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Geografia da Amizade
Geografia da Amizade Amizade...Amor: "Roque Schneider" |
Quem sou eu
- Vânia Schaffer
- Salvador, Bahia, Brazil
- Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.
quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014
A GLOBALIZAÇÃO
OS PAÍSES DESENVOLVIDOS E SUBDESENVOLVIDOS
NOVA ORDEM OU NOVA DESORDEM?
COLAPSO DO SOCIALISMO
A influência que os soviéticos conquistaram no Leste europeu ampliou suas possibilidades de crescimento. A garantia de defesa, fornecida aos governos que se alinharam em torno de URSS, teve o seu custo monetário, cujos valores eram destinados à manutenção das tropas soviéticas e ao desenvolvimento da indústria de armamentos, vital no tempo da Guerra Fria. Nesse contexto, a indústria de base fundamental à produção de armas, manteve-se norteadora do modelo industrial, como sempre o fora, desde o primeiro plano implantado em 1928.
No entanto, no final da década de 60, os automóveis, os eletroeletrônicos, os computadores e outros bens de consumo duráveis, além de máquinas e equipamentos industriais tecnologicamente avançados, passaram a serem os setores mais importantes na produção industrial e no comércio internacional.
O modelo unilateral do industrialismo soviético, apoiado pelo tripé: indústrias de base, de armas e aeroespacial, não acompanhou o mesmo ritmo de desenvolvimento tecnológico de outros setores nos países de economia capitalista avançada. É evidente que o avanço tecnológico das indústrias aeroespacial e bélica foi significativo-, porém não colocava produtos nas prateleiras para a população. A URSS vivia um paradoxo de lançar no espaço o primeiro satélite artificial (Sputinik), fabricar satélites espiões, fabricar mísseis de alta precisão, ao mesmo tempo em que não desenvolvia uma indústria automobilística com tecnologia própria, não fabricava uma
televisão com uma boa sintonia de canais e até mesmo uma simples enceradeira que funcionasse perfeitamente.
O modelo de economia estatal e planificada apresentava limitações na sua própria essência. O socialismo, ao transferir todos os meios de produção para a gerência do Estado, não estimulou o desenvolvimento técnico dos setores que considerava secundários. O Estado definia no plano o que seria produzido pelas empresas, quais comprariam o produto e em que quantidade, e estabelecia o preço. Obrigadas a cumprir as metas de produção e de produtividade traçadas pelos planejadores estatais, as empresas compravam de um único fornecedor as mercadorias ou matérias-primas, independente de sua qualidade. Na agricultura, tratores e máquinas agrícolas que não raramente saiam das fábricas com problemas de funcionamento tinham de ser desmontados e consertados pelos próprios agricultores.
O planejamento estatal não promoveu a melhoria de qualidade dos produtos que não considerava estratégicos e muitos dos produtos, cuja produção era por ele determinada, não atendiam às necessidades da população. O plano, ao se autodesignar ciência. viu-se totalmente deslocado dos problemas e das ansiedades da sociedade real. Calculava-se tudo, da quantidade de carros funerários e sepulturas ao número de romances que poderiam ser produzidos.
Em alguns momentos, os próprios planejadores descobriram que a "racionalidade" resultava em total desperdício. Descobriu-se, por exemplo, que cargas inteiras de trem viajavam milhares de quilômetros inutilmente, apenas porque o plano estabelecia, às ferrovias, as quantidades de mercadorias que deveriam ser transportadas e a quilometragem do deslocamento.
A ilusão da cientificidade do plano gerou uma economia confusa. O planejamento que deveria ser colocado em prática, em beneficio do plano.
MUDANÇAS NO LESTE EUROPEU
A partir de 1985, o governo Gorbatchev promoveu uma alteração radical na estrutura da sociedade soviética. Implantou a perestroika, uma reformulação da economia que tinha como princípio a reorganização de todo o sistema de produção e de propriedade, além da introdução de mecanismos de mercado. Para vencer a resistência da cúpula do Partido Comunista, as reformas dependiam de um amplo apoio popular que as legitimasse. Para tanto, foi imprescindível a implantação da glasnost, conjunto de reformas democráticas que permitiram a liberdade de expressão e de manifestação contida por mais de um século pelo regime socialista e pela ditadura czarista que o antecedeu. A política de austeridade e de redução dos gastos públicos fez com que Gorbatchev promovesse junto ao governo dos Estados Unidos, uma série de acordos de desarmamento, com o objetivo de frear a corrida armamentista.
Os efeitos das transformações na URSS, no final da década de 80, atingiram todo o Leste europeu, provocando a queda dos governos socialista, a democratização das instituições e o estabelecimento de eleições livres e diretas. Envolvido com os problemas internos da sociedade soviética, com a necessidade implantação de uma política dirigida a transformações radicais, e lutando com a oposição da ala mais conservadora do Partido Comunista, Gorbatchev sinalizou que a URSS não mais interferiria na política do Leste europeu e entregou à região a resolução de seu próprio destino.
O desmoronamento da economia socialista teve efeitos profundos no mapa da Europa. Em 1989 a Hungria retirou a cerca de arame farpado que havia em sua fronteira com a Áustria. Os húngaros deram os passos iniciais, no Leste europeu, em direção à privatização e à economia de mercado.
AS NOVAS FRONTEIRAS
O ano de 1991 marcou o fim da URSS. As 15 repúblicas socialistas que a constituíam transformaram-se em 15 nações independentes. Doze delas associaram-se a uma entidade supranacional mais ampla, a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) cujo limite de atuação e de integração entre os países, até hoje, não ficou bem definido. Letônia, Estônia e Lituânia reconquistaram sua independência e não aderiram à CEI. Com o desmembramento da Tcheco-eslováquia, surgiram a República Tcheca e a Eslováquia.
A Iugoslávia foi totalmente esfacelada e a situação dos novos países ainda está indefinida. Formada por várias nacionalidades e culturas distintas, a região da península Balcânica sempre foi objeto de disputas. A sua ocupação pelo Império Turco-otomano no foral do século XV foi contestada pela Áustria e por Veneza. No final do século XIX, a maior parte do território iugoslavo caiu sob o Império Austro-húngaro ,Bósnia-Herzegovina, Voivodina, Eslovênia e Croácia), enquanto a Sérvia e Montenegro conquistaram autonomia com a expulsão dos turcos da península Balcânica. No início do século XX, a Sérvia incorporou ao seu território duas outras províncias balcânicas Kosovo e Macedônia.
A NOVA ORDEM MUNDIAL
Desde a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, um dos assuntos mais discutidos, na imprensa e nos círculos acadêmicos, é a emergência 3e uma nova ordem mundial. O que acontece nessa tão Falada nova ordem? Quando ela se definiu e o que traz realmente de novo?
A nova ordem internacional apresenta basicamente duas facetas, uma geopolítica e outra econômica. Na geopolítica e outra econômica. Na geopolítica, a grande mudança foi o fim da Guerra Fria e, conseqüentemente, da bipolarização de poder entre is duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética e dos blocos militares rivais por elas comandados. Com isso, abriu-se espaço para um mundo multipolar onde as potências se impõem mais por seu poder econômico do que bélico. Na economia, grande fato ovo é o aprofundamento do processo de globalização e a formação de blocos econômicos supranacionais.
A NOVA ORDEM MULTIPOLAR
Durante a Guerra Fria, num mundo bipolar, o poder estava assentado na capacidade militar das duas superpotências. Hoje, no mundo multipolar pós-Guerra Fria, o poder é medido pela capacidade econômica: disponibilidade de capitais, avanço tecnológico, qualificação da mão-de-obra, nível de produtividade e Índices de competitividade. Esses são os novos padrões de poder e influência no mundo, que explicam à emergência do Japão e da Alemanha (principalmente após a reunificação) a posição de grandes potências e, to mesmo tempo a decadência da Rússia. Embora seja i herdeira principal do poderoso arsenal nuclear soviético, o parque industrial russo é, em geral, obsoleto e pouco produtivo, e o país encontra-se mergulhado em profunda crise social, política e econômica.
A China tem luz própria: possui a maior população do planeta e, portanto, um gigantesco mercado consumidor potencial, além de numerosa mão-de-obra, muito barata, oferece facilidades para atração de capitais estrangeiros. Por isso é a economia que mais cresce no mundo atualmente, mas também enfrenta sérios problemas internos particularmente no plano político.
Assim, de longe, os países mais poderosos do mundo hoje são os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha - a Tríade -, em torno dos quais vários outros países ainda devem orbitar por muito tempo.
Outro importante aspecto da nova ordem mundial é o aprofundamento da tendência de globalização em suas várias facetas tanto em âmbito mundial quanto regional, com o fortalecimento dos blocos econômicos supranacionais.
GUERRA FRIA
Até então, porém, o confronto direto entre os aliados não havia se estabelecido. Isso aconteceria em 1947, com o surgimento da Doutrina Truman e do Plano Marshall, que colocariam em foco, no cenário mundial, apenas os atores americano e soviético.
É bom lembrar que a França tinha ficado profundamente abalada como a ocupação que sofrera por parte dos nazistas durante a guerra. Já o governo inglês estava muito mais preocupado em realizar reformas internas de caráter social e reconstruir a economia arrasada com a guerra do que controlar os rumos da política mundial.
A doutrina formulada pelo presidente norte americano Harry Truman traduziu-se pela política de contenção. Segundo essa orientação, a União Soviética era um grande inimigo que deveria ser combatido pela vigilância e pela força, se fosse necessário. Os soviéticos representavam a ditadura e a opressão, ao contrário dos americanos, que personificavam a democracia. Assim, caberia a Washington a defesa da liberdade mundial, pelo menos mundo ocidental.
O resultado direto e mais imediato da contenção foi a elaboração do Plano Marshall, destinado a dar apoio financeiro à reconstrução da Europa. Afinal, falidos, os Estados europeus não poderiam ser nenhum modelo de capitalismo. Além disso, a ajuda econômica consolidaria, de forma definitiva, a influência americana em território europeu.
Em princípio, o plano abrangia todo o continente, incluindo a própria União Soviética, mas o governo soviético, prevendo as conseqüências econômicas e geopolíticas da "ajuda" americana, retirou-se da programação.
AS FASES DA GUERRA FRIA
Desde o início da guerra fria houve várias fases de confronto entre as duas superpotências. Em geral, porém, podemos resumi-las em dois períodos: de 1948 a 1953 e de 1953 a 1989.
1498-1953 Constituiu a fase de maior tensão, marcada basicamente pelos seguintes episódios:
• Divisão da Alemanha (1949) em República Democrática Alemã (Alemanha Oriental), pró União Soviética, e República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental), pró-Estados Unidos. • Revolução Chinesa (1949), comandada por Mao Tse-tung, e adesão da China ao bloco soviético. • Divisão da Coréia entre as duas superpotências, em 1945 (o Norte pró-União Soviética e o Sul pró-Estados Unidos), que acabou levando a uma guerra nesse país entre 1950 e 1953. Diante da intenção das tropas do Norte de unificar a Coréia sob um regime socialista, os Estados Unidos participaram diretamente do conflito armado, ao lado das tropas do Sul em defesa do sistema capitalista.
1953-1989. Fase de coexistência pacífica que teve início com o acordo entre as duas superpotências para, com a intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU), colocar fim à Guerra da Coréia. O confronto militar não teve vencedor, e a disputa política terminou empatada, pois o país foi dividido entre o Norte, socialista, e o Sul, capitalista. A partir de então, as duas superpotências passaram a adotar uma política de entendimento na solução dos conflitos que vez por outra ocorreram. O afrouxamento da tensão, simbolizado pelo empate na Coréia, ficou conhecido como tente (distensão). Esse período foi marcado por algumas características que servem para definir a guerra fria:
Toda a política mundial ficou regida pela bipolaridade, o que não abria espaço, de nenhum dos lados, para o aparecimento de um terceiro centro de poder.
A manutenção feroz da bipolaridade criou uma espécie de cumplicidade entre as duas superpotências, que praticamente "congelaram" as disputas internacionais pelo medo de uma intervenção militar e de uma guerra nuclear mundial.
Como resultado dessa política, a corrida armamentista foi o principal aspecto do período, que subordinou a economia dos dois países ao militarismo.
Ao longo dessa fase os episódios de maior destaque foram: Formação da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança político-militar que uniu os países europeus e os Estados Unidos (1949).
Formação do Pacto de Varsóvia, a organização militar do Leste europeu e da União Soviética (1955). Construção do muro de Berlim (1961), que dividiu a cidade em dois lados: o capitalista, a oeste, e o socialista, a leste.
Guerra do Vietnã (1960-1973), durante a qual as tropas americanas combateram os guerrilheiros do Vietnã do Sul e o exército do Vietnã do Norte, empenhados em unificar o país sob o controle do governo socialista de Ho Chi Minh. Os Estados Unidos foram derrotados, e o Vietnã foi unificado sob-regime socialista.
Intervenção militar soviética no Afeganistão (1979-1989), sob a alegação de impedir o acirramento da crise política do país. O objetivo era permitir a existência de um governo pró-soviético, mas o governo não conseguiu, mesmo com a ajuda da União Soviética, vencer a resistência dos guerrilheiros.
FIM DE-UMA ERA
Pela análise dos principais conflitos que opuseram as duas superpotências, pode-se perceber que a política de contenção era praticada por ambos os lados. Essa estratégia, no entanto, começou a apresentar sinais de desgaste.
A IDEOLOGIA DA GUERRA FRIA
O mundo bipolar possuía também uma ideologia, que consistia na supervalorização da oposição entre capitalismo e socialismo ou comunismo. É como se não houvesse outras opções ou vias, mas somente duas - uma simbolizada pelos Estados Unidos e a outra pela União Soviética. Como se o século XX pudesse ser interpretado como um momento de luta ou oposição entre esses dois sistemas sócio-econômicos ou "modos de produção ".
Essa ideologia, felizmente, já se encontra superada. Podemos até encontrá-la ainda, sob diversas roupagens, em inúmeras obras ou setores dogmáticos: mas, ao que tudo indica, essa interpretação simplificadora não faz mais adeptos, pois não tem base de sustentação na realidade empírica.
Do lado dos que defendiam o modo de vida norte-americano ou o capitalismo já não há mais o "inimigo", o "outro lado" a ser combatido. O que surgiu com clareza nos anos 90 é o fato de que a noção de "capitalismo" não explica tudo que esse sistema socioeconômico existe tanto na Suécia como na índia, tanto no Japão como no Brasil, realidades extremamente diferenciadas. Percebe-se que capitalismo não se identifica com o modo de vida norte-americano, que constituiu somente uma via possível dentro desse sistema contraditório e complexo, que muda constantemente.
Se assim a importância das lutas sociais, das culturas ou civilizações, das especificidades nacionais e até regionais. O importante passa a ser o entendimento do processo específico pelo qual o capitalismo se desenvolve numa dada realidade - seja no Japão, seja no Brasil, com todas as suas diferenças - e não somente uma generalização baseada na ideia de "capitalismo".
E do lado dos que defendiam o "modelo soviético"(mesmo que tivessem em Cuba ou na Albânia o seu grande exemplo), já não há mais um "paraíso idílico" a ser apontado como ideal a ser seguido. A economia planificada e o partido político de inspiração leninista (o partido que se pretende único, guardião dos dogmas marxista-leninistas, extremamente centralizado e burocratizado, mas que afirma representar os trabalhadores) fracassaram em todas as partes onde vigoraram. Já não adianta mais dizer que foram "desvio" ou "traições" devidas a um líder - seja Stalin, ou seja, outro qualquer - , pois não se tratou de um fracasso único e localizado e sim geral, repetido em todas as sociedades - e foram inúmeras - em que os ideais do leninismo foram implementados. Tanto na ex-URSS como na China, tanto em Cuba como na Albânia ou na
ex-Iugoslávia, o resultado do socialismo real sempre foi o monopólio do poder por um partido que se burocratiza progressivamente, o asfixiamento da sociedade por um Estado policial que tudo quer controlar e prever.
Nessas condições, há uma redescoberta da complexidade do mundo. A questão das diferentes civilizações e seus modos de organização distintos
Vide a importância do islamismo no Oriente Médio e em particular no mundo árabe, por exemplo, ou o peso do hinduísmo na índia e do confucionismo na China passa a ser novamente valorizada. Os projetos políticos, que muitas vezes redefinem as condições econômicas - como no caso da unificação européia, por exemplo - , também são revalorizados. Enfim, se a pluralidade de caminhos ou opções que existem ou podem ser criados.
O dogmatismo do "caminho único" (seja o socialismo ou o capitalismo) está em baixa e a riqueza cultural da pluralidade e da diversidade ganha espaço nas teorias e explicações do mundo. No lugar da forma de pensar bipolar e maniqueísta (o bem contra o mal), temos agora uma crescente mentalidade pluralista e que admite múltiplos caminhos ou possibilidades. Até é um erro tentar entender a nova ordem a partir da ideia de que "o capitalismo venceu e o socialismo foi derrotado", assim como é ridículo ficar insistindo que "o socialismo vai renascer". Essas duas .formas de pensar são na verdade duas faces de uma única moda, aquela do dogmatismo e da visão bipolar. O que temos que perceber é que a realidade ultrapassou essa opção bipolar e simplificadora, na qual só se concebem duas alternativas para o futuro. O futuro ficou mais rico e mais aberto, indefinido em vários aspectos, com múltiplas possibilidades. a nova ordem mundial implica também uma nova forma de entender a realidade, de pensar a humanidade e seu futuro.
SISTEMA SOCIALISTA
O principal objetivo do socialismo é construir uma sociedade com o mínimo de desigualdades. Para conseguir isso, o socialismo tem como princípio básico a propriedade coletiva dos meios de produção, pelo menos dos mais importantes, como as terras, as fábricas, os bancos. Além disso, o sistema não admite que uns se apropriem dos frutos do trabalho de outros para fins de enriquecimento. A riqueza, portanto, incluindo suas fontes, deve pertencer a toda a sociedade.
Como a prática nem sempre corresponde à teoria, o socialismo real, instituído na União soviética e no Leste europeu, desviou-se do seu objetivo maior: a construção coletiva de uma sociedade de homens livres e iguais.
O governo, intitulando-se representante da sociedade, assumiu o controle de tudo. Não apenas as terras, as fábricas e os bancos, mas até as pequenas lojas, as oficinas mecânicas, as quitandas, as padarias, as farmácias, tudo era propriedade do Estado. Havendo um único e grande patrão, os trabalhadores passaram a ser empregados do governo, recebendo salário por seu trabalho.
Como senhor absoluto das decisões nacionais, o governo planejava e dirigia a economia, tendo em vista os interesses e objetivos que ele próprio estabelecia como sendo de toda a sociedade. Agindo assim, esta negando o direito de as pessoas expressarem o que realmente desejavam para si e para seu país.
Para executar suas numerosas funções, o Estado foi aos poucos criando um imenso quadro de funcionários, nem sempre necessário ao bom desempenho das atividades governamentais. Surgiu assim uma enorme burocracia, responsável pelo consumo de boa parte dos recursos nacionais. Esses recursos seriam mais bem aproveitados se fossem destinados a obras e serviços em beneficio da população.
Além disso, os dirigentes dos órgãos do governo obtiveram vantagens que a maioria da população não possuía, coo altos salários, residências confortáveis, automóveis, c Desse modo, constituíram um segmento social que se assemelhava à classe alta dos países capitalista.
Apesar dos desvios sofridos pelo socialismo, a União Soviética e os países do leste da Europa passaram a apresentar indicadores econômicos típicos dos países desenvolvidos. E isso graças sobretudo à planificação econômica introduzida pelo novo sistema. O plano regulava o que, onde, como e quanto produzir, bem como a forma de distribuir a produção. O governo aplicava os lucros da produção em obras para desenvolver a economia, corrigir as diferenças regionais e prestar serviços, como assistência médica e educação, que eram gratuitas,
foi assim que tais países tiveram um grande crescimento econômico, um considerável avanço de ciência e da tecnologia, uma melhoria substancial dos transportes e das comunicações.
TEMPO DE REFORMAS
No caso da União Soviética, a falta de liberdade e o exagerado poder do governo criaram problemas muito sérios, que foram se agravando com o tempo. A situação econômica dos países socialistas tornou-se muito difícil. Faltavam produtos, obrigando as pessoas a enfrentar horas de fila para comprar coisas simples, como papel higiênico ou pão. Além de escassos, os produtos eram de má qualidade, antiquados, e os equipamentos funcionavam mal. Havia muita corrupção e muitos privilégios entre altos funcionários.
Além da redefinição das fronteiras da União Soviética, decidiu-se que as tropas do país seriam substituídas por governos socialistas em todo o Leste europeu: Polônia, Tchecoslováquia, Hungria, Romênia, Bulgária, Iugoslávia e Albânia. Surgiu, então, a primeira e mais importante área de controle geopolítico soviético de todo o período da guerra fria.
PROCESSO DE DESENVOLVIMENTO DO CAPITALISMO
O capitalismo evoluiu gradativamente e foi se transformando à medida que novas dificuldades surgiam. O sistema capitalista sempre apresentou ao longo de sua história, grande dinamismo. Isso se explica devido ao seu profundo enraizamento histórico e cultural, pois sua origem é muito antiga (final da Idade Média) e sua evolução histórica foi muito lenta, particularmente na Europa Ocidental e na América Anglo-saxônica. Gradativamente, ele foi se sobrepondo a outras formas de produção.
Didaticamente, considerando seu processo de desenvolvimento costuma-se dividir o capitalismo em três fases.
CARACTERÍSTICAS DO CAPITALISMO
Apesar dês profundas diferenças existentes entre os países capitalistas, algumas características básicas são comuns a todos eles, pois fazem parte do molde do sistema capitalista:
• Estrutura de propriedade - predomina a propriedade privada, pois a maioria dos meios necessários para a produção, tais como fábricas, terras, máquinas, usinas, portos, ferrovias, minas, c pertence a agentes econômicos privados. No entanto, em muitos países, o Estado também é dono de muitos meios de produção. Atua como capitalista através- de empresas estatais, principalmente em setores básicos e de infraestrutura.
Objetivo - os agentes econômicos, privados ou estatais, buscam incessantemente a reprodução do capital, ou seja, a constante obtenção de lucros. A diferença fundamental é que uma empresa privada que opera no vermelho pode ir à falência, ao passo que uma estatal normalmente recebe subsídios governamentais ( ou seja, recursos dos contribuintes) para manter-se.
Mecanismo de funcionamento da economia - os agentes econômicos (indivíduos ou empresas, instituições públicas ou privadas) fazem seus investimentos guiando-se pela lógica do mercado, ou seja, com base na lei da oferta e da procura*. Investem sempre com o objetivo de obter a maior rentabilidade possível, daí a concorrência se estabelecer em todos os setores. No entanto, há também muitas outras áreas monopolizadas, oligopolizadas, caracterizadas, nas quais, na prática, não há concorrência. O Estado, muitas vezes, intervém numa economia oligopolizada como agente planejador ou simplesmente como agente econômico. Esse processo, generalizado entre os países capitalista, varia apenas quanto ao grau da intervenção.
Relação de trabalho - predomina o trabalho assalariado. No entanto, ao lado dessa relação tipicamente capitalista convivem relações não capitalistas de trabalho, principalmente em regiões subdesenvolvidas e rurais: parcerias, arrendamentos e, em regiões mais remotas, até relações ilegais, como a escravidão e o trabalho forçado por dívida.
Meios de troca e instrumentos de crédito - o dinheiro (moeda metálica ou papel-moeda) é o principal meio de troca; surgiu no século VII a.C., como resultado da descoberta de técnicas de fundo em dinheiro depositado num banco. Com os avanços na eletrônica e nas telecomunicações, surgiu o cartão bancário, um "dinheiro virtual" que permite fazer pagamentos sem a intermediação de cheques ou dinheiro real. Mais recentemente, tornou-se possível movimentar fundo através de redes de computadores. Há ainda instrumentos de crédito que facilitam as trocas, como os cartões de crédito e as duplicatas.
Relação social - há uma divisão de classes no interior da sociedade capitalista, com uma concentração de renda nos setores ou classes detentores do capital. Portanto, o capitalismo é marcado por desigualdades sociais, mais acentuadas nos países subdesenvolvidos. Ultimamente, porém, a distância entre ricos e pobres tem aumentado também nos países desenvolvidos.
CAPITALISMO COMERCIAL
Essa etapa do capitalismo estendeu-se desde fins do século XV até o século XVIII. foi marcada pela expansão marítima das potências da Europa Ocidental na época (Portugal e Espanha), em busca de uma nova rota para as Índias, objetivando romper a hegemonia italiana no comércio com o Oriente via Mediterrâneo. foi o período das Grandes Navegações e descobrimentos, das conquistas territoriais, e também da escravização e genocídio de milhões de nativos da América e da África. Veja, no mapa, as principais expedições marítimas realizadas nessa época.
CAPITALISMO INDUSTRIAL
O capitalismo industrial foi marcado por grandes transformações econômicas, sociais, políticas e culturais. As maiores mudanças resultaram do que se convencionou chamar Revolução Industrial ( estamos nos referindo aqui à Primeira Revolução Industrial, ocorrida no Reino Unido na segunda metade do século XVIII). Um de seus aspectos mais importantes foi a enorme potencializarão da capacidade de transformação da natureza, por meio da utilização cada vez mais disseminada de máquinas movidas a vapor, produzido pela queima de carvão, tornando acessível aos consumidores uma quantidade cada vez maior de produtos, o que multiplicava os lucros dos produtores.
CAPITALISMO FINANCEIRO
Uma das conseqüências mais importantes do crescimento acelerado da economia capitalista foi o brutal processo de concentração e centralização de capitais. Várias empresas surgiram e cresceram rapidamente: indústrias, bancos, corretoras de valores, casas comerciais, c A acirrada concorrência favoreceu as grandes empresas, levando a fusões e incorporações que resultaram, a partir de fins do século XIX, na monopolização ou oligopolização de muitos setores da economia.
O capitalismo entrava, desse modo, em sua fase financeira e monopolista. É consenso marcar como 0 início dessa nova etapa da evolução capitalista a virada do século XIX para o século XX, coincidindo com o período da expansão imperialista (1875-1914). No entanto, a consolidação só ocorreu efetivamente após a Primeira Guerra Mundial, quando as empresas tornaram-se muito mais poderosas e influentes, acentuando a internacionalização dos capitais.
A ORDEM MUNDIAL BIPOLAR
O chamado mundo socialista iniciou-se em 1917, com a Revolução Russa, quando pela primeira vez desde que o capitalismo tornou-se dominante no planeta surgiu uma nova forma de organização social alternativa a ele. Depois que a Rússia, em 1922, anexou novos territórios e passou a se denominar União Soviética, durante quase oito décadas, isto é, grande parte do nosso século - exatamente aquele período que alguns historiadores chamam de "o século XX curto (de 1914-17 até 1989-91)" -, seguiu-se uma expansão do socialismo real por diversos países do mundo e uma correspondente retração do espaço capitalista. E o capitalismo, como veremos, reagiu a isso, procurando de várias maneiras combaterem a chamada "ameaça comunista".
A Segunda guerra Mundial, encerrada em 1945, trouxe importantes alterações no equilíbrio entre as grandes potências. As potências européias, especialmente a Inglaterra, que dominavam o globo desde os séculos anteriores até os primórdios da XX, estavam arrasadas com o final da guerra. Havia ainda os seus impérios coloniais, mas estes logo se desmancharam, principalmente nos anos 50. Os Estados Unidos emergiram então como a nova potência capitalista hegemônica, com investimentos e interesses comerciais em todos os continentes.
As empresas multinacionais norte-americanas logo se espalharam por todo o imenso mundo capitalista ou de economias de mercado, inclusive para as áreas periféricas (que, em grande parte, em especial na África e na Ásia, deixavam então de ser colônias para se tornarem economias subdesenvolvidas; no caso da América Latina, cujas independências remontam ao século XIX, já havia antes da guerra uma crescente influência dos EUA, que rivalizava com a presença britânica). O "modelo de vida norte-americano", com seus filmes à Hollywood, com a Coca-Cola e o fast - com os jeans, com o automóvel como grande símbolo de individualismo e de status social, etc., acabou se tornando a realidade, ou pelo menos a aspiração, de todos os povos do chamado mundo ocidental ou capitalista.
População Mundial
PIB – Maiores Crescimentos
O QUE PREJUDICA O CRESCIMENTO.
Posição
|
Países
|
Projeção
de crescimento 2013 (%)
|
Projeção
de crescimento 2014 (%)
|
1
|
Sudão do Sul
|
24,7
|
43
|
2
|
Serra Leoa
|
13,3
|
14
|
3
|
Turcomenistão
|
12,2
|
10,4
|
4
|
Paraguai
|
12
|
4,6
|
5
|
Mongólia
|
11,8
|
11,7
|
6
|
Laos
|
8,3
|
7,8
|
7
|
Timor Leste
|
8,1
|
8
|
8
|
Libéria
|
8,1
|
6,8
|
9
|
Costa do Marfim
|
8
|
8
|
10
|
Gana
|
7,9
|
6,1
|
76
|
Índia
|
3,8
|
5,1
|
11
|
China
|
7,6
|
7,3
|
115
|
Brasil
|
2,5
|
2,5
|
120
|
Japão
|
2,0
|
1,2
|
124
|
África do Sul
|
2
|
2,9
|
132
|
Estados
Unidos
|
1,6
|
2,6
|
139
|
Rússia
|
1,5
|
3
|
(RANKING DAS MAIORES ECONOMIAS MUNDIAIS
PIB NOMINAL) |
||||
Posição
|
2012
|
2013
|
2016
Projeção
|
2018
Projeção
|
1º
|
Estados Unidos
|
Estados Unidos
|
Estados Unidos
|
Estados Unidos
|
2º
|
China
|
China
|
China
|
China
|
3º
|
Japão
|
Japão
|
Japão
|
Japão
|
4º
|
Alemanha
|
Alemanha
|
Alemanha
|
Alemanha
|
5º
|
França
|
França
|
Brasil
|
Brasil
|
6º
|
Reino Unido
|
Brasil
|
França
|
Rússia
|
7º
|
Brasil
|
Reino Unido
|
Rússia
|
França
|
Fonte: World
Economic Outlook – FMI
|