Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

sábado, 28 de novembro de 2009

ALGUNS MOMENTOS DO AULÃO DA SAUDADE DA ESCOLA MODELO DE IGUATU


A Escola Modelo de Iguatu, mais uma vez deu um show. Nosso Aulão da Saudade, realmente ficará na saudade.
Rayanne, Igor, Danilo, Luan, Helena, Helaine, Hudson, João, Kayo, Hian, Marisa, Nilcicléia, Paulino, Raquel, Ronaldo, Rosa, Sony e Wennedy, vocês deram um show a parte. A alegria foi contagiante e a emoção também.Não esqueçam...

Saudades e Lembranças
Podem parecer sinônimos, ideia igual, mas diferente no sentir.
Lembrança é da memória, saudade é da alma. Muitas lembranças, poucas saudades.
Lembranças surgem com um cheiro, uma música, uma palavra...
Saudade surge sozinha, emerge do fundo do peito onde é guardada com carinho.
Lembrança pode ser boa, mas quando não é, pode-se afastá-la convocando outra lembrança ou convocando outro pensamento para o lugar, ligando a TV ou lendo o jornal.
Saudade é sempre boa, mesmo quando dói, e não se apaga mesmo que outra pessoa tente ocupar o lugar vazio. Ela pode coexistir com um novo ser, sem machucá-lo.
Lembrança é de algo real, um lugar, de uma época, uma pessoa.
Saudade pode ser do que não houve, de uma possibilidade, de abraços jamais trocados.
Lembrança pode ser contada, medida, localizada, e com algum esforço, pode até ser calculada com uma fórmula matemática, ao gosto dos engenheiros.
Saudade é dos poetas, é pautada em rimas e melodias; vontade de ver outra pessoa, segundo os poetas, teria outro nome, seria uma saudade com tempero, eu acho.
Lembrança pode ser sem som, pode não doer.
Saudade jamais é sem dor.
Se ela não vier com música de fundo, a gente coloca, só para ficar mais bonita, mais gostosa de sentir, para preencher mais a alma vazia.
Lembrança vence a morte, mas não se conforma com a ausência, respeita convenções.
Saudade ignora a morte, vence distâncias, barreiras e preconceitos.
Lembrança aceita nosso comando, vai e volta quando queremos.
Saudade é irreverente, independente e auto-suficiente.
Após tudo isso só tenho certeza de que:
Sentirei Saudades e terei Lembranças.
Mil Beijos,
Vânia Schaffer
27/11/2009



" Se chorei ou se sorrir, o importante é que emoções eu vivi."
                                     

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

3º ano da Escola Modelo de Iguatu


VALEU PELO AULÃO DA SAUDADE!!


BEIJOS


Charge


Brasil - Água e Energia

Com cerca de 12% das águas do planeta, o Brasil é um país privilegiado em disponibilidade de água. Apesar disso, acumula vários problemas pelo mal aproveitamento e pela execução de grandes usinas hidrelétricas, pela ocupação dos mananciais e pela poluição. Os rios de grandes cidades e os que atravessam importantes áreas agrícolas recebem os dejetos orgânicos e químicos (agrotóxicos) sem tratamento prévio. Poluição e morte têm sido o destino de importantes rios e poucas ações foram colocadas em prática para reverter este processo.
O Brasil possui, também, um dos mais elevados potenciais (capacidade) de geração de energia elétrica a partir da água. No entanto, metade deste potencial está situada na Amazônia distante dos grandes centros de consumo. As águas estão distribuídas irregularmente no território brasileiro e, próximo aos grandes centros econômicos e aglomerados populacionais, esse potencial está aproveitado praticamente em seu limite.



Observe o quadro:
REGIÕES - DISPONIBILIDADE DE RECURSOS HÍDRICOS (%) - POPULAÇÃO (%)

Norte 70% 7,6%
Centro-Oeste 15% 6,8%
Sudeste 6% 42,7%
Sul 6% 14,8%
Nordeste 3% 8,1%

Fonte: IBGE (censo 2000)
ANA (Agência Nacional das Águas - 2004)
Quatro bacias hidrográficas principais cobrem mais de 80% da superfície do território brasileiro: Amazônica, Tocantins, Platina (Paraná, Paraguai e Uruguai) e São Francisco.

Normas da ABNT para trabalhos acadêmicos

Basicamente, para trabalhos acadêmicos, as normas são:
FORMATAÇÃO:

Margens:
Superior – 3cm
Inferior – 2 cm
Esquerda – 3 cm
Direita – 2 cm

Papel:
*Cor – Branca
*Tamanho – A4

Digitação:

*Fonte: Times New Roman ou Arial
*Tamanho: 12
*Estilo: Normal
*Alinhamento: Justificado

*Espaço entre linhas: 1,5 *Recuo de Parágrafos: 2cm a partir da margem esquerda
*Espaço entre títulos e textos (vice-versa): 2 espaços duplos
*Numeração das páginas: alto, no canto direito. (obs: não contar com a capa, iniciar a contagem a partir da folha de rosto, mas só paginar a partir da primeira folha da introdução ou apresentação do trabalho até a última folha).
*Títulos Centralizados: RESUMO OU ABSTRACT, SUMÁRIO, INTRODUÇÃO, CONSIDERAÇÕES FINAIS, ANEXOS, APÊNDICES, REFERÊNCIAS. (Obs: esses títulos serão digitados em fonte 14, caixa alta e negrito).
*Outros Títulos: os capítulos serão colocados números arábicos (1, 2, ...), alinhado à esquerda, logo após a margem da folha, sem ponto ou qualquer outro símbolo após o número e nem após o título, exceto se houver subtítulo.



Capa: deve conter 5 elementos obrigatórios:

*Nome da Instituição; Fonte times new roman ou arial, 14, caixa alta, negrito, centralizado.
*Nome do Departamento ou Curso: mesma fonte, 14, caixa alta, negrito, centralizado.
*Título do Trabalho: mesma fonte, 14, caixa alta, negrito, centralizado (horizontal e vertical).
*Nome do Autor: mesma fonte, 14, caixa alta, negrito, centralizado, 2 espaços duplos abaixo do título do trabalho.
*Local e Ano: mesma fonte, 12, caixa alta, negrito, centralizado, na última linha da página.

Folha de Rosto:

*Nome do Autor: no alto da página, logo após a margem, com a mesma formatação da capa.
* Título do Trabalho: no mesmo lugar e formatação da capa.
*Texto Indicativo: é uma referência ao tipo do trabalho realizado, quem o solicitou e com que objetivo foi realizado. Deve ser digitado na mesma fonte, 12, sem negrito, abaixo do título 2 espaços duplos, do lado direito, ou seja, em parágrafo a partir do meio da folha para direita, obedecendo à primeira linha, justificado e em espaço simples.
*Local e Ano: mesma fonte, 12, caixa alta, centralizado, na última linha da página.

Essa é só uma pequena parte das muitas normas da ABNT, referentes à trabalhos, citações, referências, etc.,etc,etc.

Obama pode mandar trinta mil soldados ao afeganistão

O presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, manifestou na terça-feira (24) sua intenção de pôr fim ao “trabalho” no Afeganistão. Para isso, ele poderia enviar um contingente extra de 30 mil soldados. Segundo o The New York Times desta quarta, que traz o assunto em manchete, o presidente americano deverá anunciar formalmente a sua decisão em um comunicado à nação na próxima semana. Em entrevista coletiva no Salão Oval da Casa Branca, Obama falou em romper com as políticas que herdou do antecessor, George W. Bush, e disse que o objetivo é banir a Al-Quaeda da região e possibilitar maior estabilidade ao Afeganistão.


terça-feira, 3 de novembro de 2009

Escala cartográfica - Como interpretar reduções em mapas

O mapa é uma imagem reduzida de uma determinada superfície. Essa redução - feita com o uso da escala - torna possível a manutenção da proporção do espaço representado. É fácil reconhecer um mapa do Brasil, por exemplo, independente do tamanho em que ele é apresentado, pois a sua confecção obedeceu a determinada escala, que mantém a sua forma. A escala cartográfica estabelece, portanto, uma relação de proporcionalidade entre as distâncias lineares num desenho (mapa) e as distâncias correspondentes na realidade.
As escalas podem ser indicadas de duas maneiras, através de uma representação gráfica ou de uma representação numérica.
Escala gráfica
A escala gráfica é representada por um pequeno segmento de reta graduado, sobre o qual está estabelecida diretamente a relação entre as distâncias no mapa, indicadas a cada trecho deste segmento, e a distância real de um território. Observe:

De acordo com este exemplo cada segmento de 1cm é equivalente a 3 km no terreno, 2 cm a 6 km, e assim sucessivamente. Caso a distância no mapa, entre duas localidades seja de 3,5 cm, a distância real entre elas será de 3,5 X 3, ou 10,5 km (dez quilômetros e meio). A escala gráfica apresenta a vantagem de estabelecer direta e visualmente a relação de proporção existente entre as distâncias do mapa e do território.
Escala numérica
A escala numérica é estabelecida através de uma relação matemática, normalmente representada por uma razão, por exemplo: 1: 300 000 (1 por 300 000). A primeira informação que ela fornece é a quantidade de vezes em que o espaço representado foi reduzido. Neste exemplo, o mapa é 300 000 vezes menor que o tamanho real da superfície que ele representa.
Na escala numérica as unidades, tanto do numerador como do denominador, são indicadas em cm. O numerador é sempre 1 e indica o valor de 1cm no mapa. O denominador é a unidade variável e indica o valor em cm correspondente no território. No caso da escala exemplificada (1: 300 000), 1cm no mapa representa 300 000 cm no terreno, ou 3 km. Trata-se portanto da representação numérica da mesma escala gráfica apresentada anteriormente.
reprodução
Caso o mapa seja confeccionado na escala 1 300, cada 1cm no mapa representa 300 cm ou 3 m. Para fazer estas transformações é necessário aplicar a escala métrica decimal:
reprodução

ou

reprodução
Aplicação da escala
A escala (E) de um mapa é a relação entre a distância no mapa (d) e a distância real (D). Isto é:
reprodução
As questões que envolvem o uso da escala estão geralmente relacionadas a três situações:
1. Calcular a distância real entre dois pontos, separados por 5 cm (d), num mapa de escala (E) 1: 300 000.
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2. Calcular a distância no mapa (d) de escala (E) 1: 300 000 entre dois pontos situados a 15 km de distância (D) um do outro.

reprodução

3. Calcular a escala (E), sabendo-se que a distância entre dois pontos no mapa (d) de 5 cm representa a distância real (D) de 15 km.
reprodução

Grande e pequena escala
Para a elaboração de mapas de superfícies muito extensas é necessário que sejam utilizadas escalas que reduzam muito os elementos representados. Esses mapas não apresentam detalhes e são elaborados em pequena escala. Portanto, quanto maior o denominador da escala, maior é a redução aplicada para a sua elaboração e menor será a escala.
As escalas grandes são aqueles que reduzem menos o espaço representado pelo mapa e, por essa razão, é possível um maior detalhamento dos elementos existentes. Por isso, são aquelas cujo denominador é menor. As escalas maiores normalmente são denominadas de plantas que podem ser utilizadas num projeto arquitetônico ou para representar uma cidade. De acordo com os exemplos já citados a escala 1: 300 é maior do que a escala 1: 300 000.

Eras geológicas ERAS GEOLÓGICAS - Tabela mostra transformações na Terra

A origem, a formação e as contínuas transformações da Terra, assim como dos materiais orgânicos que a constituem são estudados pela geologia, que divide a história do planeta em eras geológicas.
Essa eras correspondem a grandes intervalos de tempo divididos em períodos.
Esses períodos se subdividem em épocas e idades. Cada uma dessas subdivisões corresponde a algumas importantes alterações ocorridas na evolução da Terra, como você pode ver na tabela abaixo:

ERA
PERÍODO
ÉPOCA
IDADE
CARACTERÍSTICAS
Cenozóico
Quaternário
Holoceno
10.000
"Era do Homem".
O homem
torna-se a
forma de vida
dominante
sobre a Terra.
Estabilização
do clima.
Pleistoceno
1.750.000
Glaciações
mais recentes.
Domínio dos
mamíferos de
grande porte.
Evolução
do homo sapiens
Terciário
Plioceno
5.300.000
Avanço
das geleiras.
A vegetação
é dominada
pelos campos
e savanas.
Aparecimento
de mamíferos
ruminantes.
Mioceno
23.500.000
Formação de
grandes campos.
Mudanças
climáticas
levam a
formação da
calota polar
Antártica.
Oligoceno
34.000.000
Aparecimento
de elefantes
e cavalos.
Aparecimento
de vários tipos
de gramíneas.
Eoceno
53.000.000
Surgimentos
da maior
parte das
ordens de
mamíferos.
Paleoceno
65.000.000
Domínio
dos
mamíferos
de porte
pequeno
a médio.
Mesozóico
Cretáceo
xxxx
135.000.000
Primeiras
plantas com
flores,
grupos
modernos
de insetos,
pássaros
e mamíferos.
Jurássico
xxxx
205.000.000
Pterossauros
e primeiros
pássaros.
Dinossauros
vagueiam
pela Terra.
Triássico
xxxx
250.000.000
Primeira
aparição
dos
dinossauros.
Paleozóico
Permiano
xxxx
295.000.000
Primeiro
grande evento
de extinção
em massa.
Formação do
supercontinente
Pangea.
Carbonífero
xxxx
355.000.000
Formação
de grandes
florestas
Devoniano
xxxx
410.000.000
Primeiros
peixes
Siluriano
xxxx
435.000.000
Estabilização
do clima.
Derretimento
do gelo glacial,
elevação dos
níveis dos
oceanos.
Evolução
dos peixes.
Ordoviciano
xxxx
500.000.000
Surgimentos
dos
invertebrados
marinhos
e plantas.
Cambriano
xxxx
540.000.000
Aparecimento
dos principais
grupos
animais.
Proterozóico
xxxx
xxxx
2.500.000.000
Predomínio
de bactérias.
Primeiras
evidências de
atmosfera rica
em oxigênio.
Ao final do
Proterozoico
surgimento
de formas
multicelulares
e dos
primeiros
animais.
Arqueano
xxxxxxxx
xxxx
3.600.000.000
Aparecimento
de vida na
Terra. Fósseis
mais antigos
com 3.5 bilhões
de anos
(bactérias
micro-fósseis).
Hadeano
xxxx
xxxx
4.500.000.000
Formação do Sistema Solar.
Não é um
período
geológico. Não existem rochas
na Terra tão antigas

Desenvolvimento sustentável - Como surgiu esse conceito?

A idéia de desenvolvimento sustentável surgiu a partir do conceito de ecodesenvolvimento, proposto durante a Primeira Conferência das Nações Unidas sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento, em Estolcomo, na Suécia, em 1972.
Segundo a Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento da Organização das Nações Unidas, desenvolvimento sustentável é aquele capaz de suprir as necessidades dos seres humanos da atualidade, sem comprometer a capacidade do planeta para atender as futuras gerações. Portanto, é o desenvolvimento que não esgota os recursos, tornando-os perenemente disponíveis, se possível.
A ONU denominou a década de 1960 como a "Primeira Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento", acreditando que a cooperação internacional proporcionaria um crescimento econômico pela transferência de tecnologia, experiência e fundos monetários, de modo a resolver os problemas dos países mais pobres.

Ricos e pobres

Ao mesmo tempo, a questão ambiental, fundamental para qualquer plano de desenvolvimento, começou a ganhar destaque nos meios de comunicação. Na época, vários países em desenvolvimento, inclusive o Brasil, consideravam inviável incluir grandes programas de conservação ambiental em seus programas nacionais, pois acreditavam que a poluição e a deterioração ambiental eram conseqüências inevitáveis do desenvolvimento industrial.
Essa atitude foi conveniente para os países mais desenvolvidos. Por um lado, isso restringia a implantação de indústrias poluidoras em seus territórios. Por outro, eles tinham para onde transferir suas fábricas: os países menos desenvolvidos, que encorajavam a instalação dessas indústrias, para impulsionar seu próprio desenvolvimento.

Satélites

No final dos anos 1960, a humanidade ganhou um aliado importante para a melhor compreensão da dinâmica terrestre, o que também revelou a importância da criação de um programa de conservação ambiental.
Com as missões espaciais e a implantação de um sistema de satélites para o sensoriamento remoto da Terra, tornou-se possível monitorar integradamente os vários processos atmosféricos e climáticos. Surgia uma nova perspectiva de se ver o planeta.
Em 1972, na Conferência das Nações Unidas sobre o Ambiente Humano (Estocolmo), reconheceu-se o relacionamento entre os conceitos de conservação ambiental e desenvolvimento industrial; foram discutidos os efeitos causados pela falta de planejamento na utilização de recursos naturais e se estabeleceram critérios claros de "poluição, pobreza e ecodesenvolvimento".

Harmonia entre economia e meio ambiente

Uma reavaliação do conceito de desenvolvimento orientou a "Terceira Década das Nações Unidas para o Desenvolvimento" (1980-1990), a partir da qual buscaram-se estratégias de distribuição, visando repartir de modo mais justo os benefícios do eventual crescimento da economia mundial.
A ONU resolveu criar uma comissão para efetuar um estudo dos problemas globais de ambiente e desenvolvimento. Em 1987, essa comissão apresentou o Relatório Brundtland - "Our Commom Future" (Nosso Futuro Comum), no qual se ressaltava o conceito de desenvolvimento sustentável, considerando-o um modelo de desenvolvimento socioeconômico, com justiça social e em harmonia com os sistemas de suporte da vida na Terra.
Em 1992, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento, realizada no Rio de Janeiro, o conceito foi definitivamente incorporado como um princípio orientador de ações. Foi então elaborada a Agenda 21, que representa um compromisso das nações de agir em cooperação e harmonia na busca do desenvolvimento sustentável.
A Agenda 21 reconhece que os problemas de crescimento demográficos e da pobreza são globais. Para sua solução, devem-se desenvolver programas específicos locais e regionais, porém associados a projetos de meio ambiente e desenvolvimento integrados, com o apoio nacional e internacional.

Os três pilares do desenvolvimento sustentável

A Declaração de Política de 2002 da Cúpula Mundial sobre o Desenvolvimento Sustentável (Joanesburgo, África do Sul), afirma que ele é construído sobre três pilares interdependentes e que se suportam mutuamente: desenvolvimento econômico, desenvolvimento social e proteção ambiental.
Na prática, se não houver a conscientização e o reconhecimento da importância do desenvolvimento sustentável, sua complexidade e o interrelacionamento de seus pilares com as diversas questões ambientais, a geração presente deixará para trás solos pobres, falta de água, atmosfera poluída, enfim, um planeta todo alterado e sujo.
Para evitar que isso ocorra os estilos de vida das nações ricas e a economia mundial têm de ser reestruturados, visando a preservação do meio ambiente, ainda que questões como essas esbarrem nos interesses de poderosos grupos econômicos.
O conceito de desenvolvimento sustentável, apoiado numa visão ética indiscutível, comprometida em preservar a natureza para as gerações futuras, tornou-se consensual em quase todo o mundo. No entanto, a sua viabilidade prática ainda precisa ser avaliada, pois é difícil definir até que ponto a exploração econômica é compatível com a manutenção de um ambiente saudável.

Conurbação CONURBAÇÃO - Limites entre cidades vizinhas desaparecem

Damos o nome de conurbação a uma extensa área urbana composta por cidades e vilarejos que foram surgindo e se desenvolvendo um ao lado do outro, formando um conjunto. O termo foi introduzido na geografia em 1915, popularizando-se depois de ter sido usado em recenseamentos realizados na Inglaterra.
Com o aumento da urbanização, a área das cidades se amplia, fazendo com que os limites entre municípios vizinhos - ou entre um município e seus subúrbios - se confundam.
Assim, onde antes existiam várias cidades, passa a haver uma única e grande mancha urbana, ou seja, um conjunto de espaços urbanizados que engloba mais de uma cidade.
Isso ocorre principalmente nas regiões mais desenvolvidas, onde geralmente há uma grande rodovia, um porto ou sistemas de comunicação aperfeiçoados que contribuem para a expansão continuada da área física das cidades.

Problemas de infra-estrutura

As cidades que sofreram um processo de conurbação, e que antes tinham vida política e administrativa autônoma, acabam se comportando como parte integrante da metrópole.
O resultado desse crescimento desordenado, contudo, é o surgimento de diversos problemas de infra-estrutura: serviços de energia, transporte, coleta de esgoto, abastecimento de água, saúde e educação tornam-se insuficientes para atender a maioria da população.
Nessas cidades é comum também a ocorrência das chamadas migrações pendulares, um intenso fluxo de pessoas, que acontece por diversos motivos.
Depois que os problemas gerados pela conurbação foram percebidos, os governos criaram conselhos deliberativos (nomeados pelos governos estaduais) e consultivos (formados por representantes dos municípios que fazem parte da metrópole) para administrar de maneira conjunta as dificuldades.
Entretanto, como o crescimento urbano não para, também surgiram as megalópoles, que correspondem a conurbações gigantescas, envolvendo áreas metropolitanas já conurbadas e cidades vizinhas.

Conurbações no Brasil

No Brasil, as conurbações surgem com as primeiras regiões metropolitanas, que começam a aparecer entre as décadas de 1950 e 1970, com o avanço do processo de industrialização.
Segundo o Censo de 2000, de cada dez habitantes do Brasil, oito moram em cidades. Estudos da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2006 (Pnad 2006) apontaram que 83,3% dos brasileiros vivem em zonas urbanas.
Exemplos de conurbação no Brasil: Juazeiro e Petrolina, no rio São Francisco; a Grande São Paulo (que envolve mais de 30 municípios); o Grande Rio de Janeiro (com cerca de 20 municípios).

Concentração e desconcentração industrial

São Paulo é centro industrial do país

 
No início do século 20, Delmiro Gouveia impulsionou a indústria têxtil no nordeste

Dentre as principais características da industrialização tardia do Brasil, ocorrida ao longo do século 20, destaca-se o processo de concentração geográfica na região Sudeste, especialmente em São Paulo, o que acabou reproduzindo uma série de desigualdades regionais no território brasileiro.
Esse fato, contudo, não permite afirmar que as primeiras indústrias capitalistas brasileiras, no início do século 20, foram desenvolvidas de maneira concentrada na região Sudeste. Ao contrário. Naquele período, por exemplo, a indústria têxtil nordestina era bastante desenvolvida, sendo que já foi até mesmo contada em filme a saga do ilustre Delmiro Gouveia, um industrial que ficou conhecido pelo seu pioneirismo no aproveitamento hidrelétrico do baixo rio São Francisco e pela perseguição e assassinato que sofreu, por se recusar a vender suas indústrias à companhia inglesa Machine Cotton.
Assim, para entender o crescimento vertiginoso de São Paulo - em 1872, a capital da província cafeeira, com módicos 32 mil habitantes, era apenas a décima maior cidade do Brasil -, que permitiu à cidade se consolidar como, atualmente, a quarta maior metrópole do mundo, com quase 20 milhões de habitantes, é necessário compreender as características do processo de concentração industrial brasileira, exigindo uma atenção mais detida nos seus dois principais impulsos, no século 20: (a) em 1930, com a indústria de substituição de importações, e (b) na década de 1950, com a indústria automobilística.

Concentração industrial

A gênese da indústria de substituição de importação esteve ligada a uma série de fatores, desencadeados, sem dúvida, pela quebra da Bolsa de Nova York, em 1929, que acabou induzindo definitivamente à crise o complexo cafeeiro, até então a principal pauta de exportação brasileira - sendo o Estado de São Paulo responsável por 2/3 das exportações de café no mundo.
Para se ter uma idéia da crise, o preço da saca de café exportada caiu, na Bolsa de Nova York, em torno de 60%, de 4,70 libras para 1,80. Mas, como forma de evitar essa intensa desvalorização, o governo de Getúlio Vargas passou a "socializar os prejuízos" com a sociedade brasileira, comprando e queimando (ou jogando em alto-mar) os estoques encalhados de café.
A Grande Depressão de 1929, além de inviabilizar a exportação do café brasileiro, dificultava a importação de produtos industrializados no país (acredita-se que naquele período a importação tenha diminuído cerca de 60%). Foi nesse contexto que nasceu o processo de industrialização no Brasil, com a função de substituir as importações de produtos industrializados de outros países, inclusive dos EUA.
Assim, a indústria de substituição de importação, capitalizada pela ação do Estado e com farta disponibilidade de mão-de-obra barata - produto de um êxodo rural cada vez mais intenso -, vai se desenvolver especialmente no ramo das indústrias de bens de consumo não-duráveis, com destaque às indústrias têxtil e alimentícia. Todavia, sua ação foi restringida devido à insuficiência financeira e tecnológica para desenvolver uma fundamental indústria de base.
Foi no Estado Novo que ocorreu a implantação de parte fundamental da infra-estrutura necessária para o desenvolvimento da industrialização. Coube ao Estado um papel relevante no alargamento das bases produtivas, como "empresário" na indústria de base ou rompendo os pontos de estrangulamento em energia e transporte, ou, ainda, como regulador do mercado de trabalho, através de uma complexa legislação trabalhista.
Mas foi com o segundo grande impulso da industrialização no Brasil, no governo de Juscelino Kubitschek (1956-60), que houve a consolidação definitiva do capitalismo industrial brasileiro. No fundo, o famoso slogan do governo de J. K., "Cinqüenta anos em cinco", tinha na indústria automobilística seu carro-chefe.
Investimentos maciços foram feitos para garantir as condições gerais da produção industrial, tais como os realizados nas áreas de energia, de transporte, de aparelhamento portuário, da educação e da saúde.
Porém, a indústria automobilística e toda uma cadeia produtiva de equipamentos e peças para veículos continuaram a reforçar a concentração industrial em São Paulo, em especial na região do ABC paulista. Tanto é verdade que, na década de 1970, a região metropolitana de São Paulo representava quase a metade (45%) do valor da produção industrial no país.
Mas, além das questões econômicas, era cada vez mais evidente que a concentração industrial na metrópole paulista reproduzia e aprofundava as desigualdades inter-regionais, motivando uma intensa dinâmica migratória. Segundo a Fundação Seade, entre 1970 e 1980, o saldo migratório foi positivo de 2 milhões de pessoas. Como conseqüência dessa dinâmica deu-se o que Milton Santos chama de "macrocefalia", caracterizada pelo rápido e desordenado crescimento das cidades, gerando uma série de problemas sócio-espaciais.

Desconcentração industrial

Diante de tais distorções regionais no território brasileiro e problemas sócio-espaciais gerados pelo modelo concentrador do processo industrial na região Sudeste, o planejamento estatal desenvolveu, paulatinamente, na década de 1970, uma série de incentivos fiscais para a desconcentração industrial, levada a cabo regionalmente pela Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) e pela Superintendência do Desenvolvimento da Amazônia (Sudam).
Mas é na década de 1990 que a desconcentração industrial no país vai se intensificar. Apoiada pela maior abertura econômica e pelo desenvolvimento técnico-científico (informática e comunicação), sem esquecer das mudanças constitucionais de 1988 - que concederam aos estados e municípios maior autonomia na definição dos impostos cobrados às empresas -, esse processo de desconcentração acabou gerando o que os geógrafos chamam de "Guerra dos Lugares", ou seja, uma disputa entre estados e municípios, com a intenção de atrair grandes empresas a partir da diminuição ou isenção de impostos.
Porém, não é correto afirmar que, nesse período, teria se iniciado um processo de desindustrialização da Grande São Paulo. Além de concentrar, em 1990, 31% do valor da produção industrial, a metrópole acabou se especializando em atividades mais complexas e competitivas, que exigem o emprego mais qualificado de novas tecnologias, ligadas à informática e à comunicação.
Sem dúvida, a cidade de São Paulo cresceu vertiginosamente, mais de 150 vezes, no século 20. E parece que, no século 21, sua dinâmica a consolidará como o maior centro de serviços especializados em âmbito nacional, detendo a centralização do comando diretivo e financeiro das mais importantes empresas no Brasil: não por acaso, 50% das sedes das 50 maiores empresas brasileiras estavam localizadas, em 2002, na Grande São Paulo.

CHINA- uma potência.

Economia e história da potência

A China está em evidência. É capa de jornais e revistas e tema de documentários em toda parte do mundo. Não é à toa, pois o crescimento econômico chinês e seus impactos atraíram, nas últimas duas décadas, toda a atenção mundial. O PIB chinês, em 2006, superava o do Reino Unido, França, Itália e Canadá, países do G-7. As taxas de crescimento econômico chinesas, há mais de 20 anos, têm sido as mais elevadas do mundo.

A China vive o impacto de profundas transformações sócio-culturais. O cenário é de uma economia moderna. Nas ruas circulam carros importados e pessoas agarradas em seus telefones celulares. As lojas expõem mercadorias em abundância e chineses dispostos a comprar atropelam-se em grandes magazines e shopping centers. Butiques de grife, redes de fast-food também formam a moldura da paisagem urbana.

O início das transformações

A morte de Mao Zedong, em 1976, selou a trajetória socialista chinesa, que não chegou a completar 30 anos. Neste período, o socialismo em todo o mundo já começava a dar sinais de esgotamento e a China foi pioneira na promoção das mudanças que levariam à transição para a economia capitalista. Não foi uma transição simples. As disputas foram acirradas entre aqueles favoráveis às reformas e a ala minoritária e conservadora do Partido Comunista Chinês.
O grupo reformista, liderado por Deng Xiaoping, assumiu a liderança. A China de Deng implementou a economia de mercado, permitiu a propriedade particular para o desenvolvimento das atividades econômicas, nas Zonas Econômicas Especiais (ZEE) e nas Zonas de Comércio Aberto (ZCA). As Zonas de Comércio Aberto são regiões que, além do livre mercado, estão abertas ao comércio exterior e à entrada de multinacionais, desde que respeitadas as restrições de associarem-se ao governo ou a empresários chineses por meio de joint ventures. As empresas são atraídas pelos baixos impostos, facilidades burocráticas para exportação e importação, mão-de-obra industrial muito barata com longa jornada de trabalho, o que torna os preços dos produtos de baixo aporte tecnológico imbatíveis no mercado internacional. A partir da década de 1990, instalaram-se montadoras de automóveis, como Volkswagen e General Motors, as de equipamentos elétrico-eletrônicos e de hardwares.
Hoje a China lidera as exportações mundiais de vestuário, calçados, brinquedos, produtos eletrônicos e já ameaça o mercado mundial de produtos químicos, máquinas e equipamentos industriais, satélites e softwares.
A China atrai investimentos do mundo inteiro, inclusive do Brasil, e a presença da nova economia chinesa no mercado mundial tem causado impactos no mercado de trabalho de diversos países: empresas fecharam suas unidades produtivas e as deslocaram para lugares que oferecem menor custo e maior rentabilidade. A China tem sido o destino preferencial destas empresas, inclusive algumas brasileiras.

O modelo chinês

A China explica que o seu sistema econômico adapta mecanismos de mercado ao socialismo, através do da forte presença do Estado que fomenta a economia e o desenvolvimento social. Um capitalismo controlado pelo Partido Comunista.
As fazendas coletivas foram distribuídas aos camponeses e foi permitida a produção para o mercado. No entanto, o poder sobre as terras pertence ao Estado e a posse pode ser transferida para outro agricultor.
Mesmo nas áreas urbanas a propriedade do solo permanece do Estado. Ser dono de um imóvel na China é ser proprietário das construções realizadas sobre o solo e adquirir o direito de utilizar o terreno por um prazo de 90 anos.
Difícil encaixar a China atual num determinado sistema econômico. É melhor usar o termo sistema chinês. A constituição chinesa afirma que a China é um socialismo de mercado. Outros afirmam que o que existe de fato é um sistema capitalista controlado pelo Estado. De fato, a economia de mercado está em contradição com o controle estatal.
Por outro lado, o socialismo teve origem no combate às desigualdades econômicas e sociais produzidas pelo mercado e, embora parcela significativa da população chinesa tenha sido beneficiada pelo crescimento econômico, os contrastes sociais são muito mais evidentes.
A contradição entre economia socialista (planificada pelo Estado) e economia capitalista (baseada no mercado) passou a ser vista pelo governo chinês como uma besteira. Deng Xiaoping chegou a declarar a esses respeito que: "Não importa a cor do gato, importa que ele pegue o rato".
O Estado foi o principal instrumento da modernização acelerada que transforma diariamente a paisagem da China. O ritmo da economia chinesa exige construções permanentes ou reaparelhamentos de portos, rodovias, estradas de ferro, aeroportos e usinas de energia.

Repressão e censura

As conquistas econômicas não foram acompanhadas por reformas democráticas e maior participação política. O controle do PCC (Partido Comunista Chinês) permanece inabalável.
Em 1989, uma ampla manifestação estudantil pró-democracia foi esmagada com tanques e fuzis. Sindicatos e greves são proibidos e qualquer manifestação é violentamente reprimida. Muitos militantes por direitos civis exilaram-se. A liberdade de expressão é inexistente e as críticas ao governo chinês são severamente punidas com prisão ou morte.
O conteúdo da internet é totalmente controlado pelas autoridades locais através de filtros que bloqueiam o acesso a determinados sites na Web. A Google, para entrar neste mercado, teve que se adaptar à regulamentação e ao controle das autoridades e restringir seus conteúdos de busca disponíveis. Além disso, não hospedará blogs nem correios eletrônicos.
De acordo com a Anistia Internacional, a China foi responsável por 80% das aplicações da pena de morte realizadas no mundo no ano de 2005, e faz parte da lista dos países em que alguns condenados tem menos de 18 anos de idade.

País é considerado a oficina do mundo

Em outubro de 2009, a China, ou Império do Meio (Tchong-Kouo), relembrará 60 anos da revolução comunista. Mao Tse-Tung, líder do PCCh (Partido Comunista Chinês), enquanto viveu, até 1976, defendeu a política como prioridade superior à economia - o igualitarismo social era mais importante que a produtividade. Depois de sua morte, assumiu Den Xiaoping, em 1978, que passou a dar prioridade à produtividade. Essa tendência ficou famosa com a seguinte frase de Xiaoping: "Não importa se o gato é branco ou preto, o que importa é que apanhe os ratos".

Em pouco tempo, graças à implantação das Zonas Econômicas Especiais instaladas ao longo da orla marítima, a China passou a atrair um número cada vez mais crescente de empresas e investimentos estrangeiros diretos ou em forma de joint venture, tornando-se uma dos maiores potências exportadoras mundiais, inundando o mundo com produtos diversos.
Todavia, a confirmação da China - que conta com uma população de 1,3 bilhão de habitantes e é o terceiro maior território do mundo - como a principal potência emergente do século 21 depende não apenas de sua pujança econômica, mas também de mudanças políticas - que garantam direitos trabalhistas e liberdade de expressão - e da solução de graves problemas ambientais.

Hipertrabalho

No contexto da Nova Divisão Internacional do Trabalho, a China aparece como fornecedora de mão-de-obra barata e abundante para as multinacionais. Mas segundo o entendimento dos trabalhadores dos países desenvolvidos, o modelo chinês é responsável pela destruição de milhares de empregos no Ocidente.
Para se ter uma ideia da situação, um trabalhador médio estadunidense, que trabalha em torno de 8 horas por dia, recebe um salário de 3 mil dólares por mês, enquanto um trabalhador médio chinês, que, muitas vezes, trabalha mais de 10 horas por dia, ganha 160 dólares mensalmente. Isso vale também para os trabalhos que exigem um melhor nível de qualificação profissional: enquanto um designer de hardware dos Estados Unidos ganha 300 mil dólares anuais, um chinês não recebe mais do que 24 mil dólares por ano.
A China conta com uma população economicamente ativa (PEA) de 700 milhões de pessoas - um verdadeiro "exército industrial de reserva" -, que continuarão dispostas a trabalhar por horas a fio em troca de poucos dólares. Porém, são cada vez mais visadas pela opinião pública internacional as grandes empresas multinacionais que usam (ou apóiam) os chamados sweatshops ("fábricas do suor"), nos quais ocorre a exploração extrema dos trabalhadores, chegando a ceifar vidas - o que os chineses chamam de guolaosi (morte súbita por hipertrabalho).
A economia chinesa vem despertando a atenção da comunidade internacional há quase três décadas, devido a seu intenso crescimento, na casa dos 10% ao ano. Para se ter uma idéia do gigantismo, em 2007, às portas da crise financeira, o PIB (Produto Interno Bruto) chegou a 4,3 trilhões de dólares, o que a coloca como a terceira maior economia do mundo (atrás do Japão e dos EUA), com a previsão de que, em 2030, se tornará a primeira economia mundial.

Centralismo político

Mas seria uma atitude simplista crer que o modelo econômico chinês se baseia apenas na mão-de-obra abundante e barata. Primeiro, não se pode desconsiderar que inexiste uma política sindical independente do PCCh, o que, sem dúvida, dificulta qualquer ação no sentido de mudança nas péssimas condições de trabalho. Em segundo lugar, não se pode esquecer que a admissão da China na Organização Mundial do Comércio (OMC), em 2001, mais do que afirmá-la definitivamente como mais um player no mercado globalizado, demonstra, antes de tudo, que o mundo compactua com seu modelo. Em terceiro lugar, mais do que uma aparente centralização da economia chinesa por parte do governo central, são os governos municipais de importantes cidades que conduzem a economia, realizando acordos ou associações com empresas estrangeiras na forma de joint ventures.
O governo central centraliza com mão de ferro as questões de ordem política, que pouco foram alteradas desde a época maoísta. De um lado, é essa política que reprime jovens manifestantes sedentos de maior abertura política. De outro lado, tal política centralizada conduz o planejamento estratégico chinês, garantindo o positivo crescimento econômico.
Exemplos do centralismo governamental são o controle do câmbio e a desvalorização da moeda (1 dólar equivale a cerca de 8 yuans), apesar das críticas dos EUA. Esse câmbio garante um nível elevado de exportações e, em 2007, assegurou um superávit comercial de 260 bilhões de dólares - e, portanto, um afluxo considerável de capitais. É assim que a China possui hoje uma grande reserva internacional, da ordem de 2 trilhões de dólares.
Essa grande disponibilidade de crédito interno permite uma aceleração do processo de modernização, a multiplicação de obras de infraestrutura (portos, aeroportos, rodovias, estradas de ferro, metrôs, pontes, hidrelétricas) e a intensificação do processo de urbanização de muitas cidades.

Desafios

Quanto aos desafios que a China deve enfrentar a partir de agora, salientemos:
a) a necessidade de repensar questões ligadas à liberdade e à democracia;
b) direito dos trabalhadores a condições mais digna de vida;
c) diminuição das desigualdades sociais - apesar de a China ter retirado cerca de 250 milhões de pessoas da pobreza, há ainda 200 milhões de pessoas abaixo da linha da miséria (que sobrevivem com menos de 1 dólar por dia);
d) conter o intenso êxodo rural, pois se acredita que, nos próximos anos, cerca de 200 milhões de trabalhadores chineses migrarão para as cidades em busca de emprego - muitos deles, inclusive, de forma ilegal, pois a migração tem de ser autorizada pelo governo;
e) repensar a questão ambiental, pois a tendência é de que, em 20 anos, a China ultrapasse os EUA na emissão de gases do efeito estufa.
 

A savana mais rica do mundo- CERRADO

O cerrado brasileiro, também conhecido como savana brasileira, está localizado predominantemente no Planalto Central do Brasil. O cerrado é o segundo maior bioma do país, depois da floresta Amazônica. Ocupa cerca de 20 a 25% do território nacional ou 2 milhões de quilômetros quadrados e compreende os Estados de Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Piauí, o Distrito Federal, Tocantins e parte dos Estados da Bahia, Ceará, Maranhão, São Paulo, Paraná e Rondônia. Ocorre também em outras áreas nos Estados de Roraima, Pará, Amapá e Amazonas.
O cerrado é uma formação mista: com árvores, arbustos e vegetação rasteira associados. As árvores apresentam galhos e troncos retorcidos, raízes profundas, casca grossa, formas que lembram uma vegetação adaptada a falta de água (pseudoxerófita, mas o fator limitante do crescimento não é a falta de água e sim a acidez dos solos tropicais).
O Cerrado brasileiro é reconhecido como a savana mais rica do mundo em biodiversidade com a presença de diversos ecossitemas, riquíssima flora com mais de 10.000 epécies de plantas, sendo 4.400 endêmicas desse bioma, caducifólia ou decídua (as folhas caem durante a estação seca do ano).

Solos ácidos e queimadas naturais

Os galhos retorcidos, característicos desta formação, estão relacionados, segundo alguns pesquisadores, à presença de solos ácidos e/ou à ação de queimadas naturais relacionadas ao acúmulo de matéria orgânica seca sobre o solo que, ao se incendiar, acaba queimando os brotos das árvores e provocando o aparecimento de novos brotos laterais (algumas sementes do cerrado só germinam depois de queimadas e algumas flores só florescem depois de queimadas) e/ou à variação de períodos secos e chuvosos (característico do clima semi-úmido) e/ou da dificuldade de se obter água de áreas mais profundas do solo (a tortuosidade dos galhos facilitaria esta tarefa).
Em caso de queimadas freqüentes (geralmente provocadas pela ação humana) o dano é inevitável pois não permite a recuperação da vegetação.
Junto aos rios apresentam-se as matas galerias ou ciliares que podem ser caracterizadas como uma formação florestal densa e alta que acompanha os cursos fluviais de médio e grande porte, onde a copa das árvores não forma galerias sobre a água. As árvores têm altura predominante entre 20 e 25 metros.

Clima e laterização

O clima predominante é o tropical semi-úmido ou tropical continental ou tropical alternadamente seco e úmido ou tropical típico, caracterizado por apresentar temperaturas altas que variam de, aproximadamente, 18º C em média, no inverno, e 25º C, no verão. A pluviosidade é de 1.500 mm ao ano, mas com chuvas concentradas no verão e estiagem no inverno.
Esta variação entre períodos secos e chuvosos resulta na formação de solos lixiviados (quando os nutrientes e material mais fino do solo são retirados pela água das chuvas) o que reduz a fertilidade natural e provoca a formação de uma camada de ferro e alumínio acumulados lentamente. Este fenômeno é chamado de laterização e resulta na formação da crosta laterítica ou ferruginosa.
Ele ocorre durante o período das chuvas, quando o ferro e o alumínio são dissolvidos e levados pela água, e durante a seca, quando a menor velocidade de escoamento e da percolação da água no solo faz o ferro e o alumínio se acumularem nestas camadas ou crosta. Como resultado da formação desta crosta relativamente impermeável a água das chuvas não se infiltram tão profundamente e aceleram a lixiviação e tornam os solos ácidos.

Chapadas

No planalto Central predominam as chapadas, geralmente de origem sedimentar, com topos amplos e planos e bordas escarpadas, o que favorece a mecanização da agricultura (a expansão da agricultura é hoje a principal causa do desmatamento do cerrado). Outra formação é constituída por afloramentos calcários (relevo cárstico), com grutas e cavernas em diferentes tamanhos e extensões.
São conhecidas mais de 1.500 espécies de animais. Trata-se, portanto, do maior conjunto de animais do planeta Terra. O aumento da presença humana e o ,conseqüente, desmatamento vem levando à destruição de diversos habitats e à ameaça de extinção de várias espécies.

O ecossistema do sertão nordestino- CAATINGA


A caatinga é um ecossistema único, encontrado no sertão nordestino. É formada por árvores de pequeno porte e espaçadas. Essas plantas são chamadas de xerófilas (palavra de origem grega "xero", seco e "philo", amigo).
São adaptadas às condições do clima semi-árido, que predomina no sertão nordestino e apresenta médias de temperatura acima dos 25ºC. Chove muito pouco, de forma irregular, em geral nos meses de verão.
A palavra caatinga, é indígena, de origem tupi, e quer dizer "mata branca", "mata rala" ou "mata espinhenta". Recebeu esse nome dos índios que habitavam a região porque durante o período de seca a vegetação fica esbranquiçada, quase sem folhas.

Plantas que dão água

As árvores que caracterizam a caatinga possuem folhas pequenas, cobertas com um tipo de cera. Muitas dessas plantas apresentam espinhos. Suas raízes são profundas, para que elas encontrem na terra a umidade necessária para viver. Plantas típicas dessa vegetação são o cacto, a palma, o xiquexique, o mandacaru, a aroeira, o umbuzeiro, o juazeiro e o caroá.
Muitas das plantas da caatinga têm capacidade de reter água no caule e nas folhas, o que acaba servindo para matar a sede de pessoas e animais quando a seca se prolonga muito.
A caatinga não é encontrada em todo o sertão. Existem áreas em que a umidade é maior ou as chuvas são mais regulares. Esses locais, chamados brejos, possuem uma vegetação mais diversificada e estão localizadas normalmente no sopé de serras e chapadas, onde chove mais.
A área da caatinga era menor do que hoje em dia. Havia florestas de transição que foram devastadas. Como a região semi-árida apresenta solos frágeis, arenosos e salgados, a recomposição das matas não foi possível. Sobreviveram apenas as espécies mais resistentes a essas condições.

Por que não chove no Nordeste?

A caatinga está incluída numa região que sofre constantemente com secas. Estas chegam a durar anos, existem áreas do sertão que já ficaram sem chuva por mais de três anos.
Essa porção territorial é conhecida como Polígono das Secas. A falta de chuvas é explicada pela perda de umidade das massas de ar que entram pelo sul. Os ventos também chegam quase sempre secos. Isso acontece porque eles perdem a umidade na porção leste do planalto da Borborema. Mais: isso explica a falta de chuvas significativas nessa área.
Quem vive na caatinga
A sobrevivência do ser humano na caatinga não é impossível: é o semi-árido mais ocupado do mundo. Mas é bastante difícil, por causa das secas prolongadas.
Os animais típicos dessa área são os mocós, gatos-maracajás, o calango, a cascavel, o carcará e a asa-branca.

Biopirataria Exploração ilegal de recursos no Brasil- BIOPIRATARIA

A biopirataria se caracteriza pela exploração ilegal de recursos naturais - animais, sementes e plantas de florestas brasileiras - e pela apropriação e monopolização de saberes tradicionais dos povos da floresta, visando lucro econômico. Atualmente, o termo biopirataria vem sendo modificado pela Organização Mundial de Propriedade Intelectual (Ompi) para biogrilagem, que se refere a atos de apropriação do conhecimento tradicional.
Muitas comunidades tradicionais conhecem bem o poder de cura de algumas plantas e sabem receitas para fazer remédios, chás e curativos. Essas propriedades medicinais das plantas também são alvos da biopirataria.
Assim, a biopirataria não é apenas o contrabando de diversas formas de vida da flora e da fauna, mas, principalmente, a apropriação e monopolização dos conhecimentos das populações tradicionais no que se refere ao uso dos recursos naturais.
Trata-se, portanto, de um mal que enfraquece cada vez mais o nosso país, pois além de ignorar a nossa soberania territorial, permite que nosso patrimônio genético e biológico seja explorado pela ganância internacional.
Como ocorre a biopirataria
O termo biopirataria foi usado pela primeira vez em 1993, pela ONG ambientalista RAFI, (hoje ETC-Group) para denunciar práticas em que os recursos das florestas e o conhecimento indígena estavam sendo patenteados por empresas multinacionais e instituições científicas.
Em tais casos, as comunidades que durante séculos utilizaram esses recursos e geraram esses conhecimentos não participam dos lucros. Assim, a biodiversidade deixa de ser um bem comum local e se transforma em propriedade privada.
Em várias regiões da Amazônia, pesquisadores estrangeiros desembarcam com vistos de turista e entram na floresta, muitas vezes infiltrando-se nas comunidades tradicionais ou nas áreas indígenas. Ali, estudam as espécies vegetais ou animais, seus usos e suas aplicações. A seguir, com o auxílio dos povos da floresta, coletam exemplares e, de posse dessas informações, voltam a seus países, onde o conhecimento de nossas populações nativas é utilizado pelas indústrias de remédios ou de cosméticos.
Quando essas empresas descobrem, por exemplo, o "princípio ativo" de uma determinada planta, registram uma patente, que é um título de propriedade temporário outorgado pelo Estado. Esse documento, concedido por um período de 20 anos, lhes dá o direito de explorar comercialmente o "princípio ativo" descoberto. Contudo, elas se esquecem de que as comunidades da floresta já eram as verdadeiras proprietárias desse conhecimento.
Portanto biopirataria significa: a apropriação de conhecimentos e de recursos genéticos de comunidades de agricultores e comunidades indígenas por indivíduos ou por instituições que procuram ter o monopólio, ou seja, o controle exclusivo sobre esses recursos e conhecimentos.

Nova forma de colonização

Para Vandana Shiva, autora do livro "Biopirataria" (Editora Vozes), a biopirataria pode ser entendida como a "pilhagem da natureza e do conhecimento". Segundo ela, o movimento de apropriação é semelhante ao saque de recursos naturais realizados no Brasil na época do descobrimento. É o modo atual de colonização. As corporações vão para o Terceiro Mundo, descobrem com que objetivos as comunidades usam a biodiversidade, se apropriam desses conhecimentos e depois alegam que inventaram algo que, na verdade, já era utilizado há muito tempo. No Brasil, dois casos são conhecidos. O primeiro envolve a multinacional japonesa Asahi Foods, que fez o registro de marca do nome cupuaçu. E o caso da Bioamazônia, empresa que concedeu e depois retirou, por pressão pública, à farmacêutica suíça Novartis o direito exclusivo de exploração e patenteamento da diversidade biológica da floresta amazônica. Mas a biopirataria não é uma questão exclusivamente amazônica. A Mata Atlântica possui grande diversidade biológica, sendo muito provável que de lá saiam remessas ilegais de material biológico para o exterior.

Convenção da Diversidade Biológica - CDB 
Documento assinado pelo governo brasileiro durante a Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente e Desenvolvimento - ECO 92 - no Rio de Janeiro, e ratificado em 1994, a convenção estabelece normas e princípios que devem reger o uso e a proteção da diversidade biológica em cada país signatário.Em linhas gerais, esse documento propõe regras para assegurar a conservação da biodiversidade, o seu uso sustentável e a justa repartição dos benefícios provenientes do uso econômico dos recursos genéticos, respeitando-se sempre a soberania de cada nação sobre o patrimônio existente em seu território.A CDB obriga ainda os países signatários a "respeitar, preservar e manter o conhecimento, inovações e práticas das comunidades locais e populações indígenas com estilos de vida tradicionais relevantes à conservação e utilização sustentável da diversidade biológica", bem como "encorajar a repartição justa e eqüitativa dos benefícios oriundos da utilização desse conhecimento, inovações e práticas".