoras que destinam a maior parte de seus salários ao pagamento de mensalidades de escolas particulares. Todas têm um ou dois filhos e não pensam em ter outros. Em um levantamento abrangendo 41 554 lares, a equipe de Sonalde identificou uma crescente vanguarda de famílias urbanas com um único filho. "Ficamos bastante surpresos com a importância que os pais dão aos filhos", diz ela. "É por isso que a fecundidade está em declínio."
Já nas zonas rurais não é bem assim. Acompanho a equipe de Sonalde a Palanpur, um vilarejo em Uttar Pradesh - um estado no cinturão hindu cuja população é equivalente à do Brasil. No povoado, observamos uma torre de telefonia celular mas também riachos de esgoto correndo pelas vielas entre casebres. À sombra de uma mangueira, o guardião do pomar diz que não vê motivo para mandar suas três filhas para a escola. Pergunto a uma dúzia de lavradores o que seria mais importante para que melhorassem de vida. "Um pouco de dinheiro", brinca um deles.
"O objetivo da Índia não deveria ser a redução da fertilidade", comenta dias depois Almas Ali, da Fundação População. "Deveria tornar a existência nos vilarejos viável. Sempre que se fala de população na Índia, o que vêm à mente são os números assustadores. O foco nas pessoas acabou relegado a segundo plano."
Enquanto caía a noite, levamos quatro horas de carro para voltar de Palanpur a Délhi. Enfrentamos congestionamentos nas cidadezinhas maiores, cada qual fervilhando de atividade, por vezes quase engolfando nosso carro. Quando, depois de um viaduto, entramos em Moradabad, vejo um homem empurrando sua carroça, uma carga tão grande que ele mal enxerga adiante. Lembrei-me então do estalo de Ehrlich sentado no táxi décadas atrás. Pessoas, pessoas, pessoas - sem dúvida. Mas também um sentimento arrebatador de energia, de luta, de aspiração.
A reunião anual da Associação da População da América (PAA, na sigla em inglês) é um dos principais pontos de encontro dos demógrafos do mundo. Em abril de 2010, a explosão populacional no planeta não fazia parte da pauta. Os demógrafos estão convencidos de que, até meados deste século, estaremos chegando ao fim de uma era única na história - a do crescimento demográfico - e iniciando outra fase, na qual a população vai se manter estável ou diminuir.
Mas não haverá ainda excesso de gente? No encontro da PAA realizado em Dallas, fiquei sabendo que a atual população do planeta caberia inteira no Texas, caso o estado fosse ocupado de maneira tão densa quanto a cidade de Nova York. A comparação me levou a pensar como Leeuwenhoek. Se em 2045 houver 9 bilhões de pessoas distribuídas pelos seis continentes habitáveis, a densidade da população mundial será de pouco mais da metade daquela registrada na França atual. E a França não costuma ser considerada infernal para se viver. Será então que o mundo vai ser um lugar infernal?
Algumas regiões talvez fiquem infernais, e isso já acontece. Existem hoje 21 cidades com mais de 10 milhões de habitantes, e a quantidade delas só vai aumentar até 2050. As cidades de Daca, em Bangladesh, e Kinshasa, na República Democrática do Congo, cresceram nada menos que 40 vezes desde 1950. Suas favelas estão lotadas de gente desesperada que fugiu de áreas rurais em que a miséria era ainda pior.
Países inteiros se defrontam com pressões demográficas que nos parecem tão insuperáveis quanto as da Índia aos olhos de Ehrlich em 1966. Bangladesh está entre os países mais densamente povoados do planeta e também um dos mais ameaçados pelas mudanças climáticas; a elevação no nível dos mares pode provocar o deslocamento de dezenas de milhões de bengaleses. Ruanda é outro caso preocupante. No livro Colapso, Jared Diamond argumenta que o massacre genocida em que perderam a vida cerca de 800 mil ruandeses foi consequência de vários fatores, não só de conflitos étnicos mas também da superpopulação - um excesso de agricultores repartindo a mesma área em lotes cada vez menores que se tornaram insuficientes à subsistência de suas famílias. "Os piores cenários de Malthus podem às vezes se concretizar", conclui Diamond.
Muita gente teme a possibilidade de que as previsões de Malthus sejam afinal comprovadas em escala global - ou seja, que o planeta se mostre insuficiente para alimentar 9 bilhões de seres humanos. Para Lester Brown, fundador do Instituto Worldwatch, a escassez de alimentos poderá provocar um colapso da civilização. Os seres humanos estão vivendo do capital natural, argumenta Brown, erodindo o solo e esvaziando os aquíferos com maior rapidez do que eles podem ser recuperados. E isso logo começará a prejudicar a produção de alimentos. "Remediar as deficiências no planejamento familiar talvez seja o item mais urgente na pauta global", escreve ele, pois, se não conseguirmos limitar a população mundial a 8 bilhões por meio da redução da fecundidade, o que pode ocorrer é um aumento na taxa de mortalidade.
Oito bilhões correspondem à estimativa mais baixa da ONU para 2050. Nesse cenário otimista, Bangladesh teria uma taxa de fecundidade de 1,35 em 2050, mas ainda 25 milhões de habitantes a mais que hoje. A taxa de fecundidade em Ruanda também seria inferior ao nível de reposição, mas sua população atingiria o dobro do que era antes do genocídio. Se esse é o cenário mais otimista, alguém poderia dizer, então o futuro é de fato deprimente.
Porém, também podemos tirar disso outra conclusão: talvez essa preocupação com os números populacionais não seja a melhor maneira de confrontar o futuro. As pessoas amontoadas em favelas necessitam de ajuda, mas os problemas a ser resolvidos são a pobreza e a falta de infraestrutura, não a superpopulação. Proporcionar a todas as mulheres acesso aos serviços de planejamento familiar é uma boa ideia. No entanto, o mais agressivo programa de controle populacional que se possa imaginar não vai salvar Bangladesh da elevação no nível do mar nem Ruanda de outro genocídio nem todos nós dos enormes problemas ambientais a nossa frente.
O aquecimento global é um exemplo. As emissões de carbono ocasionadas pelo uso de combustíveis fósseis estão aumentando com maior rapidez na China, mas ali a taxa de fecundidade já é inferior ao patamar de reposição - não resta muito a fazer em termos de controle demográfico. Nas regiões em que a população está aumentando em ritmo mais acelerado, como na África subsaariana, as emissões per capita são bem menores que nos Estados Unidos - portanto, o controle demográfico ali teria um efeito irrelevante sobre o clima. Segundo cálculos de Brian O’Neill, do Centro Nacional de Pesquisa Atmosférica, se em 2050 a população mundial for de 7,4 bilhões, em vez de 8,9 bilhões, as emissões de carbono seriam reduzidas em 15%. Para interromper o aquecimento global, teremos de trocar os combustíveis fósseis por outras formas de energia - seja qual for o crescimento populacional.
Claro que a quantidade de pessoas faz diferença. Mais relevante ainda é o modo como as pessoas consomem os recursos. O principal desafio para o futuro das pessoas e do planeta é tirar da pobreza o máximo de gente e ao mesmo tempo reduzir o impacto de todos nós sobre o planeta.
De acordo com previsões do Banco Mundial, até 2030 mais de 1 bilhão de pessoas nos países em desenvolvimento vão passar a fazer parte da "classe média global" - em 2005 eram apenas 400 milhões. Embora isso pareça muito bom, não será nada fácil para o planeta se essas pessoas passarem a comer carne e a circular em carros movidos a gasolina no mesmo ritmo atual dos americanos. É tarde demais para evitar que nasça a classe média de 2030, mas não para mudar a maneira como ela e todos nós produzimos e consumimos alimentos e energia.
Durante séculos, os pessimistas bombardearam com alertas apocalípticos os otimistas congênitos que têm uma crença inabalável de que a humanidade vai encontrar maneiras de lidar com o problema e até de melhorar seu destino. A história, de maneira geral, até agora favoreceu os otimistas, mas ela não é nenhum guia confiável do futuro. Tampouco a ciência é esse guia. Ela não pode prever o resultado do confronto População versus Planeta, pois todos os fatos relevantes - quantos seremos e como iremos viver - dependem das escolhas que faremos e das ideias que ainda vamos ter. Podemos, por exemplo, diz Joel Cohen, "cuidar para que todas as crianças sejam alimentadas o suficiente para que aprendam na escola e sejam bem formadas o suficiente para que resolvam os problemas que irão enfrentar quando chegarem à idade adulta". Isso iria alterar de modo significativo o futuro.
A controvérsia já existia no surgimento do alarmismo populacional, na pessoa do reverendo Thomas Malthus. No fim do livro no qual formulou a lei de ferro, segundo a qual o crescimento da população levaria à escassez de alimentos, ele afirma que essa lei não deixa de ser benéfica, pois nos impele a buscar soluções. O homem, escreve, é "preguiçoso e avesso ao esforço, a menos que seja obrigado pela necessidade". A necessidade, acrescenta ele, é a mãe da esperança. "Os esforços que os homens se veem obrigados a fazer, a fim de se sustentar ou a suas famílias, despertam faculdades que de outro modo teriam ficado para sempre dormentes, e é uma observação corriqueira que situações novas em geral dão origem a mentes adequadas para enfrentar as dificuldades nas quais estão envolvidas."
Sete bilhões de pessoas logo mais, 9 bilhões em 2045. Esperemos que Malthus esteja certo a respeito de nossa engenhosidade.
                                                                                                                 Fonte: National Geographic Brasil

DOMÍNIOS MORFOCLIMÁTICOS E QUESTÃO AMBIENTAL NO BRASIL VESTIBULAR 2011 e 2010


VESTIBULAR 2011

(ESPM) Leia o texto:

A Comissão Especial para a Reforma do Código Florestal Brasileiro aprovou nesta terça-feira (6), por 13 votos a 5, o texto-base do relatório (...) que propõe uma nova legislação ambiental. Neste momento, estão sendo votados os nove destaques propostos para alteração do texto final.

(www.abril.com.br, acesso: 22/08/10.)


No debate político fomentado pela alteração do Código, está correto afirmar que:

a) os ruralistas consideram a alteração um retrocesso, pois as mudanças atingirão em cheio o agronegócio, setor responsável pelo aumento das exportações brasileiras.
b) os ambientalistas são contrários à alteração, pois mudanças, como a redução da preservação nas margens dos rios e nos topos de morros, comprometem o que estava garantido pela legislação anterior.
c) o tema é um exemplo da polarização entre esquerda e direita no Brasil, pois ao lado dos ambientalistas está o relator do projeto, um deputado do PC do B, fato questionado pelos ruralistas.
d) a nova legislação é centralizadora, pois diminui a autonomia dos estados para demarcar reservas e transfere essa responsabilidade à União.
e) há certo consenso de que o novo Código aumentará a área preservada, mas setores da sociedade, como os pecuaristas, mobilizam-se para barrar a votação final.

(UERJ)

Adaptado de Veja e leia, 16/12/1970

Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil

O Programa Piloto para a Proteção das Florestas Tropicais do Brasil é uma iniciativa do governo através do Ministério do Meio Ambiente, em parceria com a comunidade internacional. Tem como finalidade o desenvolvimento de estratégias inovadoras para promover, simultaneamente, a proteção e o uso da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica, associadas a melhorias na qualidade de vida das populações locais. Um dos objetivos do programa é demonstrar a viabilidade da harmonização dos objetivos ambientais e econômicos nas florestas tropicais.

Adaptado de http://www.mma.gov.br

A comparação entre os textos acima indica uma mudança na gestão do espaço amazônico.

A concepção que movia o governo brasileiro em relação à Amazônia na década de 1970 e a que serve de base para as ações propostas pelo atual Ministério do Meio Ambiente estão respectivamente apresentadas em:

a) território estratégico – preservação dos ambientes rurais
b) região problema – desenvolvimento ecológico equilibrado
c) espaço da vida selvagem – proteção integral do ambiente
d) fronteira de recursos – crescimento econômico sustentável

(PUCSP) Observe e leia com atenção:

Description: cop15_logo_b_m11
“O Brasil vai apresentar uma meta ousada de redução de emissões de gases de efeito estufa na reunião da COP-15, em dezembro, com corte de 80% do desmatamento na Amazônia (redução de cerca de 580 milhões de toneladas de CO²) e propostas de redução de emissões nas áreas de energia, siderurgia e agropecuária.”

(Ministério do Meio ambiente. Governo fecha proposta sobre clima no dia 14 de novembro. In: http://www.mma.gov.br, acesso em 05/11/2009)

Considerando-se essa notícia pode-se afirmar que

a) o Brasil já colocou em andamento uma ação de redução do desmatamento, com leis e fiscalização rigorosas, que restringem o plantio da soja e da cana na Amazônia e em outros biomas.
b) a redução nas emissões na área de energia pode-se dar com a ampliação do uso do etanol, assim como com a ampliação do investimento em hidroeletricidade.
c) a postura do Brasil representa muito pouco em 2 termos de redução da emissão de CO , pois o que prevalece no país é a postura de sempre, favorável a um desenvolvimento a qualquer custo.
d) o Brasil está sofrendo pressão das potências 2 para reduzir a emissão de CO , já que elas estão fazendo esforços significativos nessa direção, o que vai diminuir o poder de concorrência delas no mercado internacional.
e) na área de siderurgia, a diminuição da emissão está associada ao aumento do uso de carvão mineral na produção de aço para com isso diminuir o uso de carvão vegetal, fato gerador de desmatamento acelerado.

(UFAL) Examine com atenção a fotografia e o mapa apresentados a seguir.


                

Levando-se em consideração os aspectos paisagísticos observados na foto, é correto afirmar que essa paisagem natural é a que se destaca, em linhas gerais, no domínio natural do Brasil indicado pelo número:

a) 1
b) 2
c) 3
d) 4
e) 5

(MACK)



Observando o mapa, é correto afirmar que o fenômeno apresentado pela foto corresponde

a) ao processo de desmatamento para a expansão da agropecuária, sobretudo soja e criação de bovinos, que ocorre na Amazônia Legal, identificado no mapa pelo número 1.
b) à uma das consequências que se pode notar com o desmatamento da Floresta de Araúcárias para a produção de papel, identificado no mapa pelo número 5.
c) aos deslisamentos ou escorregamentos de solos, decorrentes de formas inadequadas de ocupação, frequentemente observados na região identificada pelo número 4.
d) ao processo de devastação dos Cerrados em função da expansão de cultivos mecanizados de grãos para exportação, verificados na região identificada pelo número 3.
e) ao processo de “arenização”, decorrente do uso inadequado dos solos para pastagens, típicos das áreas identificadas pelos números 2 e 6.

(FATEC) Analise o mapa a seguir.


A zona sombreada no mapa representa a área típica de ocorrência de uma vegetação do país. Essa vegetação corresponde

a) aos Cerrados.
b) à Mata Atlântica.
c) à Floresta Temperada.
d) à Mata das Araucárias.
e) às Pradarias ou Pampas.

(UNIOESTE) Conforme levantamento divulgado pelo INPE-Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais, entre agosto de 2008 e julho de 2009 foram devastados 7.464 km² de vegetação na área correspondente à Amazônia Legal.

Fonte: www.inpe.br/noticias/noticia.php?Cod_Noticia=2175; acesso em 23/06/2010.

Tomando como referência a informação apresentada, assinale a alternativa INCORRETA.

a) A delimitação territorial da Amazônia Legal é utilizada pelo governo brasileiro para integrar as políticas de desenvolvimento na região.
b) Persistindo essa intensidade de desmatamento na Amazônia, nas próximas décadas haverá considerável alteração dos ciclos de absorção e evaporação das águas, mudando o regime das chuvas na região e tornando o clima mais seco.
c) A ocupação e o consequente aumento do desflorestamento na Amazônia se intensificaram a partir da década de 1970, quando os governos militares brasileiros incentivaram a migração e a elaboração de grandes projetos (agropecuários, de exploração mineral, entre outros) com o objetivo de ocupar a fronteira norte do país enquanto doutrina de segurança nacional.
d) O governo brasileiro concebeu, na década de 1990, o SIVAM – Sistema de Vigilância da Amazônia, com o propósito de constituir uma rede de coleta e processamento de informações sobre o uso do solo na Amazônia Legal, constituindo-se em um sistema de fiscalização sobre questões relacionadas ao desflorestamento, ao narcotráfico, às terras indígenas, entre outras possibilidades.
e) Com o objetivo de viabilizar o povoamento no norte do país, o governo militar construiu, na década de 1970, a rodovia Transamazônica. Esta constitui-se no principal eixo rodoviário asfaltado da região em condições de garantir o escoamento da produção agropecuária, apesar de incentivar o  desmatamento no seu entorno.

(UECE)

                                   Toca Tocantins

                                   Tuas águas para o mar
                                   Os meios não são os fins
                                   Por que vão te matar?
                                  
                                   Por que te transformar
                                   Em águas assassinas
                                   E nelas afogar a vida?
                                   Os versos acima apresentados exprimem

Toca Tocantins - Composição: Nilson Chaves e Jamil Damous

a) a condição de rio de fronteira, por onde pistoleiros de aluguel conseguem escapar após resolverem, à bala, conflitos pela posse da terra no Pará.
b) a devastação da biodiversidade da Amazônia, sem nenhum respeito com as práticas conservacionistas e a riqueza da cultura local.
c) a concentração de indústrias químicas às margens do rio Tocantins, essenciais para a produção de adubos e fertilizantes necessários ao Centro-Oeste.
d) as disputas entre o Estado do Pará e Tocantins pelas riquezas naturais das regiões em suas margens, ricas em ouro e solos agricultáveis.

(UFPR) O território brasileiro possui diversos biomas, entre os quais destacam-se a Floresta Amazônica, o Cerrado e a Mata Atlântica. Sobre esses biomas, é correto afirmar:

a) O cerrado, que se localiza na região central do Brasil, tem como característica formar-se em solos pobres e arenosos e, em consequência, é pouco ameaçado pela expansão agrícola.
b) A Floresta Amazônica, formação localizada notadamente no norte do Brasil, tende a desaparecer nas próximas décadas, haja vista que o desmatamento e as queimadas têm seus índices elevados ano a ano, evidenciando a ausência de políticas públicas voltadas à conservação daquela floresta.
c) A Mata Atlântica, formação que se estendia desde o litoral nordestino ao Rio Grande Sul, onde se localiza boa parte dos maiores centros brasileiros, foi o bioma mais desmatado do país, motivo pelo qual seus remanescentes foram transformados em unidades de conservação, o que lhe garante a maior extensão em áreas preservadas do Brasil.
d) Uma característica comum entre esses três biomas é que todos apresentam elevada biodiversidade e presença de espécies endêmicas, evidenciando que todos precisam ser igualmente preservados.
e) No Norte do Brasil, a urbanização excessiva das cidades tem como consequência o desmatamento e as queimadas, comprometendo a conservação da floresta, fato que frequentemente ganha grande dimensão na imprensa.

(UECE) A derrubada em grande escala da caatinga provoca, entre outros efeitos,

a) o aumento da absorção de matérias orgânicas pelo solo.
b) o aumento dos processos de desertificação.
c) o aumento das chuvas durante o ano.
d) o aumento exagerado da evapotranspiração.

(UFAL) As restingas são feições de relevo observadas em diversos locais do planeta, independentemente, inclusive, da latitude. No Estado de Alagoas, muitas restingas são observadas. São relevos ditos “azonais”. O que pode ser dito a respeito das restingas?

1) As restingas são falhas geológicas que se observam em áreas costeiras que foram preenchidas por sedimentos fluviais; um exemplo típico é a lagoa do Mundaú.
2) As restingas são formações sedimentares arenosas costeiras, de origem recente, na escala geológica do tempo, que às vezes assumem a forma de planícies e barras.
3) As restingas constituem ecossistemas costeiros determinados, sobretudo, pelas características dos solos e pela influência marinha; são ambientes ecologicamente frágeis.
4) A vegetação estabelecida sobre as restingas deve ser preservada, pois se constitui num impedimento para que os ventos remobilizem dunas comumente existentes sobre elas.
5) As restingas são formas de relevo resultantes de dobramentos ocorridos nos terrenos sedimentares em áreas costeiras e que receberam fortes alterações humanas.

Estão corretas:

a) 1 e 2 apenas
b) 2 e 5 apenas
c) 1, 2 e 3 apenas
d) 2, 3 e 4 apenas
e) 1 , 2, 3, 4 e 5.

(UFRN) A biodiversidade do Planeta vem sendo ameaçada por problemas que afetam o funcionamento da Sociedade, da Natureza e da Economia. Nesse contexto, o aproveitamento da Amazônia passou a ser discutido, levando-se em consideração diferentes perspectivas de exploração.
Considerando a perspectiva econômica, por que a exploração sustentável do ecossistema florestal da Amazônia é considerada mais competitiva do que a exploração pela agropecuária?

Resposta:

Do ponto de vista econômico, a exploração sustentável do ecossistema florestal da Amazônia é mais competitiva do que a agropecuária por conservar a sua biodiversidade, visto que possui um valioso estoque genético que interessa tanto aos pesquisadores como às corporações farmacêuticas e alimentares dos países ricos, que enxergam nele a possibilidade de imensos lucros futuros. Isso ocorre porque novos e eficazes componentes para fabricação de remédios e para a produção de sementes alimentares de alto valor proteico podem estar disseminados entre as espécies que lá existem.
Nesse sentido, a exploração desse ecossistema para o desenvolvimento da agropecuária torna- se menos competitiva que o uso sustentável, porque implica desmatamento, que deixa os solos expostos à erosão pluvial, e queimadas para a formação de pastagens, reduzindo a sua biodiversidade e promovendo a extinção de algumas espécies animais e vegetais.

(UEPB) Observe o mapa que representa os Domínios Morfoclimáticos Brasileiros


Analise as afirmações a seguir e identifique a alternativa correta

I - O número 1 refere-se à floresta amazônica, área de abrangência de clima equatorial, que conta com um terço do número de espécies do planeta e uma rica biodiversidade.
II - O número 2 refere-se à área de cerrado, onde predomina o clima tropical e apresenta uma vegetação formada por dois estratos: um superior formado por uma vegetação composta de arbustos
e pequenas árvores retorcidas e um segundo por gramíneas.
III - O número 4 refere-se à caatinga, área de predominância de clima semiárido, com temperaturas elevadas, chuvas moderadas e uma vegetação resistente à seca do tipo xerófita.
IV - O número 6 refere-se à mata dos cocais, onde predomina o babaçu e a carnaúba, e se constitui uma mata de transição entre os biomas da caatinga e a floresta amazônica e o cerrado.

Estão corretas

a) Apenas as proposições I e III
bApenas as proposições I, II e III
c) Apenas as proposições I e V
d) Apenas as proposições II e IV
e) Todas as proposições


(UEPB)

Herdeiro da Pampa Pobre (Vaine Darde)

Mas que pampa é essa que eu recebo agora
Com a missão de cultivar raízes
Se dessa pampa que me fala a história
Não me deixaram nem sequer matizes?
Passam às mãos da minha geração
Heranças feitas de fortunas rotas
Campos desertos que não geram pão
Onde a ganância anda de rédeas soltas
Se for preciso, eu volto a ser caudilho
Por essa pampa que ficou pra trás
Porque eu quero deixar pro meu filho
A pampa pobre que herdei do pai.

A composição que fez sucesso com os Engenheiros do Hawaii adverte para os problemas ambientais. Identifique entre as proposições a alternativa que se relaciona corretamente com a composição apresentada.

a) O complexo do pantanal, um verdadeiro santuário ecológico na maior planície alagada do Brasil, hoje se encontra ameaçado pelo avanço da agropecuária, pelo turismo desordenado e a caça e a pesca predatórias.
b) O cerrado do Centro-Oeste, o segundo maior bioma brasileiro, cuja vegetação de savana tem sido destruída com a introdução da monocultura intensiva de grãos,da pecuária extensiva e a mineração que polui seus rios torna esse bioma um dos mais ameaçados do planeta e é classificado como um hotspot por merecer atenção especial
c) A caatinga, o único bioma exclusivamente brasileiro, de solos rasos e chuvas escassas sujeito a processo de desertificação que é agravado com a devastação da vegetação para a produção de carvão e lenha e pelo pisoteio do gado, que foi introduzido em sistema ultraextensivo desde o século XVII.
d) A mata dos pinhais típica dos planaltos ondulados do Sul do Brasil, a mais explorada economicamente do país, contribuiu para a completa alteração de sua paisagem pelo desmatamento intenso para a fabricação de móveis, papel e celulose. O pouco que resta dessa vegetação
encontra-se em áreas de conservação ambiental.
eAs pradarias mistas do sul do Brasil, de terras férteis, clima ameno e pastagens naturais, viabilizaram a ocupação desde o período colonial da pecuária extensiva e a partir do século XIX, com a vinda dos imigrantes, da monocultura de grãos, cuja ocupação acelerada e emprego de técnicas inadequadas têm levado ao processo de desertificação em algumas áreas.

(FGVSP) De acordo com dados do INPE (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais), o desmatamento na
Amazônia tem apresentado tendência de queda desde 2004, atingindo, em 2009, o menor índice dos últimos 20 anos, como mostra o gráfico abaixo.


Vários fatores podem ajudar a explicar essa queda nesse período, EXCETO:

a) Aumento da fiscalização e repressão a madeireiras clandestinas, grileiros e pecuaristas em situação irregular, com auxílio de Sistema Geográfico de Informações.
b) Maior restrição ao crédito e punição a proprietários que infringiram leis ambientais, o que tem sido objeto de polêmica na reforma do Código Florestal brasileiro.
c) Entre 2008 e 2009, a queda pode ser atribuída também à crise financeira internacional que diminuiu as encomendas de exportação de carne e soja.
d) Supervalorização da cana-de-açúcar e dos biocombustíveis que redirecionou as forças produtivas para outras regiões.
e) Divulgação de listas dos maiores devastadores e formas irregulares de produção, de modo a desestimular a compra de soja e carne de áreas recentemente desmatadas e irregulares.

(PUCSP) Observe a imagem:


Este é o logotipo do site do Programa Mata Ciliar do governo do Estado do Paraná. Define-se essa formação vegetal e sua importância no desenvolvimento de políticas ambientais como

a) a cobertura vegetal que fica nas áreas elevadas entre dois rios (no divisor de águas) e que deve ser preservada para impedir o desmoronamento das vertentes, o que arrastaria material e assorearia o leito dos rios.
b) a formação vegetal exclusiva das margens das grandes represas artificiais, à semelhança dos cílios em torno dos olhos, e sua função é garantir que as águas das represas sofram índices menores de evaporação.
c) a cobertura vegetal que chega até as margens dos rios em apenas alguns pontos, e que deve ser preservada como meio para impedir que a fauna terrestre tenha livre acesso a toda a zona ribeirinha.
d) a formação nas margens dos rios, lagos, represas e nascentes, e tem como algumas de suas virtudes ambientais a contenção da erosão nas margens dos corpos d'água e a manutenção de uma importante fonte de biodiversidade.
e) a formação vegetal rasteira, como pequenos cílios, que se forma nas margens dos rios em zonas semi-áridas, e que deve ser preservada para garantir ao leito do rio uma estabilidade nas vertentes do seu leito.

(PUCSP)

Leia com atenção:

E a Amazônia?

Bertha K. Becker: Porque é uma fronteira: do povoamento no Brasil, da economia-mundo e, sobretudo, porque constitui o novo. A fronteira é um espaço não plenamente estruturado, potencialmente gerador de realidades novas (...).
E nos últimos 50 anos muitas novas realidades têm sido geradas na Amazônia.

Trecho de entrevista da geógrafa Bertha K. Becker à Revista Ciência Hoje. Rio de Janeiro: SBPC, outubro de 2010. Vol. 46, p. 64

Sobre as novas realidades que foram geradas na Amazônia é correto afirmar que

a) houve predomínio de ações preservacionistas (criando parques e estações ecológicas, por exemplo) que protegeram (e protegem) muito bem as formações vegetais da região.
b) os investimentos em produção pecuária foram bem sucedidos, do ponto de vista produtivo e do ambiental, e fizeram da região o maior centro produtor de carne bovina do mundo.
c) as várias ações visando explorar o potencial de recursos naturais da região foram empreendidas, apesar de o potencial mineral imaginado não ter sido confirmado.
d) houve um conjunto de ações visando a povoar grande parte da Amazônia e essa foi uma política de grande êxito no período citado.
e) as ações que a Amazônia sofreu nessas últimas décadas foram diversas e complexas e várias delas geraram fortes conflitos de terra e, também ambientais.

(UNICAMP) Segundo a base de dados internacional sobre desastres, da Universidade Católica de Louvain, Bélgica, entre 2000 e 2007, mais de 1,5 milhão de pessoas foram afetadas por algum tipo de desastre natural no Brasil. Os dados também mostram que, no mesmo período, ocorreram no país cerca de 36 grandes episódios de desastres naturais, com prejuízo econômico estimado em mais de US$ 2,5 bilhões.

(Adaptado de C.Q.T. Maffra e M. Mazzola, “Vulnerabilidade Ambiental: Desastres Naturais ou Fenômenos Induzidos?”. In: Vulnerabilidade Ambiental. Brasília: Ministério do Meio Ambiente, 2007, p. 10.

É possível considerar que, no território nacional,

a) os desastres naturais estão associados diretamente a episódios de origem tectônica.
b) apenas a ação climática é o fator que justifica a marcante ocorrência dos desastres naturais.
c) a concentração das chuvas e os processos tectônicos associados são responsáveis pelos desastres naturais.
d) os desastres estão associados a fenômenos climáticos potencializados pela ação antrópica.

(UNICAMP) O mapa abaixo destaca a área de ocorrência dos Pampas, no Brasil. Além de apresentarem solos susceptíveis à erosão, os Pampas se caracterizam


a) pela vegetação arbórea, em área de clima temperado, sujeita a processos de voçorocamento decorrente da eliminação da cobertura vegetal.
b) pela vegetação arbórea, em área de clima subtropical, sujeita a processos de arenização decorrente da eliminação da cobertura vegetal.
c) pela vegetação de gramíneas, em área de clima subtropical, sujeita a processos de arenização decorrente da eliminação da cobertura vegetal.
d) pela vegetação de gramíneas, em área de clima temperado, sujeita a processos de voçorocamento decorrente da eliminação da cobertura vegetal.

(UFRJ) Cerca de 95% do mercado nacional de gesso é abastecido pelos depósitos de gipsita existentes na Bacia do Araripe, no Sertão Nordestino. No Brasil, o processo de produção de gesso consome grande quantidade de energia proveniente da queima da lenha e do carvão vegetal, extraído do bioma Caatinga.

a) Apresente uma característica da Caatinga que a diferencia das demais formações vegetais brasileiras.

b) Aponte uma consequência ambiental do desmatamento da Caatinga.

Resposta

a) Dentre as características da Caatinga que a diferenciam das demais formações vegetais brasileiras destacam-se: vegetação caducifólia, sistema radicular extenso para compensar a falta de água do subsolo, presença significativa de xerófilas e suculentas, por exemplo, cactáceas.

b) Dentre as consequências ambientais resultantes do desmatamento da Caatinga temos: a perda da biodiversidade, o processo de desertificação, o aumento da erosão (aumento do risco de enchentes no período chuvoso).

(FUVEST) Conforme proposta do geógrafo Aziz Ab’Saber, existem, no Brasil, seis domínios morfoclimáticos.

Assinale a alternativa correta sobre o Domínio Morfoclimático das Araucárias.

a) A urbanização e a exploração madeireira pelas indústrias da construção civil e do setor moveleiro tiveram papel central na redução de sua vegetação original.
b) O manejo sustentável permitiu a expansão de parreirais em associação com a mata de araucária remanescente, na faixa litorânea.
c) As araucárias recobriam as planícies da Campanha Gaúcha no sul do país, tendo sido dizimadas para dar lugar à avicultura e à ovinocultura.
d) A prática da silvicultura possibilitou a expansão desse domínio morfoclimático para a porção oeste do Planalto Ocidental Paulista.
e) A expansão do processo de arenização no sul do país provocou a devastação da cobertura original de araucária.

(UFPA) Na região Amazônia travam-se conflitos pela apropriação e uso dos recursos naturais. Eles se tornam intensos a partir da década de 1970 e 1980, quando os grandes projetos de exploração e beneficiamento mineral, metalúrgico, energético e agropecuário se estabelecem nesta parte do território nacional. Desde então, o capital nacional e internacional, o Estado, grupos e movimentos sociais organizados disputam a apropriação e o uso do subsolo, do solo, da água, dos bens da floresta, entre outros recursos. Sobre a atuação das organizações e dos movimentos sociais nessa região é correto afirmar:

a) Desde a década de 1970, a Comissão Pastoral da Terra (CPT) representa os interesses de trabalhadores rurais, posseiros e peões, visto que, naquele período, as lideranças populares no campo e na cidade eram alvo da repressão política. A regularização fundiária é a sua principal reivindicação e foi somente conquistada a partir do programa Amazônia Terra Legal do Governo Federal.
b) O Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB) é um dos movimentos sociais críticos à matriz energética implantada na Amazônia, que constrói complexos hidrelétricos para atender as demandas dos grandes projetos de exploração e beneficiamento mineral, tais como Albrás/Alunorte. Sua principal reivindicação é a utilização de recursos renováveis como a biomassa da floresta.
c) O Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra( MST) desde 1990 atua no Sudeste do Para, quando dirige as primeiras ocupações. Dentre suas reivindicações está a reforma agrária de mercado, pela qual o Movimento pressiona o Estado para que haja desapropriação e indenização das terras improdutivas e para que sejam vendidas a preços de mercado para os trabalhadores rurais.
d) A Aliança dos Povos da Floresta é um movimento social que congrega povos indígenas, seringueiros, ribeirinhos, camponeses, em suma, todos os que têm nos recursos da floresta seu principal sustento. Esse movimento nasce como resposta à implantação de grandes projetos de exploração mineral e madereira, e de beneficiamento energético, agropecuário e rodoviário, que ameaçam a reprodução da floresta, de seus recursos e povos.
e) As organizações e os movimentos sociais que atuam na Amazônia agrupam-se em torno de duas grandes matrizes: a desenvolvimentista e a ambientalista. A primeira propõe o nacional desenvolvimentismo, impulsionado por grandes obras de infraestrutura que está representado no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). A segunda defende o desenvolvimento economicamente viável, ambientalmente sustentável e socialmente justo.

(U. E. SANTA CRUZ)


Com base nos conhecimentos sobre a vegetação do ecossistema destacado no mapa, identifique as afirmativas verdadeiras.

I. Estendia-se, em épocas anteriores, do litoral do Ceará às fronteiras do Brasil com o Uruguai.
II. Corresponde a uma floresta ombrófila, densa e perene.
III. É considerado um dos ecossistemas mais complexos do planeta e corresponde à Mata Atlântica.
IV. Constitui-se o único ecossistema brasileiro que é, atualmente, protegido pela legislação ambiental.
V. Sofreu grande degradação, ao longo da história do país, graças à expansão urbana e à mineração de urânio e manganês.

A alternativa que indica todas as afirmativas verdadeiras é a

a) III, IV, V
b) II, III, IV
c) I, II, IV
d) II, III
e) I, IV

(UFBA)


Os domínios morfoclimáticos constituem grandes combinações na associação entre os diversos elementos da paisagem, mas com uma maior influência no relevo e no clima, gerando uma certa uniformidade em escala regional.

Com base nas ilustrações e nos conhecimentos sobre os domínios morfoclimáticos brasileiros, identifique

a) o domínio que está localizado latitudinalmente, abaixo do trópico de Capricórnio, destacando dois dos seus aspectos geográficos:

— domínio:
— aspectos geográficos:

b) o domínio morfoclimático, marcado pelas maiores amplitudes térmicas anuais, que recobre extensas superfícies planálticas, citando duas de suas características:

— domínio:
— características:

c) os dois tipos de formações vegetais que originalmente fazem a transição do domínio Ipara o domínio II.

Resposta:

a) Domínio da Araucária (II).

— florestas Aciculifoliadas;
— chuvas bem distribuídas ao longo do ano;
— clima do tipo subtropical;
— existência de solos do tipo arenítico-basáltico (terra roxa);
— rios de planalto (encachoeirados) com grande aproveitamento hidrelétrico.

b) Domínio da Araucária (II). Mesmas características que as descritas na questão a.

c) O dois tipos de formações vegetais que fazem originalmente a transição dos domínios morfoclimáticos de I para II são

— os cerrados;
— a floresta latifoliada tropical.



VESTIBULAR 2010

(FUVEST)  Leia os textos jornalísticos a seguir.

Texto 1: “O respeito às unidades de conservação e às terras indígenas já demarcadas – que juntas correspondem a cerca de 37% da Amazônia Legal – garantiria a permanência da floresta e impediria a transformação da mata em savana.”

O Estado de S. Paulo, 16/06/2009. Adaptado.

Texto 2: “O atual modo de desenvolvimento da Amazônia está muito longe do desejável. É preciso incentivar as populações florestais a conduzirem atividades de desenvolvimento sustentável, remunerando, por exemplo, os serviços voltados ao ecossistema prestados pelos habitantes da floresta.”

Le Monde, 16/06/2009. Adaptado.

a) Indique duas diferenças entre as estratégias propostas nesses textos para a solução dos atuais problemas socioambientais da região amazônica.
b) Considerando que a Amazônia Legal abrange cerca de 60% do território brasileiro, calcule a porcentagem ocupada em nosso país pelas unidades de conservação e terras indígenas já demarcadas.
c) Por que a preservação da Amazônia Legal não é suficiente para garantir a manutenção da biodiversidade no Brasil?

Resolução:

A região Norte é a mais extensa do país e na proporção em que foi sendo estudada e pesquisada revelou-se muito rica em recursos naturais. Essa riqueza acaba despertando a cobiça de segmentos privados como mineradoras, madeireiras, laboratórios farmacêuticos entre outros, interessados na exploração comercial da biodiversidade amazônica.

a) Podemos indicar como diferenças entre as estratégias possíveis de ser adotadas para solucionar problemas socioambientais da Amazônia, propostas nos textos jornalísticos:

Texto 1 – proposta de uma política preservacionista que pretende a intocabilidade dos recursos com isolamento do espaço geográfico em relação aos interesses do capital. Essa proposta tem o pressuposto da forte participação do Estado nacional no manejo, fiscalização e manutenção das áreas, bem como uma estrutura de propriedade comunal da terra.

Texto 2 – propõe uma política conservacionista, pois aborda o tema da sustentabilidade com base em atividades extrativistas que protege os interesses do trabalho, e defende a sobrevivência dos povos da floresta enfatizando a propriedade privada como forma de acesso a terra.

b) A Amazônia Legal corresponde a 60% do território brasileiro e as unidades de conservação e terras indígenas já demarcadas correspondem juntas a 37% da Amazônia Legal, totalizando 22,2% do território brasileiro.

c) O Brasil é um país de grande extensão territorial e possui variada biodiversidade. A Amazônia Legal é uma de suas expressões. Seria necessária uma política estratégica que contemplasse a manutenção do Cerrado, da Caatinga, das Pradarias, Complexos como o Pantanal e os mangues, a Floresta Tropical e de Araucária, além de áreas de transição como a Mata dos Cocais, por exemplo.  

(UFAC) Pedro comprou 100 hectares de terra na zona rural de um município do Estado do Acre, com o objetivo de residir e cultivar no local. Parte de suas terras está representada na figura a seguir:


Com relação à utilização das áreas I e II das terras de Pedro, pode-se dizer:

a) As áreas I e II não apresentam nenhuma restrição quanto ao uso.
b) A área I apresenta áreas de preservação permanente (APPs), mas pode ser utilizada para pastagem.
c) O cultivo é indicado para a área II, porém, deve-se lembrar que a mata ciliar deve ser preservada, por se tratar de uma Área de Preservação Permanente.
d) Pedro pode retirar a mata ciliar das áreas I e II e cultivar às margens do rio, pois nestas áreas a fertilidade do solo é maior.
e) A melhor área para Pedro cultivar e fazer a sua casa é a área I, já que não há nenhum risco de erosão e, ou, impedimento legal.

(MACKENZIE)

Savana Brasileira



De acordo com os seus conhecimentos e as definições do Profº Aziz Ab’Saber, assinale a alternativa correta relativa ao domínio morfoclimático ilustrado.

a) Planaltos arenito-basálticos; clima semiárido e ocorrência de uma vegetação rasteira com predomínio de arbustos de baixo porte. Índices pluviométricos ínfimos durante todo o ano, apresentando duas estações bem definidas. Vegetação com dois extratos, arbustivo e arbóreo, definindo solo pobre, no horizonte A.
b) Relevo característico de planaltos e serras do Atlântico Leste-Sudeste, ou de escarpas que separam os planaltos das planícies litorâneas. Clima tropical úmido. Topografia de morros arredondados, modelados pelo intemperismo e pela erosão em estruturas cristalinas, devido às constantes chuvas locais.
c) Relevo tipicamente de planalto, com leves ondulações conhecidas de maneira popular como “coxilhas”, recobertas por uma vegetação herbácea conhecida como campos (árvores com folhas grossas e espinhosas).
d) Conhecido também como Domínio Tropical de chapadões florestados. O relevo é o grande elemento da paisagem. Sua vegetação original, floresta tropical, praticamente desapareceu. Com predomínio de epífitas e bromélias em toda a sua extensão, apresenta níveis pluviométricos bem distribuídos durante todo o ano.
e) Este domínio, que ocorre, principalmente, na região Centro-Oeste, também ocupa parte das regiões Norte, Nordeste e Sudeste. Caracterizado pelo clima tropical, possui solos pouco férteis, devido à sua acidez. Sua vegetação apresenta arbustos, com galhos retorcidos e raízes profundas. Possui uma estação seca e outra úmida.

(UFRGS)
O sistema de alerta baseado em satélites do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) detectou 498 Km2 de desmatamentos na Amazônia Legal por corte raso ou degradação progressiva, em agosto de 2009. Desse total, 301 Kmforam registrados no Pará.
A cada quinzena, os dados são enviados ao IBAMA, responsável pela fiscalização das áreas. O sistema indica tanto áreas de corte raso – quando os satélites detectam a completa retirada da floresta nativa – quanto áreas classificadas como degradação progressiva, que revelam o processo de desmatamento na região.

Adaptado de: www.inpe.br.

Considere as seguintes afirmações sobre o processo de exploração econômica da Amazônia e a questão ambiental.

I – A derrubada da floresta contribui para o aumento da precipitação na região amazônica.
II – A derrubada da floresta contribui para o avanço e a consolidação da caantiga.
III – A exploração econômica atual compromete a sustentabilidade da Floresta Amazônica.

Quais estão corretas?                                                
                                                                                          
a) Apenas I. 
b) Apenas II. 
c) Apenas III. 
d) Apenas II e III. 
e) I, II e III. 

(PUCRJ) O extrativismo da madeira no Brasil representa cerca de 4% do PIB nacional, concentrado principalmente no sul da Bahia, no Paraná e na Amazônia. De acordo com o Código Florestal Brasileiro, as florestas da Amazônia só podem ser exploradas através de planos de manejo, um conjunto de técnicas que permite colher as árvores de grande porte protegendo as árvores menores que serão extraídas futuramente.

O cartograma a seguir representa o fluxo de comercialização das madeiras amazônicas.

Description: pucrj2010.1_grupo3-2310_geo_03.gif

a) A partir das informações apresentadas no cartograma, indique e justifique o destino principal da madeira amazônica.
b) Apresente uma vantagem do uso de madeira proveniente de manejo florestal para a atividade industrial.

Resolução:

a) A extração de madeira em toras da Amazônia é destinada basicamente ao mercado interno, notadamente para o Sul e Sudeste onde se concentram o mercado consumidor com maior poder aquisitivo e as principais industrias moveleiras, em São Paulo e no Paraná.   

b) O manejo florestal a partir do corte seletivo de espécies de valor comercial revela-se uma prática sustentável garantindo o ciclo de reprodução natural das espécies.  

(UEL) Observe a imagem a seguir:

(Disponível em: . Acesso em: 5 jul. 2009.)

A imagem apresenta vegetação típica do cerrado brasileiro e, ao fundo, uma das formações características de seu relevo. Com base nessa informação, assinale a alternativa correta.
a) O domínio do cerrado corresponde em geral ao clima semiárido e à vegetação assemelhada à do deserto africano, e sua ocorrência corresponde ao planalto meridional com seus típicos “mares de morros”.
b) No domínio do cerrado geralmente predominam estações úmidas prolongadas (5 a 7 meses) e vegetação assemelhada à das estepes africanas, e sua ocorrência corresponde ao planalto das guianas com suas típicas “cuestas”.
c) No domínio do cerrado geralmente predomina o clima semiúmido com presença de vegetação semelhante à da savana africana, e sua ocorrência corresponde ao planalto central com suas típicas “chapadas” “chapadões”.
d) O domínio do cerrado em geral é associado com irregularidades de massas de ar, com predomínio da vegetação semelhante à dos cocais africanos, e sua ocorrência corresponde ao planalto brasileiro com seus típicos “tabuleiros”.
e) O domínio do cerrado corresponde em geral à região de convergência dos alísios, com vegetação rasteira assemelhada à das pradarias africanas, e sua ocorrência corresponde ao planalto atlântico com suas típicas “coxilhas”.

(UFT)

Os Cerrados arbóreos têm a fisionomia característica marcada pelas árvores e arbustos, lembrando regiões semi áridas, não há escassez de água nos cerrados, mesmo nas estações mais secas. Os cerrados brasileiros, em contraste com as savanas africanas, são úmidos, apesar da sazonalidade da umidade. (Ross, 1995)

Ainda sobre as características do Cerrado analise as assertativas abaixo

I. As estações chuvosas e secas são bem marcadas, e as precipitações anuais estão acima de 1000 mm.
II. As espécies de plantas arbóreas estão adaptadas para retirar água de grandes profundidades do solo, com raízes que atingem mais de 15 m.
III. A água não é limitante para o desenvolvimento arbóreo.
IV. A sazonalidade climática expressa-se claramente na estrutura e no funcionamento dos cerrados, que apresentam diferentes fenofases dos grupos de espécies que neles se desenvolvem.
V. De acordo com as diferentes condições geológicas, geomorfológicas e climáticas, os solos dos cerrados variam em textura, estrutura, perfil e profundidade.

São verdadeiras as assertativas

a) II, III e IV
b) II, III e V
c) I, II, III e V
d) I, II, III e IV
e) I, II, III, IV e V

(UNESP) Analise as afirmações sobre os recursos naturais brasileiros e os biomas que os agregam.

I. Na Amazônia, a expansão agrícola e a presença de assentamentos, a partir das margens de novas rodovias, não colaboram com a degradação da floresta.
II. O estudo da biodiversidade dos biomas brasileiros pode gerar riqueza e crescimento econômico na forma de novos medicamentos e novas fontes de biocombustível.
III. O cerrado, desde que corretamente manejado, é ideal para o cultivo da soja e para a criação de gado e por apresentar espécies arbóreas, arbustivas e herbáceas, frequentemente devastadas por queimadas, é considerado como um bioma pouco expressivo em biodiversidade.
IV. Os desmatamentos e as queimadas da Floresta Amazônica transformam os solos férteis, ricos em húmus, em solos frágeis e pobres em nutrientes, tornando-os inadequados à agricultura.
V. A conservação de áreas com vegetação nativa ajuda a purificar e manter os cursos d’água, restaurando o solo e diminuindo o impacto das mudanças climáticas.

(Edward O. Wilson. Veja, Edição Especial 40 anos, Setembro/2008. Adaptado.)

Estão corretas apenas as afirmações

a) I, II e III.
b) III, IV e V.
c) II, IV e V.
d) I, II e IV.
e) II, III e V.

(UNICAMP) A evapotranspiração constitui a fonte de umidade atmosférica a partir da movimentação de água através do ciclo hidrológico. Nas áreas continentais os máximos de evaporação ocorrem nas regiões equatoriais.

(Adaptado de Kenitiro Suguio e João J. Bigarella, Ambientes Fluviais. Florianópolis, Editora da UFSC, 1990, p.5.)

a) Quais fatores determinam a maior evapotranspiração nas regiões equatoriais do globo?
b) Quais os processos que compõem a evapotranspiração?

Resolução

a)

Nas áreas continentais, os máximos de evaporação ocorrem nas regiões equatoriais em conseqüência da alta radiação solar (áreas mais quentes), da importante cobertura de floresta e da grande disponibilidade de água.

b)

Os processos associados à evapotranspiração são a perda de água do solo e de corpos hídricos por evaporação, e a perda de água das plantas por transpiração.

(ACAFE) Milton Santos, geógrafo renomado, arguido sobre qual geografia ensinar, apontou como ponto de partida uma geografia do presente, o que significa “saber o que o mundo é e como ele se define e funciona, de modo a reconhecer o lugar de cada país no conjunto de cada planeta e o de cada pessoa no conjunto da sociedade humana”.

Nesse sentido, analise o texto a seguir.

“Mata Atlântica: é o bioma que foi mais inten-samente alterado pela ação humana desde o descobrimento. Sobre ele está concentrada a maior parte da população brasileira e de suas atividades produtivas, agrícolas e industriais. O bioma se estende desde o litoral do Rio Grande do Norte até o litoral do Rio Grande do Sul, sendo importante principalmente na região Su-deste. Com 1.110.182 km2, é o terceiro maior bioma em extensão e ocupa 13,04% do território nacional. Dele restam 27% da vegetação origi-nal (21,8% de floresta e 3,8% de não-floresta) e as áreas antropizadas correspondem a 71%”.

Fonte: Atlas da Questão Agrária Brasileira, acessado em 01/09/2009.

A atualidade do bioma citado fica mais bem entendida quando se conhece o processo de sua ocupação. O papel do cidadão é entender a forma como o espaço geográfico está organiza-do e nele atuar de forma crítica.
Assim, sobre esta cobertura vegetal é correto afirmar, exceto:
a) A exploração do pau-brasil, o plantio da cana-de-açúcar, do café, a industrialização e a expansão urbana foram, ao longo da história do Brasil, ações que contribuíram significativamen-te para a destruição da Mata Atlântica.
b) A devastação da cobertura vegetal, as formas de extrativismo, a expansão urbana e a agricultura têm contribuído consideravelmente para a dizimação da mata Atlântica, com perda significativa da sua biodiversidade.
c) A Mata Atlântica presta importante serviço ambiental de proteção aos solos e encostas, regulação climática, além da proteção dos ma-nanciais de água potável que se destina a um grande número de brasileiros.
d) A continuidade dos processos hidrológicos responsáveis pela quantidade e qualidade da água potável para grande parte da população brasileira independe da preservação da Mata Atlântica.

(UFMG) Analise este fluxograma:


CAPOBIANCO, João Paulo Ribeiro (Coord.). Biodiversidade na
Amazônia Brasileira: Avaliação e ações prioritárias para conservação,
uso sustentável e repartição de benefíciosSão Paulo: Estação
Liberdade, Instituto Socioambiental, 2001. p. 181.

A partir da análise desse fluxograma e considerando-se outros conhecimentos sobre o assunto, é INCORRETO afirmar que
a) a inflamabilidade da floresta decorre de ações humanas associadas, direta ou indiretamente, a causas naturais.
b) a redução da cobertura florestal, ao comprometer a evapotranspiração, pode, a longo prazo, acarretar redução das chuvas.
c) o aumento do número e da intensidade das queimadas na Amazônia pode tornar-se, num ciclo vicioso, um processo de retroalimentação.
d) o fenômeno El Niño tem relação direta, mas favorável, com a redução das queimadas na Amazônia brasileira.

(UFRGS) Observe a figura a seguir, usada em recentes manifestações ambientalistas.


Essa imagem expressa uma crítica
a) ao aumento de exportação de carne e madeira para a China. 
b) à transformação de florestas em pastagens. 
c) aos investimentos norte-americanos na megassivilcultura no Brasil. 
d) ao binômio criação de gado e florestas cultivadas. 
e) às restrições impostas pela fome na África.