Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Economia Solidária e os Bancos Comunitários no Brasil


Contribuição da Economia Solidária
         Ela é uma alternativa de todos os pontos de vista. Primeiro lugar, o financeiro.
         O sistema de finança solidária não é especulativo, em nenhuma hipótese. Ele é autogerido.
         Os próprios depositantes administram as cooperativas de crédito, os bancos comunitários e assim por diante.
         Eles não têm o menor interesse de arriscar seu dinheiro por meios especulativos, inclusive gente pobre.
         Você tem aí o exemplo de um sistema financeiro não especulativo e, portanto, imune à crise.
         Além disso, os empreendimentos de economia solidária não despedem. Ninguém nunca é despedido porque todos são sócios. Você não pode demitir um sócio.

A Alternativa Brasileira
         O Brasil tem uma bandeira, um presidente, um brasão,  um hino e ... 82 moedas em circulação.
         Circulam no Brasil 81 moedas alternativas ao real.
         Tudo com anuência do governo, com as chamadas MOEDAS  SOCIAIS.

Moeda Social
         Moeda Social Local Circulante, também chamada de  circulante local, é uma moeda, complementar ao Real (Moeda Nacional- R$), criada pelo Banco Comunitário. A Moeda Social, objetiva fazer com que o “dinheiro” circule na própria comunidade, ampliando o poder de comercialização local, aumentando a riqueza circulante na comunidade, gerando trabalho e renda.  
         Desta forma a Moeda Social torna-se componente essencial nas estratégias dos bancos comunitários. Os créditos em “reais” podem ajudar no crescimento econômico do bairro ou município gerando novas riquezas. Mas são as moedas sociais que asseguram o desenvolvimento ao favorecer que essa riqueza gerada circule na própria comunidade.

Características da Moeda
         A cotação oficial é igual à do real: exemplo: um guará vale o mesmo que um real.
          Elas circulam em municípios pequenos ou em bairros afastados e pobres de oito estados brasileiros.
          São emitidas por bancos comunitários, que dão empréstimos de até R$ 5.000,00, sendo que os empréstimos até R$ 800,00  são feitos com juros zero.

Bancos Comunitários
         Os BANCOS COMUNITÁRIOS são um serviço financeiro, de natureza comunitária, voltado para o apoio às economias populares de bairros e municípios com baixo IDH, tendo por base os princípios da Economia Solidária, oferecendo a população de baixa renda quatro serviços.

Serviços do Banco Comunitário
         Fundo de crédito solidário,
         Moeda social circulante local,
         Feiras de produtores locais e
         Capacitação em Economia Solidária.

1º Banco Comunitário
         O primeiro Banco Comunitário surgido no Brasil foi o Banco Palmas,  no dia 20 de janeiro de 1998, a ASMOCONP (Associação de Moradores do Conjunto Palmeiras), criou o PALMAS – o Banco Popular do Conjunto Palmeira, num bairro de periferia de Fortaleza - Ceará.
         Totalmente administrado e gerenciado pelos líderes comunitários do bairro, instalado em uma pequena sala localizada na sede da Associação.
         A filosofia central do banco está voltada para equilibrar a produção com o consumo.
         O Banco Palmas tem uma linha de microcréditos para quem quer criar ou ampliar um pequeno negócio e outra linha que financia quem quer comprar aos produtores do bairro. Desta forma fica facilitada a venda das mercadorias dos pequenos comerciantes e produtores da comunidade, fazendo a renda circular no próprio bairro, promovendo o crescimento econômico.
         Em 2005, o Banco Palmas ganhou o prêmio Fundação Banco do Brasil de Tecnologia Social. A partir do prêmio surgiram  solicitações em todo o Brasil para transferência da metodologia do Banco Palmas, objetivando a implantação de bancos comunitários em diversos municípios.
         No mesmo ano o Instituto Palmas firma parceria com a Secretaria Nacional de Economia Solidária – SENAES/MTE e com o Banco Popular do Brasil para fazer a difusão da metodologia dos Bancos comunitários.
         Em março de 2008, como parte das comemorações de 10 anos do Banco Palmas, o MTE (Ministério do Trabalho e Emprego) contratou a Universidade Federal do Ceará para fazer a avaliação de imagem e impacto do mesmo no Conjunto Palmeira.

Alguns resultados merecem destaque:
         - 98% dos entrevistados consideram que o Banco Palmas contribui para o desenvolvimento do conjunto Palmeira
         - 90% declararam que o Banco Palmas contribuiu para melhoria de sua qualidade de vida;
         - 26% aumentaram a renda familiar por conta da ação do Banco Palmas
         - 20,2 conseguiram trabalho através do Banco Palmas.
         - 61% atribui nota de 9 a 10 para o Banco Palmas.
         Em Abril de 2008, o Banco Palmas ganhou o premio ODM - OBJETIVOS DE DESENVOLVIMENTO DO MILENIO BRASIL.
         O Prêmio é coordenado pela Secretária-geral da Presidência da República, em parceria com o Programa Nacional das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD).

Todos os Bancos Comunitários são criado em parceria com o Banco Popular do Brasil e são capazes de fazer o seguinte na comunidade:
Moeda social local circulante (crédito para o consumo)
Crédito produtivo (até 5.000)
Contratação de empréstimo
Depósito em dinheiro
Abertura e extrato de conta corrente
Saque avulso e com cartão magnético
Recebimento de títulos
Recebimento de convênios (água, luz, telefone, e outros)
Seguro de vida
Pagamento de benefício do INSS

Características do Banco Comunitário
         É a própria comunidade quem decide criar o banco, tornando-se gestora e proprietária do mesmo;
         Atua sempre com duas linhas de crédito: uma em reais e outra em moeda social circulante;
         Suas linhas de crédito estimulam a criação de uma rede local de produção e consumo, promovendo o desenvolvimento endógeno do território;
         Apoiam os empreendimentos em suas estratégias de comercialização (feiras e lojas solidárias, centrais de comercialização e outros);
         Atuam em territórios caracterizados pelo alto grau de exclusão, vulnerabilidade e desigualdade social;
          Estão voltados, sobretudo, aos beneficiários de programas assistenciais governamentais e de políticas de distribuição de renda;
         Sua sustentabilidade, no curto prazo, funda-se na obtenção de subsídios justificados pela utilidade social de suas práticas.

Objetivos de um Banco Comunitário
Promover o desenvolvimento de territórios de baixa renda, através do fomento à criação de redes locais de produção e consumo, baseado no apoio às iniciativas de economia solidária em seus diversos âmbitos como:
         Empreendimentos sócio produtivos,
         De prestação de serviços,
         De apoio à comercialização (bodegas,  mercadinhos, lojas e feiras solidárias),
         Organizações de consumidores.

Parceiros governamentais e Não Governamentais
         Governamentais
1.Prefeitura Municipal de Fortaleza (FUNCI)
2.Sistema Nacional de empregos (SINE-Ce/IDT)
3.Secretaria Nacional de Economia Solidária (SENAES)
         Não Governamentais
1. ASHOKA
2. Cooperação Alemã
3. Serviço de Apoio a Micro e Pequena Empresa do Estado do Ceará (SEBRAE-Ce)
4. Agência de Desenvolvimento Solidário (ADS/CUT)
5. Coordenadoria Ecumênica de Serviços (CESE)
6. OXFAM
7. STRODIN/STROHALM
8. NEGIF/NUCOM
9. Universidade Federal do Ceará
10. Rede Cearense e Brasileira de Economia Solidária
11.Moradores do bairro (consumidores)
12.Comerciantes locais
Posição do Governo
         Todos os Bancos comunitários têm obrigação de "prestar contas" de suas atividades, anualmente, no Encontro Nacional da Rede de Bancos Comunitários. Atualmente já existem 81 Bancos Comunitários em funcionamento na REDE, em 12 (nove) estados do Brasil (CE,PB, PI, MA, BA, MG, ES, SP, RJ, PA, RS, MS e RO) . Diante dos bons resultados, o governo federal pretende ajudar a criar em torno de 150 moedas e bancos comunitários, em todos os estados do Brasil.

Comércio Internacional E Os Principais Blocos Regionais


A ORIGEM DA OMC E OS ACORDOS COMERCIAIS
O multilateralismo surgiu com a criação do GATT, cujo princípio mais importante é o da Nação Mais Favorecida (NMF),  que proíbe a discriminação entre países signatários, mais conhecido como Princípio de Não Discriminação entre as Nações. Desde a criação do GATT foram realizadas sete rodadas visando a estimular o comércio entre os países membros. Uma das mais importante foi a Rodada do Uruguai. As negociações da Rodada do Uruguai duraram até abril de 1994, quando foi assinado no Marrocos a Declaração de Marrakech, documento que a concluiu e criou a Organização Mundial de Comércio (OMC), em substituição ao GATT (que era apenas um acordo), com o mesmo status do Bird e do FMI e mais força para fiscalizar o comércio mundial e o multilateralismo. Criada em 1995, possuía 153 países consignatários em 2008 e em 2001 a China entrou dando mais força a organização. Quando um pais se sente prejudicado no comércio internacional recorre a OMC.
Em 1999 houve a 3ª conferência ministerial da OMC, nos EUA, para iniciar a Rodada do Milênio, pela total liberdade comercial internacional, mas a globalização fracassou por causa de divergências entre Países desenvolvidos e em desenvolvimento.  Depois houve a Rodada Roha, também sem acordo.  Formou-se um bloco de 20 países em desenvolvimento, inclusive o Brasil (BRIC, IBAS, México, Argentina Indonésia...),  batizado de G-20, aumentado para 23 (12 da América Latina, 6 da Ásia e 5 da África),  para pressionar os países desenvolvidos a reverem suas medidas protecionistas agrícolas. A Rodada Doha estava prevista para ser concluída em 2005, mas apesar da articulação do G-20, a intransigência dos países desenvolvidos na questão dos subsídios agrícolas vem impedindo um acordo.

A EXPANSÃO DO COMÉRCIO MUNDIAL
Os acordos multilaterais do GATT /OMC e os arranjos intrablocos ou intrablocos têm feito o comércio internacional crescer constantemente há muitas décadas, mais rápido do que a soma do PIB de todos os países do mundo. Essa tendência se manteve até ser abalada pelas crises econômicas da virada do século que atingiram vários países na década de 90, incluído EUA e Japão, que exportaram menos que o produto mundial bruto em 1998 e 2001. A partir de 2002 o comércio voltou a crescer, mas a  crise financeira de 2008 fez o PIB e o comercio mundial reduzirem o ritmo de crescimento e os países da OCDE foram os mais atingidos. Os avanços na área de logística expandiram o comercio na segunda metade do século XX. Os dez principais países exportadores do mundo (sete potências do G-8, a China e mais dois países europeus) eram responsáveis por metade do comércio internacional em 2008.
OS BLOCOS REGIONAIS
Muitos países têm procurado diminuir as barreiras impostas pelas fronteiras, visando aumentar os lucros das empresas, empregos e PIBs. Os países podem se organizar em diferentes blocos:
Zona de livre comércio: Permite a gradativa liberalização do fluxo de mercadorias e de capitais dentro dos limites do bloco. Ex. Nafta
União Aduaneira: Além da abolição das tarifas alfandegária, é definida um tarifa externa comum que deverá ser aplicada pelos países do bloco nas negociações com países de fora. Ex. Mercosul.
Mercado Comum: Há uma padronização da legislação econômica, fiscal, trabalhista, ambiental entre os países.  O único caso é o da União Europeia que eliminou as barreiras alfandegárias internas, uniformizou as tarifas de comércio exterior, liberou a circulação de capitais, mercadorias, serviços e pessoas no interior do bloco, criou uma moeda única e o Banco Central Europeu, atingindo , assim, a condição de união econômica e monetária.
Acordos bilaterais também tem sido estabelecidos. Ex: México (Nafta) firmou acordo com a União Europeia.
Após a segunda guerra houve uma grande expansão de blocos regionais de comércio.

UNIÃO EUROPEIA
Criada pelo Tratado de Roma, com o nome de Comunidade Econômica Europeia (CEE), incialmente com um grupo de 6 países, Europa dos 6, com a entrada em vigor do tratado, não parou de se expandir, chegando aos atuais 27 países, objetivando recuperar a economia dos países enfraquecidos depois da segunda guerra. O Ato Único complementou o Tratado de Roma definindo os objetivos para a integração do bloco, como já citado acima em Mercado Comum (veja*). A Convenção de Schengen garantiu a livre circulação de pessoas. O tratado de Maastricht (cidade dos Países Baixos) definiram os passos seguintes da integração e criaram a moeda única, o Euro. O tratado de Nice introduziu a Carta de Direitos Fundamentais de cidadania em todos os países da EU. O Tratado de Lisboa, substituiu todos os anteriores e deu mais poderes ao Parlamento Europeu, ficando  no mesmo patamar da Comissão Europeia.
Política Externa e de Segurança Comum, delineada desde o Tratado de Maastricht, vem consolidando um sistema de defesa, tendo com base a União da Europa Ocidental (UEO) , criada depois da segunda guerra. Com o fim da Guerra fria os europeus tentam fortalecer a UEO mantendo a cooperação com a OTAN, evitando atritos com os EUA.
O Conselho da União Europeia representa cada um dos Estados-membros e é o principal órgão de tomada e decisões no âmbito do Bloco.
A EU tem um poder Executivo, a Comissão Europeia que representa o interesse comum do bloco e põe em pratica as decisões do Conselho e do Parlamento. Sua sede fica em Bruxelas, capital da EU.

NAFTA
O Acordo Norte-Americano de Livre Comércio, assinado pelos EUA, Canadá e México, foi criado porque os EUA acreditava que o acordo ajudaria a consolidar o capitalismo na Europa e a deter o comunismo.  Os norte-americanos viram no regionalismo comercial um meio de expandir seus interesses econômicos na América. A área de Livre Comércio das Américas (Alca) foi o principal projeto integracionista defendido pelo governo Clinton. Coma a criação do Nafta acentuou-se a dependência do Canadá e principalmente do México em relação aos EUA. Com a crise dos EUA , essa dependência foi muito prejudicial aos outros dois países. O México foi o que mais sofreu.
A resistência do Brasil e de seus sócios do Mercosul puseram fim as negociações do ALCA. Havia o receio de prejuízo econômico já que o governo americano impõe uma série de barreiras não tarifárias aos principais produtos brasileiros. Barack Obama não mudou esse cenário.

MERCOSUL
O Mercado Comum do Sul começou a se formar em 1985, nos governos Raúl Alfonsín e José Sarney. Depois o Paraguai e o Uruguai foram incorporados e os quatro assinaram o Tratado de Assunção em 1991. O objetivo era estabelecer uma zona de livre comércio, eliminação de tarifas alfandegárias, restrições não tarifárias, liberando a maioria das mercadorias. Assinado o Protocolo de Ouro Preto fixou-se uma política, tem tomado o lugar de produtos brasileiros tica comercial conjunta dos países do Mercosul em relação aos países não integrantes do bloco, definindo a Tarifa Externa Comum (TEC) transformando o bloco em união aduaneira. Como há muitos produtos com exceções,  diz-se que que o Mercosul é uma união aduaneira imperfeita. O protocolo também criou o Conselho do Mercado Comum e a Comissão de Comércio do Mercosul.
O Chile, Bolívia e Peru assinaram acordos de livre comércio com o Mercosul. Foi decidido que a Colômbia e o Equador seriam incorporados aos bloco como associados.
A retomada do crescimento do Brasil e da Argentina, após problemas econômicos e divergências políticas, o aumento do fluxo de comércio entre eles e a assinatura de adesão da Venezuela são fatos que apontavam para um fortalecimento do Mercosul, porém a crise financeira e a retomada de medidas protecionistas pela Argentina provocaram uma queda no comércio interno. A competição chinesa, apesar da TEC, tem tomado o lugar de produtos brasileiros no comércio com o bloco.

UNASUL
A Declaração de Cuzco, documento firmado na reunião de Presidentes da América do Sul, realizada em Cuzco (Peru), estabeleceu a Comunidade Sul-Americana de Nações. Depois, em reunião ocorrida na Venezuela, este nome foi mudado para UNASUL (União das Nações Sul-Americanas) cujo objetivo foi criar um espaço Sul-Americano integrado no âmbito político, social, econômico, ambiental e infraestrutural, criando uma zona de livre comércio integrando países do Mercosul, da Comunidade Andina, o Chile, a Guiana e o Suriname. Em reunião de representantes de 12 países sul-americanos ocorrida em Brasília, o UNASUL transformou-se um organismo internacional. Também foi criado um Conselho de Defesa para resolver conflito entre os países.

ASEAN E APEC
A ASEAN foi criada para desenvolver o Sudeste Asiático e aumentar a estabilidade política e econômica da região. Estabelecida em Bancoc pela Indonésia, Malásia, Filipinas, Cingapura e Tailândia. Também foi criada a Asean Visão 2020, plano ambicioso para criar a comunidade Asean. Além dos fundadores, juntaram-se ao bloco: Brunei, Vietnã, Laos, Camboja e Mayanmar.
A APEC, com sede em Cingapura, é composta por 20 países da bacia do Pacífico  e por Hong Kong . Por enquanto é apenas um fórum, mas pretende implantar uma zona de livre comércio entre seus membros e tem como membro a maior potência econômica do mundo, os EUA e também um dos países mais pobres, o Vietnã. As disputas comerciais  entre, EUA, Japão e China, torna difícil estabelecer um integração com a da EU.

SADC
A comunidade de desenvolvimento da África Austral – SADC foi criada para assegurar a cooperação na região austral do continente africano e era composto, em 2010,  por 14 países.  A área de livre comércio da SADC foi lançada em Sandton (África do Sul) e é composta por 12 países-membros. Os dois países restantes (Angola e República Democrática do Congo) devem aderir futuramente. O país mais importante do bloco é a África do Sul, com 68% da produção total. A SADC é muito pequena quando comparada aos principais blocos do mundo.

• Multilateralismo, Gatt, OMC e Regionalismo
Multilateralismo – são acordos comerciais que envolvem diversos países no âmbito da Organização Mundial do Comércio (OMC). Surgiu com a criação do Gatt (Acordo Geral de Tarifas e Comércio), em 1947. O princípio mais importante dessa entidade é o da Nação Mais Favorecida (NMF), que proíbe a discriminação entre países-membros. Toda vantagem, favor ou privilégio envolvendo tarifas aduaneiras e concedido bilateralmente deve ser estendido imediatamente ao comércio com os demais países signatários. Este princípio é conhecido como Princípio de Não-discriminação entre as Nações.
Gatt (Acordo Geral de Tarifas e comércio): surgiu com a Conferência de Havana, em 1947, com o objetivo de estimular o comércio multilateral entre os países signatários. No entanto, ele era apenas um fórum de negociações vinculados à ONU, não uma entidade como, por exemplo, o Bird e o FMI. Com a conclusão da Rodada do Uruguai, em abril de 1994, foi assinada, no Marrocos, por 122 países, a Declaração de Marrakesh, que criou a OMC.
OMC (Organização Mundial de Comércio) – com sede em Genebra foi criada para substituir o Gatt(era apenas um acordo) e passou a ter o mesmo status do Bird e do FMI. Adquiriu força política para fiscalizar o comércio mundial e fortalecer o multilateralismo. Começou a funcionar em 1° de janeiro de 1995, supervisionando os acordos comerciais e mediando disputas entre os países signatários. Quando um país se sente prejudicado recorre a OMC e esta deverá punir o outro país ou então mediar um acordo.
Regionalismo – é uma tendência de formação e consolidação de blocos regionais, como a União Europeia (EU), o Acordo Norte-americano de Livre Comércio (Nafta) e o Mercado Comum do Sul (Mercosul). Este movimento ocorre devido à uma lógica do sistema capitalista que apresenta uma constante necessidade de lucros e de acumulação de capitais para fazer frente a competitividade de uma economia globalizada. Os países membros dos blocos regionais procuram diminuir ao máximo as barreiras impostas pelas fronteiras nacionais aos fluxos de mercadorias, de capitais, de serviços ou de mão-de-obra. Os integrantes desses blocos fortalecem-se diante de países isolados ou de outros blocos de países.
A partir do crescimento de transações comercias em nível mundial e do intenso processo de globalização de capitais, mercadorias e da própria produção, que são itens ligados diretamente à dependência dos países, sobretudo, dos pobres em relação aos ricos, surge a necessidade da criação de organismos internacionais e órgãos financeiros que possam regular as disparidades econômicas e comerciais existentes no mundo.
Apesar de todos os países às vezes agirem em pleno consentimento ou em conjunto, sempre os desenvolvidos conseguem exercer pressão sobre aqueles de menor desenvolvimento, sobressaindo conforme seus interesses, essa diferença é extremamente elástica.
Diante desses fatores, torna-se relevante a implantação de uma organização que avalie as relações comerciais e que possa zelar pelo interesse de países que sofrem pressões e que, em vários casos, ficam prejudicados.
Com objetivo de tentar amenizar o processo, a OMC (Organização Mundial do Comércio) ocupa um lugar de destaque no cenário mundial, no mesmo patamar que se encontra importantes órgãos financeiros internacionais como o FMI e o Banco Mundial. A OMC, criada em 1995, está sediada na cidade de Genebra, Suíça.
No ano de 2000, a OMC era integrada por 142 países, o órgão tem como finalidade impor regras e normas para estabelecer um entendimento entre os países e as instituições internacionais que atuam no campo econômico.
Antes da instauração da OMC existia o GATT (Acordo Geral de Tarifas e Comércio) que foi implantado a partir de 1947 para estabelecer o livre comércio, no entanto, não havia uma consideração em relação às disparidades existentes entre os países, dessa forma, todos os tributos de exportação e importação eram iguais, com isso as economias fragilizadas nem sempre conseguiam prosperar economicamente.
As maiores dificuldades que a Organização Mundial do Comércio encontra estão relacionadas ao protecionismo, como as que ocorrem na França, que taxou todos os produtos agropecuários, a inserção de tributos impede a entrada de mercadorias dessa natureza, oriundos de outros lugares, com essa atitude o governo visa proteger os seus produtores.
Na verdade, a intenção dos países desenvolvidos é que as barreiras alfandegárias sejam retiradas, no entanto, somente para entrada de seus produtos em outros territórios, já no processo contrário querem estabelecer medidas protecionistas.
Uma das funções da organização é atuar como um intermediador, no momento em que dois países geram conflitos por motivos comerciais, derivados por medidas protecionistas de um dos lados. Um exemplo claro desse processo aconteceu em 2001, quando a empresa canadense Bombardier acionou a OMC por se sentir prejudicada, pois segundo ela, a empresa brasileira Embraer estaria sendo custeada ou subsidiada pelo governo brasileiro, de forma que esse procedimento vai contra as regras implantadas na organização. Nesse caso, as duas empresas lutam por um mercado extremamente lucrativo.
Nesse exemplo, a OMC não aceitou o pedido da empresa canadense, ou seja, indeferiu o pedido.
• Principais tipos de blocos regionais
Zonas de livre comércio: busca-se apenas a gradativa liberalização do fluxo de mercadorias e de capitais dentro dos limites do bloco. Ex: Acordo Norte-americano de Livre Comércio –Nafta – (Estados Unidos, Canadá e México);.
União Aduaneira: é um estágio intermediário entre a zona de livre comércio e o mercado comum. Além da abolição das tarifas alfandegárias nas relações comerciais no interior do bloco, é definida a Tarifa Externa Comum, que é aplicada aos países de fora da união. Ex: Mercosul – Mercado Comum do Sul - (Brasil, Argentina, Paraguai, Uruguai)
Mercados comuns: busca-se uma padronização da legislação econômica, fiscal, trabalhista, ambiental etc. Entre os resultados, estão a eliminação das barreiras alfandegárias internas, a uniformização das tarifas de comércio exterior e a liberalização da circulação de capitais, mercadorias, serviços e pessoas no interior do bloco. Ex: (UE)
União econômica e monetária: é o ponto máximo do mercado comum. Ocorre a implantação de uma moeda única. Exemplo: União Europeia (UE) com o euro.
• Os blocos econômicos regionais e as fronteiras da economia mundial
O surgimento de blocos econômicos significa que regionalmente, em maior ou menor grau, as fronteiras econômicas entre os países estão sendo abolidas. Em âmbito mundial, no entanto, a disputa econômica tende a continuar existindo, sendo cada vez mais intermediada por esses organismos supranacionais – os blocos econômicos regionais – e, no plano multilateral, pela OMC.
• O comércio internacional na atualidade
O comércio internacional é um dos aspectos mais importantes da globalização. As trocas comerciais desde a Segunda Guerra têm crescido num ritmo mais rápido do que a produção em escala mundial, aprofundando a interdependência dos países. Essa tendência só foi interrompida em 2001, quando houve uma queda de 1,5% no comércio mundial. A consolidação dos blocos comerciais tem fortalecido as trocas não só em escala regional, mas também mundial. De qualquer maneira, o comércio internacional está concentrado fortemente no Hemisfério Norte (85% do comércio mundial é feito entre os países desenvolvidos). Os maiores comerciantes do mundo são os Estados Unidos, a Alemanha, o Japão, a França, o Reino Unido, a China e o Canadá. No entanto, o México e os Tigres Asiáticos têm aumentado sensivelmente sua participação nos últimos tempos.
• A Alca e o Brasil
A Alca é um projeto de zona de livre comércio composta de 34 países americanos; no entanto, é fortemente hegemonizada pelos Estados Unidos. Se o cronograma for cumprido e não houver adiamentos, deverá começar a funcionar em 2005. A economia brasileira é, em geral, menos competitiva que a norte-americana. A abolição de tarifas no comércio americano poderá trazer prejuízos para diversos setores da economia brasileira, sobretudo se os Estados Unidos não retirarem suas barreiras não tarifárias, que limitam a entrada de diversos produtos nacionais naquele mercado. Entretanto, se o Brasil não fizer parte desse bloco sofrerá concorrência desigual de outros países latino-americanos que terão acesso privilegiado ao mercado dos Estados Unidos, e deste nos países latino-americanos. A estratégia do governo brasileiro frente à Alça é tentar fortalecer o Mercosul e negociar em bloco com os Estados Unidos, nos moldes da proposta 4 + 1 (os quatro do Mercosul mais os Estados Unidos).
• A fragilidade dos blocos africanos
A fragilidade dos blocos africanos é nada mais do que o reflexo da fragilidade dos países do continente. Estes são marcados por dependência econômica, carência de infraestrutura, baixo nível de industrialização, pobreza, fome, epidemias e guerras civis. O mais importante bloco econômico da África é a SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral), à qual pertence a maior e mais diversificada economia do continente, a África do Sul.

Fonte Bibliográfica
MOREIRA, Carlos João, SENE, Eustáquio de. GEOGRAFIA, Ensino Médio, volume único, 1ª ed. São Paulo: Scipione, 2011

PAÍSES RECENTEMENTE INDUSTRIALIZADOS



Estudaremos os países que começaram a se industrializar há pouco tempo, e que até hoje são países em desenvolvimento. Alguns apresentam muitas dificuldades, e podem levar muitas décadas para se industrializarem completamente.

Os países que se industrializaram recentemente são formados por um grupo bem diversificado. Os países que entregam esse grupo são: Brasil, Argentina, México, Coréia do Sul, Cingapura, Hong Kong, África do Sul e Índia, esses são os maiores. É natural, portanto a diferencia cultural, o processo de industrialização, nível econômico, tecnológico e realidade social.

Esse países, porém, poderiam ser divididos em dois grupos. Um que implantou um modelo econômico voltado inicialmente para o mercado interno. E o segundo grupo para o mercado exterior, transformando-se em grandes exportadores.

BRASIL, MÉXICO E ARGENTINA.
Os países emergentes


               Os emergentes são países que se localizam na periferia do capitalismo, mas são cada vez mais interessantes para o capital globalizado graças a seu parque industrial, ao seu mercado consumidor, ou, ainda, por apresentarem possibilidade de produção para exportação, já que oferecem vantagens competitivas - baixos salários, impostos reduzidos, câmbio desvalorizado, etc.  - que ampliam a margem de lucro das empresas estratégias que neles se instalam. Até os anos de 1980 eram conhecidos como Países Recentemente Industrializados ou NICs (sigla em inglês, de Newly Industrialized Countries).  Compõem esse grupo : Brasil, México, Argentina, Coréia do Sul, Taiwan, Cingapura, Hong Kong (Região Administrativa Especial da China), África do Sul e Índia,para citar apenas os mais importantes. Ás vezes, a China e também a Rússia são considerados países emergentes, lembrando que a  China por ter a maior população do planeta e por ser uma potência e  a Rússia por ser herdeira de uma superpotência , a União Soviética . É natural  a existência de grandes diferenças entre os países emergentes, principalmente quanto ao processo de industrialização, ao nível econômico e tecnológico e à realidade social. Considerando as linhas gerais de seu processo de industrialização, poderíamos dividir esses países em dois grupos distintos: os que implantaram um modelo econômico voltado inicialmente para o mercado interno, com uma industrialização substitutiva das importações, e os que se voltaram para a conquista de mercados no exterior, convertendo-se em verdadeiras plataformas de exportação.

Brasil, México e Argentina iniciaram seus processos de industrialização após a primeira guerra mundial, esse processo se intensificou na década de 30, depois da crise de 29. Começaram a implantar indústrias voltadas para o mercado interno, produzindo bens de consumo não duráveis, os quais eram antes exportados da Europa. Assim, no começo, a industrialização visava substituir as exportações.

A aristocracia agrária era os donos das primeiras fábricas, pois eles tinham acumulado capitais com as exportações de produtos agropecuários e minerais, e passaram a investir na indústria, no comercio e no sistema financeiro. Na Argentina os estrangeiros ganharam muito dinheiro exportando carne e trigo, no Brasil surgiram os barões de café. Os latifundiários se tornaram a burguesia.

O estado também foi outro agente importante para o inicio da industrialização, investindo em base e em infraestrutura: ferrovias, rodovias, portos, etc. Depois da Segunda Guerra Mundial, esse modelo ficou pouco frágil, devido a ausência de capitais, pela inexistência de ramos industriais importante e pela limitação tecnológica. Foi nesse período que os capitais estrangeiros começaram a invadir esses países. As diversas transnacionais viabilizaram a expansão de novos setores industriais, como; indústrias automobilista, eletrônicas, químico-farmacêutico, etc. Nos setores tradicionais entraram industrias alimentícias e têxteis, que se juntaram as nacionais, ou em alguns casos incorporando-as.

A indústria tornou-se um setor importante na economia desses países, colaborando com 37% do PNB no Brasil; do PNB no México; 28% do PNB na Argentina.

Anos de Crise e Dívidas

O Brasil, Argentina, e México cresceram bastante e rapidamente nas décadas de 50 e 60. Porém, o crescimento desses países estava apoiado pela poupança estrangeira. Era uma conjuntura de abundancia de dinheiro no mercado financeiro mundial; portanto as taxas de juros eram baixas. Esses países se endividaram nas décadas de 70 e 80; são os maiores devedores em valores absolutos do mundo subdesenvolvido.

Esses três países, entre outro, caíram numa armadilha. Grande parte de suas dividas foram fixadas nesse patamar. O dinheiro foi emprestado podendo os juros oscilarem em função do mercado. E foi isso o que aconteceu, depois de uma elevação provocada pelo choque do petróleo, veio outra elevação das taxas de juros.

Além de não sobrarem recursos para os países subdesenvolvidos, houve uma elevação artificial de suas dividas, que estavam presas as taxas de juros praticadas pelos Estados Unidos.

A partir desse momento aprofundou-se nesses países, a política de exportação. Foi feito um grande esforço para aumentar suas exportações, levando o preço de seus produtos para baixo.

Paralelamente, os governos mantinham uma política de forte contenção de importações, por isso os parques produtivos nacionais ficaram desatualizados, devido a impossibilidade de comprar máquina e recursos necessários a sua modernização. Para se conseguir saldos na balança comercial que possibilitasse o pagamento dos juros da divida, fizeram: um aperto salarial, desvalorização cambial para tornar os produtos mais competitivos no exterior, altas tarifas de importação, reserva de mercado para determinado setores, etc. A combinação de preços dos produtos em baixa, e taxas de juros em alta, resultou em muitos entrando numa profunda crise econômica.

O que agravou tudo isso, foi que a maior parte da divida foi encontrada por regimes ditatoriais e corruptos, que investiram o dinheiro em projetos sociais duvidosas. A década de 90 foi marcada por tentativa de estabilização econômica, e a implantação do receituário neoliberal.

Com a implantação do real, o Brasil foi o ultimo dos países latino-americanos a lançar um de estabilização econômica bem sucedida. Com esse novo plano a inflação voltou para patamares vigentes da década de 70.

Fernando Henrique Cardoso, eleito em 1994, idealizou o Plano Real quando ocupou o cargo de ministro da economia do governo Itamar Franco, e aprofundou as reformas, visando garantir a estabilidade econômica e a inserção brasileira no processo de globalização dos capitais. Fernando Henrique Cardoso conseguiu reduzir drasticamente a inflação; porém durante o seu primeiro mandato não se empenhou em aprontar reformas (tributarias, administrativa, previdenciária, etc.) que sustentariam a estabilidade econômica. Em janeiro de 1999, o Banco Central teve que desvalorizar o real para estancos para a fuga de capitais, o que provocou uma crise econômica.

África do Sul e índia

A África do Sul e a Índia foram colônias britânicas, e só começaram seus processos de industrialização após a Segunda Guerra Mundial, quando conseguiram a independência política.

A Índia se libertou do domínio britânico em 1947, depois de uma longa campanha sob a liderança de Mahatma Gandhi. Essa campanha foi baseada na “desolação civil” (quando um grupo ou nações passavam a desobedecer a uma lei, que julgam ser injusta ou socialmente ultrapassada, com o objetivo de induzir o legislador a muda-la). Depois da independência o Partido do Congresso assumiu o poder, tendo como primeiro-ministro um importante líder indiano, Jawarhald Nehru. Seu governo se estendeu até 1996, gerando conflitos com a minoria mulçumana do país.

Com o rompimento da dependência do Reino Unido, surgiu em 1961 a República Sul-Africana. O partido Nacional tomou o poder, e ele era controlado minoria branca descendente de holandeses e alemães que migraram para o país desde o século XVII. A partir da independência, foi implantado um regime de segregação social conhecido como apartheid.

A Índia teve, sob o governo nacionalista, uma forte participação do Estado no inicio de seu processo de industrialização. Investiu-se principalmente em setores de base, na indústria bélica e em obras de infraestrutura. Hoje a Índia tem conseguido atrair investimentos estrangeiros, devido a uma política de abertura ao capital estrangeiro, e a privatização. A Índia, apesar de ter um parque industrial bem diversificado, é um país essencialmente rural e agrícola.

A África de Sul teve desde o inicio a participação de capitais estrangeiro em sua economia, predominantemente britânicos e norte-americanos.

Nesses dois países, os capitais nacionais se originaram através de exportações de produtos agrícolas e fósseis, o que ajudou a acumular capitais que foram direcionados para a industrias. Assim, o que atraiu capitais estrangeiros para esses países foi uma grande disponibilidade de matéria-prima, mão-de-obra barata e um mercado interno razoável.

Na África do Sul, apesar do fim da apartheid, os principais consumidores são os brancos (cerca de 14% da população), que possuem um padrão de vida do país desenvolvido. Mesmo com a entrada de Nelson Mandela no poder, o primeiro presidente negro do país, a desigualdade socioeconômica continua. E este é o grande desafio não só da África do Sul, mas de todos os países subdesenvolvidos.

Hidrografia do Brasil


O Brasil tem um dos maiores complexos hidrográficos do mundo, apresentando rios com grandes extensões, larguras e profundidades. A maioria dos rios brasileiros nasce em regiões pouco elevadas, com exceção do rio Amazonas e de alguns afluentes que nascem na cordilheira dos Andes. O Brasil possui 12% de toda a água doce que está na superfície da Terra. Além disso, a maior bacia fluvial do mundo, a Amazônica, também fica no Brasil. Somente o rio Amazonas deságua no mar um quinto de toda a água doce que é despejada nos oceanos.

                                               Rios de planalto e de planície

Devido à natureza do relevo, no Brasil predominam os rios de planalto, que apresentam rupturas de declive, vales encaixados, entre outras características, que lhes conferem um alto potencial para a geração de energia elétrica. Encachoeirados e com muitos desníveis entre a nascente e a foz, os rios de planalto apresentam grandes quedas d’água. Assim, em decorrência de seu perfil não regularizado, ficam prejudicados no que diz respeito à navegabilidade. Os rios São Francisco e Paraná são os principais rios de planalto.

Em menor quantidade, temos no Brasil os rios que correm nas planícies, sendo usados basicamente para a navegação fluvial, por não apresentarem cachoeiras e saltos em seu percurso. Como exemplo, podem ser citados alguns rios da bacia Amazônica (região Norte) e da bacia Paraguaia (região Centro-Oeste, ocupando áreas do Pantanal Mato-Grossense). Entre os grandes rios nacionais, apenas o Amazonas e o Paraguai são predominantemente de planície e largamente utilizados para a navegação.
Apesar da maioria dos rios brasileiros nunca secar, alguns apresentam características curiosas, como por exemplo, o Jaguaribe (Ceará), que desaparece nas secas, e o Paraguaçu (Bahia), que se torna subterrâneo e depois volta a ficar visível.

                                               Bacias Hidrográficas Brasileira

O IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) classifica os rios em nove bacias. São elas:      Bacia do Amazonas, Bacia do Paraná, Bacia do Uruguai, Bacia do Paraguai, Bacia do São Francisco, Bacia do Tocantins-Araguaia, Bacia do Nordeste, Bacia do Leste, Bacia do Sudeste-Sul.

                      Bacia do Amazonas

É a maior bacia hidrográfica do mundo, com 7.050.000 km², sendo mais da metade localizado em terras brasileiras. Abrange também terras da Bolívia, Peru, Colômbia, Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Seu rio principal, o Amazonas, nasce no Peru com o nome de Vilcanota e recebe posteriormente os nomes de Ucaiali, Urubamba e Marañon. Quando entra no Brasil, passa a se chamar Solimões e, após o encontro com o Rio Negro, perto de Manaus, recebe o nome de Rio Amazonas.

                                               Bacia do Paraná

É a região mais industrializada e urbanizada do país. Na bacia do Paraná reside quase um terço da população brasileira, sendo os principais aglomerados urbanos as regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e de Curitiba. O rio Paraná, com aproximadamente 4.100 km, tem suas nascentes na região Sudeste, separando as terras do Paraná do Mato Grosso do Sul e do Paraguai. O rio Paraná é o principal curso d'água da bacia, mas também são muito importantes os seus afluentes e formadores, como os rios Grande, Paranaíba, Tietê, Paranapanema, Iguaçu, dentre outros. Essa bacia hidrográfica é a que tem a maior produção hidrelétrica do país, abrigando a maior usina hidrelétrica do mundo: a Usina de Itaipu, no Estado do Paraná, projeto conjunto entre Brasil e Paraguai.
Apresenta grande importância geoeconômica em função da sua localização geográfica, próximo dos maiores centros industriais do país.
Possui dezenas de hidroelétricas, com destaque para ITAIPU (atualmente 2ª  maior do mundo)
Nesta bacia encontramos o vasto Aquífero Guarani


                                               Bacia do Uruguai

É formada pelo rio Uruguai e por seus afluentes, desaguando no estuário do rio da Prata, já fora do território brasileiro. O rio Uruguai é formado pelos rios Canoas e Pelotas e serve de divisa entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Faz ainda a fronteira entre Brasil e Argentina e entre Argentina e Uruguai. Deságua no oceano após percorrer 1.400 km. A região hidrográfica do Uruguai apresenta um grande potencial hidrelétrico, possuindo uma das maiores relações energia/km² do mundo.

                                               Bacia do Paraguai

Destaca-se por sua navegabilidade, sendo bastante utilizada para o transporte de carga. Assim, torna-se importante para a integração dos países do Mercosul. Suas águas banham terras brasileiras, paraguaias e argentinas.

                                               Bacia do São Francisco

Nasce em Minas Gerais, na serra da Canastra, atravessando os estados da Bahia, Pernambuco, Alagoas e Sergipe. O Rio São Francisco é o principal curso d'água da bacia, com cerca de 2.700 km de extensão e 168 afluentes. De grande importância política, econômica e social, principalmente para a região nordeste do país, é navegável por cerca de 1.800 km, desde Pirapora, em Minas Gerais, até a cachoeira de Paulo Afonso. O principal aglomerado populacional da bacia do São Francisco corresponde à Região Metropolitana de Belo Horizonte, na região do Alto São Francisco.
  1. Segunda maior bacia hidrográfica, totalmente brasileira
  2. Nasce na Serra da Canastra (MG)
  3. Apresenta grande potencial hidroelétrico, (4º maior potencial do Brasil)
As particularidades do Rio São Francisco
  1. Existência de grandes quedas d`água, com grande aproveitamento hidroelétrico:
w  Na região nordeste usinas: Paulo Afonso
                                                                       Sobradinho
                                                                       Xingo           
w  Na região sudeste usina:     Três Marias
w     É um rio perene
w      Atravessa o sertão nordestino (Nilo brasileiro)
w      Importante fornecedor de água potável
w      Favorece o desenvolvimento da fruticultura, através da irrigação – projeto São Francisco à Jaguaribe
w      Apresenta cerca de 2000Km navegável entre: Pirapora (MG) a Paulo Afonso (BA)
                                              
Bacia do Tocantins-Araguaia

Com uma área superior a 800.000 km2, a bacia do rio Tocantins-Araguaia é a maior bacia hidrográfica inteiramente situada em território brasileiro. O rio Tocantins nasce na confluência dos rios Maranhão e Paraná (GO), enquanto o Araguaia nasce no Mato Grosso. Localiza-se nessa bacia a usina de Tucuruí (PA), que abastece projetos para a extração de ferro e alumínio.
Apresenta grande potencial hidroelétrico (3º maior do Brasil): Capacidade de produção hidroelétrica em cerca de 28,3 milhões KW.  Nela encontramos a usina de:     Tucuruí – Rio Tocantins – Pará - 2ª maior usina hidroelétrica do Brasil.

                                               Bacia do Nordeste

Abrange diversos rios de grande porte e de significado regional, como: Acaraú, Jaguaribe, Piranhas, Potengi, Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu, Pindaré, Grajaú, Itapecuru, Mearim e Parnaíba. O rio Parnaíba forma a fronteira dos estados do Piauí e Maranhão, desde suas nascentes na serra da Tabatinga até o oceano Atlântico, além de representar uma importante hidrovia para o transporte dos produtos agrícolas da região.

                                               Bacia do Leste

Assim como a bacia do nordeste, esta bacia possui diversos rios de grande porte e importância regional. Entre eles, temos os rios Pardo, Jequitinhonha, Paraíba do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas, Paraguaçu, entre outros. O rio Paraíba do Sul, por exemplo, situa-se entre os estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais, apresentando ao longo do seu curso diversos aproveitamentos hidrelétricos, cidades ribeirinhas de porte e indústrias importantes, como a Companhia Siderúrgica Nacional.

                                               Bacia do Sudeste-Sul

É composta por rios da importância do Jacuí, Itajaí e Ribeira do Iguape, entre outros. Os mesmos possuem importância regional, pela participação em atividades como transporte hidroviário, abastecimento d'água e geração de energia elétrica.


                                               A questão da transposição do São Francisco

Construção de canais para levar água do rio aos principais vales do interior do NE. “Serão” construído 600Km de canais, pelos quais as águas serão captadas e levadas para 08 açudes que devem abastecer os rios intermitentes.     Estados beneficiados: CE, RN, PB e PE.
w  Será necessário bombear as águas, levando-as a cerca de 300m, de onde passarão a correr por força da gravidade.

Possíveis situações benéficas

w  Aumento da oferta de água no sertão
w  Redução do êxodo-rural
w  Geração de emprego e renda

Possíveis situações maléficas
w  Reduzira a capacidade hidroelétrica
w  Trará desmatamento, para execução das obras
w  Perca de área pela vegetação nativa
w  Redução do nível das águas do rio
w  Assoreamento do rio
w  Diminuição do poder de irrigação