Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

quarta-feira, 3 de outubro de 2012

Detalhamento sobre a Rio+20


As conferências convocadas pela Organização das Nações Unidas (ONU) geram uma grande mobilização em torno de temas de interesse mundial, tais quais são discutidas e elaboradas ideias para melhorar as condições de vida no planeta e gerar um desenvolvimento mais sustentável. Esse tipo de reuniões, que convocam um público muito diverso, desde ativistas de organizações não governamentais (ONGs) até governantes, teve seu apogeu nos anos 90, mas continuam no século XXI. Após quatro décadas da realização da primeira Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (1972), a primeira a associar de forma consistente questões ambientais ao Desenvolvimento Sustentável na pauta internacional, o mundo passou a possuir dezenas de convenções, protocolos, declarações e legislações nacionais para reverter o quadro de agravamento nas condições ambientais e sociais e desequilíbrios socioeconômicos entre países do Norte e do Sul. Tiveram outras conferências com grande importância em escala mundial após a conferência de Estocolmo, onde se destacam: A Eco Rio 92, realizada em 1992, onde foi discutido a “Agenda 21” e o desenvolvimento sustentável. A conferência de Kyoto, na qual o principal assunto em discussão foi à redução da emissão de gases que geram o Efeito Estufa, ocorreu em 1997. Em 2002, tivemos a conferência de Johanesburgo e em Copenhague no ano de 2009. E finalmente a Rio+20, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro de 13 a 22 de junho de 2012. Participaram líderes dos 193 países que fazem parte da ONU.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de realização da Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as próximas décadas. A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembleia-Geral das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009. O objetivo da Conferência foi à renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e emergentes. A Rio+20 foi composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13 a 15 de junho, aconteceu a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se reuniram representantes governamentais para negociações dos documentos adotados na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, foram programados os Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. De 20 a 22 de junho, ocorreram o Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual foi confirmada a presença de diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas. Os dois temas centrais da Rio+20 – a economia verde no contexto do desenvolvimento sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o desenvolvimento sustentável – foram aprovados pela Assembleia Geral das Nações Unidas de forma consensual entre os 193 países que integram a ONU. Nas reuniões do processo de preparação, os países apresentaram propostas sobre esses temas, buscando resultados que pudessem ser adotados na Conferência.
No decorrer da Rio+20 tiveram aspectos positivos e negativos, mas infelizmente o resultado da Rio+20 não foi o esperado. Os impasses, principalmente entre os interesses dos países desenvolvidos e em desenvolvimento, acabaram por frustrar as expectativas para o desenvolvimento sustentável do planeta. O documento final apesar de ter sido aceito e adotado por todos os países envolvidos, apresenta várias intenções e joga para os próximos anos a definição de medidas práticas para garantir a proteção do meio ambiente. Muitos analistas disseram que a crise econômica mundial, principalmente nos Estados Unidos e na Europa, prejudicou as negociações e tomadas de decisões práticas.

Possível negociação de paz com as FARC

O governo colombiano formou uma equipe de cinco negociadores para o processo de paz que terá início em outubro com a guerrilha das Farc, encabeçado pelo ex-vice-presidente Humberto de La Calle, anunciou nesta quarta-feira o presidente Juan Manuel Santos. A equipe será formada também pelo presidente da Associação de Industriais, Luís Carlos Villegas; o ex-diretor da polícia nacional, general reformado Oscar Naranjo; o ex-comandante das forças militares, general reformado Jorge Enrique Mora Rangel; o ex-ministro do Meio Ambiente e ex-comissário da paz, Frank Pearl; e o assessor presidencial Sergio Jaramillo, designado comissário da paz.
Apesar de a equipe negociadora principal ser formada por estas cinco pessoas, as partes poderão designar cada uma um total de 30 pessoas para participar nos diálogos de paz, explicou o presidente em um discurso à nação. Os delegados adicionais acompanharão as negociações e estarão prontos para se sentar à mesa dependendo dos temas a serem tratados, assinalou Santos.
Em seu discurso, o presidente agradeceu às mensagens de apoio que recebeu de colegas e governos por esta iniciativa, ao mesmo tempo em que insistiu que vai pedir apoio da comunidade internacional porque "o caminho não é fácil e tem muitos inimigos". Santos anunciou na véspera que o processo de paz entre o governo da Colômbia e a guerrilha das Farc terá início na primeira quinzena de outubro em Oslo e depois prosseguirá em Havana. O presidente ressaltou que as conversações terão um prazo. "Será medido em meses, não em anos", frisou.
As Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia confirmaram no mesmo dia, em Havana, o início dessas negociações, por meio uma mensagem gravada de seu líder Timoleón León Jiménez (Timochenko). A mensagem anunciou "o encerramento das conversas exploratórias e o início das negociações como parte do árduo, mas necessário caminho da construção da paz, estável e duradoura para a Colômbia", disse o Comandante Mauricio Jaramillo, ao lado de outras cinco pessoas, no Palácio de Convenções de Havana.
A delegação das Farc no encontro exploratório, integrada por Jaramillo, Andrés Paris, Ernest Aguilar, Sandra Ramírez e Marcos León, marcou uma entrevista coletiva à imprensa para quinta-feira às 10h locais (11h de Brasília) no mesmo local, sem dar maiores detalhes. Anteriormente, o presidente havia afirmado que as primeiras negociações exploratórias foram realizadas durante seis meses em Havana e que as duas partes assinaram um acordo de princípio que não estabelece que as operações militares sejam interrompidas durante o processo de paz.
Segundo o presidente, "as operações militares continuarão com a mesma ou com mais intensidade". "Este acordo não é já a paz, nem se trata de um acordo final. É um mapa do caminho com precisão dos termos de discussão para chegar a este acordo final", explicou. Em seu discurso, Santos pediu aos colombianos "moderação" diante da possibilidade de a guerrilha prosseguir em seus ataques, e "unidade para que o sonho de viver em paz se torne, por fim, realidade".

Um pouco mais sobre as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC)
Com extensão territorial de 1.141.748 quilômetros quadrados, a Colômbia é habitada por aproximadamente 45,7 milhões de pessoas. Esse grande país sul-americano é marcado por diversos conflitos internos de cunho político, fato que provocou – e ainda provoca – a morte de milhares de habitantes.
Visando estabelecer a paz no território nacional, as duas principais forças políticas da Colômbia (liberais e conservadores) formaram a Frente Nacional, na década de 1960. Essa organização teve forte oposição de algumas vertentes das forças liberais, resultando na formação de grupos guerrilheiros de ideologia socialista, com destaque para o Exército de Libertação Nacional (ELN), o Movimento Revolucionário 19 de Abril (M-19) e, principalmente, para as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc).
Criada em 1964, pelo ex-combatente liberal Pedro Antônio Marin, também conhecido como Tirofijo, as Farc surgiu como um grupo de cunho marxista-leninista, atuando no meio rural e adotando táticas de guerrilha. Essa organização tem como discurso ideológico a implantação do socialismo na Colômbia, promovendo a distribuição igualitária de renda, a reforma agrária, o fim de governos corruptos e das relações políticas e econômicas com os Estados Unidos, entre outros aspectos sociais.
Durante a década de 1990, a organização chegou a dominar cerca de 40% do território colombiano, possuindo mais de 18 mil guerrilheiros. Porém, as ações do Exército nacional, financiado pelos EUA, expulsou o grupo para regiões próximas à fronteira com países vizinhos. Essa atitude do governo “enfraqueceu” o movimento, que, atualmente, é formado por aproximadamente oito mil guerrilheiros. Outra baixa significativa foi à morte de Mono Jojoy (um dos líderes das Farc), assassinado em setembro de 2010.
Os sequestros e o contrabando de drogas, em especial da cocaína, são práticas comuns nas Farc, pois através desses recursos a organização obtém dinheiro para se equipar militarmente. Entretanto, a partir da década de 1980, o grupo intensificou a exploração do narcotráfico e a violência, fato que desvirtuou seu foco de atuação, passando a ser considerada uma organização terrorista, que tem como principal objetivo a produção e venda de drogas.
Nesse sentido, as Farc caíram em descrédito com a população colombiana, que via nessa organização uma alternativa para reparar as desigualdades sociais no país. Pesquisas indicam que a maioria dos habitantes é contrária à atuação das Farc.

Problemas Ambientais Urbanos


As áreas urbanas são as que mais expressam as intervenções humanas no meio natural. Problemas como a presença de aterros sanitários, a ocupação de áreas inadequadas para moradia, a impermeabilização dos solos, o desmatamento, a poluição da atmosfera e dos cursos de água e a produção de calor geram diversos efeitos sobre os aspectos do ambiente; efeitos estes decorrentes no Brasil e no mundo. Além disso, outros fenômenos que contam com grande participação da natureza também dificultam a vida nos centros urbanos. Não existe fórmula mágica para evitar as consequências sentidas pela população, mas algumas mudanças na estrutura dos grandes centros urbanos podem minimizar o efeito destas.
A urbanização se intensificou com a expansão das atividades industriais, fato que atraiu e ainda atrai milhões de pessoas para as cidades. O desenvolvimento e o crescimento desses centros urbanos muitas vezes não ocorrem de maneira planejada, provocando mudanças drásticas na natureza e desencadeando diversos problemas ambientais.
A expansão da rede urbana sem o devido planejamento ocasiona problemas ambientais também nas cidades brasileiras. No estado de São Paulo, metade dos municípios ainda utiliza aterros sanitários. Esse fato é muito preocupante, uma vez que o Cho rume, resíduo altamente tóxico produzido pela decomposição do lixo urbano, pode facilmente penetrar no subsolo e, consequentemente, contaminar os recursos hídricos. A contaminação e a escassez da água decorrem também da ocupação irregular e caótica das áreas de mananciais pela população de baixa renda. Na Grande São Paulo, essas áreas abrigam quase 2 milhões de pessoas. A ocupação de áreas inadequadas para a moradia resulta, também, em catástrofes como o deslizamento de encostas e enchentes, ocasionando a destruição de casas e um grande número de vítimas fatais.
Além da degradação da água, outras formas de poluição têm assumido graves proporções no Brasil. Uma delas é a poluição atmosférica, muito comum nas regiões mais industrializadas do Sudeste. Além dos efeitos nocivos à saúde, a poluição do ar é responsável pela chuva ácida, produzida pela reação química dos vapores de água com os resíduos lançados pelas fábricas e automóveis.
Na cidade de São Paulo ocorre também, com frequência, um fenômeno físico conhecido como ilha de calor, caracterizado pelo aquecimento exagerado do centro urbano. Esse fenômeno é causado, sobretudo, pelas emissões de gases pelos automóveis e fábricas. Esses gases retêm calor, gerando grande diferença térmica entre as áreas centrais e a periferia.
Por fim, deve ser destacado o fenômeno físico denominado inversão térmica outro problema típico das grandes cidades e muito frequente no inverno. Nesse caso, o ar quente, constituído de gases emitidos por automóveis e fábricas e carregado de poluentes, fica retido por uma camada superior de ar frio.
Recorrentes no Brasil, esses e outros problemas urbanos são causados pela característica eminentemente mercantil dos empreendimentos imobiliários.
Enchentes
Além dos mais variados problemas causados pelo homem que assolam as grandes cidades, outros fenômenos que contam com grande participação da natureza também dificultam a vida nos centros urbanos: as enchentes.
Todo rio ou corpo d’água tem uma área em todo seu entorno que costuma inundar em determinadas épocas do ano ou quando há um índice de precipitação muito grande, aumentando a vazão e causando um transbordamento. Ou seja, quando o leito natural de um rio ou córrego recebe uma quantidade de água, proveniente da chuva, maior do que sua capacidade de comportá-la, ele transborda, ocasionando a enchente. Portanto, essas inundações são muito comuns e são fenômenos naturais que ocorrem em todos os corpos d’água. Essa consequência do processo de urbanização teve como causa principal a construção de casas, indústrias e vias marginais nas áreas de várzeas dos rios e proximidades e é, atualmente, um problema constante nos períodos chuvosos dos principais centros urbanos.
Um dos fatores que contribui para o agravamento das enchentes, principalmente nas grandes cidades, é o fato de que a maior parte do solo é impermeabilizada pelo asfalto e pelo concreto, diminuindo a quantidade de água que poderia ser infiltrada e aumentando ainda mais a vazão dos corpos d’água. Junta-se a isto, o fato de que a maioria da população joga lixo nas ruas entupindo os sistemas artificiais de escoamento projetados pelas prefeituras, tendo-se um quadro típico do período de chuvas no Brasil: dezenas de cidades alagadas e pessoas desabrigadas.
Outro fator que agrava a situação das enchentes são as mudanças climáticas. O aumento de temperatura nos centros urbanos intensifica a evaporação; além disso, o material particulado (poluentes) em suspensão favorece a formação de núcleos de condensação na atmosfera. O resultado é o aumento da quantidade de chuvas. Nas áreas urbanas, a quantidade de chuva anual é 5% maior e, em dias de chuva, a precipitação é 10% superior se comparada com as áreas rurais. Em algumas regiões que possuem um clima regular permanecem a maior parte do ano sem receber chuva que, posteriormente, cai de maneira torrencial causando as enchentes. Só este ano mais de 190 mil pessoas foram afetadas por enchentes apenas na região nordeste do país, onde o fator se aplica, tendo sido gastos mais de 540 milhões de reais.
Em alguns lugares ainda, têm ocorrido enchentes pela necessidade de abertura repentina de vertedouros em determinadas barragens devido ao fato de estas se encontrarem acima do seu limite de armazenamento. Chamadas de cheias artificiais são provocadas por erros de operações de comportas ou por erros de projetos de obras hidráulicas como bueiros, pontes e diques.
A questão das enchentes no Brasil, ou em qualquer lugar do mundo onde haja falta de planejamento, deixa de ser uma questão puramente ambiental e passa a ser também, social, econômica, estrutural e até mesmo política. As enchentes representam uma ameaça para a população, especialmente nas áreas periféricas, onde há deficiência de coleta e tratamento de esgoto. Em épocas de inundações, a população tem contato com a água contaminada, contribuindo para a propagação de doenças como a leptospirose. O processo de urbanização no Brasil, atualmente, ocorre de forma intensa e, na maior parte dos casos, sem planejamento. Áreas inteiras são ocupadas e loteadas, de forma clandestina, ou não, contribuindo para os processos de erosão. Esta urbanização desmesurada também leva a população a ocupar áreas dos leitos de rios ou de mananciais.
Tudo isso só faz agravar a problemática das enchentes nos grandes centros urbanos. As soluções encontradas para conter, da maneira que é possível, as enchentes seguem uma linha imediatista na tentativa de alcançar a resolução do problema em um período curto de tempo. Dentre as ações, destacam-se as obras de desassoreamento dos rios (retirada dos sedimentos depositados pela água) e, consequentemente, o aprofundamento do leito, com canalização e construção de reservatórios regularizadores de vazão.
Enxurradas
As Enxurradas ocorrem quando uma quantidade substancial de água, proveniente das chuvas torrenciais, incide sobre áreas propensas à ocorrência. Em geral elas estariam elevando níveis de rios ou de córregos em regiões de bacias, mas o desmatamento e a ocupação populacional acabam interferindo nesta ação.
Nas cidades, as atividades pluviométricas superiores a 40 mm já são suficientes para provocar inundações regionalizadas. Quando uma região onde existiu um rio ou corredeira no passado, tiver sido povoada, ela estará propensa a perceber a descida das águas de áreas mais elevadas, que se avolumam na estreita faixa da antiga corredeira, dando origem à enxurrada. Ela prossegue com ação natural da lei gravitacional nas áreas de declínio do solo tendo deste modo, uma força maior quando proveniente de áreas montanhosas e menores para áreas de bacia.
Em terrenos inclinados, sem cobertura vegetal, as enxurradas podem desenhar desde sulcos superficiais até outros mais profundos, chamadas ravinas. No Brasil, a ação combinada das enxurradas e das águas subterrâneas causa as voçorocas, enormes buracos que destroem trechos de terra cultiváveis, prejudicando a agricultura. Não é raro ocorrerem enxurradas que, pela sua força, consigam arrastar veículos, pessoas, animais e mobílias para as corredeiras e rios.
Ilha de Calor
Ilha de calor é um fenômeno climático que ocorre a partir da elevação da temperatura de uma área urbana se comparado a uma zona rural, por exemplo. Isso quer dizer que nas cidades, especialmente nas grandes, a temperatura é superior a de áreas periféricas, consolidando literalmente uma ilha climática.
Essa anomalia ocorre devido à junção de diversos fatores, como: a poluição atmosférica; a alta densidade demográfica; a pavimentação e diminuição da área verde, irradiando 50% a mais de calor; a construção de prédios barrando a passagem do vento e impedindo que este refresque as regiões centrais; a grande quantidade de veículos e indústrias que, com a poluição, tornam as cidades mais abafadas; entre outros fatores que contribuem para o aumento da retenção de calor na superfície.
Estudos realizados mostram que na cidade de São Paulo a temperatura varia em até 12 graus Celsius entre um bairro e outro. Ao mesmo tempo em que a região da Serra da Cantareira apresenta 20 graus Celsius, a Rua 25 de Março, no centro, sofre com um calor de 32 graus. Nos últimos 30 anos, a temperatura média da cidade sofreu um acréscimo de 1,6 graus. Dados recentes mostram que a região metropolitana terá um aumento da temperatura média entre 2 e 3 graus Celsius neste século. É apontada também a ocorrência de um maior número de chuvas volumosas. Antes de 1950, precipitações acima de 50 mm ao dia eram raras na cidade. Atualmente, acontecem de duas a cinco vezes por ano.
Um mapeamento das ilhas de calor do Rio de Janeiro revela que as temperaturas mais elevadas estão localizadas no núcleo metropolitano, que inclui a área central da cidade do Rio de Janeiro, a zona norte (Leopoldina, Bonsucesso, Ramos e Penha), parte da zona sul (Glória, Catete, Flamengo e Botafogo) e as áreas centrais de Niterói e São Gonçalo.
Mesmo em centros urbanos circundados por florestas, como a cidade de Manaus, a maior da região Norte, a temperatura pode se elevar em até 3 graus Celsius, quando comparada em relação a áreas vizinhas.
O fenômeno de formação de ilhas de calor em centros urbanos ao redor do mundo contribui para o aquecimento global, ao mesmo tempo em que a elevação das temperaturas no planeta intensifica a concentração de calor já existente nessas regiões. Além disso, a intensificação das ilhas de calor afeta a saúde da população e das cidades. Aumenta a concentração de gases tóxicos, o que pode levar a um aumento da mortalidade por doenças respiratórias, além de afetar a pressão arterial, aumentar os níveis de estresse e alterar mecanismos de regulação endócrina. Também faz com que se desenvolva um maior índice de chuvas, que, combinado com a impermeabilização dos solos, pode resultar em enchentes catastróficas.
Para evitar a formação das ilhas de calor é necessária a preservação das áreas verdes nas cidades, arborizar regiões desmatadas, reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera e planejar a expansão urbana e o uso do solo.
Inversão Térmica
A inversão térmica é um fenômeno atmosférico muito comum nos grandes centros urbanos industrializados, sobretudo naqueles localizados em áreas cercadas por serras ou montanhas. Durante o dia, o ar próximo do chão é aquecido pelo calor da superfície do solo. Por ser menos denso e mais leve esse ar quente sobe. À noite, o solo esfria rapidamente e a temperatura do ar que está mais próximo da superfície também diminui. Forma-se, então, uma camada de ar frio abaixo da camada de ar aquecida durante o dia. No dia seguinte, a camada de ar frio, mais densa e pesada, não consegue subir, porque o ar quente funciona como um "tampão": é a inversão térmica. Ou seja, esse processo ocorre quando o ar frio e mais denso é impedido de circular por uma camada de ar quente menos denso, provocando uma alteração na temperatura.
É importante ressaltar que a inversão térmica é um fenômeno natural, sendo registrada em áreas rurais e com baixo grau de industrialização. No entanto, sua intensificação e seus efeitos nocivos se devem ao lançamento de poluentes na atmosfera, o que é muito comum nas grandes cidades.
Com a atividade industrial e a numerosa frota de veículos dessas regiões, a camada de ar frio começa a concentrar os poluentes. Sendo assim, a dispersão desses poluentes fica extremamente prejudicada, formando uma camada de cor cinza, oriunda dos gases emitidos.
Nos dias frios o clima fica propício para inversões térmicas. Forma-se uma camada de ar frio em baixas altitudes, essa massa de ar não consegue subir e a qualidade do ar piora por causa da fumaça emitida por veículos e indústrias. Já nos dias quentes, os raios de sol aquecem a superfície terrestre e o chão transfere o calor para o ar acima dele. Esse ar aquecido, menos denso e mais leve, sobe e carrega os poluentes. Por isso o nível de poluição do ar costuma ser maior no inverno do que no verão; além do índice pluviométrico também ser menor durante o inverno, fato que dificulta a dispersão dos gases poluentes.
Se a inversão durar vários dias, a concentração de poluentes pode elevar-se a níveis perigosos. Em Londres, em dezembro de 1952, morreram cerca de 4000 pessoas em consequência de uma prolongada inversão térmica devido à combustão excessiva de carvão contaminado com enxofre.
Doenças respiratórias, irritação nos olhos e intoxicações são algumas das consequências da concentração de poluentes na camada de ar próxima ao solo. Entre as possíveis medidas para minimizar os danos gerados pela inversão térmica estão à utilização de biocombustíveis, fiscalização de indústrias, redução das queimadas e políticas ambientais mais eficazes.
Chuva Ácida
A chuva contém um pequeno grau natural de acidez, no entanto, não gera danos à natureza. O problema é que o lançamento de gases poluentes na atmosfera por veículos automotores, indústrias e usinas termelétricas tem aumentado à acidez das chuvas.
A chuva ácida é um dos grandes problemas ambientais dos locais onde ocorre a poluição atmosférica decorrente da liberação de óxidos de nitrogênio, dióxido de carbono e do dióxido de enxofre, sobretudo pela queima do carvão mineral e de outros combustíveis de origem fóssil.
O dióxido de carbono, o óxido de nitrogênio e o dióxido de enxofre reagem com as partículas de água presentes nas nuvens, sendo que o resultado desse processo é a formação do ácido nítrico e do ácido sulfúrico. Ao se precipitarem em forma de chuva, neve ou neblina, ocorre o fenômeno que, em virtude da ação das correntes atmosféricas, também pode ser desencadeado em locais distantes de onde os poluentes foram emitidos.
Grandes cidades como Nova York, Berlim e até Atenas, já sofrem com os efeitos da chuva ácida há muito tempo. A maior ocorrência de chuvas ácidas até os anos 1990 era nos Estados Unidos da América. Contudo, esse fenômeno se intensificou nos países asiáticos, principalmente na China, que consome mais carvão mineral do que os EUA e os países europeus juntos. No Brasil, a chuva ácida é mais comum nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Entre os transtornos gerados pela chuva ácida está à destruição de lavouras e de florestas, modificação das propriedades do solo, alteração dos ecossistemas aquáticos, contaminação da água potável, danificação de edifícios e corrosão de veículos e monumentos históricos. De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza, cerca de 35% dos ecossistemas do continente europeu foram destruídos pelas chuvas ácidas.
Algumas ações são necessárias para reduzir esse problema, tais como a redução no consumo de energia, sistema de tratamento de gases industriais, utilização de carvão com menor teor de enxofre e popularização de fontes energéticas mais limpas.
CONCLUSÃO
Conclui-se que a expansão e ocupação da rede urbana sem o devido planejamento ocasionou e ainda ocasiona vários problemas ambientais para a população que a habita. Esses transtornos são causados por diversos fatores antrópicos, diretamente ligados à expansão das atividades industriais e ao êxodo rural. Frente aos problemas elucidados, é necessário um planejamento urbano coerente, bem como a elaboração e aplicação de políticas ambientais eficazes, além da conscientização da população. A implantação de medidas preventivas tende a evitar os prejuízos vistos atualmente, com os quais toda a sociedade tem que arcar.

Entendendo os Conflitos Mundiais


CRISE ISRAEL  X PALESTINA
Durante muitos séculos, os judeus tentaram voltar à “Terra Prometida”, Israel, de onde haviam sido expulsos há mais de 18 séculos.
Após a 2ª Guerra Mundial (1948), sob a proteção da ONU, foi fundado o atual Estado de Israel, em terras que até então pertenciam à Palestina.
Desde então, os conflitos e guerras têm acontecido, tornando essa região uma das mais instáveis do mundo.

As Guerras
Após a declaração de independência de Israel, Egito, Síria Iraque e Jordânia enviam tropas para reprimir os judeus.
Os judeus vencem a guerra e ficam com 75% do território da Palestina, 1/3 a mais do que havia sido determinado pela ONU.
O restante do território é incorporado pela Jordânia. A faixa de Gaza fica com o Egito. A Palestina deixa de existir.
1956 - Aliado à França e à Grã-Bretanha, Israel ataca o Egito, que queria nacionalizar o Canal de Suez. EUA e a ex-URSS fazem pressão e Israel se retira do Sinai.
1967 - Israel ataca o Egito, a Síria e a Jordânia. Conquista o Sinai, a Faixa de Gaza, as colinas de Golã e a parte oriental de Jerusalém.
1973 - No Feriado do Yom Kippur, o Dia do Perdão judaico, Egito e Síria avançam sobre o Sinai e Golã. São repelidos pelos judeus.
1982 - Israel decide invadir o Líbano, justificando que guerrilheiros da OLP - Organização pela Libertação da Palestina - estavam atacando Israel a partir do Líbano. Centenas de palestinos são massacrados por cristãos apoiados por Israel, que somente em 1985 se retira do Líbano.
1996 - Israel ataca o sul do Líbano, onde estão sediados guerrilheiros do Hizbollah. Ataca sede da ONU, matando centenas de civis, especialmente crianças, que haviam buscado proteção contra os ataques israelenses.
Os Grupos Árabes Palestinos
OLP - Organização pela Libertação da Palestina - criada em 1964, por iniciativa da Liga Árabe. É o principal representante dos palestinos. Reconhecida pelo Acordo de Paz de 1993, ainda pede, em seus estatutos, a destruição do Estado de Israel.
Hizbollah - Partido de Deus - Grupo formado por muçulmanos xiitas patrocinados pelo Irã, que também é contrário ao Estado de Israel na região.
Hamas - Movimento de Resistência Islâmico - Criado a partir da Intifada - Revolta das Pedras -, em 1987, contra a ocupação israelense. Exige a existência de um Estado Palestino. O grupo rejeita o Acordo de Paz de 1993. O grupo promove ataques suicidas contra judeus em Israel.
Jihad Islâmica - Guerra Santa - Também é contrário à paz com os judeus. É sediado na Síria. Promove ataques a bomba com terroristas suicidas.

Os Caminhos da Paz
1978 - O Egito assina acordos com Israel, em Camp David, com mediação dos EUA. O acordo determina a devolução da península do Sinai e o compromisso, por parte de Israel, da devolução dos territórios palestinos ocupados. O Sinai só é devolvido em 1982.
1993 - O líder da OLP, Yasser Arafat, e o primeiro-ministro israelense, Yitzhak Rabin, assinam, nos EUA, Acordo de Paz para o Oriente Médio (foi entregue à OLP a faixa de Gaza e a cidade de Jericó).
A Palestina ainda não pode ser considerada um Estado Nacional, com lugar nas Nações Unidas. Conseguiram apenas uma autonomia relativa na Faixa de Gaza. O território da Cisjordânia deverá ser incorporado, pelo acordo de Paz, até 1998. A Palestina será, então, um Estado dividido, tendo territórios israelenses entre suas duas regiões.
1995 - o primeiro-ministro israelense Yitzahk Rabin é assassinado por um radical israelense, comprometendo o Acordo de Paz.
1996 - A eleição em Israel leva ao poder o partido do Likud, e as tensões se acirram cada vez mais. O novo primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, coloca em xeque os acordos entre a OLP e Israel; os extremistas fundamentalistas fazem diversos ataques suicidas.
1997 - o governo israelense autoriza a criação de colônias em áreas palestinas e retoma a construção da Via Dolorosa, para chegar até o Muro das Lamentações. Gera nova crise entre palestinos e israelenses, pois o túnel passa sob a Mesquita Al. A’qsa, desagradando à população palestina.
1999 - O primeiro-ministro israelense eleito Ehud Barak promete cumprir os acordos de Wye Plantation e desocupar o sul do Líbano.
2000 - Israel desocupa o sul do Líbano, que é retomado pelo grupo guerrilheiro Hizbollah (grupo palestino) e posteriormente é devolvido ao governo libanês, dando um sabor de vitória a esse grupo guerrilheiro.
O impasse para o acordo árabe-israelense continua, apesar do esforço norte-americano em levar a paz ao Oriente Médio, mas o problema esbarra na Questão de Jerusalém.
A proposta de formalização do Estado Palestino, em setembro de 2000, por Yasser Arafat transforma-se em mais um ponto conflitante.
Recusa aos acordos: O Hamas, movimento islâmico fundamentalista, qualifica os acordos de traição à causa nacional e promete prosseguir com a Intifada.
Os acordos e Jerusalém: A insistência em ter sua capital no setor oriental de Jerusalém levou os palestinos a não aceitar o acordo proposto por Israel, que considera sua capital indivisível.

Importância de Jerusalém no conflito árabe-israelense
1947 - proposta de Partilha da Palestina; a área de Jerusalém seria internacionalizada.
Declarada em 1948, pela ONU, como cidade internacional por ser a sede das três mais importantes religiões monoteístas (islamismo, judaísmo e catolicismo).
Símbolo nacional palestino, tem sua porção leste reivindicada para ser a capital da Futura Palestina.
Capital eterna, una e indivisível. Israel anexou o setor oriental de Jerusalém na Guerra 1967, e consolidou esta anexação promovendo a presença de moradores judeus que se apropriaram de terras palestinas.

Curdistão:
Região que se espalha por Turquia, Iraque, Irã, Síria, Armênia e Azerbaijdão, o Curdistão luta pela criação de um Estado próprio.
Apenas uma vez na história houve um passo importante nesse sentido. Em 1920, o Tratado de Sèvres propõe a criação de um Estado curdo, algo que nunca saiu do papel.
A grande dificuldade é que os curdos são povos organizados em clãs independentes, islâmicos, mas desunidos. O movimento pela independência é mais forte na Turquia, onde vive praticamente metade dos 26 milhões de curdos. É também ali que a repressão é mais intensa.
Em 1978 é criado o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e, quatro anos depois, teve início a luta armada. Seu líder, Abdullah Öcalan é condenado à morte e o movimento perde força. No entanto, com a possibilidade de a Turquia entrar para a União Européia, existe uma pressão para que seja solucionado o conflito com os curdos, garantindo, inclusive, os direitos humanos desse povo.
Do lado iraquiano, a permanência dos curdos não foi menos conturbada. Logo após a Guerra Irã-Iraque (1980-1987), Saddam ordenou um ataque com armas químicas à região curda, matando 5 mil curdos.
Durante a Guerra do Golfo (1991), Saddam promoveu outro massacre contra a população curda.

Federação Russa: Os separatistas da Chechênia
Estratégica para a Federação Russa, a ex-república soviética é uma pedra no sapato dos russos. Com a queda do regime comunista, em 1991, os chechenos aproveitaram para declarar a independência.
O exército russo invade a região, situada entre as montanhas do Cáucaso, mas não consegue dominar os guerrilheiros. Depois de uma trégua e a assinatura de um acordo que estendia a definição do status do lugar até 2001, os chechenos invadem o Daguestão, tentando aumentar seu domínio.
Os russos invadem a Chechênia novamente, tomando 80% do território. De lá para cá continuam as escaramuças e a resistência dos guerrilheiros. Historicamente não há nenhuma compatibilidade do povo russo e checheno. Os chechenos são muçulmanos sunitas e viveram desde 1989 sob o domínio da cultura russa, tanto que falam – obrigados – o russo. A região é importante porque serve de rotas importantes de oleodutos em operação na região.

IRLANDA DO NORTE
As rivalidades entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte remontam ao século 17.
É uma história de confrontos que opõe, de um lado, a maioria dos irlandeses - protestantes, unionistas, identificados com os interesses do domínio britânico - e, de outro, a minoria - católicos, nacionalistas, que atrelam sua identidade nacional à resistência religiosa, lutando pelo fim da dominação inglesa sobre o Ulster e a posterior unificação com a vizinha República da Irlanda.
No século 19, a Irlanda foi integrada ao Reino Unido da Grã-Bretanha por meio da assinatura do Union Act. No início do século 20, surge o movimento nacionalista que luta pelo fim do domínio britânico sobre a ilha.
Esse movimento de resistência levará ao surgimento do Estado Livre da Irlanda ou Eire, em 1922. Mas a Irlanda do Norte ou Ulster continuará fazendo parte do Reino Unido.
Foi a partir do final dos anos 60 que as hostilidades se agravaram.
Em 1969, o governo britânico ocupou militarmente o Ulster e, em seguida, dissolveu o Parlamento de Belfast, assumindo as funções políticas e administrativas.
Em 1972, mais de uma dezena de jovens irlandeses católicos foram mortos no Domingo Sangrento. Em 30 anos de conflito, cerca de 3.600 pessoas morreram na Irlanda.
A seguir, uma sucessão de atentados terroristas praticados pelo IRA indicavam a radicalização do conflito.
Protestantes da Força Voluntária do Ulster, grupo paramilitar unionista, responderam com a mesma violência ao radicalismo católico.
Só em 1991, por iniciativa de ingleses e norte-americanos, iniciou-se uma rodada de negociações com a participação dos partidos do Ulster e do governo de Londres.Como o Sinn Fein - braço político do IRA - foi excluído das conversações, o diálogo fracassou.
Finalmente, em 1998, Tony Blair (premiê inglês), Gerry Adams (Sinn Fein) e David Trimble (unionista), com a participação do ex-presidente norte-americano Bill Clinton, assinaram o Acordo do Ulster, que concedia mais autonomia ao país.

QUESTÃO BASCA
Existem aproximadamente 2,2 milhões bascos, que vivem numa região de fronteira entre o norte da Espanha e o sudoeste da França.
Muitos deles reivindicam a formação de um Estado independente, que abrangeria territórios franceses e espanhóis.
Durante o governo do general Franco (1939-1979), proibiu-se o ensino da língua basca, sua adoção pelos meios de comunicação e o uso das cores regionais verde, branco e vermelho.
Como resposta à intolerância franquista, em 1959, surgiu o ETA (Euskadi Ta Askatasuna – Pátria, Basca e Liberdade), um grupo que inicialmente se preocupou em preservar a língua, os costumes e as tradições bascas.
Todavia, em 1966 o ETA partiu para a luta armada, visando conquistar um Estado independente.
Na década de 1970, a organização dividiu-se em dois grupos: ETA-M (militar), que luta pela autonomia basca pelas armas e pelo terrorismo, e a ETA política, que rejeita a via armada.
Quando o rei Juan Carlos assumiu o trono espanhol, após a morte de Franco, iniciou-se a democratização da Espanha. As províncias conquistaram autonomia, o que permitiu à região basca ter um governo próprio. Entretanto, isso não foi suficiente para a ETA-M, que intensificou as campanhas terroristas.
No final dos anos 90, o ETA foi obrigado a aceitar um cessar-fogo, pressionado por manifestações populares antiterrorismo.
Atualmente, a organização alega que as autoridades francesas e espanholas intensificaram a repressão aos seus dirigentes e que por isso está retomando suas ações terroristas.

Argélia
Na década de 70, o país conquista um crescimento econômico espantoso graças à extração do petróleo e do gás natural.
Entretanto, nos anos 80, os preços despencaram e, com eles, também caíram a renda per capita e a saúde financeira do país.
Em 1989, o governo é obrigado a promover a abertura política. Nessa época surgem os problemas.
A democratização traz à tona sentimentos fundamentalistas islâmicos que acabam se refletindo nas urnas. Com a vitória da Frente Islâmica de Salvação (FIS), ocorre um golpe que anula as eleições.
A FIS vai para a ilegalidade. Em resposta, braços armados da FIS declaram guerra ao regime militar. A GIA (Grupo Islâmico Armado) é a facção mais violenta das que lutam por instalar um Estado islâmico na região.

Caxemira:
Situada na fronteira da Índia com o Paquistão, a Caxemira é habitada majoritariamente por muçulmanos.
O conflito remonta ao período em que os ingleses se retiraram da região, durante o período de colonização.
Antes mantinham ali o desejo de criar um estado único, agrupando povos de religiões hindu, islâmica e outros grupos menores.
Mas, com o fim da colonização, surge, em 1947, o Paquistão (islâmico) e a Índia (multiureligiosa, de maioria hindu).
A descolonização deixa ainda um barril de pólvora: a Caxemira. Na ocasião, a região era um principado de maioria muçulmana, mas governado por um príncipe hindu. Na hora de decidir para que lado iria ficar (hindu ou muçulmano), o príncipe decidiu aliar-se à Índia.
Depois disso, várias guerras eclodiram. A mais importante ocorreu entre 1947-1948, quando um terço da Caxemira fica para o Paquistão e dois terços para a Índia (uma outra pequena fração fica com a China).
Na década de 80, com o recrudescimento do fundamentalismo islâmico no mundo, os confrontos se intensificam na Caxemira indiana.
O conflito alarma a comunidade internacional em 1998, quando os dois países promovem testes de armas nucleares.
A situação ainda está em impasse: a Índia não abre mão da região. O Paquistão defende a realização de um plebiscito na Caxemira indiana. Há ainda a idéia de criar um estado independente.

Angola
Há vários componentes neste conflito que já dura 25 anos. Com a independência da antiga colônia portuguesa, em 1975, grupos locais passam a disputar o poder. São eles: o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), marxista, e a União Nacional para a Independência Total de Angola (Unita), maoísta.
No início o MPLA assume o governo. Tem início então uma guerrilha armada liderada pela Unita. Este conflito liga-se á Guerra Fria da seguinte forma: soldados da MPLA recebiam apoio direto de Cuba e URSS. Nesta ocasião, a Unita deixa de ser maoísta e se aproxima dos EUA, além da ajuda da África do Sul, que envia tropas para a região.
Ao mesmo tempo, há um conflito étnico entre quimbundos (a maior parte deles está associada ao MPLA) e ovimbundos (ligados à Unita). Não por acaso, esses grupos estão interessados em manter controle sobre as ricas reservas de petróleo do país e das minas de diamante, que, ainda hoje, ajudam a financiar a guerrilha.
O processo de paz ganha força com a queda do regime comunista e à pressão internacional pela retirada das tropas sul-africanas, mas o impasse se estende até hoje.

Burundi e Ruanda
O problema é antigo. Em 1885, as potências européias dividiram o continente africano entre si em várias colônias.
O território do atual Burundi ficou com a Alemanha, algo que agravou ainda mais as rivalidades entre as etnias hutus e tutsis. Ainda em minoria, os tutsis detinham o poder da monarquia na região.
Com a chegada dos alemães, os tutsis continuaram gozando de privilégios. Depois da I Guerra Mundial, o Burundi é unificado com a vizinha Ruanda. O novo território passa para as mãos da Bélgica que domina a região até 1946. Assim que os belgas deixam a região, em 1962, é declarada a independência do país como uma monarquia tutsi.
Tem início um confronto violento entre as duas etnias e, um ano depois, um golpe de Estado põe fim à monarquia, instaurando o presidencialismo. Vários golpes seguem marcando a história desse confronto.
Em 1993, oficiais tutsis fuzilaram o primeiro presidente escolhido democraticamente, o hutu Melchior Ndadaye.
Os hutus reagem, dando início a uma guerra civil que se estende até hoje. O ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela assume o comando das negociações de paz, já que as tentativas anteriores fracassaram.
Em 2001, chegam a um consenso para a formação do governo provisório. As facções rebeldes chegam a um consenso para a formação da Assembléia Nacional: os hutus (85% da população) ficariam com 60% das cadeiras.
O restante ficaria com os tutsis. Haveria ainda um rodízio de presidentes das duas etnias revezando-se no poder. Mas ainda não há um acordo fechado.

DARFUR:
Abandonado pela atual ORDEM ECONÔMICA, que não vê no africano um elemento de mercado, o continente afunda-se cada vez mais na miséria, fome e instabilidade política.
A questão religiosa aflora em conflitos que esbarram em regimes ditatoriais, como na Argélia e no Sudão.
Terroristas agridem continuamente os turistas no Egito para desestabilizar o governo, que tem esta atividade como importante fator da economia.
Poucos são os países que vivem uma transição para a democracia. Com uma população inferior a 800 milhões, cerca de quase 200 milhões têm problemas com a fome.
Em sua grande maioria, as epidemias espalham-se pelo continente. Grande parte das doenças endêmicas tornaram-se epidêmicas. A AIDS avança a níveis alarmantes na África equatorial.
A população de Darfur vem enfrentando uma forte onda de violência e terror que resultou numa quantidade enorme de mortes e forçou mais de 1,5 milhões de pessoas a fugirem dos seus vilarejos destruídos em busca de segurança.
Em acampamentos improvisados por toda a região de Darfur, os deslocados estão vivendo sob a guarda de alguns dos mesmos homens armados que queimaram seus vilarejos e mataram seus familiares.
Deslocamentos em massa, condições precárias de vida e falta de comida têm um impacto grave na saúde da população. Além da violência, as principais causas de mortes são a diarréia, as infecções respiratórias e a malária.

Tibet
Localizado no centro-leste da Ásia, o Tibet é uma região de tradição budista. A prática religiosa aliada à submissão à autoridade do povo tibetano, que nunca aceitou a ocupação chinesa, que ocorre em 1950.
Uma rebelião liderada por monges budistas, em 1959, é esmagada pelas tropas chinesas, forçando o exílio do líder espiritual tibetano, o 14º dalai-lama, Tenzin Gyatso.À frente de cerca de 120 mil seguidores, ele se refugia em Dharmsala, no norte da Índia.
A causa da independência do Tibet ganha força perante a opinião pública ocidental após a concessão do Prêmio Nobel da Paz a Tenzin Gyatso em 1989.
Faz parte dos planos do governo chinês consolidar a migração de chineses han para a região e integrar a província à economia chinesa. O primeiro passo é a construção de uma ferrovia ligando Lhasa, a capital do Tibet, à cidade de Golmud, na China.

Colômbia
A guerra civil no país já dura mais de três décadas. O principal inimigo do governo é o grupo Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), guerrilha de esquerda que conta aproximadamente com 15 mil homens.
Existem ainda outros grupos armados de esquerda, com destaque para o Exército de Libertação Nacional (ELN). Em contrapartida, uma série de esquadrões paramilitares de extrema direita combate a guerrilha em diversas regiões do país. Essas milícias, financiadas por latifundiários, são contra qualquer tipo de concessão aos rebeldes. Usam de violência contra ativistas de direitos humanos, agricultores e simpatizantes de esquerda.
Juntas as guerrilhas de esquerda e as de extrema direita controlam mais de 40% do território colombiano. A situação está assim hoje devido à histórica irregularidade da distribuição de renda, resultado de um processo de crescimento econômico que beneficiou famílias dos colonizadores espanhóis, deixando à margem os nativos.
Empobrecida, uma parcela da população acabou pegando em armas contra o governo. Para piorar o quadro, o narcotráfico ajuda a financiar a guerrilha, que, em troca, permite o cultivo da coca.


Os fenômenos climáticos e a interferência humana


FENÔMENOS CLIMÁTICOS
Um fenômeno climático é qualquer atividade que ocorre na atmosfera de um dado corpo celeste, tal como um planeta ou um satélite.

O PODER DA AÇÃO HUMANA
Já não há mais dúvidas de que as mudanças climáticas são intensificadas pelas atividades humanas. A emissão de gases não pára de crescer. O Brasil tem desafios bastante peculiares, sobretudo relacionados ao desmatamento e ao gás metano proveniente da ação dos ruminantes (bovinos, búfalos, cabras e ovelhas). O metano tem capacidade de aquecer a atmosfera até 26 vezes mais do que a do carbono.

A interferência humana
De acordo com o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas Globais (IPCC, na sigla em inglês) o aquecimento global é inequívoco e há mais de 90% de certeza científica de que as alterações no clima são intensificadas pelas atividades humanas. Para chegar a essa conclusão, o IPCC avaliou 577 trabalhos científicos, descrevendo cerca de 80 mil séries de dados, que mostram modificações significativas como recuo de geleiras, alterações de volumes de água em rios, lagos e oceanos. Assim como mudança no comportamento de peixes, aves, mamíferos e outras espécies animais e espécies vegetais.
Segundo diversos estudos, a temperatura média no planeta subiu cerca de 0,7ºC ao longo do século 20, assim como esse aquecimento vem ocorrendo de maneira mais rápida nos últimos 25 anos. A temperatura subiu em velocidade quatro vezes maior do que a média desde 1850.
É interessante registrar que tanto as causas naturais como àquelas atribuídas às atividades humanas estão contempladas nos modelos usados pelos cientistas para reproduzir, de modo geral, a curva de evolução das temperaturas do século 20. Verificou-se que as forçantes antrópicas são o fator dominante entre os anos 1970-2000. Por outro lado, se as modelagens usassem apenas as causas naturais (solar e vulcânica) o cenário provável seria um resfriamento e não um aquecimento global.
Essas informações são fruto da evolução da ciência do aquecimento global, que cresceu bastante nos últimos 20 anos. Com isso as projeções das mudanças climáticas estão cada vez mais saindo do terreno especulativo. Atualmente, o IPCC trabalha com vários modelos que tentam explicar a evolução do clima do sistema terrestre (seu passado e presente) e, em um cenário em que as simulações para o futuro apresentam maior confiabilidade. Contudo é importante entender que as projeções dos modelos climáticos têm muitas limitações, o que não devem ser impedimento para tomadas de decisões e implementação de medidas para mitigar os efeitos das mudanças climáticas.
   
Poluição Atmosférica

Poluição atmosférica refere-se a mudanças da atmosfera susceptíveis de causar impacto a nível ambiental ou de saúde humana, através da contaminação por gases, partículas sólidas, liquidas em suspensão, material biológico ou energia.  A adição dos contaminantes pode provocar danos diretamente na saúde humana ou no ecossistema, podendo estes danos ser causados diretamente pelos contaminantes, ou por elementos resultantes dos contaminantes. Para além de prejudicar a saúde, pode igualmente reduzir a visibilidade, diminuir a intensidade da luz ou provocar odores desagradáveis. Esta poluição causa ainda mais impactes no campo ambiental, tendo ação direta no aquecimento global, sendo responsável por degradação de ecossistemas e potenciadora de chuvas ácidas.
A concentração dos contaminantes reduz-se à medida que estes são dispersos na atmosfera, o que depende de fatores climatológicos, como a temperatura, a velocidade do vento, o movimento de sistemas de alta e baixa pressão e a interação destes com a topografia local, montanhas e vales por exemplo. A temperatura normalmente diminui com a altitude, mas quando uma camada de ar frio fica sob uma camada de ar quente produzindo uma inversão térmica, a dispersão ocorre muito lentamente e os contaminantes acumulam-se perto do solo. Para analisar a dispersão, recorre-se a modelos de dispersão atmosférica, que são modelos computorizados onde através de formas matemáticas complexas são simulados os comportamentos físico e químicos dos contaminantes, podendo caracterizar ou prever a ação dos mesmos no meio envolvente.
Ao longo dos tempos, a comunidade política e civil foi sendo alertada para os efeitos adversos, tendo sido assinados vários protocolos internacionais no sentido de mitigar ou resolver alguns dos problemas existentes, como o caso do protocolo de Montreal, que aboliu o uso dos CFC's, sendo considerado um dos protocolos de maior sucesso, ou ainda mais recente, o protocolo de Quioto.
    - Efeito estufa e o aquecimento global
Um assunto que tem sido muito discutido nos últimos tempos é o aquecimento global, evento causador das mudanças climáticas que vem ocorrendo na Terra. O principal fator responsável por sua ocorrência é o efeito estufa. O efeito estufa é gerado através do acúmulo de gases poluentes na atmosfera, entre eles dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono, os quais são liberados no ar através da queima de combustíveis fósseis, como a gasolina e o diesel, queima de florestas, emissão de gás carbônico pelas fábricas e a criação em massa de bovinos, os quais produzem e eliminam gás metano em suas fezes, outro fator que também é responsável pela liberação intensa de gás metano é a maior produção de lixo e esgotos.
Na verdade o efeito estufa é um fenômeno natural em que uma parte da radiação solar que chega a Terra acaba sendo refletida pelas nuvens e pela superfície terrestre enquanto outra é absorvida. Dessa energia absorvida, uma parte é irradiada na forma de calor para a atmosfera, isso acontece, pois as nuvens e certos gases atmosféricos, como o vapor de água, dióxido de carbono, metano e dióxido de nitrogênio reirradiam esse calor de volta para a superfície terrestre, aquecendo-a. Esse fenômeno é muito importante, pois através dele a temperatura do planeta se mantém compatível com os seres vivos que nele habitam. 
O problema acontece quando esse efeito se intensifica, aumentando a temperatura além do normal. Nós vemos todos os dias as consequências que a intensificação do efeito estufa, como o aumento do nível dos oceanos, que ocorre devido ao derretimento das calotas polares, fazendo o volume das águas aumentarem, podendo, futuramente causar a submersão de muitas cidades litorâneas, vemos isso direto com o aumento dos casos de tsunamis.
Outra consequência é o crescimento e surgimento de desertos, pois com o aumento da temperatura muitas espécies de animais e vegetais que não são adaptados a essa mudança acabam morrendo, causando o desequilíbrio de vários ecossistemas, outro fator é o desmatamento descontrolado de florestas que também contribui para isso, especialmente de países tropicais como o Brasil e alguns países africanos. 
 Também tem ocorrido o aumento de furacões, tufões e ciclones, pois o aumento da temperatura faz com que as águas dos oceanos se evaporem mais rapidamente, contribuindo para a intensificação desses tipos de catástrofes climáticas. As ondas de calor estão ficando cada vez mais intensas, ocorrendo em lugares onde a temperatura é mais amena, como a Europa, a qual tem sido castigada por ondas de calor de até 40 graus centígrados, essa mudança abrupta pode provocar a morte de idosos e crianças que são mais vulneráveis a essas mudanças. 

    - El Nino

Os fenômenos El Niño são alterações significativas de curta duração (12 a 18 meses) na distribuição da temperatura da superfície da água do Oceano Pacífico, com profundos efeitos no clima.[1] Estes eventos modificam um sistema de flutuação das temperaturas daquele oceano chamado Oscilação Sul e, por essa razão, são referidos muitas vezes como OSEN (Oscilação Sul-El Niño, ver abaixo). Seu papel no aquecimento e arrefecimento global é uma área de intensa pesquisa, ainda sem um consenso.
O El Niño foi originalmente reconhecido por pescadores da costa oeste da América do Sul, observando baixas capturas, à ocorrência de temperaturas mais altas que o normal no mar, normalmente no fim do ano – daí a designação, que significa “O Menino”, referindo-se ao “Menino Jesus”, relacionado com o Natal.
Durante um ano “normal”, ou seja, sem a existência do fenômeno El Niño, os ventos alísios sopram no sentido oeste através do Oceano Pacífico tropical, originando um excesso de água no Pacífico ocidental, de tal modo que a superfície do mar é cerca de meio metro mais alta nas costas da Indonésia que no Equador. Isto provoca a ressurgência de águas profundas, mais frias e carregadas de nutrientes na costa ocidental da América do Sul, que alimentam o ecossistema marinho, promovendo imensas populações de peixes – a pescaria de anchoveta no Chile e Peru já foi a maior do mundo, com uma captura superior a 12 milhões de toneladas por ano. Estes peixes, por sua vez, também servem de sustento aos pássaros marinhos abundantes, cujas fezes depositadas em terra, o guano, servem de matéria prima para a indústria de fertilizantes.
Quando acontece um El Niño, que ocorre irregularmente em intervalos de 2 a 7 anos, com uma média de 3 a 4 anos, os ventos sopram com menos força em todo o centro do Oceano Pacífico, resultando numa diminuição da ressurgência de águas profundas e na acumulação de água mais quente que o normal na costa oeste da América do Sul e, consequentemente, na diminuição da produtividade primária e das populações de peixe.
Outra consequência de um El Niño é a alteração do clima em todo o Pacífico equatorial: as massas de ar quentes e úmidas acompanham a água mais quente, provocando chuvas excepcionais na costa oeste da América do Sul e secas na Indonésia e Austrália. Pensa-se que este fenômeno é acompanhado pela deslocação de massas de ar a nível global, provocando alterações do clima em todo o mundo. Por exemplo, durante um ano com El Niño, o inverno é mais quente que a média nos estados centrais dos Estados Unidos, enquanto que nos do sul há mais chuva; por outro lado, os estados do noroeste do Pacífico (Oregon, Washington, Colúmbia Britânica) têm um inverno mais seco. Os verões excepcionalmente quentes na Europa e as secas em África parecem estar igualmente relacionadas com o aparecimento do El Niño.
La Niña é o fenômeno inverso, caracterizado por temperaturas anormalmente frias, também no fim do ano, na região equatorial do Oceano Pacifico, muitas vezes (mas não sempre) seguindo-se a um El Niño.[2] Também já foi denominado como “El Viejo” (“O Velho”, ou seja, a antítese do “menino”) ou ainda o “Anti-El Niño”.
    - Redução da camada de ozônio

Situada na estratosfera, entre os quilômetros 20 e 35 de altitude da superfície terrestre, a camada de ozônio tem cerca de 15 km de espessura.
Sua constituição, há cerca de 400 milhões de anos, permite o desenvolvimento da vida no meio terrestre, já que o ozônio, um gás rarefeito cujas moléculas compõem-se de três átomos de oxigênio, protege a Terra da radiação ultravioleta emitida pelo Sol.
Redução na camada de ozônio – Como a composição da atmosfera nessa altitude é bastante estável, a camada de ozônio manteve-se inalterada ao longo de milhões de anos. Nas últimas décadas, no entanto, os cientistas vêm constatando uma diminuição na concentração de ozônio, decorrente da emissão de poluentes pelo homem. O cloro, presente nos compostos de clorofluorcarbonos (CFCs), é identificado como o principal responsável. O CFC é utilizado como propelente em algumas espécies de sprays, em embalagens de plástico, chips de computadores, solventes utilizados pela indústria eletrônica e, especialmente, em aparelhos de refrigeração, como geladeira e ar-condicionado.
Os primeiros alertas sobre a perda de espessura do escudo protetor são feitos pela Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço dos Estados Unidos (Nasa), a partir de pesquisas realizadas entre 1979 e 1986.
Os estudos também indicam a existência de um buraco de cerca de 7 milhões de quilômetros quadrados sobre a Antártica. Em 1992 a Nasa identifica um segundo buraco, desta vez sobre o Pólo Norte, chegando às regiões próximas ao Círculo Polar Ártico.

    - Inversão Térmica
A inversão térmica é um fenômeno atmosférico muito comum nos grandes centros urbanos industrializados, sobretudo naqueles localizados em áreas cercadas por serras ou montanhas. Durante o dia, o ar próximo do chão é aquecido pelo calor da superfície do solo. Por ser menos denso e mais leve esse ar quente sobe. À noite, o solo esfria rapidamente e a temperatura do ar que está mais próximo da superfície também diminui. Forma-se, então, uma camada de ar frio abaixo da camada de ar aquecida durante o dia. No dia seguinte, a camada de ar frio, mais densa e pesada, não consegue subir, porque o ar quente funciona como um "tampão": é a inversão térmica. Ou seja, esse processo ocorre quando o ar frio e mais denso é impedido de circular por uma camada de ar quente menos denso, provocando uma alteração na temperatura.


Comparação entre o fluxo de ar


É importante ressaltar que a inversão térmica é um fenômeno natural, sendo registrada em áreas rurais e com baixo grau de industrialização. No entanto, sua intensificação e seus efeitos nocivos se devem ao lançamento de poluentes na atmosfera, o que é muito comum nas grandes cidades.
Com a atividade industrial e a numerosa frota de veículos dessas regiões, a camada de ar frio começa a concentrar os poluentes. Sendo assim, a dispersão desses poluentes fica extremamente prejudicada, formando uma camada de cor cinza, oriunda dos gases emitidos.
Nos dias frios o clima fica propício para inversões térmicas. Forma-se uma camada de ar frio em baixas altitudes, essa massa de ar não consegue subir e a qualidade do ar piora por causa da fumaça emitida por veículos e indústrias. Já nos dias quentes, os raios de sol aquecem a superfície terrestre e o chão transfere o calor para o ar acima dele. Esse ar aquecido, menos denso e mais leve, sobe e carrega os poluentes. Por isso o nível de poluição do ar costuma ser maior no inverno do que no verão; além do índice pluviométrico também ser menor durante o inverno, fato que dificulta a dispersão dos gases poluentes.
Se a inversão durar vários dias, a concentração de poluentes pode elevar-se a níveis perigosos. Em Londres, em dezembro de 1952, morreram cerca de 4000 pessoas em consequência de uma prolongada inversão térmica devido à combustão excessiva de carvão contaminado com enxofre.
Doenças respiratórias, irritação nos olhos e intoxicações são algumas das consequências da concentração de poluentes na camada de ar próxima ao solo. Entre as possíveis medidas para minimizar os danos gerados pela inversão térmica estão à utilização de biocombustíveis, fiscalização de indústrias, redução das queimadas e políticas ambientais mais eficazes.

Camada visível formada por poluentes

    - Ilha de Calor
Ilha de calor é um fenômeno climático que ocorre a partir da elevação da temperatura de uma área urbana se comparado a uma zona rural, por exemplo. Isso quer dizer que nas cidades, especialmente nas grandes, a temperatura é superior a de áreas periféricas, consolidando literalmente uma ilha climática.
Essa anomalia ocorre devido à junção de diversos fatores, como: a poluição atmosférica; a alta densidade demográfica; a pavimentação e diminuição da área verde, irradiando 50% a mais de calor; a construção de prédios barrando a passagem do vento e impedindo que este refresque as regiões centrais; a grande quantidade de veículos e indústrias que, com a poluição, tornam as cidades mais abafadas; entre outros fatores que contribuem para o aumento da retenção de calor na superfície.
Estudos realizados mostram que na cidade de São Paulo a temperatura varia em até 12 graus Celsius entre um bairro e outro. Ao mesmo tempo em que a região da Serra da Cantareira apresenta 20 graus Celsius, a Rua 25 de Março, no centro, sofre com um calor de 32 graus. Nos últimos 30 anos, a temperatura média da cidade sofreu um acréscimo de 1,6 graus. Dados recentes mostram que a região metropolitana terá um aumento da temperatura média entre 2 e 3 graus Celsius neste século. É apontada também a ocorrência de um maior número de chuvas volumosas. Antes de 1950, precipitações acima de 50 mm ao dia eram raras na cidade. Atualmente, acontecem de duas a cinco vezes por ano.
Um mapeamento das ilhas de calor do Rio de Janeiro revela que as temperaturas mais elevadas estão localizadas no núcleo metropolitano, que inclui a área central da cidade do Rio de Janeiro, a zona norte (Leopoldina, Bonsucesso, Ramos e Penha), parte da zona sul (Glória, Catete, Flamengo e Botafogo) e as áreas centrais de Niterói e São Gonçalo.
Mesmo em centros urbanos circundados por florestas, como a cidade de Manaus, a maior da região Norte, a temperatura pode se elevar em até 3 graus Celsius, quando comparada em relação a áreas vizinhas.
O fenômeno de formação de ilhas de calor em centros urbanos ao redor do mundo contribui para o aquecimento global, ao mesmo tempo em que a elevação das temperaturas no planeta intensifica a concentração de calor já existente nessas regiões. Além disso, a intensificação das ilhas de calor afeta a saúde da população e das cidades. Aumenta a concentração de gases tóxicos, o que pode levar a um aumento da mortalidade por doenças respiratórias, além de afetar a pressão arterial, aumentar os níveis de estresse e alterar mecanismos de regulação endócrina. Também faz com que se desenvolva um maior índice de chuvas, que, combinado com a impermeabilização dos solos, pode resultar em enchentes catastróficas.
Para evitar a formação das ilhas de calor é necessária a preservação das áreas verdes nas cidades, arborizar regiões desmatadas, reduzir a emissão de gases poluentes na atmosfera e planejar a expansão urbana e o uso do solo.

Representação ilustrativa de uma ilha de calor


- Chuva Ácida
A chuva contém um pequeno grau natural de acidez, no entanto, não gera danos à natureza. O problema é que o lançamento de gases poluentes na atmosfera por veículos automotores, indústrias e usinas termelétricas tem aumentado à acidez das chuvas.
A chuva ácida é um dos grandes problemas ambientais dos locais onde ocorre a poluição atmosférica decorrente da liberação de óxidos de nitrogênio, dióxido de carbono e do dióxido de enxofre, sobretudo pela queima do carvão mineral e de outros combustíveis de origem fóssil.
O dióxido de carbono, o óxido de nitrogênio e o dióxido de enxofre reagem com as partículas de água presentes nas nuvens, sendo que o resultado desse processo é a formação do ácido nítrico e do ácido sulfúrico. Ao se precipitarem em forma de chuva, neve ou neblina, ocorre o fenômeno que, em virtude da ação das correntes atmosféricas, também pode ser desencadeado em locais distantes de onde os poluentes foram emitidos.

Esquema que ilustra a formação de chuvas ácidas


Grandes cidades como Nova York, Berlim e até Atenas, já sofrem com os efeitos da chuva ácida há muito tempo. A maior ocorrência de chuvas ácidas até os anos 1990 era nos Estados Unidos da América. Contudo, esse fenômeno se intensificou nos países asiáticos, principalmente na China, que consome mais carvão mineral do que os EUA e os países europeus juntos. No Brasil, a chuva ácida é mais comum nos estados do Rio de Janeiro e São Paulo.
Entre os transtornos gerados pela chuva ácida está à destruição de lavouras e de florestas, modificação das propriedades do solo, alteração dos ecossistemas aquáticos, contaminação da água potável, danificação de edifícios e corrosão de veículos e monumentos históricos. De acordo com o Fundo Mundial para a Natureza, cerca de 35% dos ecossistemas do continente europeu foram destruídos pelas chuvas ácidas.
Algumas ações são necessárias para reduzir esse problema, tais como a redução no consumo de energia, sistema de tratamento de gases industriais, utilização de carvão com menor teor de enxofre e popularização de fontes energéticas mais limpas.

                                                     
Efeitos nocivos decorrentes da chuva ácida