Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2016

Etnia e Modernidade

1-  Introdução:

A diversidade étnica e a coexistência entre povos marcaram a história da humanidade em diferentes espaços geográficos. No entanto, conflitos étnicos, preconceitos e intolerância também acompanham a trajetória do ser humano. Muitas vezes, conflitos são justificados por pressupostos como superioridade cultural, diferenças religiosas e direitos de uma nação sobre determinado território. Mas, por trás de muitos conflitos, estão em jogo interesses econômicos, políticos e disputas territoriais.

1.1. Diversidade Cultural:
Nos primórdios devido ao pouco contato entre as sociedades e diversos grupos era quase impossível reconhecer os valores e características de cada povos, pois os esporádicos contatos entre os diversos grupos acabavam ocasionando muito choque entre as diversas culturas como também uma falta de assimilação dos valores e costumes entre as sociedades existentes.
Com o passar dos tempos em virtude das diversas migrações, guerras, disputas, conquistas de territórios, bem como do desenvolvimento e crescimento das atividades comerciais essa questão modificou e por tudo isso possibilitou o surgimento de novas culturas.

1.2. Etnia, identidade étnica, etnocentrismo e relativismo cultural:
1.2.1. Etnia: é um elemento básico do processo de identificação de um grupo sociocultural.
1.2.2. Identidade Cultural: são os fatores construídos historicamente, como ancestralidade, língua, religiosidade dentre outros.
1.2.3. Etnocentrismo: é a avaliação do mundo dos diferentes grupos étnicos a partir de valores e padrões de comportamento aceitos pelo seu próprio grupo.
1.2.4. Darwinismo Cultural: Segundo Charles Darwin, cientista britânico, as diferentes sociedades passariam por diversas etapas de evolução, indo do primitivo ao civilizado, com isso através da seleção natural e evolução das espécies as sociedades Ocidentais europeias e norte-americana teriam atingido o estágio de “civilizado”, enquanto que as sociedades da África, Ásia, Oceania e demais povos da América estariam no estágio de “primitivos” e isso levou com que esses povos colonizassem e conquistassem territórios como processo civilizatório.
1.2.5 Relativismo Cultural: No início do século XX o antropólogo Frans Boaz, defendia não haver cultura superior ou inferior, pois na sua concepção dever-se-ia considerar os fatores  históricos, linguísticos e naturais no desenvolvimento de cada cultura, fazendo com que as sociedades fossem analisadas de maneira menos preconceituosas, onde surge o relativismo cultural, este pressupõe  que os valores de uma cultura não podem ser avaliados tendo como referência os valores de quem a julga.

1.3. Civilização Ocidental e Modernidade
Algumas sociedades foram favoráveis a trocas culturais,  pelas suas localizações geográficas, como exemplo o Oriente Médio, contudo os europeus no século XV foram os que mais se deslocaram, ampliaram e diversificaram seus contatos principalmente através do capitalismo comercial.
O Capitalismo Comercial ou mercantilismo refere-se ao estágio inicial do capitalismo, onde a troca de mercadorias era fundamental. O Capitalismo Comercial é conhecido como a primeira fase do Capitalismo. Sua gestação começou no Renascimento Comercial dos séculos XIII e XIV. Porém, o Capitalismo Comercial ganhou força no início no século XV com o desenvolvimento da burguesia comercial europeia. As grandes navegações e conquistas marítimas dos séculos XV e XVI foram de fundamental importância para o desenvolvimento do capitalismo neste momento.
Nesse período não podemos deixar de citar os Estados Nacionais, que surgiram no século XVI com a formação de Portugal e Espanha e que a partir do século XIX passou a ser modelo de estruturação territorial e política p0redominante no mundo, porém nessa época os europeus além de imporem seus valores aos povos da América, África, Ásia e Oceania, também assimilaram elementos culturais desses povos dominados e todo esse processo consolidado pela Revolução Industrial e a Revolução Francesa ocorridas no século XVIII, acabou dando origem a Civilização Ocidental.
A Revolução Industrial ocorrida na segunda metade do século XVIII deu impulso ao desenvolvimento à expansão capitalista, à acumulação de capitais e à difusão das relações de trabalho assalariado, além disso deu início a produção em massa, a padronização de mercadorias e por fim expandiu o comércio internacional.
A Revolução Francesa ocorrida em 1789, influenciados pelos ideais do Iluminismo que foi  marcada por transformações políticas tais como a criação e consolidação de estados-nação, a expansão de direitos civis, e a redução da influência de instituições hierárquicas como a nobreza e a igreja, a partir disso o 3º estado começou a se revoltar e a lutar pela igualdade de todos perante a lei. Pretendiam combater, dentre outras coisas, o absolutismo monárquico e os privilégios da nobreza e do clero. Pois nesse período a França tinha a maior população do mundo, e era dividida em três estados: clero (1º estado), nobreza (2º estado) e povo (3º estado). Onde o 3º estado, ou seja, o povo  tinha que arcar com todas as despesas do 1º e 2º estado, uma vez que o clero e a nobreza  tinham vários privilégios: não pagavam impostos, recebiam pensões do estado e podiam exercer cargos públicos.
Um dos aspectos marcantes da Sociedade Ocidental  e do próprio capitalismo é o individualismo  é um conceito político, moral e social que exprime a afirmação e a liberdade do indivíduo frente a um grupo, à sociedade ou ao Estado. Em princípio, opõe-se a toda forma de autoridade ou controle sobre os indivíduos e coloca-se em oposição ao coletivismo.

1.3.1- Modernidade e Cultura
Percebe-se que muitas das sociedades de cultura milenar, não foram totalmente absorvidas pelas mudanças de valores, como o Japão, a China, a Coreia do Sul, a Índia e outros países, o que essas sociedades assimilaram foi a modernidade, nesse caso a estrutura político-administrativa dos Estados-nações, assimilaram técnicas, sistemas de produção e gerenciamento, contudo eles mantiveram seus traços de cultura milenar.
É bom lembrar que uma dessas modernidades foi o sistema Just in time amplamente adotado no ocidente e por sua vez no oriente .
Just in time é um sistema de administração da produção que determina que nada deve ser produzido, transportado ou comprado antes da hora certa. O termo Just in time é em inglês, e significa na hora certa.

1.4- A Questão Étnica no Brasil: Povos indígenas e afrodescendentes

O Brasil é formado por um mosaico étnico, que se ampliou com o processo de colonização no século XVI. Entre os séculos XVI e XIX os portugueses trouxeram os afrodescendentes para vir trabalhar aqui, além de em consequência disso vieram imigrantes europeus diversos (italianos, espanhóis, alemães, poloneses ) e asiáticos ( árabes, japoneses, chineses), que se misturaram com o índios, trazendo a grande diversidade de raças existentes atualmente.

1.5- A Situação dos povos indígenas
Dos indígenas que escaparam da escravidão - milhares resistiram ao trabalho imposto pelos portugueses -, muitos foram exterminados durante o processo de colonização e, posteriormente, em conflitos com fazendeiros, garimpeiros e outros grupos econômicos que invadiam suas terras. Além das mortes em conflitos, grupos inteiros de indígenas foram aniquilados ao contraírem as doenças trazidas pelos colonizadores, como gripo, catapora e sarampo. Outros grupos tiveram sua cultura descaracterizada pelos processos de aculturação.
O universo indígena brasileiro é bastante diferenciado Algumas nações indígenas mantêm a sua identidade e as suas tradições, apesar de terem um grau de contato com o restante da sociedade. Há também nações que só falam português e adquiriram hábitos da civilização.

1.6- Terras indígenas
A fundação nacional do Índio (Funai) reconhece 556 terras indígenas no Brasil, das quais cerca de 70% estão localizadas na Amazônia.
A constituição brasileira de 1988 reconheceu os direitos dos povos indígenas como primeiros habitantes de suas terras e estabeleceu que elas fossem demarcadas até 1995. Decorrida a primeira década do século XXI, esse processo encontra-se ainda em andamento, muitas vezes envolvendo grandes conflitos.
Foi o caso da demarcação da Terra Indígena Raposa Serra do Sol, situada no Estado de Roraima, em 2009. A área era alvo de disputa entre cinco etnias indígenas (Maceuxi, Wapixma, Ingarikó, Taurepang e Nantamona) e ocupação não indígenas. Estes últimos dedicavam-se a atividade agrícolas, principalmente a produção de arroz.
A terras indígenas são frequentemente invadidas pelas grandes empresas madeiras, por garimpeiros e agropecuaristas, entre outros grupos. Essas atividades, mesmo quando praticadas próximos as terras indígenas, comprometem o meio ambiente e constituem uma ameaça à subsistência desses povos.

1.7- A situação dos afrodescendentes

A palavra afrodescendente é formada por dois adjetivos: afro, que faz referência ao africano, mais descendente que é aquele que descende de, que provém por geração, portanto, afrodescendente significa “descendente de africano”.

Estima-se que 200 milhões de pessoas que se identificam como sendo afrodescendentes vivem nas Américas. O Brasil tem o maior número de pessoas de ascendência africana fora de seu continente.
O Brasil tem a maior população negra fora da África e a segunda maior do planeta. A Nigéria, com uma população estimada de 85 milhões, é o único país do mundo com uma população negra maior que a brasileira.
O continente africano tornou-se durante mais de três séculos, o grande celeiro de mão de obra escrava para a acumulação capitalista europeia e para os proprietários rurais e de minas na América. Milhões de negros africanos foram trazidos para a América ao longo de séculos de migrações forçadas, eram embarcados geralmente em Angola, Moçambique e Guiné e desembarcados no Recife, Salvador e Rio de Janeiro.
Segundo alguns autores, cerca de 10 milhões de escravos entraram na América no período de 1502 a 1870. Ao longo desses séculos se formou uma grande miscigenação entre europeus, principalmente portugueses, negros e índios. Poucos países do mundo passaram por uma miscigenação tão intensa quanto o Brasil.
O Brasil foi o último país ocidental a abolir a escravidão, contudo apesar de libertos, os ex-escravizados, continuam em situações desfavoráveis.

1.7.1- Racismo no Brasil?
O preconceito racial no Brasil é o que alguns autores chamam de preconceito “de marca”, ou seja, que recai sobre o fenótipo do indivíduo (tipo de cabelo, traços e cor da pele). Ele não recai diretamente sobre a ancestralidade, pois no Brasil as classificações raciais se baseiam mais na aparência física da pessoa do que na ancestralidade. É um racismo que aparece como expressão de foro íntimo, mais apropriado ao recesso do lar. A escravidão foi abolida, houve a universalização das leis, mas o padrão tradicional de acomodação racial não foi alterado, mas apenas camuflado. Apesar da tão falada “miscigenação brasileira”, um sistema enraizado de hierarquização social com base em critérios como classe social, educação formal, origem familiar e na raça continuaram. Se após a Segunda Guerra Mundial o darwinismo racial foi perdendo força e o conceito biológico de raça foi se desmontando, o “preconceito de cor” fazia as vezes da raça.
O racismo no Brasil está nas diferenças no acesso à educação e ao lazer, na distribuição desigual de rendas, marcas da discriminação que fugiam à alçada oficial, mas que eram evidentes no cotidiano. A desconstrução do mito da democracia racial circunscreveu o tema racial a uma questão de classe e abandonou a cultural. O tema racial parecia subsumido à luta entre classes e seu problema não seria resolvido por meio do enfrentamento de suas especificidades. Os estudos mais recentes, todavia, demonstraram que o preconceito de cor não estava exclusivamente atrelado a uma questão econômica e social, mas que continuava como um divisor da sociedade. O racismo brasileiro é de foro íntimo, presente na intimidade, mas camuflado quando toma a esfera pública.

1.7.2- Ações Afirmativas
Devido as desigualdades existentes no mundo e em particular no Brasil, uma das maneiras encontradas para corrigir essas desigualdades, foram criadas várias ações, dentre elas a Política de Ações Afirmativas.
Empregadas em diversos países como África do Sul, EUA dentre outros, trata-se do conjunto de medidas especiais voltadas a grupos discriminados e vitimados pela exclusão social ocorridos no passado ou no presente.
O objetivo das ações afirmativas é eliminar as desigualdades e segregações, de forma que não se mantenham grupos elitizados e grupos marginalizados na sociedade, ou seja, busca-se uma composição diversificada onde não haja o predomínio de raças, etnias, religiões, gênero, etc.
Por meio de políticas que propiciem uma maior participação destes grupos discriminados na educação, na saúde, no emprego, na aquisição de bens materiais, em redes de proteção social e de reconhecimento cultural.
Muitas ações afirmativas já foram e são feitas no Brasil, podemos citar: aumento da participação dos grupos discriminados em determinadas áreas de emprego ou no acesso à educação por meio de cotas; concessão de bolsas de estudo; prioridade em empréstimos e contratos públicos; distribuição de terras e moradias; medidas de proteção diferenciada para grupos ameaçados, etc..

1.8- Comunidades quilombolas
O termo quilombola vem do tupi-guarani cañybó e significa «aquele que foge muito».
Quilombolas é designação comum aos escravos refugiados em quilombos, ou descendentes de escravos negros cujos antepassados no período da escravidão fugiram dos engenhos de cana-de-açúcar, fazendas e pequenas propriedades onde executavam diversos trabalhos braçais para formar pequenos vilarejos chamados de quilombos.
Um levantamento da Fundação Cultural Palmares (FCP) mapeou 3.524 comunidades quilombolas no Brasil, vale ressaltar que os cinco estados brasileiros com maior concentração de quilombolas são: Minas Gerais, Bahia, Pernambuco, Maranhão e Pará. Há outras fontes, no entanto, que estimam cerca de 5 mil comunidades. São muitas as dificuldades que os quilombolas enfrentam para conquistarem, legalmente, o direito ao território: desde o processo de identificação e reconhecimento (certificação), passando pelos inúmeros procedimentos formais estabelecidos pelo Decreto para a delimitação, demarcação e, por fim, a titulação, sob a responsabilidade do Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) e dos Institutos de Terra estaduais, incluindo muitas vezes, disputas judiciais. Estima-se que essas  comunidades quilombolas espalhadas pelo território brasileiro mantêm-se vivas e atuantes, lutando pelo direito de propriedade de suas terras consagrado pela Constituição Federal desde 1988. Dentre essa comunidades apenas,  2.840 estão certificadas pela Fundação Cultural Palmares, segundo dados de 2014.

Contexto Histórico e Geopolítico do Mundo Atual

1- Introdução: A geopolítica estuda as relações entre espaço geográfico e poder. O termo foi utilizado pela primeira vez por Rudolf Kjellen no início do século XX, quando se consolidou como campo de estudo, com base na disputa de poder e da hegemonia entre Estados, através das estratégias políticas e militares utilizadas para a segurança nacional, expansão das fronteiras e domínio de outros territórios. A geopolítica global surgiu com o mundo moderno, a formação dos Estados nacionais europeus, a expansão mercantilista e as conquistas territoriais marcadas pelas grandes navegações.

1.2. O SÉCULO XX
O século XX foi marcado por grandes contrastes. As guerras mundiais, a bomba atômica e as armas sofisticadas e modernas. Ao mesmo tempo o desenvolvimento médico-científico, com a descoberta da penicilina, do antibiótico as diversas vacinas acabou também contribuindo para a longevidade humana.
Nesse século o espaço geográfico sofreu grandes modificações com a formação de cidades gigantescas, construções de usinas, estradas, redes de comunicação dentre outras realizações, o que acabou causando grandes impactos ambientais.
Historicamente a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) está entre um dos principais fatos que marcaram o início do século XX. A Primeira Guerra Mundial relaciona-se diretamente às disputas imperialistas.
A Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) teve proporções maiores que a primeira, além de influenciar na indústria armamentista.

1.3. O IMPERIALISMO E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.
Nas três últimas décadas do século XIX, as potências industriais (Grã-Bretanha, França, Bélgica, Holanda e EUA) dominaram o mundo.
A Grã-Bretanha e França dominaram a Ásia e parte do território africano. A Bélgica, Holanda e EUA, também estenderam seus domínios em diferentes partes do mundo, a Bélgica apossou-se da atual Indonésia, a Bélgica da atual República Democrática do Congo e os EUA a América e tomaram da Espanha as Filipinas, Porto Rico e Cuba. Esses domínios eram necessários para que essa potências pudessem desenvolver suas industrias, pois precisavam de matérias-primas.
Nessa época esses países aumentaram seus controles sobre as colônias já existentes  e conquistaram novas colônias também, daí essa fase acabou ficando conhecida como imperialismo ou neocolonialismo.
Esse neocolonialismo representou uma nova divisão econômica e politica no mundo, que resultou na partilha da Ásia e África entre as potências europeias.
O Continente africano por exemplo foi dividido como uma “colcha de retalhos”, o aprofundamento das rivalidades levou a formação de alianças militares o que acabou dividindo a Europa  em dois blocos: de um lado tínhamos a Tríplice Aliança, formada por Itália, Alemanha e a Áustria-Hungria e do outro lado estava a Tríplice Entente, formada pela Grã-Bretanha, França e Rússia.
Nesse período o sudeste da Europa era palco de grandes disputas e em 1914 o arquiduque austro-húngaro Francisco Ferdinando foi assassinado na capital da Bósnia por um estudante sérvio e isso acabou sendo visto como uma agressão sérvia ao império Austro-Húngaro o que serviu como estopim para o início da Primeira Guerra Mundial.
A Tríplice Aliança com apoio da Turquia e da Bulgária opuseram-se a Tríplice Entente, onde num primeiro momento a Itália declarou-se neutra, porém num segundo momento essa mesma Itália aliou-se ao Japão junto a Tríplice Entente e acabou lutando contra seus ex-aliados da Tríplice Aliança.
A Primeira Guerra Mundial transformou o espaço geográfico mundial e os países europeus devido a grandes destruições sofridas acabaram dependendo economicamente dos EUA.
Só por volta de 1917 os EUA que já era uma grande potência econômica declaram guerra a Alemanha e entram no conflito. Em julho de 1918 as tropas da França, Grã-Bretanha e EUA realizaram uma investida decisiva e meses depois a Alemanha se rende.

1.4. O TRATADO DE VERSALHES
Vários acordos de paz foram assinados pelos países derrotados na Primeira Guerra Mundial, o que acabou provocando grandes modificações no mapa político da Europa.
A Alemanha rendida ao final do conflito, foi quem mais sofreu as punições do Tratado de Paz de Versalhes, pois a mesma teve que pagar indenizações de Guerra, foram confiscados seus bens nacionais ou privados existentes no exterior, tiveram que renunciar a todas suas colônias, além da perda da sétima parte do seu território para outras nações europeias e a limitação das suas forças armadas.

1.5. A LIGA DAS NAÇÕES X ONU
Após a Primeira Guerra Mundial foi criada a Liga das Nações, cujo princípio era assegurar a Paz internacional, onde posteriormente esse organismo após a Segunda Guerra Mundial acabou se transformando no que hoje conhecemos como a ONU (Organização das Nações Unidas).

1.6. O SOCIALISMO A AS TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Ainda durante a Primeira Guerra Mundial, por volta de 1917 ocorreu na Rússia a Revolução Socialista, onde foi implantado uma concepção econômica com repercussões radicais na forma de organização do espaço geográfico, houve modificações no regime de propriedade, nas formas de produção e comercialização de mercadorias e novas relações de poder foram definidas.
No final de 1922 foi formada a URSS (União das Repúblicas  Socialistas Soviéticas), no território do império Russo.
Entre 1917 e 1921 um grupo político denominado de BOLCHEVIQUES, liderado por Lenin, adotou uma politica econômica baseada na propriedade estatal socialista (industrias, bancos, minas e grande comércio) e a propriedade privada (fazendas e pequenos estabelecimentos comerciais e industriais), o que ficou conhecido como NEP (Nova Politica Econômica) , que durou de 1921 a 1928.
NEP é a sigla para Nova Política Econômica e foi a política econômica seguida na União Soviética após o fim do comunismo na guerra de 1921 e com a ascensão ao poder de Stalin, em 1928. A NEP era baseada nas pequenas explorações agrícolas, industriais e comerciais à iniciativa privada, para fazer com que União Soviética saísse da crise em que se encontrava.
A Nova Política Econômica recuperou alguns traços de capitalismo para incentivar a nascente economia soviética. A NEP, segundo Lenin, consistia num recuo tático, caracterizado pelo restabelecimento da livre iniciativa e da pequena propriedade privada, admitindo o apoio de financiamentos estrangeiros. Lenin disse "Um passo atrás para dar dois à frente".
A partir de 1928, efetivou-se a planificação da economia, com o sistema de produção e a organização do espaço geográfico definidos pelo Estado. A Comissão do Plano Geral do Estado (Gosplan) promoveu a total estatização dos meios de produção, implantando cooperativas agrícolas e fazendas estatais. O Estado determinava as metas a serem alcançadas e o tipo de produção de cada estabelecimento, distribuía e comercializava os produtos e investia em grandes obras de infraestrutura.
A planificação da produção industrial privilegiou a indústria de base, favorecida pela vasta extensão territorial e a abundância de recursos minerais da URSS. O objetivo era eliminar, ou diminuir ao máximo, a importação de equipamentos e matérias-primas industriais.
No final da década de 1930, quando a indústria de base soviética atingiu um elevado nível de produção, o governo da URSS privilegiou os investimentos em pesquisa e produção de armamentos. Isso se deu por dois motivos: a deflagração da Segunda Guerra Mundial, em 1939, e a política expansionista soviética, visando ampliar sua influência político-econômica sobre outros países. Essa política de investimentos foi mantida mesmo após o término da Segunda Guerra Mundial, em virtude de outros desdobramentos do conflito.

1.6.1- Socialismo
Socialismo Propostas socialistas, discutidas na Europa desde o século XVII, ganharam impulso a partir do século XIX com as ideias desenvolvidas por Friedrich Engels e Karl Marx, precursores do "socialismo científico" em oposição ao "socialismo utópico". Embora muitas vezes usados como sinônimos, há distinção entre socialismo e comunismo. O socialismo consistiria numa fase de transição entre a sociedade capitalista e a comunista. Nessa etapa, todos os princípios da sociedade capitalista deveriam ser abolidos, e o Estado seria controlado pelo proletariado. A existência do Estado seria justificada pela necessidade de destruir as marcas deixadas pelo capitalismo e defender os trabalhadores daqueles que tivessem interesse na voltado sistema capitalista. O comunismo seria a fase final e ideal, em que o ser humano realizaria suas potencialidades nos planos individual e social. Na sociedade comunista, o Estado deixaria de existir. Marx afirmava que o Estado e suas instituições eram um instrumento de dominação de uma classe social sobre as outras, que não teria lugar num sistema comunista. No entanto, no "socialismo real", como ficou conhecido o sistema implantado na extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e em outros países, o Estado tornou-se extremamente forte, e o proletariado não assumiu o poder.

1.7- A Grande Crise do Capitalismo
Na segunda metade do século XIX, o sistema capitalista ampliou a produção numa proporção muitas vezes maior que a capacidade de consumo dos países industrializados. A busca de novos mercados e fontes de matéria-prima tornou-se indispensável à sustentação dessa nova etapa produtiva. Ingleses, alemães, franceses, belgas, norte--americanos e japoneses impuseram sua força industrial, submetendo vários países do mundo a um controle imperial nunca antes conhecido. Os investimentos nessa nova etapa de produção industrial e a extensão do mercado internacional que se pretendia atingir não podiam mais ser realizados por um único empresário. Foram criadas então as sociedades anônimas e consolidaram-se os mercados decapitais, nos quais todos podiam investir numa empresa por meio da compra de ações. Com a venda de ações, as empresas ampliaram sua capacidade financeira e, consequentemente, tornaram-se mais fortes, competitivas e elevaram a sua capacidade de produção.

1.7.1- A crise de 1929
No início do século XX, a Bolsa de Valores de Nova York era o principal centro internacional de investimentos. O volume de negócios ali realizados diariamente sugeria que nada mais poderia deter o ritmo desenfreado do desenvolvimento capitalista. Mas o capital investido na produção não foi acompanhado pelo crescimento do mercado de consumo. O descompasso entre superprodução e consumidores com capacidade para -absorvê-la ocasionou a grande crise de 1929. As fábricas, não tendo como vender grande parte de suas mercadorias, reduziram drasticamente suas atividades; a produção agrícola, também excessiva, não encontrava compradores; o comércio inviabilizou-se. Nesse contexto, houve um processo de falência generalizada, e muitos trabalhadores perderam seus empregos, retraindo ainda mais o mercado de consumo. Aqueles que viviam exclusivamente dos investimentos no mercado de capitais, particularmente da compra e venda de ações, viram o valor de seus títulos despencar, transformando-se em papéis sem valor. A crise iniciada em Nova York afetou rapidamente o mundo todo. Os países produtores de matérias-primas e alimentos, que dependiam economicamente das exportações para os países industrializados, não encontravam compradores para seus produtos e entraram em colapso. O Brasil, que nesse período ancorava sua economia na produção e exportação quase exclusivamente do café, foi profundamente abalado pelos efeitos mundiais da crise.

1.7.2- O New Deal
O período subsequente à crise de 1929, conhecido como a Grande Depressão, obrigou os países a se reorganizarem economicamente. Como a superprodução havia sido a principal razão da crise, os países industrializados tomaram duas medidas básicas para resolver o problema:
• participação mais efetiva do Estado no planejamento das atividades econômicas, tendo em vista, entre outros objetivos, a adequação entre a quantidade de mercadorias produzidas e a demanda do mercado;
• aprimoramento da distribuição da renda, dando melhores condições financeiras aos trabalhadores, com o objetivo de ampliar o mercado de consumo. Partindo dessas iniciativas básicas, os Estados Unidos conseguiram contornar os efeitos da crise com mais eficiência e rapidez. Com a criação de um amplo programa de obras públicas, o governo do presidente Franklin Roosevelt (1933-1945) conseguiu aos poucos amenizar o desemprego e manter a economia relativamente aquecida. O New Deal (Novo Acordo), como ficou conhecido o programa de recuperação econômica implantado por Roosevelt, era inspirado nas teorias do economista John Maynard Keynes (1883-1946). Para Keynes, o Estado não poderia se limitar a regular as questões de ordem socioeconômica e política, mas deveria ser também um planejador, que daria as diretrizes, fixaria as metas e estimularia determinados setores da economia. Keynes não acreditava na autorregulação do mercado, pois a crise de 1929 tinha mostrado sua impossibilidade. O New Deal respeitava a iniciativa privada e as leis de mercado, mas acreditava que alguns setores da economia deveriam contar com a intervenção do Estado, principalmente os relacionados a infraestrutura. As ideias de Keynes atravessaram o Atlântico e foram implementadas também em vários países da Europa, que já haviam retomado o desenvolvimento no final da década de 1930. Entretanto, em 1939,eclodiu a Segunda Guerra Mundial, demolindo todas as bases econômicas reconstruídas no continente europeu.

1.8- A Segunda Guerra Mundial

As condições objetivas para a deflagração de um novo conflito já existiam desde o final da Primeira Guerra Mundial. Os acordos pós-guerra e importantes acontecimentos no período entre guerras criaram instabilidade permanente no continente europeu: a consolidação da Revolução Socialista na Rússia e a formação da URSS; a paz "forçada" obtida pelo Tratado de Versalhes, que minou a economia alemã, fragmentou seu território e disseminou forte sentimento nacionalista; e a crise de 1929. Em 1933, na Alemanha, Adolf Hitler conquistou o cargo de chanceler. Em pouco tempo, suprimiu os partidos de esquerda e os sindicatos, instaurou uma férrea censura aos meios de comunicação e rompeu com as cláusulas impostas pelo Tratado de Versalhes. Dessa forma, Hitler contestou a ordem mundial definida após a Primeira Guerra e formou, com a Itália e o Japão, uma nova aliança militar: o Eixo. De acordo com a concepção geopolítica de Hitler, a Alemanha necessitava de espaço vital para a promoção de seu desenvolvimento econômico. Com isso, justificava a retomada dos territórios perdidos após a Primeira Guerra e a expansão, sem limites, da área de influência alemã. Para alcançar seus objetivos, Hitler formou um exército forte e numeroso e investiu maciçamente na indústria de armamentos. Em 1938, a Alemanha ocupou a Áustria e, em 1939, a Tchecoslováquia. Quando, em setembro de 1939, a Polônia foi invadida pelo exército alemão, a França e a Grã-Bretanha (que formaram uma força militar oposta ao Eixo, a dos Aliados) declararam guerra à Alemanha.
A invasão da Polônia pela Alemanha foi precedida de um acordo de não agressão com a Rússia, o Pacto Germano Soviético. Hitler temia iniciar a guerra em duas frentes e, por meio desse acordo, conseguiu neutralizar o potencial inimigo da frente oriental. O tratado autorizou também a ocupação de parte das terras polonesas pelos soviéticos, além da Finlândia e de outros países do Leste Europeu. As ações empreendidas pela máquina de guerra alemã foram fulminantes. Em menos de um ano, a Alemanha já havia ocupado Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca, Noruega e a maior parte da França.
As forças do Eixo tiveram significativo avanço nos dois primeiros anos de guerra. A Itália invadiu a Albânia e a Somália, e o Japão invadiu a Malásia, Cingapura, as Filipinas e outras regiões dominadas pelo império colonial dos Aliados. A guerra também se estendeu à China e ao norte da África, ganhando uma dimensão geográfica nunca vista em conflitos anteriores. No final de 1941, os Estados Unidos e a União Soviética entraram na guerra ao lado das tropas aliadas .A participação desses dois países no conflito mostrou-se decisiva para a derrota dos países do Eixo, que, nos últimos anos de guerra, tiveram de recuar e abandonar boa parte dos territórios invadidos no início do conflito .Em 1943, a Itália assinou um acordo de paz com as tropas aliadas. Em maio de 1945, quando o exército soviético invadiu Berlim, a Alemanha se rendeu incondicionalmente. Apesar de o Japão ainda resistir, sua rendição seria inevitável, pois a marinha japonesa já tinha sido praticamente destruída. Em agosto de 1945, os Estados Unidos lançaram duas bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki, numa demonstração indiscutível de seu poderio militar. Esse fato assinalou o fim da Segunda Guerra Mundial. Terminada a guerra, a Europa e vários países de outros continentes estavam economicamente arrasados, com cidades destruídas e a produção industrial e agrícola totalmente desorganizada. As duas guerras mundiais colocaram fim à hegemonia europeia. No período posterior à Segunda Guerra, uma nova ordem mundial começou a ser estruturada sob a liderança de duas grandes potências militares que emergiam: os Estados Unidos e a União Soviética. A nova divisão política da Europa foi a primeira expressão dessa nova ordem mundial. Os países europeus acabaram dominados pela influência das duas potências emergentes: na porção oeste, prevaleceram os Estados Unidos, com o sistema econômico capitalista; na porção leste, predominou a União Soviética, com o socialismo.

1.9- A ordem mundial pós-Segunda Guerra
Terminada a Segunda Guerra Mundial, os dois grandes vitoriosos, Estados Unidos e União Soviética, acirraram a disputa pela hegemonia mundial, originando importantes acontecimentos e fortes tensões mundiais em quase toda a segunda metade do século XX. A aliança de guerra da URSS com os Estados Unidos e as demais potências europeias só havia sido conquistada em razão da luta contra um inimigo comum: a Alemanha nazista de Adolf Hitler. Ao final do conflito, os dois países voltaram cada um para o seu lado. A vitória da União Soviética lhe custou sacrifícios incalculáveis e as maiores perdas humanas entre todos os países envolvidos no conflito'. Para compensar, tentou tirar vantagem da vitória. Os soviéticos conquistaram vasta extensão territorial de países situados no leste da Europa, como Estônia, Letônia, Lituânia, leste da Polônia, parte da Finlândia e da Romênia. Além disso, dominaram quase todos os países da região, determinando os seus governantes, implantando o sistema econômico socialista e transformando esses países em satélites.
O exército soviético, após ter conquistado Berlim e imposto uma derrota definitiva à Alemanha, saqueou o território inimigo. Retirou máquinas, equipamentos industriais e agrícolas, trilhos de ferrovias e aparelhos de escritório, instalando-os em seu território e recompondo, assim, parte da infraestrutura perdida.
Após a rendição do Japão, em agosto de 1945, que significou o fim do conflito mundial, os Estados Unidos suspenderam toda a ajuda financeira dada durante a guerra à União Soviética2, impedindo o plano de reconstrução do país. Pouco tempo depois, suspenderam as exportações de máquinas, ferramentas e outros materiais estratégicos para a recuperação da economia soviética.
Os Estados Unidos, que já vinham apresentando crescimento econômico acelerado desde a segunda metade do século XIX, transformaram-se na maior potência industrial e agrícola do planeta, detentora dos maiores recursos financeiros e de grande parte das reservas de ouro (em 1948, 72% de todo o ouro existente no mundo estavam nos cofres americanos).
Após a Segunda Guerra Mundial, o American way of life voltou à tona, estimulado pelo grande boom de consumo de produtos, como automóvel, rádio, televisor, enceradeira, máquina de lavar, aspirador de pó, batedeira elétrica e liquidificador. A compra a crédito era estimulada para satisfazer o consumismo instigado pelas novas "maravilhas" do mundo das mercadorias. Criadas pelas indústrias e financiadas pelas instituições financeiras, essas mercadorias eram agora acessíveis à classe média norte-americana. A sociedade de consumo passou a ser uma meta em si mesma e a simbolizar e se confundir com valores como bem-estar, prosperidade, liberdade e qualidade de vida. Nesse contexto, os Estados Unidos precisavam ampliar o comércio mundial de suas mercadorias para escoar os excedentes. Para isso, era necessário fortalecer o capitalismo mundial. Dependiam, portanto, da reconstrução da estrutura produtiva e da infraestrutura dos países europeus afetados pela guerra para impedir que os ideais socialistas e a influência da URSS avançassem sobre o restante da Europa.

Ao final da Segunda Guerra, representantes do Reino Unido (Churchill), EUA (Roosevelt)e URSS (Stalin) estabeleceram um novo mapa geopolítico da Europa. As decisões tomadas na ocasião, como a partilha de território entre vencedores do conflito, tiveram efeitos diretos e duradouros sobre povos de diversas nações. Na foto, os governantes citados durante a Conferência de Yalta, 1945.

Geografia do Ceará.

1- Introdução:
O Ceará é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na Região Nordeste e tem por limites o Oceano Atlântico a norte e nordeste, Rio Grande do Norte e Paraíba a leste, Pernambuco a sul e Piauí a oeste.
Sua área total é de 148.825,6 km², ou 9,57% da área do Nordeste e 1,74% da superfície do Brasil.
 A população do estado no ano de 2014 foi de 8,843 milhões habitantes, contudo segundo estimativas do IBGE em 2015 a população de 8.904.459, conferindo ao território a oitava colocação entre as unidades federativas mais populosas. O Ceará é o 8º estado mais populoso do país e o 3º do nordeste, atrás apenas da Bahia e de Pernambuco.
A capital e maior cidade é Fortaleza, sede da Região Metropolitana de Fortaleza (RMF). Outras cidades importantes fora da RMF são: Juazeiro do Norte e Crato na Região Metropolitana do Cariri, Sobral na região noroeste, Itapipoca na região norte, Iguatu na região centro-sul e Quixadá no sertão. Ao todo são 184 municípios.
O estado é conhecido nacionalmente pela beleza de seu litoral, pela religiosidade popular e pela imagem de berço de talentos humorísticos. A jangada, ainda comum ao longo da costa, é considerada um dos maiores símbolos do povo e da cultura cearenses. O Ceará concentra 85% de toda caatinga do Brasil, bioma relacionado às estiagens que, aliado a políticas ineficientes, castigam a população do campo, da qual a maioria ainda é pobre.
O Ceará é conhecido como "Terra da Luz", numa referência à grande quantidade de dias ensolarados, mas que também remonta ao fato de o estado ter sido o primeiro da federação a abolir a escravidão, em 1884, quatro anos antes da Lei Áurea. Por esse fato, o jornalista José do Patrocínio considerou o estado como "a terra da luz"

Ao nome Ceará significa, literalmente, Canto da Jandaia. Segundo o escritor José de Alencar, Ceará é nome composto de cemo - cantar forte, clamar, e ara - pequena arara ou periquito (em língua indígena). Há também teorias de que o nome do estado derivaria de Siriará, referência aos caranguejos do litoral.


2. Dados Gerais e Caracterização Territorial
2.1 - Limites e Regionalizações
O Estado do Ceará está localizado na região Nordeste do Brasil, limitando-se a Norte com o Oceano Atlântico; ao Sul com o Estado de Pernambuco; a Leste com os Estados do Rio Grande do Norte e Paraíba e a Oeste com o Estado do Piauí.

O Ceará possui uma área de 148.825,6 km², o que equivale a 9,57% da área pertencente à região Nordeste e 1,74% da área do Brasil. Desta forma o Estado do Ceará é o quarto maior da região Nordeste e o 17º entre os Estados brasileiros em termos de extensão.

No que tange a Divisão Político-Administrativa, o Estado é composto atualmente por 184 municípios. A regionalização atual dos municípios adotada pela Secretaria do Planejamento e Gestão (SEPLAG) é composta por 8 macrorregiões de planejamento, 02 Regiões Metropolitanas e 18 microrregiões administrativas. Já a regionalização adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) compreende 7 mesorregiões e 33 microrregiões geográficas, regiões estas formadas de acordo com os aspectos físicos, geográficos e de estrutura produtiva. Ressalta-se que outras regionalizações são adotadas pelas diversas Secretarias do Governo do Estado como, por exemplo, as Secretarias da Saúde, Educação, Cultura e Fazenda.

Fronteiras com os seguintes estados: Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí.

2.2- Demografia
População: Estimativa do IBGE em 2015: 8.904.459 hab. Em relação à distribuição da população por municípios, observa-se que a mesma não se distribui uniformemente, havendo uma maior concentração nos municípios que compõem a Região Metropolitana de Fortaleza, notadamente no município de Fortaleza, o qual detém 28,97% da população do Estado.
Os municípios com maior contingente populacional  foram Fortaleza (2.447.409 hab.), Caucaia (324.738 hab.), Juazeiro do Norte (249.936 hab.), Maracanaú (209.748 hab.) e Sobral (188.271 hab.). Em contrapartida, os menos populosos foram Guaramiranga (4.165 hab.), Granjeiro (4.626 hab.), Pacujá (5.986 hab.), Baixio (6.026 hab.) e Potiretama (6.129 hab.).

Cidades mais populosas: Fortaleza (2,4 milhões de habitantes), Caucaia (330 mil habitantes) e Juazeiro do Norte (252 mil habitantes)

Densidade Demográfica (habitantes por km²): 60,8

Etnias: brancos (37%), negros (3%), pardos (60%)

2.3 - Indicadores de Desenvolvimento
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano a partir da análise de indicadores relativos às dimensões de Educação, Longevidade e Renda. O Brasil em 2013, apresentou um IDH de 0,744, o Brasil melhorou uma posição em relação a 2012 no ranking de países, aparecendo agora em 79º entre os 187 países.

O IDH-M é um índice elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em parceria com a Fundação João Pinheiro (FJPF) e o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA). O IDH-M foi inspirado no índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o qual foi construído originalmente para medir o desenvolvimento humano dos países a partir de indicadores relativos às dimensões de Educação, Longevidade e Renda. O IDH-M de cada município é fruto da média aritmética simples desses três subíndices, sendo que o mesmo varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total).
Municípios com IDH-M até 0,499 têm desenvolvimento humano classificado como muito baixo; os municípios com índices entre 0,500 e 0,599 são considerados de baixo desenvolvimento humano; os municípios com IDH-M variando de 0,600 a 0,699 são qualificados como possuindo médio desenvolvimento humano; os municípios com índices entre 0,700 e 0,999 são classificados como tendo alto desenvolvimento humano; e os municípios com IDH-M maior que 0,800 têm desenvolvimento humano qualificado como alto.
Foram mapeados o IDH-M (e seus subíndices) dos municípios cearenses O IDHM do Ceará em 2010 foi de 0,682 o 2º Colocado no nordeste, atrás apenas do Rio Grande do Norte (IDHM 0,684)
Em 2010, pode-se constatar que nenhum município foi considerado como tendo muito baixo desenvolvimento humano, representado um avanço na qualidade de vida da população do Estado. A categoria predominante foi a de médio desenvolvimento, abarcando 131 cidades. Vale comentar que os municípios com pior desempenho neste ano estão situados nas regiões do Litoral Oeste, Sertão Central e Sertão dos Inhamuns.
Comenta-se também que em 2010 os municípios de Fortaleza, Sobral, Crato e Eusébio alcançaram o nível de alto (IDHM entre 0,700 e 0,799) desenvolvimento humano de acordo com a classificação do IDHM, sendo este resultado superior ao verificado ao Ceará como um todo, onde o Estado teve a categorização de médio desenvolvimento no mencionado ano.
Os municípios com os maiores IDH-M em 2010 foram Fortaleza, Sobral, Crato, Eusébio e Juazeiro do Norte. Por sua vez, os municípios de Salitre, Granja, Potengi, Itatira e Araripe registraram os menores índices.
Em relação aos Índices de Desenvolvimento Municipal (IDM), Índice Social de Oferta (IDS-O) e Índice Social de Resultado (IDS-R), os mesmos foram elaborados pelo IPECE, como resultado de uma das funções de sua missão institucional, gerando informações socioeconômicas sobre o Estado do Ceará.
PIB: 84.000 (R$ milhão)- IBGE/IPECE 2013 - É importante ressaltar que o PIB cearense equivale a 2,1% do PIB nacional, ocupando em 2011 a 12ª colocação entre os estados brasileiros.
Renda Per Capita(R$ 1,00): O PIB per capita, que corresponde à divisão do PIB pela população total, atingiu a marca de R$ 10.314 no ano de 2011 Muito abaixo da média nacional que é de R$ 21.252,00. É a relação entre o valor do PIB e da população residente.

* IPECE - Instituto de Pesquisa e Estratégia do Ceará

2.4- Dados Geográficos
2.4.1- Clima: tropical (região litorânea) e semiárido (interior)
Cerca de 95% do território é dominado pelo clima semiárido quente.
Segundo a classificação de Köppen predomina no estado o clima semiárido quente (Bsh) com variações de temperaturas nas diferentes regiões do estado, litoral (27°C), Serras (22°C) e Sertão (33°C durante o dia e 23°C a noite).
As chuvas, por sua vez, são reduzidas e escassas diferindo da mesma forma, de região para região. Em alguns pontos o índice pluviométrico registrado fica abaixo dos 1.000mm e em alguns 600mm (bacia do rio Caxitoré - em Pentecoste). Em outros, como no vale do Cariri, Serra de Uruburetama e Baturité e chapada do Ibiapaba as chuvas ocorrem com mais frequência, em índices superiores a 1.000mm. Nestas serras e chapadas as chuvas são mais regulares e com período mais longo, tornando as temperaturas nestas áreas mais amenas.
Cerca de 95% do território é dominado pelo clima semiárido, o que integra quase que todo o Estado ao Polígono das Secas.
Clima e temperatura
Litoral: quente semiúmido (média entre 26º e 27º C)
Serras: frio úmido (média em torno de 22º C)
Sertão: semiárido (média entre 32º e 33º C)

Precipitação média anual: 775 mm

2.4.2- Relevo: planalto, planícies e várzeas (leste e oeste) Altitude: Variação entre 400 e 1.100 metros
O relevo cearense oscila entre 0 e um pouco mais de 1000m de altitude. O relevo está dividido em planícies litorâneas; depressões sertanejas (cuja altitude é sempre inferior a 200m); os pés-de-serra, cuja altitude oscila entre 200 e 400m e os planaltos, serras e serrotes com altitude máxima de 1000m.
Ponto mais alto: Serra das Matas é uma serra localizada no sertão central cearense nos municípios de Monsenhor Tabosa, Catunda, Tamboril, Santa Quitéria e Boa Viagem. Seu ponto culminante, conhecido como Pico da Serra Branca, está localizado em Catunda, a 1.154 metros de altitude sendo também o ponto culminante do estado do Ceará. O segundo maior pico, o Pico da Serra do olho D'Água, também está localizado em Monsenhor Tabosa, com 1.129 m de altitude é o segundo mais elevado do estado.

2.4.3- Vegetação: A vegetação do estado do Ceará é caracterizada pela presença de caatinga na maioria do seu território, apresenta também vegetação de restinga e salinas em estreita faixa litorânea.
Para se compreender a presença de cada formação vegetal, de uma área ou região, devem-se considerara vários elementos naturais, cabendo ao clima e ao solo o principal papel, a vegetação depende ainda da temperatura e da umidade do ar. Quanto a dependência em relação ao solo, deve-se considerar: o s minerais e orgânicos, a capacidade de retenção de água, a fertilidade, além de sua espessura). O Ceará as condições semiáridas - consequência uma cobertura vegetal complexa, formando diferentes conjuntos vegetacionais, e são distribuída em oito tipos de formações:
•       Caatinga: Ocupa a maior parte do Estado do Ceará. Ocorre nos domínios do clima semiárido e suas espécies adaptadas às condições de semiaridez. Caracterizada pela irregularidade escassez das chuvas, elevadas temperaturas e altas taxas de evaporação.  Solos rasos e pedregosos originários das rochas cristalinas são poucos permeáveis e apresentam grande deficiência de água logo que cessam as chuvas. Perdem as folhas, durante o período seco.  São denominadas de caducifólias, e tornam a brotar nas primeiras chuvas, quando se inicia o período úmido popularmente conhecido como ”inverno”.
Destacando se as duas espécies de caatinga: a arbustivas- porte menor (arbustos) e a arbórea de maior porte. A caatinga (em tupi significa mata branca) cobre aproximadamente 90% do território cearense. O restante é ocupado por cerrado, na parte alta das chapadas, carnaubais nas várzeas dos rios e florestas nos pés-de-serra e nos sopés das chapadas. A vegetação das dunas (coqueiros, por exemplo) e os mangues ocorrem somente na região litorânea e representam muito pouco do total.

•       Restingas: um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas características. Compreende o espaço entre o limite da maré alta e a encosta (Mata Atlântica, em grande parte do Brasil),  constituída de arbustos que se tornam cada vez mais altos à medida que se aproximam da encosta. Sendo um ambiente muito afetado pela água e pelo vento, sua vegetação está adaptada à suportar altas temperaturas, salinidade, dessecação e baixa disponibilidade de nutrientes no solo, esse aspecto é compensado, em localidades um pouco mais afastadas da praia pela presença de bromélias, que retêm água e nutrientes em seu interior.

•       Dunas: É um ambiente caracterizado por apresentar um substrato arenoso e com grande mobilidade, sua comunidade pioneira é altamente adaptada à tais condições, sendo composta principalmente Gramíneas. Aparecem em locais onde a velocidade do vento seja grande, geralmente isso ocorre em praias onde as ondas quebram longe da areia, como ocorre na região de Jericoacoara, no Ceará.
O solo do Ceará é composto de rochas sedimentares (26%) e pelo cristalino, também chamado de embasamento, formado por rochas antigas que ocupam o restante do território.

2.4.4- Hidrografia
É bastante afetada pela má regularidade das chuvas e pelas condições geológicas das áreas onde estão as bacias hidrográficas dos rios cearenses.
*Há uma predominância de rios intermitentes.
*Os principais rios perenizados são: Jaguaribe, Acaraú e o Curu.
*Baixo potencial em recursos hídricos subterrâneos
*Existência de uma ampla infraestrutura hídrica (açudes, canais e adutoras)
*A rede hidrográfica do Ceará é composta por:
Bacia do Rio Jaguaribe
Bacia do Rio Acaraú
Bacia do Rio Curu
Bacia do Rio Coreaú
Bacia do Rio Parnaíba
Bacia Metropolitana
Bacias do Litoral

Bacia do Rio Jaguaribe *Maior e mais importante bacia do Ceará
*O principal rio é o Jaguaribe – nascente: Serra da Joaninha (Tauá), percorrendo cerca de 610 km
*Principais afluentes – Salgado, Quixeramobim, Banabuiú e Palhano
*Açudes – Orós, Banabuiú, Pedras Brancas, Trussu, Cedro e Castanhão
*Canal da Integração – possui a finalidade de transportar água do Castanhão para a Região Metropolitana de Fortaleza por meio dos açudes de Pacajús e Gavião
*Canal do São Francisco – prever uma transposição das águas do “velho Chico” pelo sertão nordestino. Passando por Pernambuco e chegando ao Castanhão pelos rios Cuncas, Salgado e Jaguaribe, respectivamente

Bacia do Rio Acaraú *O principal rio é o Acaraú – nascente: Serra das Matas (Monsenhor Tabosa)
*Principais afluentes – Groaíras, Jucurutu, e Jaibaras
*Açudes – Araras, Edson Queiroz, Ayres de Souza, Acarú-mirim e Forquilha

Bacia do Rio Curu *O principal rio é o Curu – nascente: Serra dos Machados
*Principais afluentes – Caxitoré, Tejussuoca, Canindé e Capitão-Mor
*Açudes – General Sampaio e Pentecostes

Bacia do Rio Coreaú *O principal rio é o Coreaú – nascente: Planalto da Ibiapaba
*Principais afluentes – Timonha, Remédio, Pesqueira e Riacho Parezinho
*Açudes – Gangorra e Angicos
*Lagoas – Grande, da Moréia, do Boqueirão e da Gijoca

Bacia do Rio Parnaíba *Os principais rios são: Poti, Macambira, Longá e Pirangi
*Está localizada no Piauí e no Ceará
*Açudes – Jaburu I e II e Barra Velha

Bacia Metropolitana *Composta por 16 bacias independentes (São Gonçalo, Jereraú, Cauipe, Juá, Ceará, Maranguape, Cocó, Coaçú, Pacoti, Catu, Caponga Funda, Caponga Roseira, Malcozinhado, Choró, Uruaú e Pirangi)
*Açudes – Pacoti, Gavião, Riachão, Acarape do Meio e Pacajús
*Lagoas – de Messejana, da Banana, da Precaruba e Sapiranga
*Nos anos de seca prolongada a Bacia Metropolitana possui uma grande dependência da Bacia do Rio Jaguaribe

Bacias do Litoral *Conjunto de bacias que drenam no sentido Sul-Norte para o Atlântico, os principais rios são – Aracatimirim, Aracatiaçu, Mundaú e Trairi
*As lagoas também são responsáveis pelo abastecimento nessas áreas, as principais são – Almacegas, dos Mercês, da Sabiaguaba e do Humaitá

Águas subterrâneas
  • Os aqüíferos cristalinos oferecem poucas possibilidades para a captação de água, devido a impermeabilidade das rochas cristalinas. As reservas existentes, nessa área, apresentam uma água de má qualidade, rica em sais, tornando-a imprópria para o consumo

  • A água de melhor qualidade está em regiões de rochas sedimentares, onde a permeabilidade é enorme (Chapada do Araripe, Planalto da Ibiapaba, Chapada do Apodi)

  • Há uma falta de recursos para aproveitar o manancial hídrico subterrâneo

Os rios cearenses secam durante o período das secas, por isso são chamados de temporários. O principal rio daquele estado é o Jaguaribe. Este rio é responsável pela drenagem das regiões central, sul e leste do estado. A região norte é banhada por rios menores, dentre os quais podemos citar o Aracatiaçú, o Acaraú e o Coreaú. No Ceará há mais de 700 açudes e, graças a eles, é possível o desenvolvimento agrícola e a criação de animais nas regiões semi-áridas.

2.4.5-Principais recursos naturais: ferro, calcário, água mineral, granito, argilo e magnésio.


2.4.6- Principais problemas ambientais:  desmatamento, desertificação, poluição do ar na capital (Fortaleza)

3. As Principais Atividades Econômicas do Ceará, considerando os conceitos de tempo e espaço.

A economia cearense é a terceira mais forte do Nordeste, sua participação no Produto Interno Bruto (PIB) regional é de 14,5%, atrás dos estados da Bahia (31,5%) e Pernambuco (17,9%). Para o PIB nacional, o Ceará contribui com 1,9%. O PIB per capita cearense é de R$ 10.314 (2011).
O estado vem apresentando melhoras na economia, os incentivos governamentais para a instalação de indústria (isenção de impostos e doação de terrenos) e a mão de obra barata atraíram mais de 600 empresas nacionais e estrangeiras para o Ceará num período de seis décadas (1950 a 2010). Principais Atividades Econômicas: agricultura, pecuária, comércio, indústria, turismo e mineração.
A composição do PIB estadual, conforme os setores da economia, é:
Agropecuária: 6,2%.
Indústria: 23,6%.
Serviços: 70,2%.

Produção de calçados, principal atividade industrial no Ceará. O segmento industrial é bem diversificado e está em constante processo de expansão. A Região Metropolitana de Fortaleza é o local com a maior concentração de indústrias no Ceará. O couro é uma matéria prima fundamental para a indústria cearense, a produção ligada a ele é o principal ramo de atividade industrial do estado. A produção de calçados é responsável por 27% das exportações do Ceará. Outros setores importantes são o polo têxtil e de confecções de Fortaleza (capital) e do interior, vestuário, alimentício, químico, siderúrgico, além da metalomecânica.

A Secretaria da Agricultura Irrigada (Seagri) promove uma política de incentivo ao polo de floricultura, fato que já faz do Ceará o segundo maior exportador de flores frescas cortadas, atrás somente de São Paulo. O cultivo de frutas está em constante ascensão, destaca-se banana, laranja, coco, castanha de caju, abacaxi e melão.
O estado também produz cana-de-açúcar, mandioca, feijão, arroz, milho, algodão, entre outros. Em regiões como no Vale do Cariri, cultiva-se o algodão de fibra longa, produto que apresenta ótima qualidade.
A pecuária é extremamente prejudicada pelas condições climáticas do Sertão. Essa atividade econômica baseia-se nos rebanhos bovinos, caprinos e suínos.
A mineração é praticada através da extração de ferro, argila, magnésio, granito, petróleo, gás natural, urânio. Nas regiões litorâneas ocorre a extração de sal.

O turismo é uma atividade de fundamental importância para a economia estadual. Essa atividade tem atraído redes internacionais de hotéis e empresas de serviço e comércio. O Ceará recebe mais de 2 milhões de turistas anualmente.

Dados da economia do Ceará:

Exportação (2015) – No panorama nacional, o Ceará se classificou como o 16º estado exportador do Brasil, apresentando uma participação de 0,5% do total nacional, segundo a SDE. No cenário regional, ocupa o terceiro lugar, contribuindo com 7,24% do total exportado pelo Nordeste no primeiro semestre de 2015, sendo superado pelos estados da Bahia (53,23%) e Maranhão (22,93%)..
Calçados: 27%.
Couro e peles: 16%.
Castanha de caju: 11%.
Frutas: 10%.
Tecidos e fios de algodão: 7%.
Ceras vegetais: 3%.
Máquinas e equipamentos: 3%.
Outros: 23%.

Importação – Diferente do Brasil, que reduziu suas importações, o Ceará aumentou sua participação nas compras externas em relação ao país nos cinco primeiros meses do ano, alcançando 1,92% - com aumento de 48,3% em relação à igual período de 2014, quando registrou 1,29%.Os combustíveis continuam sendo o "grande vilão" do comércio exterior cearense. “Não é produzido no Estado, mas a Petrobras realiza suas operações de exportação e importação através do Porto do Pecém. Assim, altera os números da corrente de comércio cearense. É responsável, em grande parte, pela queda no valor exportado, bem como pelo expressivo aumento das importações. o Ceará posicionou-se no décimo terceiro lugar entre os demais estados brasileiros – uma posição acima do registrado em igual período de 2014. Enquanto o país obteve uma retração em suas importações, o Estado foi na contramão, registrando o terceiro maior incremento percentual (20,7%) dentre todas as unidades federativas.
Produtos siderúrgicos: 21%.
Trigo: 15%.
Máquinas e equipamentos: 11%.
Produtos das indústrias químicas: 8%.
Fios e tecidos: 8%.
Geradores de energia eólica: 7%.
Derivados do petróleo: 3%.
Óleo de dendê: 3%.
Outros: 24%.

3.1- Agropecuária
O setor agrícola do Estado do Ceará contou com um total de 341.479 estabelecimentos agropecuários no ano de 2011, possuindo estes 7.922.214 hectares (ha), resultando em uma área média dos estabelecimentos agropecuários igual a 20,79 ha. Cerca de 75% dos estabelecimentos agropecuários possuem menos de 10 hectares (ha) representando menos de 7% da área total. Já os estabelecimentos com mais de 100ha constituem 4,54% do total dos estabelecimentos e representam 64,66% da área total, evidenciando um perfil de concentração da posse da terra. Assim, pode-se dizer que o padrão da propriedade rural no Ceará é a de mini e pequena propriedade.
No que tange à produção agrícola no ano de 2011 no Ceará, destaca-se a produção das culturas permanentes da Banana (429.506 mil frutos), Coco-da-baía (259.368 mil frutos), Castanha de Caju (104.421 t.), Mamão (104.954 t.), Maracujá (129.001 t.) e Manga (43.707 t.). Em relação às culturas temporárias, as de maior produção corresponderam a Cana-de-açúcar (2.323.937 t.), Mandioca (686.325 t.), Milho (538.962 t.), Feijão (129.827 t.), Melão (124.157 t.), Tomate (112.119 t.) e Arroz (93.388 t.).
O efetivo de animais do Estado em 2011 foi representado pelos rebanhos Bovino com um total de 2.494.482 cabeças (cab.), Ovinos (2.071.098 cab.), Suínos (1.160.410 cab.), Caprinos (1.015.927 cab.), Asininos (195.223 cab.), Equinos (137.727 cab.) e Muares (80.355 cab.).
Outro importante efetivo no Estado é o de galináceos, que atingiu um número de 24.696.838 cabeças no citado ano.
A produção de leite de vaca registrou em 2011 um valor de 432.537 mil litros, obtendo um crescimento relativo de 19,06% em relação ao ano de 2009. Quanto à produção de ovos de galinha, no ano de 2011 o Estado produziu 123.281 mil dúzias, aumentando em 34,96% sua produção em relação ao ano de 2009.

3.2- Indústria
O setor industrial do Estado do Ceará é composto por um quantitativo de 30.324 indústrias ativas no ano de 2012. Do total de indústrias ativas, 84,51% pertence ao gênero de atividade referente às indústrias de transformação, 11,41% a construção civil, 0,97% ao gênero extrativa mineral e 0,66% de utilidade pública. Para as indústrias de transformação, os setores com maior número de indústrias foram o de vestuário, calçados, artefatos, tecidos, couros e peles com 38,31%, seguido do setor de produtos alimentares (16,85%), setor de metalurgia (7,41%)e o setor de produtos de minerais não metálicos (5,46%).
Fortaleza é o município do Estado que concentra o maior número de indústrias com um total de 15.005, acompanhado pelos municípios de Caucaia (1.394), Juazeiro do Norte (1.280), Maracanaú (1.275) e Eusébio (520).

3.3-Comércio
O comércio constitui-se em um dos principais ramos do setor de serviços no Estado, e este por sua vez, é responsável pela maior parcela do Produto Interno Bruto (PIB) do Ceará. Neste sentido, torna-se importante uma análise sobre a distribuição geográfica das empresas do ramo do comércio para os municípios cearenses.
No ano de 2012, tinha-se um total de 135.370 empresas ligadas ao comércio no Estado, revelando um crescimento relativo de 68,18% em relação ao ano de 2005, onde se teve neste ano um total de 80.491 empresas. As empresas comerciais compõem-se em sua grande maioria dentro do setor varejista. No ano de 2012, 96,92% das empresas comerciais pertenciam a este setor, enquanto que 2,75% e 0,33% pertenciam respectivamente ao setor atacadista e ao setor de reparação de veículos e de objetos pessoais e de uso doméstico. Dentro do setor varejista, destacam-se os gêneros de atividades mercadorias em geral com 24,70%, seguido do gênero de atividades de tecidos, vestuário e artigos de armarinho (21,75%) e o gênero de atividades de empresas de material para construção (7,42%).
Quanto ao comércio exterior, o Estado do Ceará exportou no ano de 2012 um total de 1.266.967 US$ mil FOB, enquanto que as importações registraram o valor de US$ mil FOB 2.863.713, revelando um saldo comercial negativo de 1.596.746 US$ mil FOB no citado ano. O município que mais importou em 2012 foi Fortaleza (US$ 924.766 mil FOB), seguido dos municípios de São Gonçalo do Amarante (US$ 744.549 mil FOB), Maracanaú (US$ 433.646 mil FOB), Caucaia (US$ 339.187 mil FOB) e Aquiraz (US$ 75.576 mil FOB).

3.4-Turismo
O turismo para o Ceará constitui-se em uma das principais atividades econômicas desenvolvidas no Estado gerando emprego, renda e trazendo à inclusão social, melhorando desta forma a vida da população cearense. Os atrativos turísticos no Estado são muito diversificados citando-se, por exemplo, os atrativos naturais, históricos, arqueológicos, religiosos, entre outros.
De acordo com dados da Secretaria de Turismo do Estado (SETUR) no ano de 2012 o Ceará recebeu 2.995.024 turistas via Fortaleza, um incremento de 11,27% quando comparado ao ano de 2010. Os meses de Janeiro, Julho e Dezembro são historicamente os que mais recebem turistas no Estado. Para o ano de 2012, estes meses juntos corresponderam a aproximadamente 34,6% do total de turistas. Cerca de 92% das pessoas que visitaram o Ceará no ano de 2012 foram provenientes do chamado turismo interno, ou seja, 2.761.413 visitantes vieram dos diversos Estados brasileiros.
Quanto à infraestrutura, a cidade de Fortaleza dispõe de 207 estabelecimentos, sendo 102 hotéis, 75 pousadas e 30 estabelecimentos de outros tipos. Destacam-se também em termos de número de estabelecimentos os municípios Jijoca de Jericoacoara, Aracati, Juazeiro do Norte, Trairi e Caucaia.
No que tange a oferta de leitos de hospedagem o Ceará registrou um valor de 67.607 leitos em 2012, estando 38% deles localizados em Fortaleza.
4. As Principais Manifestações da Cultura Popular Cearense.
A cultura do Ceará é diversificada e com muitas características marcantes. 
O Ceará é terra de muitos escritores e poetas importantes, podendo-se citar, dentre muitos outros: José de Alencar, Domingos Olímpio, Rachel de Queiroz, Adolfo Caminha, Antônio Sales, Jáder Carvalho, Moreira Campos, Gustavo Barroso, Patativa do Assaré, João Clímaco Bezerra, Ana Miranda etc.
O Ceará se tornou conhecido nacionalmente também como berço de talentos humorísticos como Chico Anysio, Renato Aragão e Tom Cavalcante, dentre vários outros.
Na religião, tem as romarias de Padre Cícero, na culinária as rapaduras, e por aí vai.
O governo do Ceará criou a primeira secretaria estadual de cultura do Brasil em 1966. A instituição organiza e fomenta a cultura cearense e auxilia outras instituições particulares na manutenção das tradições da população do estado.
As principais manifestações folclóricas cearenses têm suas raízes na miscigenação das crenças e costumes dos brancos e negros que aqui chegaram nos primórdios de nossa povoação, com os dos indígenas que aqui já estavam. Fortaleza sempre representou para o folclore cearense um excepcional canal de divulgação. As manifestações folclóricas cearenses mais conhecidas são:
§  Bumba-meu-boi ou Boi-Ceará - cantos e danças de culto religioso ao boi, de tradição luso-ibérica.
§  Dança do coco - originária dos negros. Na praia é somente para homens e no sertão é dançada aos pares.
§  Torém - dança indígena originária dos Tremembés.
§  Maracatu - de origem africana, consiste num cortejo dançante e, homenagem aos reis.
§  Violeiros, Cantadores e Emboladores - manifestação musical, na maioria das vezes expressando críticas sociais. É de origem tipicamente nordestina.

Referências
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Sistema Mandala: www.agenciamandalla.org.br. Serrapilheira: www.massa.ufc.br
Clorador para poço: www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/agua1.htm. Bomba manual com corda: www.sociedadedosol.org.br/bmdcrd/bmcss.htm. Fogão a lenha ecológico: www.ider.org.br.