Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Crise dos alimentos: Entenda os desafios para alimentar a população mundial.



Neste começo de 2011, os preços dos gêneros alimentícios atingiram o pico pela segunda vez em menos de quatro anos. Na outra crise, entre 2007 e 2008, milhares de pessoas atravessaram a linha que separa a pobreza da miséria.
A crise dos alimentos é fruto do desequilíbrio na relação econômica entre oferta e procura. Há uma redução na oferta de produtos e uma maior procura, o que encarece as mercadorias.
Os principais fatores que geraram este desequilíbrio, do lado da demanda, são:
--Crescimento da população mundial, que hoje é de 6,9 bilhões.
--Aumento do consumo de alimentos em países em desenvolvimento.
--Elevação do preço do barril de petróleo, que estimulou os investimentos em biocombustíveis a base de grãos.

E, no lado da oferta:
--Limites de recursos naturais (terra e água).
--Mudanças climáticas provocadas pelo aquecimento global.

Como consequência, a crise dos alimentos provocou:
--A queda de 44 milhões de pessoas abaixo do limite da pobreza (US$ 1,25 dólar por dia).
--Protestos no Oriente Médio e Norte da África, que já derrubaram dois ditadores.

Por isso, as potências mundiais discutem soluções como pacotes de estímulo à agricultura e implementação tecnológica.

Escândalo dos grampos: Imprensa britânica vira alvo de investigação.



O caso dos grampos telefônicos envolvendo jornalistas ingleses provocou o fechamento de um dos tabloides mais tradicionais da Grã-Bretanha. E ainda, uma discussão sobre os limites da imprensa, o monopólio dos meios de comunicação e a relação entre jornalismo e política.
O escândalo é o pior da imprensa britânica deste século. Ele se transformou numa crise política de maiores proporções que atingiu o primeiro-ministro David Cameron e a famosa polícia londrina, a Scotland Yard.
Até agora, as investigações levaram ao afastamento de dois chefes de polícia e à prisão de dez pessoas. Entre os detidos estão repórteres e executivos da empresa responsável pela publicação do jornal.
Estima-se que 4 mil pessoas tenham tido os telefones celulares interceptados por jornalistas e detetives. O objetivo dos acusados era obter informações exclusivas para a publicação de reportagens. Atores, políticos, jogadores de futebol e apresentadores de TV estão entre as vítimas que tiveram a privacidade invadida.
O News of the World era o jornal dominical mais vendido na Grã-Bretanha. Devido às denúncias, ele deixou de circular em 10 de julho, quando foi publicada a última edição. O tabloide existia há 168 anos e tinha uma tiragem de 2,8 milhões de exemplares.
As manchetes sensacionalistas envolvendo celebridades eram a marca registrada da publicação. A estratégia é cada vez mais comum entre os jornais impressos, para aumentar as vendas e competir com os meios eletrônicos.
Desde 2005 havia suspeitas de que funcionários do News of the World estariam usando meios ilegais para conseguir informações privilegiadas. Na época, o jornal publicou matéria sobre um ferimento no joelho do príncipe William que era desconhecido do público.
Em janeiro de 2007, a Justiça condenou o jornalista Clive Goodman e o detetive particular Glenn Mulcaire a, respectivamente, quatro e seis meses de prisão. Eles teriam feito escutas ilegais em celulares de empregados da família Real. A investigação, entretanto, concluiu que foi um fato isolado, não uma prática corriqueira no jornal.
Os grampos eram feitos de uma forma simples. Os telefones celulares na Grã-Bretanha eram vendidos com uma senha de quatro dígitos, como “1234” ou “0000”, para acesso à caixa postal. A senha deveria ser trocada pelos consumidores após a compra, mas poucos faziam isso. Repórteres ou detetives ligavam para o número da pessoa que, caso não respondesse, caía na caixa postal. Assim, era possível usar a senha padrão para acessar o conteúdo com as mensagens.

Império midiático
Uma segunda investigação foi aberta em janeiro deste ano pela Scotland Yard, motivada por novas denúncias. Em abril, a direção do News of the World admitiu a prática publicamente, após a prisão de dois repórteres.
O escândalo, porém, se tornou maior quando o jornal The Guardian revelou novos detalhes dos crimes. Em março de 2002, o desaparecimento de Milly Dowler, uma adolescente de 13 anos, comoveu o país. O corpo da jovem foi descoberto meses depois. Mas, enquanto estava desaparecida, teve a caixa postal do aparelho celular invadida, fazendo a polícia acreditar que ela ainda estava viva.
O jornal também teria feito escuta em telefones de familiares de soldados britânicos mortos no Afeganistão e de parentes de vítimas dos atentados ao metrô londrino em 2005. Outro alvo pode ter sido a família do brasileiro Jean Charles de Menezes, morto por engano pela polícia no mesmo ano.
O News of the Word pertencia ao magnata da mídia Rupert Murdoch, dono do conglomerado de comunicações News Corporation International, um dos maiores do mundo. O empresário australiano é proprietário de outros veículos importantes na Grã-Bretanha, como o The Sun, o The Times, o The Sunday Times e a rede de TV BSkyB.
Em julho, as denúncias levaram à demissão de dois executivos do grupo, Les Hinton e Rebekah Brooks. Considerada o braço-direito de Murdoch, Brooks foi editora-chefe do jornal no período em que ocorreram as escutas ilegais. Ela chegou a ser presa e liberada sob fiança.
O empresário pediu desculpas pelos erros do jornal em depoimento no Parlamento britânico. Na ocasião, ele foi questionado pelos crimes cometidos por seus funcionários no tabloide.
Até o primeiro-ministro David Cameron teve que dar explicações. Ele tinha contratado como porta-voz Andy Coulson, um dos editores do News of the World na época dos grampos. Coulson renunciou ao cargo no início do ano e vai responder a processos.
Nem mesmo a cúpula da Scotland Yard escapou. O diretor Paul Stephenson e o vice, John Yates, pediram demissão depois de serem envolvidos no caso. Há suspeita de que policiais eram subornados para passar informações sobre casos apurados pelo jornal e de que a primeira investigação tenha sido encerrada prematuramente.
Na esteira do escândalo, um dos maiores no meio jornalístico europeu, já se discutem medidas para evitar o abuso dos tabloides. Uma delas seria criar barreiras jurídicas para impedir a concentração de veículos nas mãos de um único proprietário, como acontece com Rupert Murdoch.
Outra diz respeito a instaurar uma agência reguladora para a imprensa escrita, como já existe para os meios eletrônicos (TV e rádios). De qualquer forma, a apuração de crimes cometidos por quem deveria denunciá-los deve mudar o panorama da tradicional imprensa britânica.

Dívida americana: Estados Unidos afastam risco de calote.



O Senado americano aprovou em 2 de agosto a elevação do teto da dívida pública. Evitou, assim, um calote histórico da maior economia do planeta, que poderia causar outra crise econômica como a de 2008.
Nos últimos anos, os gastos militares com as guerras do Iraque e do Afeganistão, juntamente com os efeitos da crise, fizeram com que o país atingisse um limite de endividamento (US$ 14,3 trilhões). Dessa forma, o país não teria mais como emitir títulos da dívida pública para arcar com seus compromissos e nem saldar todas as suas dívidas. No caso de um calote, seria afetada tanto a economia interna como a de outros países, credores da dívida americana.
Para evitar isso, foram apresentados projetos no Congresso. Mas os partidos Democrata e Republicano não chegavam a um acordo sobre temas como corte nas despesas e aumento de impostos. O impasse afetou o mercado financeiro e arranhou a imagem do país no exterior. A aprovação de uma proposta bipartidária ocorreu no prazo final estipulado pelo governo.

Reformas em Cuba: Pacote deve permitir compra de casa própria e viagens ao exterior.



Casa própria, carro e viagens ao exterior fazem parte do sonho de consumo de trabalhadores de todo o mundo. Em Cuba, desde a revolução socialista de 1959, bens e turismo eram restritos ou inacessíveis à população. Agora, um conjunto de medidas anunciadas pelo governo deve mudar o cotidiano dos cubanos.
As reformas econômicas em Cuba são as primeiras em mais de meio século de socialismo. Elas não significam, entretanto, uma abertura política e econômica do mesmo tipo realizado na antiga União Soviética, em 1991.
As propostas do Partido Comunista, que governa a ilha, foram aprovadas pela Assembleia Nacional no dia 1º. de agosto. O objetivo das Diretrizes da Política Econômica e Social do Partido e da Revolução é estimular a economia do país, afetada pela crise de 2008.
O plano possui 313 itens que tiveram o aval do presidente Raúl Castro em abril, no congresso partidário. Raúl substituiu o irmão, Fidel Castro, no cargo. Fidel foi afastado em fevereiro de 2008 depois de 49 anos no poder, por causa de problemas de saúde.
As medidas devem reduzir a interferência do Estado na economia – um dos pilares do socialismo – e estimular a iniciativa privada.
Elas incluem um “enxugamento” na máquina estatal, com a demissão de mais de um milhão de funcionários públicos e o corte gradual de subsídios, como alimentos e energia elétrica. Atualmente, 85% do contingente de trabalhadores estão na folha de pagamento do governo cubano.
O Estado, que hoje controla quase que totalmente a economia do país, também deve diminuir a participação em áreas como agricultura, transporte, construção civil e comércio, abrindo espaço para empresas. A previsão é de que as medidas sejam implantadas no prazo de cinco anos.

Viagens
As primeiras intervenções na economia já foram feitas no sistema de câmbio. Cuba possui duas moedas: o peso, com o qual são pagos os salários dos cubanos, e o peso conversível, usado principalmente por estrangeiros.
O peso conversível foi criado em 1994 e atrelado ao dólar até 2005. Em abril, o governo desvalorizou em 8% a moeda, que retornou à taxa original. Dessa forma, ficará mais barato viajar a Cuba, reaquecendo o turismo.
As mudanças mais emblemáticas, porém, devem afetar a vida do cidadão comum. Pela primeira vez, será permitido ao cubano comercializar imóveis e carros. Em Cuba, a propriedade privada, base do capitalismo, foi abolida pela revolução. Tudo pertence ao Estado. As famílias vivem por gerações na mesma casa: quando uma pessoa se casa, vai morar com a família do noivo ou da noiva. Somente é permitida a troca de imóveis, não a comercialização, fato que alimenta um comércio paralelo.
Também devem ser facilitadas as viagens ao exterior, que hoje dependem de uma difícil e burocrática aprovação do governo. O custo de tirar um passaporte e pagar as despesas de todo o processo é proibitivo para um trabalhador comum. Além disso, opositores do regime têm as autorizações para deixar o país sistematicamente negadas. É o caso do dissidente Guillermo Fariñas e da blogueira Yoani Sanchéz, que não puderam viajar para receber prêmios internacionais.

Socialismo
A Revolução Cubana depôs em 1º. de janeiro de 1959 o ditador Fulgencio Batista, que ocupava o cargo de presidente há 25 anos com o apoio dos Estados Unidos. No auge da Guerra Fria, nos anos 1960, a ilha passou a sofrer embargos do governo americano.
A situação econômica de Cuba começou a se deteriorar no começo dos anos 1990 com o fim da União Soviética, principal parceiro comercial. Nos anos seguintes, houve uma melhora, graças a intercâmbios com a China e a Venezuela.
Cuba é o único Estado socialista da América Latina, e um dos poucos que restam no mundo, ao lado da China e da Coreia do Norte. O país possui 11,4 milhões de habitantes e ocupa a 51ª posição no IDH (Índice de Desenvolvimento Humano), que mede o grau de desenvolvimento dos países (à frente do Brasil, por exemplo, que está em 73º lugar).
Os serviços cubanos são conhecidos pela qualidade nas áreas de saúde e educação (a taxa de analfabetismo é quase zero). Por outro lado, a população sofre com a perseguição política, a falta de direitos civis e a censura.

Protestos no Chile: Onda de manifestações estudantis sacode o país



O governo chileno enfrenta a maior onda de protestos estudantis desde o fim do regime militar (1973-1990). Iniciadas em 6 de junho, as manifestações causaram conflitos que provocaram a morte de um estudante de 16 anos, no dia 26 de agosto, e uma greve geral de dois dias que paralisou o país.
Os jovens reivindicam reformas no sistema educacional, com melhorias na qualidade do ensino e acesso a universidades públicas. No Chile, os alunos precisam pagar os estudos em universidades públicas, e as particulares são de péssima qualidade.
O país é uma das economias mais prósperas da América Latina. Apesar disso, a má distribuição de renda e a deficiência no ensino geram insatisfação junto aos chilenos. O terremoto do ano passado trouxe mais problemas ao povo.
Sem conseguir um acordo com os estudantes, que têm apoio da população, o governo do conservador Sebastián Piñera vive uma crise política. Os índices de popularidade do governo são os mais baixos desde a redemocratização do país em 1990.

Fome na África: Na Somália, problema atinge quase metade da população.



A situação é mais grave na Somália, onde 29 mil crianças morreram nos últimos três meses – uma média de 300 por dia – e 640 mil estão subnutridas, podendo morrer nos próximos meses. Cerca de 3,2 milhões de somalianos (quase metade da população) dependem de doações de alimentos para sobreviver.
A ONU (Organização das Nações Unidas) decretou crise de fome no país em 20 de julho. O estado de emergência é declarado quando a fome atinge 20% das famílias e o índice de subnutrição ultrapassa 30% da população infantil. Na região de Bay, uma das seis em estado crítico na Somália, a taxa de desnutrição entre crianças é de 58%, a mais alta no país.
Desde os anos 1980, foi a primeira vez que a ONU declarou crise de fome no continente africano. Todos os dias, centenas de pessoas partem de suas cidades em direção a acampamentos improvisados na capital, Mogadíscio, e nos arredores. As barracas já abrigam 400 mil somalianos.
Campos de refugiados mantidos pela ONU como o de Dadaab, na fronteira com o Quênia, tornaram-se refúgio para os exilados. O campo foi criado em 1991 para receber refugiados da guerra civil da Somália e hoje é o maior do mundo, com 440 mil pessoas. Desde o começo do ano, recebeu mais 170 mil refugiados por conta da fome, e o número aumenta a cada dia.
A estiagem no Chifre da África é a mais severa dos últimos 60 anos. A seca prejudicou a produção de alimentos, reduzida a um quarto do necessário para alimentar a população. Estudos apontam que o aquecimento global teria agravado o período de seca, comum nessa região africana.
Entretanto, as condições climáticas não são responsáveis pelas mortes na Somália. Organização política, técnicas de irrigação e doações poderiam ter evitado a tragédia. A guerra civil, em curso no país há duas décadas, impediu que tais medidas fossem adotadas a tempo.

Sem governo
A Somália não possui governo desde 1991, quando o regime de Siad Barre foi derrubado por milícias armadas, dando início a uma guerra civil. Um governo provisório foi instaurado em 2004, mas não foi reconhecido pelas milícias e nem pela própria população. O país é considerado um dos mais pobres e violentos de todo o mundo.
Dois anos depois, o grupo islâmico Al Shabab, filiado à Al Qaeda, passou a controlar a região sul, hoje a mais atingida pela fome. Os guerrilheiros impedem que os somalianos recebam mantimentos de agências, como a Cruz Vermelha Internacional, e que saiam de suas cidades de origem. A guerra também destruiu a infraestrutura do país, dificultando o acesso às áreas mais críticas.
Além dos conflitos, questões políticas impediram a chegada de parte das doações aos refugiados. O governo dos Estados Unidos, maior fonte de financiamento de agências humanitárias, teme que verbas sejam desviadas para facções islâmicas que mantém relações com a Al Qaeda.
O governo brasileiro anunciou o envio de quase 72,5 mil toneladas de alimentos à Somália, Etiópia e Quênia. O Brasil está entre os dez maiores doadores de fundos para os países africanos assolados pela fome.

A COR DA MORTE Maioria dos indivíduos assassinados são homens, adolescentes ou jovens e negros, revela estudo.



Os registros de homicídios, no Brasil, fornecem poucos dados sobre as vítimas, além de sexo, idade e estado civil. Só a partir de 1996, por exemplo, a identificação da cor da pele passou a ser obrigatória nas declarações de óbito. Embora os dados nacionais ainda apresentem imprecisões, já são suficientes para comprovar que a grande maioria dos indivíduos que têm sua vida interrompida por assassinatos são os homens, adolescentes e jovens adultos (em especial entre os 14 e os 30 anos) e, entre eles, principalmente os negros – grupo que, segundo critérios censitários, inclui ‘pardos’ e ‘pretos’.
Apresentamos aqui um estudo estatístico e criminológico sobre as vítimas de homicídio no Brasil. Os resultados demonstram a existência de relações entre gênero, idade, estado civil e cor da pele, por um lado, e vitimização, por outro – relações que se repetem todos os anos e em quase todos os estados. A falta de dados mais precisos impossibilitou o estudo sistemático dessas relações no país durante muitas décadas, mas agora é possível saber que a morte tem cor. Essa suspeita já existia, mas antes não havia como demonstrá-la, porque a cor estava morta em muitas estatísticas brasileiras. A morte da cor tinha tonalidades verde e amarela, em uma espécie de fundamentalismo patriótico que negava a discriminação racial e seus efeitos.
O Brasil acolheu, de longa data, o mito de que somos uma democracia racial e de que a cor da pele não faz diferença. Faz. O escravagismo brasileiro foi descrito como benevolente: não o foi. Com freqüência, usamos o contraste com a desigualdade racial nos Estados Unidos, onde é mais profunda, para isentar sociedade e governo brasileiros de qualquer responsabilidade. Não a assumimos. Parte da esquerda endossou esse mito, insistindo em reduzir tudo à influência das classes: as distinções entre as ‘raças’ (termo utilizado aqui apenas como sinônimo de ‘cor da pele’, sem qualquer outra conotação) seriam redutíveis a diferenças de classe. Não o são.
Nos registros de vítimas de homicídios organizados pelo Ministério da Saúde, a partir de dados das declarações de óbito, o quesito referente à cor só começou a ser preenchido, em todo o Brasil, a partir de 1996. Os dados estatísticos ainda são de baixa qualidade, mas permitem algumas conclusões, apesar do alto percentual de mortos com ‘raça ignorada’ ou ‘sem informação’, que tende a melhorar: passou de 15% do total de homicídios em 1996 a 8% em 2000.
Por isso, descobrir qual o efeito da raça sobre a probabilidade de vitimização por homicídio é, em si, uma história de detetive, pois o percentual de óbitos com ‘raça ignorada’ ou ‘sem informação’ varia muito de estado para estado. No entanto, há um padrão espacial que se repete ano após ano: o percentual de vítimas com ‘raça desconhecida’ ou ‘ignorada’ é alto nos mesmos estados.
A qualidade da informação sobre raças também varia bastante entre os estados – como nas diferenças quantitativas no registro da cor da pele da vítima. Dentro de cada estado, a falta de qualidade dos dados concentra-se em alguns municípios, e estes são sempre os mesmos. Essas situações sugerem descaso e/ou incompetência no nível municipal e descaso, incompetência e falta de controle no nível estadual. A solução para essas imprecisões, portanto, está nas esferas estadual e municipal, e seria o maior controle de preenchimento das declarações de óbito e a junção das informações coletadas pelas secretarias de saúde e de segurança. Os ministérios da Saúde e da Justiça tentam padronizar as informações, mas o progresso tem sido lento.
A raça voltou à agenda política em função das pressões do Movimento Negro e da agenda progressista de alguns partidos políticos e grupos sociais. Esse retorno também derivou, secundariamente, das necessidades das pesquisas: sem dados era impossível pesquisar e conhecer. A elite simbólica pressionou para que a raça fosse levada a sério na coleta de dados. Mas ninguém sabia exatamente o quanto custava ser negro. Estamos começando a saber e é muito pior do que se pensava.

Gláucio Ary Dillon Soares
Instituto Universitário de Pesquisas do Rio de Janeiro
e Centro de Estudos de Segurança e Cidadania,
Universidade Cândido Mendes

A URBANIZAÇÃO NO BRASIL VESTIBULAR 2011 e 2010


VESTIBULAR 2011

(UFF)

Reconhecido há tempos, dentro e fora do Brasil, como manifestação artística legítima e pública, o grafite vem sendo visto também como um elemento relevante do espaço urbano, pois nele realiza sucessivas intervenções.

Jornal do Brasil, 26/02/2010.

Com base nessa ideia e no foco da matéria jornalística, é correto afirmar que atualmente o grafite
a) estimula e aprofunda o desemprego entre a população jovem urbana.
b) potencializa e provoca a revolta de grupos sociais oprimidos.
c) renova e estetiza diversos trechos da paisagem urbana.
d) fortalece e antecipa o aspecto marginal das pichações.
e) abandona e contesta valores estéticos externos à cultura nacional.

(UNIOESTE) Sobre a rede urbana brasileira, assinale a alternativa INCORRETA.

a) O sudeste brasileiro pode ser caracterizado como uma rede urbana complexa, pelo seu alto grau de urbanização e pela sua economia diversificada, fortemente industrial e de serviços.
b) A configuração das redes urbanas regionais é definida geralmente pelo fator histórico e pelas atividades econômicas praticadas. Tem-se como exemplos alguns centros regionais e metrópoles nordestinas que se desenvolveram como portos exportadores de produtos agrícolas para o mercado internacional.
c) São Paulo e Rio de Janeiro se caracterizam como as maiores metrópoles brasileiras por concentrar sedes de empresas transnacionais e intensa dinâmica de fluxos informacionais.
d) Abaixo das metrópoles, no nível hierárquico que define a rede urbana brasileira, estão os centros regionais que concentram centros universitários, grande rede de hospitais, médicos e dentistas especializados, retransmissoras de televisão e shopping centers. Tem-se como exemplos Londrina e
Ribeirão Preto.
e) O desenvolvimento mais recente da rede urbana brasileira esteve orientado pelo crescimento de sua malha ferroviária, que, a partir de 1960, foi a infra-estrutura de transportes que mais se destacou no território nacional.

(UNIR) Os mapas apresentam o número de cidades médias (entre 100.000 e 500.000 habitantes) no território brasileiro em 1970 e nos dias atuais.

(Revista VEJA, 01/09/2010. Adaptado.)

Com base nos mapas e nos seus conhecimentos, assinale a afirmativa correta.

a) O número de cidades médias da região Norte do país manteve-se inalterado desde 1970, resultado das políticas de conservação ambiental e da rigorosa fiscalização das instituições responsáveis.
b) A partir de 1970 aumentou o número de cidades médias, o que indica que a riqueza, antes concentrada nos grandes centros urbanos, vem sendo distribuída também nas médias aglomerações.
c) A região Nordeste, considerada a mais pobre do país, apresenta hoje poucas cidades médias, resultado do elevado contingente migratório em direção ao Centro-Sul.
d) O aumento do número de cidades médias pós década de 70 do século XX deve-se principalmente à política de incentivos fiscais para a instalação das multinacionais nas metrópoles nacionais, aumentando a demanda por mão-de-obra especializada.
e) O aumento de cidades médias da região Centro-Oeste resulta das políticas de transferência de renda do governo federal, entre elas a bolsa escola, além de investimentos maciços em ciência e tecnologia com a criação de tecnopolos.

(UFPA) À medida que a urbanização se intensifica, o modo de viver e de consumir de cada grupo ou classe social gera repercussões na forma de apropriação do espaço urbano. Sobre essas repercussões é correto afirmar que:

a) as contradições urbanas fizeram surgir, sobretudo nos grandes aglomerados, uma cidade formal e outra informal que pouco se diferenciam na organização espacial. Porém a precariedade do saneamento básico é um dos itens que as tornam diferentes.
b) o aumento da procura por espaços para habitação, em áreas de proteção ambiental, pelas populações pobres em cidades de países periféricos, gera a disseminação de ocupações irregulares com a intensa degradação desse meio ambiente.
c) o mercado imobiliário atual, ao transformar a ocupação domiciliar em um produto, uma mercadoria, beneficia tanto as classes economicamente privilegiadas como as menos favorecidas, através do acesso às áreas de melhor localização que, geralmente, são dotadas de serviços de esgotos e água potável.
d) em um ambiente urbano ecologicamente equilibrado, tanto as populações pobres como as economicamente privilegiadas vivenciam acesso a moradia de qualidade, o uso sustentável de seus recursos naturais e a redução da poluição a níveis considerados aceitáveis.
e) as desigualdades espaciais que ocorrem nas cidades denunciam que as populações pobres têm sido submetidas a processos de segregação voluntária, uma vez que são induzidas a deslocamentos para áreas nobres, tendo como consequência a proliferação de doenças endêmicas.

 (MACK) A distribuição desigual de equipamentos públicos e serviços essenciais no espaço urbano cria áreas privilegiadas e áreas de escassez desses recursos. Nesta última situação, verifica-se, para o território, a condição de pobreza. A reportagem “Metrópole para poucos” é farta em exemplos paulistanos, como o bairro do Tatuapé no primeiro caso e o bairro do Jardim Pantanal no segundo. O professor Milton Santos enfatiza que pessoas dotadas de condições físicas, intelectuais e até salariais equivalentes não dispõem das mesmas possibilidades, caso vivam em diferentes pontos do território. Moradores de áreas privilegiadas pela distribuição de equipamentos de saúde, de educação, de cultura, etc. têm suas potencialidades sociais e econômicas aumentadas, uma vez que têm o acesso facilitado a esses serviços. Já aqueles que vivem em áreas de escassez ou inexistência de tais recursos tendem a se empobrecer a cada dia, à medida que necessitam de mais recursos próprios para usufruir tais serviços. Tais dificuldades comprometem ainda mais sua condição social e sua formação cultural.

A partir do texto e observando o mapa, considere as afirmações I, II, III e IV.

I. O problema apresentado no texto é comum em cidades industrializadas como Rio de Janeiro e Porto Alegre, mas também pode ser verificável em outras cidades brasileiras, como Fortaleza e Santos, com menores índices de industrialização.
II. O traçado e a abrangência das linhas de metrô em São Paulo não confirmam as desigualdades apontadas no texto.
III. Os casos de homicídios dolosos afetam muito mais a população das áreas mais ricas, mais vulnerável aos assaltos, principal causa desse tipo de violência.
IV. As desigualdades da relação centro-periferia podem ser observadas tanto na distribuição espacial dos equipamentos urbanos quanto nas representações de fenômenos sociais, como no caso da violência.

Assinale a alternativa que contenha apenas afirmativas corretas.
a) I e II
b) II e III
c) II e IV
d) I e IV
e) I e III

(UEPB) Escreva ou (Falso ou Verdadeiro) para as proposições que tratam de realidades concretas vivenciadas no espaço urbano brasileiro pela população de baixa renda.

(      ) As favelas, que muitas vezes são vistas por milhares de brasileiros apenas como lugar da desordem social, agregam milhares de trabalhadores que disponibilizam sua força de trabalho a serviço do desenvolvimento econômico do país.Esses trabalhadores não tem acesso a outro lugar no solo urbano, nem condições de usufruir das benesses do mundo moderno.
(      ) A segregação residencial é consequência de um espaço mercadoria, cujos valores de uso e troca definem as formas de apropriação e de luta pelo direito de morar na cidade.
(      ) O espaço urbano de uma grande cidade como São Paulo é hoje a soma de várias cidades que apresentam realidades diversas sem articulação entre si.
(      ) A falta de empregos nas grandes cidades brasileiras inclui na paisagem mendigos que moram embaixo de viadutos (sem teto), pedem esmolas ao lado de crianças além de subempregados e
crianças que disputam espaços nos semáforos para venderem
bugigangas na busca da sobrevivência.
(      ) A violência em toda sua dimensão não é problema apenas das grandes metrópoles; nas cidades de menor porte ela também se faz presente. Vem deixando sua marca registrada em muitas escolas brasileiras.

A alternativa que apresenta a sequência correta é:

aV V F V V
b) V V V F V
c) F F F V V
d) V F V F V
e) F V F V V

(UERJ)  Na imagem, visualiza-se a região da Baixada Santista, com as diversas cidades que compõem esse espaço do litoral paulista.


A análise da imagem permite reconhecer a ocorrência do seguinte processo socioespacial comum em cidades de áreas metropolitanas:

a) favelização 
b) conurbação 
c) gentrificação 
d) verticalização 

(UFAL) As afirmativas a seguir abordam alguns aspectos do tema Urbanização no Brasil.Analise-as atentamente.

1) Para analisar o crescimento das cidades no Brasil, é importante destacar a população total, a população caracterizada como urbana, o índice de urbanização no ano em que foi realizado o censo e as taxas de crescimento dessa urbanização.
2) A grande cidade no Brasil se torna o lugar de todos os capitais e de todos os trabalhos, isto é, o teatro de numerosas atividades marginais do ponto de vista tecnológico, organizacional, financeiro, previdenciário e fiscal.
3) A urbanização no Brasil deve ser entendida como um processo que resulta da transferência de pessoas do campo para a cidade, isto é, o crescimento da população urbana em face do êxodo rural.
4) Entre os fatores repulsivos que contribuíram sensivelmente para a aceleração do êxodo rural no Brasil, estão a concentração de terras, a mecanização da lavoura e a falta de apoio governamental mais efetivo ao homem do campo.
5) A rede urbana no Brasil é formada pelo sistema de cidades, interligadas umas às outras através dos sistemas de transportes e de comunicações, pelos quais fluem pessoas, mercadorias e informações.

Estão corretas apenas:

a) 1 e 4 apenas
b) 3 e 5 apenas
c) 1, 2 e 3 apenas
d) 2, e 5 apenas
e) 1, 2, 3, 4 e 5

(UNESP) A construção de Brasília durante o governo Juscelino Kubitschek (1956-1961) teve, entre suas motivações oficiais,

a) afastar de São Paulo a sede do governo federal, impedindo que a elite cafeicultora continuasse a controlá-lo.
b) estimular a ocupação do interior do país, evitando a concentração das atividades econômicas em áreas litorâneas.
c) deslocar o funcionalismo público do Rio de Janeiro, permitindo que a cidade tivesse mais espaços para acolher os turistas.
d) tornar a nova capital um importante centro fabril, reunindo a futura indústria de base do Brasil.
e) reordenar o aparato militar brasileiro, expandindo suas áreas de atuação até as fronteiras dos países vizinhos.

(UFRJ)

As cidades clamam por transporte público.”
Jornal do Brasil
“Vende-se uma laje na favela.”

http://i68.photobucket.com/albums/i27/rslonik/asnovidades1/020113830-EX00.jpg

As favelas do Rio de Janeiro estão sendo verticalizadas por falta de espaço para aumentar a área habitada. A venda da laje está custando até 30 mil reais pelo direito de construir e usar a parte superior da casa.
Blog “as novidades”, acessado em 05/10/2010

Relacione as duas manchetes.

Resposta

O déficit de transporte público nas grandes cidades favorece a concentração da população de baixa renda em áreas favelizadas, mais próximas dos locais de trabalho, levando à valorização e ao adensamento dessas áreas.


(FUVEST) O processo de formação de cidades brasileiras esteve associado, entre outras situações, à existência de aldeamento indígena, estação de saúde, arraial de mineração, capela, forte, assentamento de imigrantes, rota de tropeiros ou, ainda, à construção de cidades planejadas.

Fonte: Atlas Histórico Escolar, FAE/MEC, 1996. Adaptado.

Com base no mapa e em seus conhecimentos:

a) Preencha, no quadro presente na folha de respostas, a legenda correta para o mapa acima.

b) Identifique e explique duas razões para a construção de Brasília, capital do país, que é uma cidade planejada.

Resolução:


b) Dentre as razões, podemos destacar: estimular a ocupação e a integração econômica e humana do interior do país; diminuir a vulnerabilidade a agressões externas da capital, deslocando-a do litoral para o interior; colaborar para uma maior integração do território nacional, localizando o centro político do país numa área mais central (interland) e afastar o centro de decisão política da pressão dos grandes aglomerados populacionais.

(FUVEST)

A metrópole se transforma num ritmo intenso. A mudança mais evidente refere-se ao deslocamento de indústrias da cidade de São Paulo [para outras cidades paulistas ou outros estados], uma tendência que presenciamos no processo produtivo – como condição de competitividade – que obriga as empresas a se modernizarem.
A. F. A. Carlos, São Paulo: do capital industrial ao capital financeiro, 2004. Adaptado.

Com base no texto acima e em seus conhecimentos, considere as afirmações:

I. Um dos fatores que explica o deslocamento de indústrias da capital paulista é o seu trânsito congestionado, que aumenta o tempo e os custos da circulação de mercadorias.
II. O deslocamento de indústrias da capital paulista tem acarretado transformações no mercado de trabalho, como a diminuição relativa do emprego industrial na cidade.
III. O deslocamento de indústrias da cidade de São Paulo decorre, entre outros fatores, do alto grau de organização e da forte atuação dos sindicatos de trabalhadores nessa cidade.

Está correto o que se afirma em

a) I, apenas.
b) I e II, apenas.
c) I e III, apenas.
d) II e III, apenas.
e) I, II e III.

(ESPM) Considere o texto e a tabela para responder a questão.

São Paulo tem um dos trânsitos mais desgastantes do mundo, diz pesquisa

As condições de trânsito de São Paulo colocam a cidade entre aquelas que mais desgastam a população, de acordo com os resultados de uma pesquisa da IBM que estimou os prejuízos emocionais e econômicos provocados pelo tráfego ruim em 20 grandes centros urbanos do mundo.

(UOL - 01/07/10)



É correto afirmar que:

a) As cidades de países do Primeiro Mundo apresentam os maiores estresses de trânsito, e São Paulo já é uma delas.
b) Cidades que apresentam a mesma carência de São Paulo em metrô, como Moscou e México, explicam o cenário exposto.
c) O rodoviarismo explica a situação, pois as cidades em questão abandonaram o sistema ferroviário, agravando as condições de trânsito.
d) As cidades que apresentam as piores situações encontram-se em países emergentes e, com exceção de Moscou, apresentam déficit de transporte público.
d) As denominadas “cidades globais” são aquelas que apresentam a situação de maior desgaste com o trânsito.


VESTIBULAR 2010

(UFRGS)


 A  evolução da população urbana e rural do Brasil mostrada no gráfico pode ser explicada pela

a) A mecanização da agricultura e a migração campo-cidade. 
b) mecanização da agricultura e a reforma agrária. 
c) migração campo-cidade e a reforma agrária. 
d) migração campo-cidade e a crise do petróleo. 
e) mecanização da agricultura e a crise do petróleo. 

(UFAM) Na grande cidade, há cidadãos de diversas ordens ou classes, desde o que, farto de recursos, pode utilizar a metrópole toda, até o que, por falta de meios, somente utiliza parcialmente, como se fosse uma pequena cidade, uma cidade local. Dessa forma, a rede urbana e o sistema de cidades também têm significados diversos, segundo a posição financeira do indivíduo. Há, num extremo, os que
podem utilizar todos os recursos ali presentes. Em outro, há os pobres de recursos, que são prisioneiros
do lugar, isto é, dos preços, da carência local. Para estes a rede urbana é uma realidade pertencente a
um sonho insatisfeito. Por isso são cidadãos diminuídos incompletos.

Adaptação extraída de SANTOS, Milton. Espaço do cidadão (1987).

No estudo das cidades, qual das alternativas a seguir melhor espelha os aspectos mencionados no Texto.

a) As regiões sul e sudeste receberam esmagadora quantidade de migrantes, cuja mão de obra qualificada contribuiu para o desenvolvimento e descentralização das condições de infra-estrutura urbana.
b) A modernização da indústria proporcionou a concentração de pessoas nas grandes cidades, facilitando as condições de moradia e qualidade de vida nos núcleos urbanos.
c) O espaço urbano é amplamente dominado por agentes hegemônicos, que direcionam investimentos para seus interesses, organizando o tráfego de veículos particulares, informação e energia. Relegam assim, investimentos sociais, excluindo os pobres da modernização.
d) A rede urbana das cidades brasileiras propicia transformações no espaço, possibilitando às políticas públicas atender aos requisitos de cidadania e inclusão das classes menos privilegiadas.
e) A partir da década de 70, a infra-estrutura de transportes e comunicação foi se expandindo pelo país, favorecendo as condições de urbanização para excluídos sociais.

(CESGRANRIO)
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Considerando o gráfico acima e o contexto social, político e econômico e suas repercussões na organização do espaço brasileiro, a partir de 1950, analise as afirmações a seguir.

I – As transformações ocorridas na estrutura urbana brasileira foram resultado de um rápido crescimento da industrialização que caracterizou o país na segunda metade do século XX.
II – Os problemas decorrentes da urbanização tendem a se agravar de acordo com a previsão do gráfico, e se tornam urgentes políticas de planejamento urbano e investimentos em infraestrutura urbana.
III – A tendência, no caso brasileiro, é de que essa previsão não se realize, já que os investimentos e o financiamento de melhorias na área rural têm sido ação comum nos últimos governos.
IV – A estimativa apresentada não considerou o retorno de grande parte da população urbana para o campo, em virtude de problemas decorrentes da urbanização, tais como violência e desemprego.

Estão corretas APENAS as afirmações
a) I e II. 
b) I e IV. 
c) II e III. 
d) II e IV. 
e) III e IV. 

(UFF)

UM LUGAR COMUM, O EUFEMISMO E A FAVELA

     Uma valorização do eufemismo parece importante na dinâmica das relações sociais. Seu emprego permitiria, em parte, contornar o valor negativo que certas expressões espelham. O eufemismo, no entanto, não afronta o estigma. Seu uso indica uma relação de cortesia, necessária, no curso das trocas sociais que se passam com aqueles que não podem se desfazer de suas marcas.
     Observamos que este uso é generalizado entre diferentes grupos sociais – a mesma preocupação pode levar a substituir o termo comunidade por outro equivalente, comomorro ou bairro. Sabemos todos que nas trocas sociais o mais importante é o sentido que se elabora no interior das suas dinâmicas. O esforço continuado para não ferir as pessoas que acompanham as trocas sociais correntes motiva o uso do termo comunidade em muitos momentos, inclusive por aqueles diretamente concernidos – as pessoas que moram em favelas –, quando se referem a seus locais de moradia. Empregado pela mídia, pelo governo, pelas associações locais, pelas ONGs, o termo comunidade muitas vezes explicita a dificuldade dessa operação de levar em conta o que pensam os que se veem nomeados de uma forma negativa.
     Se este uso eufemístico é recorrente, vale observar que, em muitas circunstâncias, do
ponto de vista dos moradores, o que é mais reivindicado é a não identificação, ou seja,
preferencialmente, a anulação de qualquer referência à identidade territorial em trocas sociais
diversas.
     O termo “comunidade” em seus usos eufemísticos não é capaz de impedir a associação
da pessoa com os traços negativos provenientes dessa identificação; somente indica a suspensão
destes pelo uso momentâneo de aspas que podem ser retiradas quando for preciso.

BIRMAN, Patrícia. Favela é comunidade? In SILVA, L.A.(org.) Vida sob cerco. Violência e rotina nas favelas do Rio de Janeiro. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 2008, pp.106-7. Adaptação.

Do Texto VIII, destaca-se o seguinte trecho:

“Observamos que este uso (do eufemismo) é generalizado entre diferentes grupos sociais – a mesma
preocupação pode levar a substituir o termo comunidade por outro equivalente, como morro ou bairro”. (linhas 6-8)

A substituição apontada no trecho acima pode ser encontrada em letras de algumas canções, como no
exemplo abaixo.

Endereço dos Bailes

“(...)
Ê ê ê ê! Se liga que eu quero ver
O endereço dos bailes eu vou falar pra você
É que de sexta a domingo na Rocinha o morro
enche de gatinha
Que vem pro baile curtir
Ouvindo charme, rap, melody ou montagem,
É funk em cima, é funk embaixo,
Que eu não sei pra onde ir

(...)
Tem outro baile que a galera toda treme
É lá no baile do Leme lá no Morro do Chapéu
Tem na Tijuca um baile que é sem bagunça
A galera fica maluca lá no Morro do Borel
(...)”

MC Júnior e MC Leonardo

Essa associação entre favela e morro pode ser explicada pela combinação dos seguintes aspectos:
a) auto-segregação / interferência do planejamento estatal.
b) segregação social / especificidade do sítio urbano.
c) periferização / espaço urbano como mercadoria.
d) metropolização / busca pela legalização da posse.
e) verticalização / política demográfica natalista.

(FUVEST)  Durante muito tempo, a população da então Vila de São Paulo foi pouco expressiva. Seu crescimento foi, contudo, extremamente rápido durante o século XX. Esse processo pode ser verificado na tabela a seguir.




Município de São Paulo – evolução da população (1872 – 2000)

Ano
População
Crescimento (%)
1872
31.385
-
1900
239.820
664,12
1920
579.033
141,44
1940
1,326.261
129,04
1960
3.781.446
185,12
1970
5.924.615
56,67
1980
8.493.226
43,35
1991
9.646.185
13,57
2000
10.405.867
7,87

Fonte: Atlas SEADE da Economia Paulista, 2007. Adaptado.

Considerando os dados apresentados e seus conhecimentos,

a) cite e analise duas causas que contribuíram para o crescimento da população, no município de São Paulo, no período de 1940 a 1970.
b) cite e explique uma das causas responsáveis pela desaceleração do crescimento populacional, no município de São Paulo, a partir de 1980.

Resolução:

a) A cidade de São Paulo passa por vertiginoso crescimento populacional a partir do processo de industrialização, que, muito embora iniciado em fins do século XIX, vai se acentuar a partir da década de 1940 em diante. Trata-se de uma fase de produção industrial caracterizada pelo uso intensivo de mão de obra o que associado à diversificação de unidades de produção acabou gerando demanda de pessoal com aumento nas taxas de crescimento da população urbana. O processo de urbanização acaba gerando variadas formas de serviços e oportunidades em atividades como trabalhos em obras civis na construção e expansão do equipamento urbano, favorecendo movimentos migratórios que aumentam ainda mais os índices de crescimento urbano.

b) A partir da década de 1980, é notável uma desaceleração no ritmo do crescimento populacional do município de São Paulo com motivos como:

– Saturação da malha urbana com infraestrutura sobrecarregada, não conseguindo acompanhar o crescimento populacional, o que leva alguns contingentes migratórios a mudarem a utopia, dirigindo-se para outras localidades do entorno metropolitano;

– Alta no custo de vida na cidade. A demanda por moradias e produtos e serviços variados acaba pressionando os preços de residências e aluguéis e produtos de consumo;

– As indústrias passam por modificações significativas em seus sistemas de produção com automação, por exemplo, gerando dispensas de mão de obra. A malha urbana saturada e congestionada acaba encarecendo os custos operacionais o que faz o setor iniciar um gradual, mas inexorável processo de descentralização incentivada por ações governamentais e seguindo os eixos rodoviários em direção ao interior do estado;

– Queda da taxa de natalidade, seguindo tendência observada na população brasileira, o que reduz o crescimento vegetativo; tal fato é sentido de modo mais notável em áreas urbanas, como é o caso da capital paulista.  

(UNICAMP) “Em 1985, viviam na Região Metropolitana de São Paulo mais de 14 milhões de pessoas. A maioria mora em habitações precárias - favelas, cortiços e casas autoconstruídas em terrenos destituídos de serviços públicos - e ganha poucos salários mínimos por mês, revelando um acentuado grau de pauperismo e precárias condições urbanas de existência. A Região configura-se enquanto Metrópole não só pela sua extensão territorial, mas também porque é a partir dela que se organiza a dinâmica do capitalismo no Brasil, pois aí se concentra a engrenagem produtiva essencial à economia do País (...).”

 (Lúcio Kowarick, Escritos urbanos. São Paulo: Ed. 34, 2000, p.19.)

a) O que define uma metrópole?
b) Identifique dois fatores econômicos determinantes na metropolização de São Paulo.

Resolução

a)

Fatores que definem uma metrópole: tamanho demográfico expressivo; a concentração e a diversidade da atividade econômica; a centralização da gestão (concentração de sedes de grandes empresas); nó significativo de redes técnicas; a concentração de serviços de ordem superior; locus privilegiado da inovação; ponto de grande densidade de emissão e recepção de informação, comunicação e capitais.

b)

Fatores determinantes na metropolização de São Paulo: a industrialização do estado de São Paulo, com concentração de capitais e o crescimento do setor terciário.

(FATEC) Em 1872 apenas cerca de 10% da população brasileira era urbana, estando concentrada em cidades como Rio de Janeiro, Salvador, Recife, São Luís do Maranhão e São Paulo. Os demais povoados urbanos, nas chamadas “vilas”, correspondiam a apenas 5,7% da população.

Pode-se assinalar como causa principal desses baixos índices de urbanização, no período,

a) a proibição do comércio interno de produtos nacionais entre as regiões.
b)) a produção industrial concentrada no interior do país e o trabalho assalariado em crescimento.
c) a economia escravista primário-exportadora e o pequeno mercado interno.
d) a falta de políticas de incentivo migratório por parte do governo português e o baixo povoamento.
e) a expulsão dos trabalhadores do campo e as fortes migrações para a Amazônia.
(PUCPR) Sobre a urbanização no Brasil, é CORRETO afirmar:

I. O processo de urbanização no Brasil inicia-se, de fato, no período do pós-guerra com a instalação, no País, de indústrias multinacionais. Esse processo dá-se pela repulsão do campo e pela atração da cidade.
II. No Brasil, o processo de urbanização foi essencialmente concentrador, gerando grandes cidades e metrópoles.
III. O crescimento desenfreado dos centros urbanos no Brasil tem trazido consequências, como o trabalho informal e o desemprego decorrente de sucessivas crises econômicas.
IV. Um dos problemas graves provocado pela urbanização no Brasil é a marginalização dos excluídos que habitam áreas sem infraestrutura urbana e, junto a isso, o aumento da criminalidade.
V. As principais redes urbanas do Brasil estão na faixa litorânea, devido a fatores econômicos, históricos e geográficos.

a) Todas as assertivas são verdadeiras.
b) Apenas as assertivas I, II e III são verdadeiras.
c) Apenas as assertivas I e II são verdadeiras.
d) Apenas a assertiva I é verdadeira.
e) Apenas a assertiva II é verdadeira.

(UEL)

Texto I

Os cinco anos do governo Juscelino são lembrados como um período de otimismo associado a grandes realizações, cujo maior exemplo é a construção de Brasília. [...] A ideia não era nova, pois a primeira Constituição Republicana, de 1891,atribuía ao Congresso a competência de “mudar a capital da União”. Coube porém a Juscelino levar o projeto à prática, com enorme entusiasmo, mobilizando recursos e mão de obra constituída principalmente por migrantes nordestinos – os chamados “candangos”.

(Adaptado de: FAUSTO, B. História do Brasil. 8 ed. São Paulo: EDUSP/FDE, 2000, p. 425-430.)

Texto II

[...] Eu inauguro o monumento
No Planalto Central do País [...]
O monumento é de papel crepom e prata
Os olhos verdes da mulata
A cabeleira esconde atrás da verde mata
O luar do sertão [...]
O monumento não tem porta
A entrada é uma rua antiga,
Estreita e torta
E no joelho uma criança sorridente,
Feia e morta,
Estende a mão [...]

(VELOSO, C. Tropicália. Álbum Tropicália. Ed. Polygram, 1967.)

Considerando os textos XII e XIII e os conhecimentos sobre o tema, é correto afirmar que a construção de Brasília representou:
a) A síntese de um período de desenvolvimento econômico sem precedentes na história nacional, pela prosperidade ocasionada pelo deslocamento maciço de populações empobrecidas do Nordeste para a nova área de ocupação.
b) A construção da primeira cidade planejada do Brasil, época em que se inaugura a modernização do país propiciando também a remodelação de portos, construção de ferrovias, aeroportos e indústrias de base.
c) Uma época na qual o país buscou superar de forma rápida o atraso econômico da sociedade agroexportadora e adentrar no mundo urbano industrial, vivendo, no entanto, uma série de contradições sociais geradas pela concentração de renda.
d) O coroamento do esforço governamental, iniciado na Primeira República, que procurava estimular a ocupação territorial, promovendo a reforma agrária, o desenvolvimento industrial descentralizado e a modernização do país.
e) A reformulação do movimento conhecido como “Marcha para o Oeste”, que procurou transformar áreas despovoadas do Brasil em polos de desenvolvimento industrial, política consolidada na Era Vargas.

(UFMTEm relação ao processo de urbanização brasileiro, no período de 1940 a 2000, analise a tabela abaixo.


(MENDES, I. L. e TAMDJIAN, J. O. Geografia Geral e do Brasil: Estudos para a compreensão do espaço. São Paulo: FTD, 2005.)

A partir das informações constantes da tabela, marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

(    ) O censo de 1940 registrou que aproximadamente 70% dos brasileiros viviam nas áreas rurais, evidenciando que a economia brasileira assentava-se no campo.
(    ) A elevação da concentração populacional urbana, evidenciada pelo censo de 1950, foi resultado, em grande medida, do Plano de Metas, fundado pela ação conjunta entre Estado, capital privado nacional e estrangeiro.
(    ) O censo de 1970 revelou que o país havia se tornado majoritariamente urbano, devendo-se esse fato ao chamado Milagre
Econômico e às conseqüentes mudanças no capitalismo internacional.
(    ) Nas duas últimas décadas do século XX, houve expressiva concentração populacional urbana em decorrência da modernização no campo e da industrialização.

Assinale a seqüência correta.

a) V, V, F, F
b) F, F, V, F
cV, F, V, V
d) V, F, F, V
e) F, V, V, F

(UFRJ)

“... contentam-se de andar arranhando [as terras] ao longo do mar como caranguejos.”

(Frei Vicente do Salvador, 1627)


Cerca de 600 milhões de pessoas habitam áreas contíguas à linha de costa, a menos de 10 metros do nível do mar (zonas costeiras de baixa elevação).

a) Cite dois fatores que causam a concentração populacional nas zonas costeiras.

b) Apresente dois impactos da ocupação dessas zonas para o ambiente costeiro.

Resolução:

a) Entre os fatores responsáveis pela concentração populacional nas zonas costeiras, temos: a facilidade de ocupação das planícies costeiras; a presença de solos férteis nas planícies litorâneas; a instalação de portos estimula o comércio por via marítima e o adensamento da ocupação; a valorização das paisagens costeiras para fins residenciais e turísticos.

b) Entre os impactos que a ocupação das áreas contíguas à linha de costa provoca no ambiente costeiro, temos: a alteração ou destruição da morfologia, das paisagens e dos ecossistemas costeiros (mangues, recifes, restingas, dunas); a poluição das águas; a alteração da morfodinâmica das praias (erosão costeira).

(UFRJ) Na década de 1970, o governo brasileiro instituiu nove regiões metropolitanas com o objetivo de promover o desenvolvimento econômico de grandes aglomerações urbanas.

Apresente duas características das regiões metropolitanas.

Resolução:

Entre as características das regiões metropolitanas estão: a integração de uma metrópole com os municípios a ela contíguos, que também se articulam entre si; a formação de áreas conurbadas; os intensos fluxos de pessoas, bens e serviços entre os municípios contíguos; a demanda por infraestrutura e serviços comuns pelos municípios que compõem a região metropolitana.

(UFU) O índice de urbanização no Brasil é muito elevado, cerca de 80% de toda a população reside em ambientes urbanos. A cidade tornou-se palco das diferenças sociais, onde uma parte das áreas periféricas (aquelas que não são ocupadas pelos condomínios horizontais fechados, por exemplo) sofre com a falta de infraestrutura e serviços básicos. Não bastando isso, a ocupação de áreas irregulares coloca a população de baixo poder aquisitivo em uma efetiva situação de risco, tornando-a vulnerável a situações de desastres, como a que aconteceu no morro do Bumba, em Niterói, no Rio de Janeiro, no início do mês de abril de 2010.

Sobre esse assunto, analise as alternativas abaixo e assinale a INCORRETA.

a) A expansão urbana baseia-se em dois tipos principais de ocupação habitacional: os loteamentos regulares, com projeto aprovado pelas administrações municipais, e as ocupações irregulares (invasões) de terrenos privados e públicos. As ocupações irregulares têm ocorrido especialmente nas encostas de grande declividade, com a implantação de arruamento precário, sem proteção e moradias precárias.
b) A segunda metade do século XX marcou a aceleração do processo de urbanização no Brasil e, entre as consequências deste processo, destacam-se a formação de regiões metropolitanas, a verticalização e adensamento das áreas já urbanizadas e a expansão urbana para as áreas periféricas.
c) Os processos de expansão urbana, periferização e peri-urbanização têm fortes impactos socioambientais, dentre eles: o aumento das jornadas entre o centro e as áreas periféricas, ocasionando o aumento do trânsito e da poluição do ar; a ausência de saneamento básico e um forte processo de desmatamento e degradação ambiental.
d) A ocupação e a expansão das periferias urbanas são estimuladas pela retenção especulativa de terrenos em áreas mais bem localizadas, cujo acesso é para todos, devido o alto valor a ser pago pelas infraestruturas instaladas. No processo de segregação espacial, o solo urbano torna-se uma mercadoria disputada por diferentes agentes sociais e econômicos urbanos, que utilizam de estratégias mercantis para valorizar todas as áreas do espaço urbano.

(UEG)

Invadindo espaços

As cidades que antes serviam para abrigar os cidadãos, hoje são o ambiente típico dos automóveis.
Nos países em desenvolvimento, a ação do poder público em favor do automóvel foi e tem sido tão eficaz que fica cada vez mais difícil para os moradores das cidades viver com um mínimo de conforto sem um automóvel particular. Só os que, em razão do seu padrão de renda, não podem almejar ter um carro sujeitam-se ao ineficiente sistema de transporte público. Neles perdem várias horas do dia, muitos dias por ano, alguns anos de vida.
Se as condições fossem outras, se o transporte público fosse mais eficiente, menor seria a parcela de renda que boa parte da população precisa reservar para compra e manutenção de um carro particular, menores seriam as demandas por investimentos públicos no sistema viário, maiores seriam as disponibilidades da renda pessoal para outras atividades, incluindo lazer, e maiores seriam os recursos que o poder público poderia destinar para melhorar a qualidade de vida de uma população.

OKUBARO, Jorge J. O automóvel, um condenado? São Paulo: Senac, 2001. p. 52-53. (Adaptado).

De acordo com a análise do texto acima, é CORRETO afirmar:
a) o elevado custo, os problemas de congestionamento das grandes cidades (ônibus, automóveis, caminhões) são os maiores responsáveis pela poluição atmosférica nos centros urbanos, ocasionando a redução na qualidade de vida da população. 
b) a baixa tarifa do transporte urbano é um incentivo ao trabalhador, independentemente do tempo gasto para o deslocamento entre a casa e o trabalho, o que resulta em ganho no orçamento no final do mês. 
c) a qualidade do transporte coletivo urbano, fruto de estratégias de planejamento, acaba por estimular a utilização do transporte coletivo, diminuindo o número de veículos nos grandes centros urbanos. 
d) a crescente preocupação com o planejamento urbano pelos órgãos oficiais do governo tem trazido melhorias na condução do tráfego e a diminuição dos custos na infraestrutura viária.