Os
países desenvolvidos devem enfrentar uma desaceleração econômica e uma elevação
dos gastos sociais, caso não controlem os problemas decorrentes do
envelhecimento da população.
Amplas
reformas serão necessárias para mudar o sistema de previdência social, serviços
financeiros, leis trabalhistas, de imigração e política familiar, indicou a
Comissão de Envelhecimento Global em um relatório publicado após os três dias
de reunião na capital japonesa – Tókyo.
"A
maior crise social do século 21 será resultado do subproduto da falta de
trabalho", disse Paul Hewitt, diretor do Centro de Estratégia e Estudos
Internacionais (CSIS).
"Sociedades
envelhecidas terão que se tornar muito eficientes para evitar recessões
causadas pelo envelhecimento.
"O
relatório do CSIS -- um grupo internacional de acadêmicos, políticos e
empresários -- recomendou que o assunto fosse incorporado como tema permanente
na agenda de reuniões do G8, grupo das sete nações mais industrializadas mais a
Rússia.
Em
países industrializados, como Japão, Estados Unidos e Estados da Europa
ocidental, as crianças que nasceram após a Segunda Guerra Mundial vão elevar em
breve o número de aposentados, já que as pessoas estão vivendo por mais tempo e
poucas crianças têm nascido.
Até
2040, um quinto dos norte-americanos terá mais de 65 anos. Essa taxa em 2000
estava em torno de 13 por cento.
Em
grande parte da Europa e no Japão, com a combinação de baixas taxas de
fertilidade e encolhimento da população, o número de idosos poderá saltar de 16
para 30 por cento antes de 2040.
"O
Japão e a Europa precisam de uma cirurgia e não de mini-reformas",
destacou Norbert Walter, integrante da comissão e economista chefe do Deutsche
Bank.
A
dramática alteração demográfica ameaça a sustentação do tradicional sistema de
previdência, no qual os funcionários atuais pagam pelos benefícios de
trabalhadores aposentados.
O
sistema previdenciário pode sugar os recursos da nação, fazendo com que outros
investimentos, como os voltados para educação, defesa e infra-estrutura, não
sejam realizados plenamente.
Grande
parte dos países desenvolvidos não consegue controlar o envelhecimento e, por
isso, não será capaz de prever o choque econômico. O aumento da longevidade
ainda poderia dificultar o crescimento da economia.
Depois
de 2020, a economia global e o impacto financeiro do envelhecimento poderão
piorar ainda mais quando as populações do Leste Europeu e Sudeste e Leste
Asiáticos começarem a envelhecer também.
Segundo
a análise, reformas rápidas poderiam retrair a situação.
Iniciativas
políticas para incentivar as mulheres a terem mais filhos poderiam ser uma
opção a longo prazo. Outra possibilidade é aumentar a entrada de imigrantes em
alguns países, embora isso possibilite apenas um alívio paliativo do problema.
Nenhum comentário:
Postar um comentário