1- Introdução:
O
Ceará é uma das 27 unidades federativas do Brasil. Está situado na Região
Nordeste e tem por limites o Oceano Atlântico a norte e nordeste, Rio Grande do
Norte e Paraíba a leste, Pernambuco a sul e Piauí a oeste.
Sua área total é de 148.825,6 km², ou 9,57% da área do Nordeste e 1,74% da superfície
do Brasil.
A população do estado no ano de 2014 foi de 8,843 milhões habitantes, contudo segundo estimativas do IBGE em 2015 a
população de 8.904.459, conferindo ao território a oitava colocação
entre as unidades federativas mais populosas. O Ceará é o 8º estado mais
populoso do país e o 3º do nordeste, atrás apenas da Bahia e de Pernambuco.
A capital e maior cidade é Fortaleza, sede da Região
Metropolitana de Fortaleza (RMF). Outras cidades importantes fora da RMF
são: Juazeiro do Norte e Crato na Região Metropolitana do Cariri, Sobral na
região noroeste, Itapipoca na região norte, Iguatu na região centro-sul e
Quixadá no sertão. Ao todo são 184 municípios.
O
estado é conhecido nacionalmente pela beleza de seu litoral, pela religiosidade
popular e pela imagem de berço de talentos humorísticos. A jangada, ainda comum
ao longo da costa, é considerada um dos maiores símbolos do povo e da cultura
cearenses. O Ceará concentra 85% de toda caatinga do Brasil, bioma
relacionado às estiagens que, aliado a políticas ineficientes, castigam a
população do campo, da qual a maioria ainda é pobre.
O Ceará é conhecido como
"Terra da Luz", numa referência à grande quantidade de dias
ensolarados, mas que também remonta ao fato de o estado ter sido o primeiro da
federação a abolir a escravidão, em 1884, quatro anos antes da Lei Áurea. Por esse fato, o jornalista José do Patrocínio
considerou o estado como "a terra da luz"
Ao nome Ceará
significa, literalmente, Canto da Jandaia. Segundo o escritor José de
Alencar, Ceará é nome composto de cemo - cantar forte, clamar, e ara - pequena
arara ou periquito (em língua indígena). Há também teorias de que o nome do estado derivaria de Siriará,
referência aos caranguejos do litoral.
2.
Dados Gerais e Caracterização Territorial
2.1 - Limites e Regionalizações
O Estado do Ceará
está localizado na região Nordeste
do Brasil, limitando-se a Norte com o
Oceano Atlântico; ao Sul com o Estado de Pernambuco; a Leste com os Estados do Rio
Grande do Norte e Paraíba e a Oeste com o Estado do Piauí.
O Ceará possui uma área de 148.825,6 km², o que equivale a
9,57% da área pertencente à região Nordeste e 1,74% da área do Brasil. Desta
forma o Estado do Ceará é o quarto maior
da região Nordeste e o 17º entre os Estados brasileiros em termos de
extensão.
No que tange a
Divisão Político-Administrativa, o
Estado é composto atualmente por 184 municípios. A regionalização atual dos
municípios adotada pela Secretaria do Planejamento e Gestão (SEPLAG) é composta
por 8 macrorregiões de planejamento, 02 Regiões Metropolitanas e 18
microrregiões administrativas. Já a
regionalização adotada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) compreende 7 mesorregiões e 33 microrregiões geográficas, regiões estas
formadas de acordo com os aspectos físicos, geográficos e de estrutura
produtiva. Ressalta-se que outras regionalizações são adotadas pelas
diversas Secretarias do Governo do Estado como, por exemplo, as Secretarias da
Saúde, Educação, Cultura e Fazenda.
Fronteiras com os seguintes estados:
Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Norte e Piauí.
2.2- Demografia
População: Estimativa do IBGE
em 2015: 8.904.459 hab. Em relação à distribuição da população por municípios,
observa-se que a mesma não se distribui uniformemente, havendo uma maior
concentração nos municípios que compõem a Região Metropolitana de Fortaleza,
notadamente no município de Fortaleza, o qual detém 28,97% da população do
Estado.
Os municípios com maior contingente populacional foram Fortaleza
(2.447.409 hab.), Caucaia (324.738 hab.), Juazeiro do Norte (249.936 hab.),
Maracanaú (209.748 hab.) e Sobral (188.271 hab.). Em contrapartida, os menos populosos foram Guaramiranga
(4.165 hab.), Granjeiro (4.626 hab.), Pacujá (5.986 hab.), Baixio (6.026 hab.)
e Potiretama (6.129 hab.).
Cidades mais populosas: Fortaleza
(2,4 milhões de habitantes), Caucaia (330 mil habitantes) e Juazeiro do Norte
(252 mil habitantes)
Densidade Demográfica (habitantes
por km²): 60,8
Etnias: brancos (37%),
negros (3%), pardos (60%)
2.3 - Indicadores de Desenvolvimento
IDH – Índice de Desenvolvimento Humano a partir da
análise de indicadores relativos às dimensões de Educação, Longevidade e Renda.
O Brasil em 2013, apresentou um IDH de 0,744, o Brasil melhorou uma posição em
relação a 2012 no ranking de países, aparecendo agora em 79º entre os 187
países.
O IDH-M é um índice
elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), em
parceria com a Fundação João Pinheiro (FJPF) e o Instituto de Pesquisa
Econômica Aplicada (IPEA). O IDH-M foi inspirado no índice de Desenvolvimento
Humano (IDH), o qual foi construído originalmente para medir o desenvolvimento
humano dos países a partir de indicadores relativos às dimensões de Educação,
Longevidade e Renda. O IDH-M de cada
município é fruto da média aritmética simples desses três subíndices, sendo que
o mesmo varia de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano
total).
Municípios com IDH-M até 0,499 têm desenvolvimento humano
classificado como muito baixo; os municípios com índices entre 0,500 e 0,599
são considerados de baixo desenvolvimento humano; os municípios com IDH-M
variando de 0,600 a 0,699 são qualificados como possuindo médio desenvolvimento
humano; os municípios com índices entre 0,700 e 0,999 são classificados como
tendo alto desenvolvimento humano; e os municípios com IDH-M maior que 0,800
têm desenvolvimento humano qualificado como alto.
Foram mapeados o
IDH-M (e seus subíndices) dos municípios cearenses O IDHM do Ceará em 2010 foi de 0,682 o 2º Colocado no nordeste,
atrás apenas do Rio Grande do Norte (IDHM 0,684)
Em 2010, pode-se constatar
que nenhum município foi considerado
como tendo muito baixo desenvolvimento humano, representado um avanço na
qualidade de vida da população do Estado. A
categoria predominante foi a de médio desenvolvimento, abarcando 131 cidades.
Vale comentar que os municípios com pior desempenho neste ano estão situados
nas regiões do Litoral Oeste, Sertão Central e Sertão dos Inhamuns.
Comenta-se também
que em 2010 os municípios de Fortaleza,
Sobral, Crato e Eusébio alcançaram o nível de alto (IDHM entre 0,700 e 0,799)
desenvolvimento humano de acordo com a classificação do IDHM, sendo este
resultado superior ao verificado ao Ceará como um todo, onde o Estado teve a
categorização de médio desenvolvimento no mencionado ano.
Os municípios com
os maiores IDH-M em 2010 foram Fortaleza, Sobral, Crato, Eusébio e Juazeiro do
Norte. Por sua vez, os municípios de Salitre, Granja, Potengi, Itatira e
Araripe registraram os menores índices.
Em relação aos
Índices de Desenvolvimento Municipal (IDM), Índice Social de Oferta (IDS-O) e
Índice Social de Resultado (IDS-R), os mesmos foram elaborados pelo IPECE, como
resultado de uma das funções de sua missão institucional, gerando informações
socioeconômicas sobre o Estado do Ceará.
PIB: 84.000 (R$ milhão)- IBGE/IPECE 2013 -
É importante ressaltar que o PIB cearense equivale a 2,1% do PIB nacional,
ocupando em 2011 a 12ª colocação entre os estados brasileiros.
Renda Per Capita(R$ 1,00): O PIB
per capita, que corresponde à divisão do PIB pela população total, atingiu a
marca de R$ 10.314 no ano de 2011
Muito abaixo da média nacional que é de R$ 21.252,00. É a relação entre o valor
do PIB e da população residente.
* IPECE - Instituto de Pesquisa e Estratégia
do Ceará
2.4-
Dados Geográficos
2.4.1- Clima: tropical (região
litorânea) e semiárido (interior)
Cerca de 95% do
território é dominado pelo clima semiárido quente.
Segundo a
classificação de Köppen predomina no estado o clima semiárido quente (Bsh) com
variações de temperaturas nas diferentes regiões do estado, litoral (27°C),
Serras (22°C) e Sertão (33°C durante o dia e 23°C a noite).
As chuvas, por sua
vez, são reduzidas e escassas diferindo da mesma forma, de região para região.
Em alguns pontos o índice pluviométrico registrado fica abaixo dos 1.000mm e em
alguns 600mm (bacia do rio Caxitoré - em Pentecoste). Em outros, como no vale
do Cariri, Serra de Uruburetama e Baturité e chapada do Ibiapaba as chuvas
ocorrem com mais frequência, em índices superiores a 1.000mm. Nestas serras e
chapadas as chuvas são mais regulares e com período mais longo, tornando as
temperaturas nestas áreas mais amenas.
Cerca de 95% do
território é dominado pelo clima semiárido, o que integra quase que todo o
Estado ao Polígono das Secas.
Clima e temperatura
Litoral: quente semiúmido
(média entre 26º e 27º C)
Serras: frio úmido (média
em torno de 22º C)
Sertão: semiárido (média
entre 32º e 33º C)
Precipitação média anual: 775
mm
2.4.2- Relevo: planalto,
planícies e várzeas (leste e oeste) Altitude:
Variação entre 400 e 1.100 metros
O relevo cearense
oscila entre 0 e um pouco mais de 1000m de altitude. O relevo está dividido em
planícies litorâneas; depressões sertanejas (cuja altitude é sempre inferior a
200m); os pés-de-serra, cuja altitude oscila entre 200 e 400m e os planaltos,
serras e serrotes com altitude máxima de 1000m.
Ponto mais alto: Serra das Matas é
uma serra localizada no sertão central cearense nos municípios de Monsenhor
Tabosa, Catunda, Tamboril, Santa Quitéria e Boa Viagem. Seu ponto culminante, conhecido como Pico da Serra Branca, está
localizado em Catunda, a 1.154 metros de altitude sendo também o ponto
culminante do estado do Ceará. O segundo maior pico, o Pico da Serra do olho
D'Água, também está localizado em Monsenhor Tabosa, com 1.129 m de altitude é o
segundo mais elevado do estado.
2.4.3- Vegetação: A vegetação do
estado do Ceará é caracterizada pela presença de caatinga na maioria do seu
território, apresenta também vegetação de restinga e salinas em estreita faixa
litorânea.
Para se compreender
a presença de cada formação vegetal, de uma área ou região, devem-se
considerara vários elementos naturais, cabendo ao clima e ao solo o principal
papel, a vegetação depende ainda da temperatura e da umidade do ar. Quanto a
dependência em relação ao solo, deve-se considerar: o s minerais e orgânicos, a
capacidade de retenção de água, a fertilidade, além de sua espessura). O Ceará
as condições semiáridas - consequência uma cobertura vegetal complexa, formando
diferentes conjuntos vegetacionais, e são distribuída em oito tipos de
formações:
• Caatinga:
Ocupa a maior parte do Estado do Ceará. Ocorre nos domínios do clima semiárido
e suas espécies adaptadas às condições de semiaridez. Caracterizada pela
irregularidade escassez das chuvas, elevadas temperaturas e altas taxas de
evaporação. Solos rasos e pedregosos
originários das rochas cristalinas são poucos permeáveis e apresentam grande
deficiência de água logo que cessam as chuvas. Perdem as folhas, durante o
período seco. São denominadas de
caducifólias, e tornam a brotar nas primeiras chuvas, quando se inicia o
período úmido popularmente conhecido como ”inverno”.
Destacando se as
duas espécies de caatinga: a arbustivas- porte menor (arbustos) e a arbórea de
maior porte. A caatinga (em tupi significa mata branca) cobre aproximadamente
90% do território cearense. O restante é ocupado por cerrado, na parte alta das
chapadas, carnaubais nas várzeas dos rios e florestas nos pés-de-serra e nos
sopés das chapadas. A vegetação das dunas (coqueiros, por exemplo) e os mangues
ocorrem somente na região litorânea e representam muito pouco do total.
• Restingas:
um terreno arenoso e salino, próximo ao mar e coberto de plantas herbáceas
características. Compreende o espaço entre o limite da maré alta e a encosta
(Mata Atlântica, em grande parte do Brasil),
constituída de arbustos que se tornam cada vez mais altos à medida que
se aproximam da encosta. Sendo um ambiente muito afetado pela água e pelo
vento, sua vegetação está adaptada à suportar altas temperaturas, salinidade,
dessecação e baixa disponibilidade de nutrientes no solo, esse aspecto é
compensado, em localidades um pouco mais afastadas da praia pela presença de
bromélias, que retêm água e nutrientes em seu interior.
• Dunas: É
um ambiente caracterizado por apresentar um substrato arenoso e com grande
mobilidade, sua comunidade pioneira é altamente adaptada à tais condições,
sendo composta principalmente Gramíneas. Aparecem em locais onde a velocidade
do vento seja grande, geralmente isso ocorre em praias onde as ondas quebram
longe da areia, como ocorre na região de Jericoacoara, no Ceará.
O solo do Ceará é composto de
rochas sedimentares (26%) e pelo cristalino, também chamado de embasamento,
formado por rochas antigas que ocupam o restante do território.
2.4.4- Hidrografia
É bastante afetada
pela má regularidade das chuvas e pelas condições geológicas das áreas onde
estão as bacias hidrográficas dos rios cearenses.
*Há uma
predominância de rios intermitentes.
*Os principais rios
perenizados são: Jaguaribe, Acaraú e o Curu.
*Baixo potencial em
recursos hídricos subterrâneos
*Existência de uma
ampla infraestrutura hídrica (açudes, canais e adutoras)
*A rede hidrográfica do Ceará é composta por:
Bacia do Rio Jaguaribe
Bacia do Rio Acaraú
Bacia do Rio Curu
Bacia do Rio Coreaú
Bacia do Rio Parnaíba
Bacia Metropolitana
Bacias do Litoral
Bacia do Rio Jaguaribe *Maior e
mais importante bacia do Ceará
*O principal rio é
o Jaguaribe – nascente: Serra da Joaninha (Tauá), percorrendo cerca de 610 km
*Principais
afluentes – Salgado, Quixeramobim, Banabuiú e Palhano
*Açudes – Orós,
Banabuiú, Pedras Brancas, Trussu, Cedro e Castanhão
*Canal da
Integração – possui a finalidade de transportar água do Castanhão para a Região
Metropolitana de Fortaleza por meio dos açudes de Pacajús e Gavião
*Canal do São
Francisco – prever uma transposição das águas do “velho Chico” pelo sertão
nordestino. Passando por Pernambuco e chegando ao Castanhão pelos rios Cuncas,
Salgado e Jaguaribe, respectivamente
Bacia do Rio Acaraú *O principal
rio é o Acaraú – nascente: Serra das Matas (Monsenhor Tabosa)
*Principais
afluentes – Groaíras, Jucurutu, e Jaibaras
*Açudes – Araras,
Edson Queiroz, Ayres de Souza, Acarú-mirim e Forquilha
Bacia do Rio Curu *O principal rio é
o Curu – nascente: Serra dos Machados
*Principais
afluentes – Caxitoré, Tejussuoca, Canindé e Capitão-Mor
*Açudes – General
Sampaio e Pentecostes
Bacia do Rio Coreaú *O principal
rio é o Coreaú – nascente: Planalto da Ibiapaba
*Principais
afluentes – Timonha, Remédio, Pesqueira e Riacho Parezinho
*Açudes – Gangorra
e Angicos
*Lagoas – Grande,
da Moréia, do Boqueirão e da Gijoca
Bacia do Rio Parnaíba *Os
principais rios são: Poti, Macambira, Longá e Pirangi
*Está localizada no
Piauí e no Ceará
*Açudes – Jaburu I
e II e Barra Velha
Bacia Metropolitana *Composta
por 16 bacias independentes (São Gonçalo, Jereraú, Cauipe, Juá, Ceará,
Maranguape, Cocó, Coaçú, Pacoti, Catu, Caponga Funda, Caponga Roseira,
Malcozinhado, Choró, Uruaú e Pirangi)
*Açudes – Pacoti,
Gavião, Riachão, Acarape do Meio e Pacajús
*Lagoas – de
Messejana, da Banana, da Precaruba e Sapiranga
*Nos anos de seca
prolongada a Bacia Metropolitana possui uma grande dependência da Bacia do Rio
Jaguaribe
Bacias do Litoral *Conjunto de bacias
que drenam no sentido Sul-Norte para o Atlântico, os principais rios são –
Aracatimirim, Aracatiaçu, Mundaú e Trairi
*As lagoas também
são responsáveis pelo abastecimento nessas áreas, as principais são –
Almacegas, dos Mercês, da Sabiaguaba e do Humaitá
Águas subterrâneas
- Os
aqüíferos cristalinos oferecem poucas possibilidades para a captação de
água, devido a impermeabilidade das rochas cristalinas. As reservas
existentes, nessa área, apresentam uma água de má qualidade, rica em sais,
tornando-a imprópria para o consumo
- A
água de melhor qualidade está em regiões de rochas sedimentares, onde a
permeabilidade é enorme (Chapada do Araripe, Planalto da Ibiapaba, Chapada
do Apodi)
- Há
uma falta de recursos para aproveitar o manancial hídrico subterrâneo
Os rios cearenses
secam durante o período das secas, por isso são chamados de temporários. O
principal rio daquele estado é o Jaguaribe. Este rio é responsável pela
drenagem das regiões central, sul e leste do estado. A região norte é banhada
por rios menores, dentre os quais podemos citar o Aracatiaçú, o Acaraú e o
Coreaú. No Ceará há mais de 700 açudes e, graças a eles, é possível o
desenvolvimento agrícola e a criação de animais nas regiões semi-áridas.
2.4.5-Principais recursos naturais:
ferro, calcário, água mineral, granito, argilo e magnésio.
2.4.6- Principais problemas ambientais: desmatamento, desertificação, poluição do ar
na capital (Fortaleza)
3. As Principais Atividades Econômicas do Ceará,
considerando os conceitos de tempo e espaço.
A economia cearense
é a terceira mais forte do Nordeste, sua participação no Produto Interno Bruto
(PIB) regional é de 14,5%, atrás dos estados da Bahia (31,5%) e Pernambuco
(17,9%). Para o PIB nacional, o Ceará contribui com 1,9%. O PIB per capita
cearense é de R$ 10.314 (2011).
O estado vem
apresentando melhoras na economia, os incentivos governamentais para a
instalação de indústria (isenção de impostos e doação de terrenos) e a mão de
obra barata atraíram mais de 600 empresas nacionais e estrangeiras para o Ceará
num período de seis décadas (1950 a 2010). Principais Atividades Econômicas:
agricultura, pecuária, comércio, indústria, turismo e mineração.
A composição do PIB estadual, conforme os setores da
economia, é:
Agropecuária: 6,2%.
Indústria: 23,6%.
Serviços: 70,2%.
Produção de
calçados, principal atividade industrial no Ceará. O segmento industrial é bem
diversificado e está em constante processo de expansão. A Região Metropolitana de
Fortaleza é o local com a maior concentração de indústrias no Ceará. O couro é
uma matéria prima fundamental para a indústria cearense, a produção ligada a
ele é o principal ramo de atividade industrial do estado. A produção de calçados é responsável por 27% das exportações do Ceará.
Outros setores importantes são o polo têxtil e de confecções de Fortaleza
(capital) e do interior, vestuário, alimentício, químico, siderúrgico, além da metalomecânica.
A Secretaria da
Agricultura Irrigada (Seagri) promove uma política
de incentivo ao polo de floricultura, fato que já faz do Ceará o segundo maior exportador de flores
frescas cortadas, atrás somente de São Paulo. O cultivo de frutas está em
constante ascensão, destaca-se banana, laranja, coco, castanha de caju, abacaxi
e melão.
O estado também produz cana-de-açúcar, mandioca,
feijão, arroz, milho, algodão, entre outros. Em regiões como no Vale do
Cariri, cultiva-se o algodão de fibra longa, produto que apresenta ótima
qualidade.
A pecuária é extremamente prejudicada pelas
condições climáticas do Sertão. Essa atividade econômica baseia-se nos rebanhos bovinos, caprinos e suínos.
A mineração é praticada através da extração
de ferro, argila, magnésio, granito, petróleo, gás natural, urânio. Nas
regiões litorâneas ocorre a extração de sal.
O turismo é uma atividade de fundamental importância para
a economia estadual. Essa atividade tem atraído redes internacionais de hotéis
e empresas de serviço e comércio. O Ceará recebe mais de 2 milhões de turistas
anualmente.
Dados da economia
do Ceará:
Exportação (2015) –
No panorama nacional, o Ceará se classificou como
o 16º estado exportador do Brasil, apresentando uma participação de 0,5% do
total nacional, segundo a SDE. No cenário regional, ocupa o terceiro lugar,
contribuindo com 7,24% do total exportado pelo Nordeste no primeiro semestre de
2015, sendo superado pelos estados da Bahia (53,23%) e Maranhão (22,93%)..
Calçados: 27%.
Couro e peles: 16%.
Castanha de caju: 11%.
Frutas: 10%.
Tecidos e fios de algodão: 7%.
Ceras vegetais: 3%.
Máquinas e equipamentos: 3%.
Outros: 23%.
Importação – Diferente do
Brasil, que reduziu suas importações, o Ceará aumentou sua participação nas
compras externas em relação ao país nos cinco primeiros meses do ano,
alcançando 1,92% - com aumento de 48,3% em relação à igual período de 2014,
quando registrou 1,29%.Os combustíveis continuam sendo o "grande
vilão" do comércio exterior cearense. “Não é produzido no Estado, mas a
Petrobras realiza suas operações de exportação e importação através do Porto do
Pecém. Assim, altera os números da corrente de comércio cearense. É
responsável, em grande parte, pela queda no valor exportado, bem como pelo
expressivo aumento das importações. o Ceará posicionou-se no décimo terceiro
lugar entre os demais estados brasileiros – uma posição acima do registrado em
igual período de 2014. Enquanto o país obteve uma retração em suas importações,
o Estado foi na contramão, registrando o terceiro maior incremento percentual
(20,7%) dentre todas as unidades federativas.
Produtos siderúrgicos: 21%.
Trigo: 15%.
Máquinas e equipamentos: 11%.
Produtos das indústrias químicas: 8%.
Fios e tecidos: 8%.
Geradores de energia eólica: 7%.
Derivados do petróleo: 3%.
Óleo de dendê: 3%.
Outros: 24%.
3.1- Agropecuária
O setor agrícola do
Estado do Ceará contou com um total de 341.479 estabelecimentos agropecuários
no ano de 2011, possuindo estes 7.922.214 hectares (ha), resultando em uma área
média dos estabelecimentos agropecuários igual a 20,79 ha. Cerca de 75% dos
estabelecimentos agropecuários possuem menos de 10 hectares (ha) representando
menos de 7% da área total. Já os estabelecimentos com mais de 100ha constituem
4,54% do total dos estabelecimentos e representam 64,66% da área total,
evidenciando um perfil de concentração da posse da terra. Assim, pode-se dizer
que o padrão da propriedade rural no Ceará é a de mini e pequena propriedade.
No que tange à produção agrícola no ano de
2011 no Ceará, destaca-se a produção das culturas permanentes da Banana
(429.506 mil frutos), Coco-da-baía (259.368 mil frutos), Castanha de Caju
(104.421 t.), Mamão (104.954 t.), Maracujá (129.001 t.) e Manga (43.707 t.). Em
relação às culturas temporárias, as de maior produção corresponderam a
Cana-de-açúcar (2.323.937 t.), Mandioca (686.325 t.), Milho (538.962 t.),
Feijão (129.827 t.), Melão (124.157 t.), Tomate (112.119 t.) e Arroz (93.388
t.).
O efetivo de animais do Estado em 2011
foi representado pelos rebanhos Bovino
com um total de 2.494.482 cabeças (cab.), Ovinos (2.071.098 cab.), Suínos (1.160.410
cab.), Caprinos (1.015.927 cab.), Asininos (195.223 cab.), Equinos (137.727
cab.) e Muares (80.355 cab.).
Outro importante
efetivo no Estado é o de galináceos, que atingiu um número de 24.696.838
cabeças no citado ano.
A produção de leite
de vaca registrou em 2011 um valor de 432.537 mil litros, obtendo um
crescimento relativo de 19,06% em relação ao ano de 2009. Quanto à produção de
ovos de galinha, no ano de 2011 o Estado produziu 123.281 mil dúzias,
aumentando em 34,96% sua produção em relação ao ano de 2009.
3.2- Indústria
O setor industrial
do Estado do Ceará é composto por um quantitativo de 30.324 indústrias ativas
no ano de 2012. Do total de indústrias ativas, 84,51% pertence ao gênero de
atividade referente às indústrias de transformação, 11,41% a construção civil,
0,97% ao gênero extrativa mineral e 0,66% de utilidade pública. Para as
indústrias de transformação, os setores com maior número de indústrias foram o
de vestuário, calçados, artefatos, tecidos, couros e peles com 38,31%, seguido
do setor de produtos alimentares (16,85%), setor de metalurgia (7,41%)e o setor
de produtos de minerais não metálicos (5,46%).
Fortaleza é o município do Estado que concentra o maior
número de indústrias com um total de 15.005, acompanhado pelos municípios de
Caucaia (1.394), Juazeiro do Norte (1.280), Maracanaú (1.275) e Eusébio (520).
3.3-Comércio
O comércio
constitui-se em um dos principais ramos do setor de serviços no Estado, e este
por sua vez, é responsável pela maior parcela do Produto Interno Bruto (PIB) do
Ceará. Neste sentido, torna-se importante uma análise sobre a distribuição
geográfica das empresas do ramo do comércio para os municípios cearenses.
No ano de 2012, tinha-se um total de 135.370 empresas
ligadas ao comércio no Estado, revelando um crescimento relativo de 68,18% em
relação ao ano de 2005, onde se teve neste ano um total de 80.491 empresas. As
empresas comerciais compõem-se em sua grande maioria dentro do setor varejista.
No ano de 2012, 96,92% das empresas comerciais pertenciam a este setor,
enquanto que 2,75% e 0,33% pertenciam respectivamente ao setor atacadista e ao
setor de reparação de veículos e de objetos pessoais e de uso doméstico. Dentro do setor varejista, destacam-se os
gêneros de atividades mercadorias em geral com 24,70%, seguido do gênero de
atividades de tecidos, vestuário e artigos de armarinho (21,75%) e o gênero de
atividades de empresas de material para construção (7,42%).
Quanto ao comércio
exterior, o Estado do Ceará exportou no ano de 2012 um total de 1.266.967 US$
mil FOB, enquanto que as importações registraram o valor de US$ mil FOB
2.863.713, revelando um saldo comercial negativo de 1.596.746 US$ mil FOB no
citado ano. O município que mais importou em 2012 foi Fortaleza (US$ 924.766
mil FOB), seguido dos municípios de São Gonçalo do Amarante (US$ 744.549 mil
FOB), Maracanaú (US$ 433.646 mil FOB), Caucaia (US$ 339.187 mil FOB) e Aquiraz
(US$ 75.576 mil FOB).
3.4-Turismo
O turismo para o Ceará constitui-se em uma das principais
atividades econômicas desenvolvidas no Estado gerando emprego, renda e trazendo
à inclusão social, melhorando desta forma a vida da população cearense.
Os atrativos turísticos no Estado são muito diversificados citando-se, por
exemplo, os atrativos naturais, históricos, arqueológicos, religiosos, entre
outros.
De acordo com dados
da Secretaria de Turismo do Estado (SETUR) no
ano de 2012 o Ceará recebeu 2.995.024 turistas via Fortaleza, um incremento de
11,27% quando comparado ao ano de 2010. Os meses de Janeiro, Julho e Dezembro
são historicamente os que mais recebem turistas no Estado. Para o ano de
2012, estes meses juntos corresponderam a aproximadamente 34,6% do total de
turistas. Cerca de 92% das pessoas que visitaram o Ceará no ano de 2012 foram
provenientes do chamado turismo interno, ou seja, 2.761.413 visitantes vieram
dos diversos Estados brasileiros.
Quanto à infraestrutura, a cidade de Fortaleza dispõe de
207 estabelecimentos, sendo 102 hotéis, 75 pousadas e 30 estabelecimentos de
outros tipos. Destacam-se também em termos de número de
estabelecimentos os municípios Jijoca de Jericoacoara, Aracati, Juazeiro do
Norte, Trairi e Caucaia.
No que tange a oferta de leitos de hospedagem o Ceará
registrou um valor de 67.607 leitos em 2012, estando 38% deles localizados em
Fortaleza.
4. As
Principais Manifestações da Cultura Popular Cearense.
A cultura do Ceará é diversificada e com
muitas características marcantes.
O Ceará é terra de muitos escritores e poetas
importantes, podendo-se citar, dentre muitos outros: José de Alencar, Domingos
Olímpio, Rachel de Queiroz, Adolfo Caminha, Antônio Sales, Jáder Carvalho,
Moreira Campos, Gustavo Barroso, Patativa do Assaré, João Clímaco Bezerra, Ana
Miranda etc.
O Ceará se tornou conhecido nacionalmente
também como berço de talentos humorísticos como Chico Anysio, Renato Aragão e
Tom Cavalcante, dentre vários outros.
Na religião, tem as romarias de Padre Cícero,
na culinária as rapaduras, e por aí vai.
O governo do Ceará criou a
primeira secretaria estadual de cultura do Brasil em 1966. A instituição organiza e fomenta a
cultura cearense e auxilia outras instituições particulares na manutenção das
tradições da população do estado.
As principais
manifestações folclóricas cearenses têm suas raízes na miscigenação das crenças
e costumes dos brancos e negros que aqui chegaram nos primórdios de nossa
povoação, com os dos indígenas que aqui já estavam. Fortaleza sempre
representou para o folclore cearense um excepcional canal de divulgação. As
manifestações folclóricas cearenses mais conhecidas são:
§ Bumba-meu-boi ou Boi-Ceará -
cantos e danças de culto religioso ao boi, de tradição luso-ibérica.
§ Dança do coco - originária
dos negros. Na praia é somente para homens e no sertão é dançada aos pares.
§ Torém - dança
indígena originária dos Tremembés.
§ Maracatu - de origem
africana, consiste num cortejo dançante e, homenagem aos reis.
§ Violeiros, Cantadores
e Emboladores -
manifestação musical, na maioria das vezes expressando críticas sociais. É de
origem tipicamente nordestina.
Referências
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Sistema Mandala: www.agenciamandalla.org.br. Serrapilheira: www.massa.ufc.br
Clorador para poço: www.ufrrj.br/institutos/it/de/acidentes/agua1.htm. Bomba manual com corda: www.sociedadedosol.org.br/bmdcrd/bmcss.htm. Fogão a lenha ecológico: www.ider.org.br.