Meninas
são minoria em países asiáticos, como a China
A
discriminação sexual na Ásia se reflete na disparidade de nascimentos, e isso
pode ser visto pela “carência” de cerca de 96 milhões de meninas, sobretudo na
China e na Índia, impedidas de nascer ou privadas de cuidados médicos
suficientes, diz um informe da ONU divulgado nesta segunda-feira (8).
Segundo
o documento do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD),
publicado neste Dia Internacional da Mulher, o forte crescimento econômico dos
países da região não acarretou um avanço na igualdade de sexos e, pelo
contrário, o progresso serviu para fazê-lo retroceder.
Tecnologia
facilita aborto de meninas
Os
avanços tecnológicos permitiram, por exemplo, saber rapidamente o sexo de um
bebê antes de seu nascimento, contribuindo para agravar o fenômeno dos abortos
quando o feto é do sexo feminino, segundo um dos autores do estudo, Anuradha
Rajivan:
- A
velha predisposição à preferência pelos homens está agora combinada com a
tecnologia médica moderna.
- Não é
apenas causado pelo infanticídio de meninas, mas também por meninas não
nascidas devido ao abordo seletivo, o que causa [a escassez de mulheres].
O
informe explica que a Ásia tem a mais alta taxa de nascimentos de homens, com
119 meninos nascidos para cada 100 meninas, em comparação com a taxa mundial,
que é de 107 meninos para cada 100 meninas.
China e
Índia são os países mais afetados pelo fenômeno, totalizando entre ambos 85
milhões dos 96 milhões de mulheres que faltam na Ásia.
Este
número é calculado em função da taxa homens-mulheres da população comparada com
a que teoricamente deveria existir se o mesmo tratamento fosse dado aos dois
sexos durante a gravidez, o nascimento e a infância.
Ásia
está em encruzilhada, segundo informe
A Ásia
e, em particular, o sul do continente, tem quase as piores condições no mundo –
inclusive mais baixas que a África subsaariana- no que diz respeito à proteção
das mulheres contra a violência, ao acesso à saúde, à educação, ao emprego e à
participação política delas.
“Hoje,
a região da Ásia do Pacífico está em uma encruzilhada”, explica o informe,
afirmando que a evolução da igualdade de gêneros depende das ações dos
governos.
O
informe assinala ainda a necessidade de promover os direitos da mulher em três
setores chave: o poder e a participação políticos e a proteção legal.
A
ex-primeira-ministra da Nova Zelândia, Helen Clarck, que dirige atualmente o
Programa de Nações Unidas para o Desenvolvimento, declarou que os dois gêneros
se beneficiarão se forem realizados progressos nesses três setores.
- A
participação feminina na sociedade pode melhorar a situação econômica de um
país, se os objetivos de desenvolvimento econômico incluir as mulheres como
parte da equação projetada.
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