A
agência espacial americana Nasa lançou no sábado, dia 10/09/2011, duas naves
não tripuladas para estudar o centro da Lua e revelar como nosso satélite se
formou há 4 bilhões e 500 milhões de anos.
"Foram
lançadas do (foguete) Delta II, como parte da missão GRAIL (sigla em inglês de
Recuperação da Gravidade e Laboratório Interior) para estudar o centro da
Lua", disse o comentarista da Nasa George Diller, ao confirmar o
lançamento, da base da Força Aérea de Cabo Cañaveral, Flórida.
Com um
custo de 500 milhões de dólares, as naves espaciais não tripuladas terão o
objetivo de orbitar a Lua para medir seu campo gravitacional e elaborar um mapa
do interior do satélite da Terra.
Fortes
ventos obrigaram o adiamento da primeira tentativa de lançamento na
quinta-feira.
Os
cientistas esperam da missão GRAIL resposta a algumas incógnitas sobre o lado
escuro da Lua, que os humanos jamais exploraram, e dados sobre como foram
formados os outros planetas rochosos, como a Terra, Vênus, Marte e Mercúrio.
Segundo
o previsto, as naves gêmeas alcançarão a órbita polar da Lua no final do ano e
vão girar em torno do satélite terrestre durante três meses.
Essa
missão integra o programa Discovery da Nasa, que já lançou dez naves desde 1992
para estudar o Sistema Solar.
A Lua é
estudada desde o alvorecer da Era Espacial, em 1959, com um total de 109
missões de vários tipos.
Doze
pessoas pisaram na superfície lunar e 382 kg de rochas e amostras do solo foram
trazidas à Terra para serem estudadas.
Além
disso, três satélites científicos estão atualmente orbitando a Lua.
Os
cientistas acreditam que a Lua se formou quando um objeto do tamanho de um
planeta se chocou com a Terra, jogando uma quantidade de material ao espaço que
eventualmente se converteu no que agora é o desolado satélite terrestre.
No
entanto, no mês passado, um estudo publicado pela revista Nature lançou novas
perguntas sobre as origens da Lua.
Uma
nova análise dos isótopos de chumbo e neodímio, achados nas amostras de rochas
de magma, mostrou que a Lua tem 4,36 bilhões de anos, o que significa que seria
200 milhões de anos mais nova do que se acreditava.
O
estudo sugeriu que as crostas mais antigas da Terra e da Lua se formaram mais
ou menos ao mesmo tempo, logo depois da enorme colisão.
"A
extraordinária juventude desta amostra lunar significa que, ou a Lua se
solidificou muito mais tarde que o calculado anteriormente, ou temos que mudar
nossa visão da história geoquímica da Lua", afirmou Richard Carlson, da
Instituição Carnegie para a Ciência.
Segundo
o programa previsto, os satélites gêmeos GRAIL viajarão à Lua por mais de três
meses. Uma das naves entrará em órbita lunar na véspera do Ano Novo e a segunda
no dia do novo ano.
Uma vez
lá, as duas naves se alinharão e basicamente perseguirão uma à outra em uma
órbita polar enquanto a Lua roda lentamente debaixo delas, segundo os
cientistas.
As duas
ficarão a 55 km sobre a superfície lunar, com uma distância entre elas de 60 a
225 km.
A dupla
se encarregará do principal objetivo de sua missão: entender como é o interior
da Lua mediante a realização de uma série de medições do campo gravitacional de
baixa altitude.
Quarenta
dias depois de terminar seu trabalho, a dupla se dirigirá à superfície lunar,
onde continuarão pesquisando por um ano.
No mês
passado, a Nasa lançou a sonda espacial Juno, que funciona com energia solar e
custou mais de um bilhão de dólares, em uma viagem de cinco anos para
investigar a composição de Júpiter.
Depois
do GRAIL, a agência espacial planeja enviar em novembro seu Mars Science
Laboratory (MSL), em uma viagem de quase dois anos ao Planeta Vermelho.