Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

quarta-feira, 3 de agosto de 2011

Datas e ocasiões históricas serão lembradas

11/03 – 20 anos do Código de Defesa do Consumidor:

A luta por direitos foi sempre uma busca do ser humano, ao longo do tempo o Homem vem buscando driblar a opressão, sendo assim não seria diferente na hora de consumir, ainda me se tratando de uma sociedade capitalista. Hoje qualquer tipo de comércio é obrigado por lei a ter um exemplar do código de defesa do consumidor, que completa 20 anos em 2011, se é eficaz ou não, isso é outro assunto.

Segue o link de uma matéria bem interessante para você saber mais sobre o assunto: Código de Defesa do Consumidor será atualizado depois de 20 anos

12/04 – 50 anos do 1º vôo espacial tribulando com Yuri Gagarin – “A Terra É Azul”
O cosmonauta soviético foi o primeiro a viajar no espaço e declarar a célebre frase "a terra é azul", em 1961, em plena Guerra Fria, em que a corrida espacial foi um destaque a parte. Se ele fosse hoje, certamente não acharia tudo muito azul, devido ao tremendo lixo espacial que circunda a nossa órbita! Quem quiser saber mais curiosidades sobre a nova onda espacial clique aqui e acesse a  matéria do site da Super Interessante.

26/04 – 25 anos do acidente nuclear de Chernobyl

Vale a pena se informar sobre este assunto, que está sendo ainda mais comentado devido aos acidentes nucleares no Japão.



30/04 – 30 anos do atentado Rio Centro



10/06 – 80 anos de João Gilberto

João Gilberto nasceu em Juazeiro, BA, em 10 de junho de 1934. Ele é a síntese da Bossa Nova - voz, violão, tudo nele é único. E foi o maior influenciador de outros músicos que já apareceu na MPB - de Chico Buarque, Caetano, Gal e Gil até Ney Matogrosso.
A palavra 'bossa' era um termo da gíria carioca que, no fim dos anos cinqüenta , significava 'jeito', 'maneira', 'modo'. Quando alguém fazia algo de modo diferente, original, de maneira fácil e simples, dizia-se que esse alguém tinha 'bossa'. Bossa Nova é um subgênero musical derivado do samba e com forte influência do jazz estadunidense, surgido no final da década de 1950no Rio de Janeiro. Os principais nomes ligados à Bossa Nova são João Gilberto, Vinicius de Moraes, Antonio Carlos Jobim e Luiz Bonfá.


24/07 – 100 anos da descoberta de Machu Picchu


25/08 – 50 anos da renúncia de Jânio Quadros


11/09 – 10 anos do atendo terrorista aos EUA


20/10 – 20 anos do tricampeonato mundial de Fórmula-1 por Ayrton Senna


14/12 – 100 anos da descoberta do Pólo Sul



2011 também deverá ser lembrado por ser o ano da Itália no Brasil, o ano internacional das florestas e o ano internacional da química. Vale ficar de olho também porque a promessa dos EUA é que as tropas americanas saiam do Iraque até dia 31 de dezembro (ou antes)!

Desemprego: uma difícil situação enfrentada por muitos trabalhadores


O desemprego ocorre quando um trabalhador é demitido ou entra no mercado de trabalho (está a procura de emprego) e não consegue uma vaga de trabalho. É uma situação difícil para o trabalhador, pois gera problemas financeiros e, em muitos casos, problemas psicológicos (depressão, ansiedade, etc.) no trabalhador e em sua família.

Principais causas do desemprego
Baixa qualificação do trabalhador: muitas vezes há emprego para a vaga que o trabalhador está procurando, porém o mesmo não possui formação adequada para exercer aquela função;
Substituição de mão de obra por máquinas: nas últimas décadas, muitas vagas de empregos foram fechadas, pois muitas indústrias passaram a usar máquinas na linha de produção. No setor bancário, por exemplo, o uso de caixas eletrônicos e desenvolvimento do sistema bankline também gerou o fechamento de milhares de vagas;
Crise econômica: quando um país passa por uma crise econômica, o consumo de bens e serviços tende a diminuir. Muitas empresas demitem funcionários como forma de diminuir custos para enfrentar a crise.
Custo elevado (impostos e outros encargos) para as empresas contratarem com carteira assinada: este caso é típico do Brasil, pois os custos de contratação de empregados são muito elevados. Muitas empresas optam por aumentar as horas extras de seus funcionários a contratar mais mão de obra ;
Fatores Climáticos: chuvas em excesso, secas prolongadas, geadas e outros fatores climáticos podem gerar grandes perdas financeiras no campo. Muitos empresários do setor agrícola costumam demitir trabalhadores rurais para enfrentarem situações deste tipo.

Você sabia?

- Pleno Emprego ocorre quando em um país ou região todos os trabalhadores em situação de trabalho encontram-se empregados. Ou seja, o mercado de trabalho está em nível de equilíbrio. É uma situação extremamente favorável para a economia de um país.
- No ano de 2010 a taxa de desemprego no Brasil ficou em 6,7%, a menor desde o ano de 2002.

Problemas Sociais do Brasil


Embora o Brasil tenha avançado na área social nos últimos anos, ainda persistem muitos problemas que afetam a vida dos brasileiros. Abaixo listaremos uma relação dos principais problemas brasileiros na atualidade.
Desemprego 
Embora a geração de empregos tenha aumentado nos últimos anos, graças ao crescimento da economia, ainda existem milhões de brasileiros desempregados. A economia tem crescido, mas não o suficiente para gerar os empregos necessários no Brasil. A falta de uma boa formação educacional e qualificação profissional de qualidade também atrapalham a vida dos desempregados. Muitos têm optado pelo emprego informal (sem carteira registrada), fator que não é positivo, pois estes trabalhadores ficam sem a garantia dos direitos trabalhistas.

Violência e Criminalidade
A violência está crescendo a cada dia, principalmente nas grandes cidades brasileiras. Os crimes estão cada vez mais presentes no cotidiano das pessoas. Nos jornais, rádios e tvs presenciamos cenas de assaltos, crimes e agressões físicas. A falta de um rigor maior no cumprimento das leis, aliada as injustiças sociais podem, em parte, explicar a intensificação destes problemas em nosso país.

Poluição
Este problema ambiental tem afetado diretamente a saúde das pessoas em nosso país. Os rios estão sendo poluídos por lixo doméstico e industrial, trazendo doenças e afetando os ecossistemas.
O ar, principalmente nas grandes cidades, está recendo toneladas de gases poluentes, derivados da queima de combustíveis fósseis (derivados do petróleo - gasolina e diesel principalmente). Este tipo de poluição afeta diretamente a saúde das pessoas, provocando doenças respiratórias. Pessoas idosas e crianças são as principais vítimas.

Saúde
Nos dias de hoje, pessoas que possuem uma condição financeira melhor estão procurando os planos de saúde e o sistema privado, pois a saúde pública encontra-se em estado de crise aguda. Hospitais superlotados, falta de medicamentos, greves de funcionários, aparelhos quebrados, filas para atendimento, prédios mal conservados são os principais problemas encontrados em hospitais e postos de saúde da rede pública. A população mais afetada é aquela que depende deste atendimento médico, ou seja, as pessoas mais pobres.

Educação
Os dados sobre o desempenho dos alunos, principalmente da rede pública de ensino, são alarmantes. A educação pública encontra vários problemas e dificuldades: prédios mal conservados, falta de professores, poucos recursos didáticos, baixos salários, greves, violência dentro das escolas, entre outros. Este quadro é resultado do baixo índice de investimentos públicos neste setor. O resultado é a deficiente formação dos alunos brasileiros.

Desigualdade social
O Brasil é um país de grande contraste social. A distribuição de renda é desigual, sendo que uma pequena parcela da sociedade é muito rica, enquanto grande parte da população vive na pobreza e miséria. Embora a distribuição de renda tenha melhorado nos últimos anos, em função dos programas sociais, ainda vivemos num país muito injusto.

Habitação
O déficit habitacional é grande no Brasil. Existem milhões de famílias que não possuem condições habitacionais adequadas. Nas grandes e médias cidades é muito comum a presença de favelas e cortiços. Encontramos também pessoas morando nas ruas, embaixo de viadutos e pontes. Nestes locais, as pessoas possuem uma condição inadequada de vida, passando por muitas dificuldades. 

Grafico do aquecimento global


Grafico do aquecimento global
Está cada dia mais evidente as conseqüências do aquecimento global. Um inverno que mais parece verão e uma primavera invernal são “sintomas” desse problema.
O aquecimento global está ligado diretamente ao aumento de concentração de dióxido de carbono presente na atmosfera. Os gráficos indicam uma grande oscilação de temperatura que começou a subir incontrolavelmente depois do inicio do século XX, quando os veículos movidos a gasolina começaram a ser produzidos em escala.
O gráfico que coloquei acima representa a concentração de dióxido de carbono (em azul) e a variação de temperatura global (em vermelho) nos últimos 1000 anos.

Crise Financeira Mundial o que vai acontecer?


Crise Financeira Mundial
Vários pontes fortaleceram a crise econômica mundial. Tudo começou nos Estados Unidos, com a crise do “subprime” ou crise das hipotecas, vou explicar melhor, com o crescimento do mercado imobiliário, as financeiras americanas passaram a confiar demais em pessoas que não tinham bom histórico de pagamento de dívidas, nesse momento de juros baixos fez os americanos se endividarem para comprar imóveis, os bancos então decidiram transformar os empréstimos hipotecários em papéis e venderam a outras instituições financeiras, causando uma perda generalizada.
Isso junto com a queda do dólar, e sendo que os EUA tem mais importações que exportações criou a crise financeira.
Essa crise pode afetar o mundo inteiro porque os EUA são uma potência e influenciam varias economias.

A crise financeira mundial é um fator que tem chamado a atenção de muitas pessoas. Saiba que a base da economia de todos os países, ou pelo menos a maioria, está nos EUA, mas infelizmente as coisas não andaram muito bem por lá.
Aí é que entra em ação a questão do “efeito cascata”, pois os países que dependem do dinheiro dos norte americanos preferem realizar um processo de adesão das aplicações em outros tipos de serviços, como, renda fixa ou poupança ao invés de investirem na bolsa.
E é exatamente isso que é a chave de tudo, o que fez com que esse fenômeno viesse a tona e também afetasse muitas pessoas no mundo todo, inclusive até um pouco indiretamente o Brasil.

Maiores empresas do mundo


Por todo o planeta terra existem pessoas trabalhando para se tornarem alguém que tem muitas coisas na vida, existem alguns que dizem não querer se tornar um poderoso no mundo dos negócios e mesmo assim conseguem alcançar o sucesso profissional facilitando ainda mais a vida de seus funcionários e contratando mais pessoas para exercerem trabalhos diariamente. Os maiores empresários de todos os tempos considerados por estudos são os donos do Google eles que fundaram a empresa nunca imaginaram que conseguiriam ir tão longe com ela, atualmente está empresa está vinculada a muitas outras pelo mundo porque permite que blogueiros de todo o planeta exibam seus conteúdos em seus sites e assim as pessoas que clicarem em tal estarão beneficiando o site. A empresa paga muito pouco por cliques aos donos dos sites, no entanto a quantidade de cliques que acontecem podem tornar um blogueiro muito rico e ele não vai depender de mais nada a não ser cuidar de seu site para que as visitas aumentem e os ganhos aumentem cada vez mais.
A Brandz em parceria com outras empresas traz o ranking das maiores e mais valiosas empresas de todo o planeta desde 2006, quando a pesquisa começou a Google já era a líder em todos os quesitos e continua assim sem perder espaço para qualquer outra que seja. Algumas surpresas aconteceram com relação ao ano passado que algumas empresas estavam piores posicionadas e conseguiram subir na classificação, por exemplo, a Apple que conseguiu superar a Microsoft ficando com o terceiro lugar entre as principais e o banco Bradesco que ocupava a centésima posição e agora está na 98º dentre as marcas mais valiosas do planeta, aqui no Brasil no ano passado era a mais valiosa entre todas. Para você que gosta de saber da supervalorização das empresas mundiais fizemos uma lista com as dez maiores delas que estão dominantes no mercado, pode ser que haja algumas mudanças no decorrer do ano e assim uma empresa acabe ocupando o lugar da outra com melhores rendimentos, mas como tratam-se de bilhões de dólares e euros vai ser difícil disto acontecer.
1º Google
2º IBM
3º Apple
4º Microsoft
5º Coca Cola
6º Mac Donald’s
7º Marlboro
8º China Móbile
9º JE
10º VodaPhone

Fluxo migratório no Brasil caiu 37% nos últimos 15 anos.

O número de brasileiros que mudaram de Estado vem diminuindo nos últimos 15 anos, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulgados nesta sexta (15). O levantamento mostra que, entre 1995 e 2000, cerca de 5,2 milhões de pessoas mudaram o Estado de residência. Entre 2000 e 2004, o número caiu para 4,6 milhões. Os dados mais recentes indicam que entre 2004 e 2009, pouco mais de 3,2 milhões de pessoas trocaram de Estado - há um recuo de 37% na comparação entre os dados de 2000 e 2009.
A queda também é percebida na migração inter-regional. De acordo com o Censo 2000, 3,3 milhões de pessoas haviam mudado de região nos cinco anos anteriores. A Pesquisa Nacional de Amostras por Domicílio (PNAD) de 2004 já mostra uma redução para 2,8 milhões. Por fim, a PNAD de 2009 revela que pouco mais de 2 milhões de pessoas haviam escolhido uma outra região para morar.
A análise divulgada pelo IBGE não se aprofunda na investigação das causas de tais fenômenos. No entanto, constata-se a mudança no comportamento da mobilidade espacial da população. As principais correntes migratórias observadas ao longo do século 20 estão perdendo força. Enquanto isso, está se intensificando o fluxo de imigrantes para outras regiões (como Norte e Centro-Oeste), ao mesmo tempo que se observa um aumento na proporção dos imigrantes de retorno.
Na região Norte, Roraima, Amapá e Amazonas comportam-se como pólos de atração migratória. O número de imigrantes que desembarcou em Roraima entre 2000 e 2004 foi quase o dobro do número de pessoas que deixaram o Estado. Já a região Nordeste continua com alta quantidade de emigrantes, embora os números venham diminuindo pouco a pouco.



Saldo migratório por Grandes Regiões – 2000 / 2004 / 2009

 200020042009
Norte62.68563.741- 35.159
Nordeste- 764.048- 86.587- 187.869
Sudeste458.587- 215.308-12.415
Sul- 19.19534.58698.853
Centro-Oeste261.971203.568136.590
  • Fonte: IBGE, Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios 2009
  • Embora o Sudeste continue sendo o principal destino dos imigrantes, sua diferença em relação às demais regiões está caindo. Estados como o Rio de Janeiro, que por muito tempo foi área de atração migratória, e Minas Gerais, de onde muitas pessoas se mudavam, estão se aproximando de um ponto de equilíbrio nesta balança.

    No sul do país, Paraná e Rio Grande do Sul percebem um considerável fluxo de imigrantes de retorno, enquanto Santa Catarina é o Estado que mais atrai novos imigrantes – o atual saldo migratório de lá é de 80 mil imigrantes. O mesmo processo vive o Centro-Oeste, região que mais retém seus imigrantes.

    Segundo a PNAD 2009, em termos absolutos, São Paulo continua sendo o Estado que mais recebe imigrantes (535 mil), seguido de Minas Gerais (288 mil), Goiás (264 mil), Bahia e Paraná (ambos com 203 mil novos imigrantes). Por outro lado, São Paulo também é o lugar que mais gera emigrantes (588 mil), seguido de Bahia (312 mil), Minas Gerais (276 mil), Paraná (171 mil) e Rio de Janeiro (165 mil).

Estado do bem-estar social História e crise do welfare state

Estado do Bem-estar também é conhecido por sua denominação em inglês,Welfare State. Os termos servem basicamente para designar o Estado assistencial que garante padrões mínimos de educação, saúde, habitação, renda e seguridade social a todos os cidadãos.

É preciso esclarecer, no entanto, que todos estes tipos de serviços assistenciais são de caráter público e reconhecidos como direitos sociais. A partir dessa premissa, pode-se afirmar que o que distingue o Estado do Bem-estar de outros tipos de Estado assistencial não é tanto a intervenção estatal na economia e nas condições sociais com o objetivo de melhorar os padrões de qualidade de vida da população, mas o fato dos serviços prestados serem considerados direitos dos cidadãos.

Antecedentes históricos

Em diferentes épocas e períodos históricos, é possível identificar vários tipos de políticas assistenciais promovidas por inúmeros Estados. No transcurso do século 18, por exemplo, países como Áustria, Rússia, Prússia e Espanha colocaram em prática uma série de importantes políticas assistenciais. Porém, esses países desenvolveram ações desse tipo nos marcos da estrutura de poder não-democrático.

Os países citados acima ainda apresentavam uma estrutura social tradicional baseada na reconhecida divisão entre súditos e governantes. As políticas assistenciais desenvolvidas por esses países se situavam no campo da justiça material, ou seja, eram consideradas pelos súditos como dádivas ou prebendas ofertadas pelo governante. É possível traçarmos um paralelo da situação descrita acima com as políticas assistenciais criadas no âmbito do governo ditatorial de Getúlio Vargas (1930-1945), que ficou conhecido por extensos segmentos das populações pobres como o "pai dos pobres".

Origens do Estado do Bem-estar

O Estado do Bem-estar, tal como foi definido, surgiu após a Segunda Guerra Mundial. Seu desenvolvimento está intimamente relacionado ao processo de industrialização e os problemas sociais gerados a partir dele. A Grã-Bretanha foi o país que se destacou na construção do Estado de Bem-estar com a aprovação, em 1942, de uma série de providências nas áreas da saúde e escolarização. Nas décadas seguintes, outros países seguiriam essa direção.

Ocorreu também uma vertiginosa ampliação dos serviços assistenciais públicos, abarcando as áreas de renda, habitação e previdência social, entre outras. Paralelamente à prestação de serviços sociais, o Estado do Bem-estar passou a intervir fortemente na área econômica, de modo a regulamentar praticamente todas as atividades produtivas a fim de assegurar a geração de riquezas materiais junto com a diminuição das desigualdades sociais.

Capitalismo e democracia

Com base nessas considerações, é possível afirmarmos, portanto, que numa perspectiva mais ampla as origens do Estado do Bem-estar estão vinculadas à crescente tensão e conflitos sociais gerados pela economia capitalista de caráter "liberal", que propugnava a não-intervenção do Estado nas atividades produtivas.

As crises econômicas mundiais presenciadas nas primeiras décadas do século 20 (da qual a crise de 1929 é o caso mais conhecido) provaram que a economia capitalista livre de qualquer controle ou regulamentação estatal gerava profundas desigualdades sociais. Essas desigualdades provocavam tensões e conflitos, capazes de ameaçar a estabilidade política.

Direitos sociais

Os direitos sociais surgem, por sua vez, para assegurar que as desigualdades de classe social não comprometam o exercício pleno dos direitos civis e políticos. Assim, o reformismo do Estado do Bem-estar tornou possível compatibilizar capitalismo e democracia. No âmbito do Estado do Bem-estar, o conflito de classes não desapareceu, mas se institucionalizou. A extensão dos direitos políticos e o sufrágio universal possibilitaram canalizar os conflitos de classe para as instituições políticas, transformando demandas sociais em direitos.

O grau e a extensão do intervencionismo estatal na economia e a oferta de serviços sociais variou enormemente de país para país. Os países industrializados do Primeiro Mundo construíram Estados de Bem-estar mais extensos do que os países de economia socialista e os países subdesenvolvidos. Porém, entre os países de Primeiro Mundo também há variações. Certamente, o Estado de Bem-estar francês é mais extenso do que o inglês; e este último é mais extenso do que o americano.

Auge do Estado do Bem-estar

O modelo de Estado do Bem-estar que emergiu na segunda metade do século 20 na Europa Ocidental e se estendeu para outras regiões e países chegou ao auge na década de 1960. No transcurso dos anos 70, porém, esse modelo de Estado entrou em crise.

Uma tese amplamente comprovada é a correlação que existe entre o crescimento econômico e a extensão das ofertas de serviços sociais à população. Com base nessa tese, torna-se irrelevante o fato de a economia ser socialista ou capitalista e se o regime é democrático ou ditatorial, pois as estruturas do Estado de Bem-estar estão relacionadas ao grau de desenvolvimento econômico de um determinado país.

Crise

A crise do Estado de Bem-estar é um tema complexo para o qual não há consenso entre os estudiosos. Nos países industrializados ocidentais, os primeiros sinais da crise do Welfare State estão relacionados à crise fiscal provocada pela dificuldade cada vez maior de harmonizar os gastos públicos com o crescimento da economia capitalista. Nessas condições, ocorre a desunião entre "capital e trabalho". As grandes organizações e empresas capitalistas e as massas trabalhadoras já não se entendem e entram em conflito na tentativa de assegurar seus próprios interesses.

Na Grã-Bretanha, a eleição da primeira-ministra Margareth Thatcher (do Partido Conservador; que governou de 1979 a 1990) representou o marco histórico do desmonte gradual do Estado de Bem-estar inglês a partir da política de privatização das empresas públicas. Outros países adotaram a mesma política.

E o Brasil?

O Brasil nunca chegou a estruturar um Estado de Bem-estar semelhante aos dos países de Primeiro Mundo. Não obstante, o grau de intervenção estatal na economia nacional teve início na Era Vargas (1930-1945) e chegou ao auge durante o período da ditadura militar (1964-1985). Paradoxalmente, os mais beneficiados com os gastos públicos em infra-estrutura (nas áreas de telecomunicações, energia elétrica, auto-estradas etc) e construção de grandes empresas públicas foram, justamente, os empresários brasileiros e estrangeiros.

Na década de 1970, porém, setores mais influentes da classe empresarial começaram a dirigir críticas ao intervencionismo estatal. Na época, a palavra mais usada pelos empresários paulistas em sua campanha contra o intervencionismo estatal na economia era "desestatização". Quando ocorreu a transição para a democracia, os partidos políticos de esquerda e os movimentos populares acreditavam que tinha chegado o momento do Estado brasileiro saldar a imensa dívida social diante das profundas desigualdades sociais e pobreza extrema reinantes no país. Não obstante, todos estes anseios foram frustrados.

Os governos democráticos que se sucederam a partir de 1985 adotaram inúmeras políticas, chamadas de neoliberais, cujos desdobramentos mais evidentes foram as privatizações de inúmeras empresas estatais. Atualmente, o debate em torno da reforma da previdência social é o centro da política de desmonte (ou reestruturação, como preferem os políticos de direita) do Estado do Bem-estar brasileiro.

Era Lula (2003-2010)


Mas o balanço da “era Lula” tem suas tragédias. Escândalos de corrupção abalaram o primeiro mandato (2003-2006), mancharam a imagem do Partido dos Trabalhadores (PT) e contribuíram para que o Congresso seja hoje a instituição de menor credibilidade entre os brasileiros.

Na economia, o maior mérito do governo petista foi a manutenção da política dos governos anteriores. Crítico do Plano Real, Lula, ao chegar ao Planalto, deu continuidade ao programa que controlou a inflação. A medida assegurou a estabilidade econômica e possibilitou que outras questões importantes, como saúde, educação e segurança pública, fossem discutidas.

O PIB (Produto Interno Bruto), que representa a soma de todas as riquezas de um país, teve um crescimento médio anual de 4,0% nos dois mandatos. O índice é quase o dobro do registrado no período de 1981 a 2002 (2,1%). Assim, o Brasil passou de 12º lugar para 8º no ranking das maiores economias do mundo.

Neste contexto, a redistribuição de renda foi o principal destaque. Programas sociais como o Bolsa Família, a expansão do crédito e o aumento de empregos formais e do salário mínimo (que passou de R$ 200 em 2002 para R$ 510, em 2010) permitiram a ascensão de classes mais pobres.

O efeito também foi sentido no setor empresarial: a maior renda do trabalhador converteu-se em compras. A alta no consumo, por sua vez, estimulou investimentos no comércio e na indústria, inclusive em contratações, realimentando o ciclo. O resultado foi a redução em 43% do número de pobres (brasileiros com renda per capital mensal inferior a R$ 140), que caiu de 50 milhões para 29,9 milhões desde 2003.
 

Política externa

No cenário internacional, o governo petista surpreendeu – para o bem e para o mal. Quando foi chamado de “o cara” pelo presidente norte-americano Barack Obama, Lula já desfrutava do prestígio de ser uma liderança internacional. Durante seu governo, o Brasil reforçou laços políticos e comerciais, sobretudo na América do Sul, África e Ásia.

Na diplomacia, a posição do governo em relação a regimes ditatoriais como Cuba e Irã abalou a imagem do país no exterior. O próprio Lula contribuiu para isso. Primeiro, ele comparou os protestos no Irã com queixas de um time derrotado. Depois, em visita a Cuba quando da morte de um preso político em greve de fome, comparou os dissidentes a presos comuns. Foram também vergonhosas as posturas do Brasil em fóruns internacionais com respeito a área de direitos humanos, como no caso da iraniana condenada a pena de morte, e no apoio ao projeto nuclear do Irã.
 

“Mensalão”

O pior aspecto do governo Lula, contudo, foram os sucessivos escândalos políticos. Na oposição, o PT se mostrava como uma alternativa ao fisiologismo político, o corporativismo e a corrupção que reinava entre os partidos. Uma vez no poder, aderiu às mesmas práticas. O “mensalão”, em 2005, foi o divisor de águas na era Lula. O esquema envolvia o pagamento de propinas a parlamentares em troca de apoio ao governo em votações no Congresso. Na época, o presidente contava com apenas 31% de aprovação.

As denúncias derrubaram o principal ministro de Lula, José Dirceu (Casa Civil), e toda a cúpula do PT. No segundo mandato, Lula refez sua base política e “construiu” a candidata Dilma Rousseff para sucedê-lo no cargo. Atualmente, 38 envolvidos no caso respondem a processos por diversos crimes.

Na seqüência, houve a Operação Sanguessuga da Polícia Federal, que expôs políticos que desviavam verbas públicas destinadas à compra de ambulâncias. Ás vésperas das eleições de 2006, outra “bomba”: um grupo de petistas, chamados pelo próprio presidente de “aloprados”, foi flagrado tentando comprar um falso dossiê contra o candidato tucano José Serra.

No segundo mandato ocorreram novos escândalos, como o caso dos cartões corporativos – funcionários do Planalto que faziam uso irregular de cartões de crédito oficiais – e um suposto esquema de tráfico de influência envolvendo a família da ex-ministra da Casa Civil, Erenice Guerra.
 

Saldo

Em oito anos no governo, Lula se consolidou como um fenômeno político graças ao seu apelo junto às camadas mais pobres da população. Porém, sua sucessora na Presidência vai herdar problemas que, se não forem resolvidos, podem comprometer o progresso do país.

Na Educação, 14 milhões de brasileiros com idade acima de 15 anos são analfabetos. Na Saúde, faltam leitos hospitalares, médicos e o país enfrenta uma epidemia de dengue que contaminou, somente este ano, quase 1 milhão de pessoas. Em pleno século 21, 56% dos domicílios não possuem rede de esgoto, e a infraestrutura deficitária (estradas, ferrovias, portos e aeroportos) ainda é um entrave para o desenvolvimento.

Lula também deixou de fazer reformas importantes, como a da previdência, a agrária e a tributária. O legado contabiliza ainda um Estado mais caro em razão de contratações feitas para atender interesses políticos e partidários. Em resumo, Lula continuou o projeto de um país socialmente mais justo e de moeda estável. Mas, ao mesmo tempo, manteve o que há de pior na política brasileira.

Retrospectiva 2010: Relembre os principais fatos que marcaram o ano


O ano de 2010 trouxe algumas novidades surpreendentes, além velhos conhecidos – tragédias naturais, aquecimento global, tráfico de drogas e violações dos direitos humanos. O certo é que o modo como a história foi escrita, neste ano, irá influenciar nossas vidas nos próximos.

No Brasil, a política foi o grande destaque em 2010. Depois de oito anos, a "era Lula" termina com a eleição de Dilma Rousseff. Inexperiente nas urnas, a ex-ministra da Casa Civil chegou ao Palácio do Planalto amparada pela popularidade recorde do presidente Lula.

Nem mesmo os sucessivos escândalos de corrupção envolvendo o PT abalaram a confiança dos eleitores. A vitória da petista foi um reflexo da estabilidade econômica do país e dos avanços na área social. Em 2011, ela terá que governar com autonomia para resolver problemas deixados pela gestão anterior, sobretudo nas áreas de educação, saúde e infraestrutura.

Para boa parte dos brasileiros, contudo, o ano será lembrado pelo fiasco da seleção brasileira na Copa do Mundo na África do Sul. A teimosia do técnico Dunga custou uma derrota nas quartas de final para o futebol holandês, adiando os sonhos do hexacampeonato para a Copa no Brasil, em 2014.

Fora dos campos, a população teve preocupações bem mais sérias. As chuvas provocaram enchentes e deslizamentos de terras que mataram dezenas de pessoas no Estado do Rio de Janeiro, nos meses de janeiro e abril.
 

Tráfico

A violência no Rio foi notícia, mais uma vez, na imprensa internacional. Primeiro em julho, com a prisão do goleiro Bruno, astro do Flamengo envolvido na morte da ex-amante Eliza Samúdio.

Depois, entre os dias 25 e 28 de novembro, com a retomada de áreas controladas por facções criminosas no Complexo do Alemão. Agora, o governo tem pela frente o desafio de manter a segurança nos morros, rompendo uma tradição de décadas de descaso político.

A Justiça também foi elogiada pela rápida resposta no caso da morte da menina Isabella Nardoni, 5 anos, ocorrida em março de 2008. O casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá foi condenado em 27 de março por um júri popular, num dos julgamentos mais esperados de 2010.
 

EUA x China

Nos Estados Unidos, este será provavelmente um ano que o presidente Obama gostaria de esquecer. No meio do mandato, restava pouco da vitória triunfante do primeiro negro na Casa Branca. Os pacotes de estímulo à economia não surtiram efeito e ele ainda perdeu a maioria democrata na Câmara dos Deputados, nas eleições legislativas de novembro.

Porém, uma promessa de campanha foi cumprida: os Estados Unidos começaram a retirar as tropas de combate do Iraque. A guerra, que já dura sete anos, deixou mais de 4 mil soldados mortos e custou bilhões de dólares aos cofres públicos.

Já no final do ano, o ex-hacker Julian Assange roubou a cena, divulgando em seu site, o Wikileaks, 250 mil documentos secretos da diplomacia norte-americana e causando a maior “saia justa” em Washington.

A China, que neste ano ultrapassou o Japão e se tornou a segunda maior economia mundial, foi outra oponente de peso ao Império Americano. Os conflitos ocorreram no campo das finanças, com a “guerra fiscal”, e no ciberespaço, com o ataque de hackers.

Para Pequim, a posição de destaque no mercado veio acompanhada de cobranças em política, meio ambiente e direitos humanos. O recado mais contundente foi a indicação do Prêmio Nobel da Paz para o dissidente Liu Xiaobo. Preso, ele não pode receber a condecoração no dia 10 de dezembro. Foi representado por uma cadeira vazia.

As críticas também foram duras contra o Irã. O governo de Mahmoud Ahmadinejad teve que voltara trás e adiar a condenação da iraniana Sakineh Mohammadie Ashtiani, que seria apedrejada até morte por crime de adultério.
 

Haiti

2010 ainda emocionou o mundo por duas tragédias na América Latina. Em 12 de janeiro, um dos terremotos mais violentos da história devastou a capital do Haiti, Porto Príncipe, matando 230 mil pessoas. Na sequência, uma epidemia de cólera se espalhou pelo país mais pobre do continente, que não conseguiu se reerguer dos escombros.

Já a segunda tragédia deve um final feliz. O resgate de 33 mineiros presos em uma mina no Chile, em 13 de outubro, foi acompanhado por meios de comunicação de todo o mundo. Eles ficaram 60 dias soterrados a 700 metros de profundidade e se tornaram celebridades internacionais. Para o bem ou para o mal, foi um ano inesquecível

Tragédia no Rio: O maior desastre natural do país


A tragédia foi causada por um fenômeno raro que combina fortes chuvas com condições geológicas específicas da região. Porém, ela foi agravada pela ocupação irregular do solo e a falta de infraestrutura adequada para enfrentar o problema, que se repete todos os anos no país.

O número de vítimas superou o registrado em Caraguatatuba, em 1967. Na época, tempestades e deslizamento de terra mataram 436 pessoas na cidade do litoral norte de São Paulo. Nesse mesmo ano, uma enchente deixou 785 mortos no Rio.

Na madrugada do último dia 12 de janeiro, uma enxurrada de toneladas de lama, pedras, árvores e detritos desceu a montanha arrastando tudo pelo caminho. Os rios se encheram rapidamente, inundando as cidades.

A destruição foi maior nas cidades Nova Friburgo e Teresópolis, que contabilizam o maior número de mortos. Essas cidades turísticas recebem visitantes na temporada, que aproveitam o clima ameno da serra.

Ruas foram cobertas por um mar de lama, com corpos espalhados, casas destruídas e carros empilhados. A queda de pontes em rodovias deixou cidades isoladas, e os moradores ficaram sem luz, água e telefone.

Em Nova Friburgo, o rio subiu mais de cinco metros de altura e a enchente derrubou casas. Em Teresópolis, o cenário era devastador. Condomínios, chácaras, pousadas e hotéis de luxo foram arrasados pelas avalanches de terra.

A estrutura de atendimento às vítimas entrou em colapso. O IML (Instituto Médico Legal) e os cemitérios ficaram lotados. Parentes das vítimas tiveram que fazer enterros às pressas em covas rasas.

Uma das imagens mais impressionantes foi a de uma mulher sendo salva da inundação. Ela foi içada por uma corda do alto de um prédio, enquanto o cachorro que trazia nos braços era arrastado pela enxurrada.
 

Causas

O ar quente e úmido vindo da Amazônia gerou nuvens carregadas no Sudeste. Na região serrana do Rio, as montanhas formaram uma espécie de barreira que impediu a passagem de nuvens e concentrou a chuva numa única área.

Somente em Nova Friburgo, onde a chuva foi mais intensa, em 12 dias o volume foi 84% a mais do que o previsto para todo mês de janeiro.

A água da chuva foi responsável por dois fenômenos distintos. Primeiro, a cheias nas nascentes dos rios, no alto das montanhas, que causou as enchentes. O sistema de drenagem dos municípios era obsoleto e não conseguiu escoar as águas.

E, mais grave, os deslizamentos. O solo das encostas é constituído por uma camada fina de terra e vegetação sobe a rocha. Quando fica encharcado, se descola da montanha, descendo feito uma avalanche. A grande inclinação das montanhas fez com que o deslizamento atingisse até 150 quilômetros por hora, aumentando a potência de destruição.

Boa parte das mortes, contudo, poderia ter sido evitada com políticas públicas. Durante décadas, os governos foram omissos – quando não estimularam – os loteamentos em áreas de risco permanente. Na rota da lama que desceu das encostas havia dezenas de imóveis, desde favelas até hotéis e casas de alto padrão.
 

Aquecimento global

O aquecimento global está por trás das mudanças climáticas que explicam os contrastes de seca e enchentes em várias partes do mundo. No Brasil, os prejuízos financeiros e as mortes se acumulam a cada verão.

No ano passado, 283 pessoas morreram no Estado do Rio entre os meses de janeiro e abril. As catástrofes aconteceram em Angra dos Reis, Niterói (Morro do Bumba), na capital e em outras cidades. Em São Paulo, a chuva destruiu a cidade histórica de São Luiz do Paraitinga. Em 2008, houve 135 mortes em Santa Catarina.

Compete aos governos municipais regulamentar e fiscalizar o uso do solo. O objetivo é impedir a construção de moradias nas encostas e zonas de risco. Já os governos estadual e federal precisam investir em programas preventivos e encontrar soluções menos burocráticas para garantir que os recursos cheguem até as cidades.

Um exemplo foi a liberação imediata de R$ 780 milhões da União para ajudar na reconstrução dos municípios afetados pelas chuvas deste mês. A verba foi liberada por meio de uma medida provisória assinada pela presidente Dilma Rousseff. O valor gasto com a recuperação, todavia, é superior ao que seria gasto com prevenção. Sem falar nas vidas perdidas.

Retrospectiva da década: Atentados terroristas retrataram começo de século


Os ataques às torres gêmeas do World Trade Center em Nova York, em 2001, compuseram a imagem mais emblemática da primeira década do século 21. Os atentados deram início a uma década de guerras contra o terrorismo. Os primeiros dez anos do século também trouxeram uma das piores crises econômicas da história, os efeitos do aquecimento global e a expansão do acesso a novas tecnologias.

Para o historiador Eric Hobsbawm, dois acontecimentos definiram o começo e o fim do século passado. O século 20 teria iniciado com a Primeira Guerra Mundial, em 1914, e terminado com a queda dos regimes comunistas no Leste Europeu.

Poderíamos dizer, do mesmo modo, que o atual foi inaugurado com os ataques aos Estados Unidos em 11 de setembro de 2001. O presidente George W. Bush, recém empossado, respondeu a eles dando início a duas guerras no Afeganistão e no Iraque.

O Afeganistão foi invadido para obrigar o país muçulmano a entregar Osama Bin Laden, líder da rede Al Qaeda. Responsabilizado pelos atentados aos Estados Unidos, o terrorista até hoje não foi capturado. No Iraque, a justificativa para a deposição do ditador Sadam Hussein foi a existência de armas de destruição em massa, que nunca foram encontradas.

A partir de então, o medo de novos ataques terroristas se espalhou pelo mundo. Em 2004, dois atentados mataram centenas de pessoas no metrô de Madri, na Espanha, e na cidade de Beslan, na Rússia. Em julho do ano seguinte, explosões vitimaram 52 pessoas em Londres, no Reino Unido. O pânico levou a polícia londrina a executar o brasileiro Jean Charles de Meneses, confundido com um terrorista no metrô.

Economia

Outro grande acontecimento da década foi a crise econômica internacional, a pior desde 1929. O marco foi a falência do banco americano Lehman Brothers, em 15 de setembro 2008. Os efeitos da crise incluíram um longo período de recessão em países europeus e, indiretamente, a eleição de Barack Obama, o primeiro negro a ocupar o cargo em Washington.

Em meio ao caos no mercado financeiro, a China ultrapassou o Japão e se tornou a segunda maior potência econômica do planeta. Ao mesmo tempo, o regime comunista de Pequim virou alvo de críticas por violações dos direitos civis e degradação do meio ambiente.

Junto com a economia, o aquecimento global foi o assunto que mais reuniu líderes mundiais na década. Em fevereiro de 2007, um relatório da ONU (Organização das Nações Unidas) culpou a ação humana pelas mudanças climáticas. Os efeitos, porém, já eram sentidos em todo o planeta: ondas de calor na Europa, enchentes no Sudeste Asiático e furacões na América. Houve ainda outras catástrofes naturais graves que devem ser mencionadas como os terremotos que devastaram o Chile e o Haiti em 2010.

Os cientistas ainda anunciaram o sequenciamento do genoma humano (2001), abrindo caminho para cura de doenças, e a primeira pandemia do século (2009), a gripe suína. Na área de tecnologia, o crescimento da internet, o surgimento das redes sociais e a sofisticação dos aparelhos celulares e computadores transformaram as relações humanas.

Brasil

No Brasil, a década começou com a chegada do primeiro sindicalista à Presidência. Se, como disse Maquiavel, a manutenção do poder se faz equilibrando virtudes naturais do governante (virtú) e a própria sorte (fortuna), pode-se dizer que Luiz Inácio Lula da Silva teve ambas.

Eleito em 2002, conseguiu dois feitos notáveis: manteve a economia nos eixos e melhorou a distribuição de renda. Além disso, o petista sobreviveu a escândalos políticos como o “mensalão”, em 2005, e tirou proveito da descoberta de reservas de pré-sal e da escolha do país para sediar a Copa de 2014 e das Olimpíadas em 2016.

Mesmo assim, o Brasil atravessou a década com problemas antigos, de infraestrutura, saneamento, educação e saúde. Alguns deles até piores, como a violência urbana. Numa versão nacional do terrorismo, as duas maiores metrópoles do país foram vítimas de ondas de ataques do crime organizado: São Paulo, em 2006, e Rio de Janeiro, em 2010.

Pela TV, os brasileiros acompanharam “novelas reais” como o sequestro de Sílvio Santos, as mortes do prefeito de Santo André, Celso Daniel, e do repórter da TV Globo Tim Lopes, e os julgamentos de Suzane von Richthofen e do casal Nardoni.

Houve também as tragédias aéreas. A colisão de um avião da Gol com um jato da Embraer matou 155 pessoas (2006), e a queda de um Airbus da TAM ao lado do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, deixou 199 mortos (2007).

Os dez primeiros anos do século 21 terminaram no país com a eleição de Dilma Rousseff, a primeira mulher na Presidência da República.

O caos volta ao Líbano


Com a assinatura da resolução 1.701, o Conselho de Segurança da ONU determinou o encerramento do conflito entre Israel e Líbano. A resolução autoriza o envio de uma Força Interina das Nações Unidas de 15 mil homens para ajudar o Exército libanês a controlar a região sul do país. Foram mais de 30 dias de intensos combates entre o Exército israelense e a milícia xiita do Hizbollah, que deixaram, além de um saldo de mais de mil mortos, um rastro de destruição.

Esta não é a primeira vez que o Líbano tem pela frente o desafio da reconstrução. Estado confessional, o Líbano fraciona, desde o Pacto Nacional de 1943, seu poder político entre as diversas correntes religiosas. O presidente deve ser cristão maronita; o primeiro-ministro, muçulmano sunita; e o presidente do Parlamento, muçulmano xiita. Com a fundação do Estado de Israel, em 1948, o Líbano passou a abrigar um grande número de palestinos refugiados da Guerra da Independência (1948-1949). Essa presença palestina resultou no aumento da pressão muçulmana sobre a comunidade cristã por uma revisão no Pacto de 43 e precipitou o início da guerra civil em 1975. Foram 15 anos de conflito e aniquilamento encerrados com o Acordo de Taif, em 1989, que dividiu o poder entre muçulmanos e cristãos. Nos anos 90, iniciou-se o processo de reconstrução. 
Nessa ocasião, o minúsculo território libanês estava ocupado militarmente pela Síria no norte, pelo Exército de Israel no sul e por uma legião de palestinos. Além disso, havia a presença de algumas milícias armadas, como o Hizbollah. Com a retirada de Israel da "zona de segurança" (2000), e do Exército sírio (2005), o governo libanês do presidente Émile Lahoud gradativamente colocava a casa em ordem. O desafio maior, que era convencer o Hizbollah a deixar as armas e trilhar o caminho da política, começava a ser vencido com a representação no Parlamento. No entanto, a estratégia escolhida pelas autoridades de Beirute não contou com o aval do eixo Tel Aviv-Washington, que acusava o Líbano de ser condescendente com os xiitas do Hizbollah.Divergências insolúveis resultaram no conflito ao qual assistimos e que impuseram ao Líbano um penoso retrocesso. Condoleezza Rice, dos EUA, declarou que o resultado dessa guerra seria o nascimento de "um novo Oriente Médio". Talvez a secretária de Estado tenha razão: um "novo" Oriente Médio, mergulhado em ódio, mais radical e muito mais refratário ao diálogo e à paz.

Problemas ambientais

Os problemas ambientais são consequência direta da intervenção humana nos diferentes ecossistemas da Terra, causando desequilíbrios no meio ambiente e comprometendo a qualidade de vida. A seguir, veremos os principais problemas que ocorrem na atualidade:
Chuva ácida
chuva ácida é provocada pela produção de gases lançados na atmosfera. Há agentes naturais que fazem isso, como, por exemplo, os vulcões. A atividade humana, contudo, é a principal causadora do fenômeno. Indústrias, usinas termoelétricas e veículos de transporte (que utilizam combustíveis fósseis) produzem subprodutos que se agregam ao oxigênio da atmosfera e que, ao serem dissolvidos na chuva, caem no solo sob a forma de chuva ácida.
Devemos lembrar, contudo, que os poluentes, carregados pelos ventos, podem viajar milhares de quilômetros, provocando chuvas ácidas em locais muito distantes das fontes poluidoras.
A chuva ácida, ao atingir o solo, empobrece a vegetação natural e as plantações. Também afeta a fauna e a flora de rios e lagoas, prejudicando a pesca.
Algumas medidas podem atenuar a formação de chuva ácida: economia de energia, uso de transporte coletivo, criação e uso de fontes de energia menos poluentes, utilização de combustíveis com baixo teor de enxofre, etc.

Desmatamento
desmatamento é uma das intervenções humanas que mais prejudicam o planeta. Pode causar sérios danos ao clima, à biodiversidade e às pessoas. Desmatar prejudica os ecossistemas e leva à extinção de centenas de espécies.
Árvores são grandes absorvedoras de dióxido de carbono, um dos gases causadores do efeito estufa (ver abaixo). Portanto, quando o homem derruba florestas, também intensifica o problema do aquecimento global (ver abaixo).
Dentre outras consequências, o desmatamento provoca degradação do solo, aumento da desertificação e erosões, muitas vezes comprometendo os sistemas hidrográficos.
As políticas de reflorestamento, muito comentadas nos dias atuais, são apenas soluções parciais, pois, ainda que ajudem a conter o aquecimento global, dificilmente conseguirão recuperar a biodiversidade das regiões afetadas.

Efeito estufa

efeito estufa é um mecanismo atmosférico natural que mantém o planeta aquecido nos limites de temperatura necessários à preservação da vida. Se não houvesse a proteção do efeito estufa, os raios solares que aquecem o planeta seriam refletidos para o espaço e a Terra apresentaria temperaturas médias abaixo de -10oC.
O efeito estufa ocorre quando uma parte da radiação solar refletida pela superfície terrestre é absorvida por determinados gases presentes na atmosfera, entre os quais o gás carbônico ou dióxido de carbono (CO2), o metano (CH4) e o óxido nitroso (N2O).
Ocorre que, com a queima de florestas e a exagerada utilização de combustíveis fósseis, grandes quantidades de CO2 têm sido lançadas na atmosfera. A emissão desenfreada desse e de outros gases acentua o efeito estufa, a ponto de não permitir que a radiação solar, depois de refletida na Terra, volte para o espaço. Isso bloqueia o calor, aumentando a temperatura do planeta e provocando o aquecimento global (ver abaixo).
Para se discutir o problema e encontrar soluções, várias reuniões internacionais têm sido realizadas. O principal documento aprovado até agora é o Protocolo de Kyoto, assinado em 1997, que estabelece metas de redução dos gases para diferentes países.


Aquecimento global 



Trata-se do aumento da temperatura média da superfície terrestre. Alguns cientistas acreditam que, em breve, as temperaturas médias poderão estar entre 1,4oC e 5,8oC mais altas, quando comparadas às temperaturas de 1990. 




Segundo alguns pesquisadores, o aquecimento global ocorre em função do aumento da emissão de gases poluentes, principalmente os derivados da queima de combustíveis fósseis. Esses gases (ozônio, dióxido de carbono, metano, óxido nitroso e monóxido de carbono) formam uma camada de poluentes de difícil dispersão, provocando o efeito estufa.



Entre as principais consequências do aquecimento global, os cientistas apontam:



a) aumento do nível dos oceanos, provocado pelo derretimento das calotas polares, o que pode provocar, no futuro, a submersão de cidades litorâneas;



b) desertificação: o aumento da temperatura somado ao desmatamento provoca a morte de várias espécies animais e vegetais, desequilibrando os ecossistemas e, muitas vezes, criando desertos;



c) ampliação do número de furacões, tufões e ciclones (a maior evaporação das águas dos oceanos potencializa esses fenômenos); e



d) surgimento de violentas ondas de calor, o que pode provocar a morte de idosos, crianças e várias espécies de animais.

Buraco na camada de ozônio
O gás ozônio envolve a Terra na forma de uma frágil camada que protege a vida da ação dos raios ultravioleta (emitidos pelo Sol). Os raios ultravioleta causam mutações nos seres vivos, modificando as moléculas de DNA. Em seres humanos, o excesso de ultravioleta pode causar câncer de pele e afetar o sistema imunológico.
Nos últimos anos, contudo, cientistas detectaram um "buraco" na camada de ozônio, exatamente sobre a Antártida, o que deixa sem proteção uma área de cerca de 30 milhões de km2.
Pesquisadores acreditam que o gás clorofluorcarbono (CFC) é o principal responsável pela destruição da camada de ozônio. Esse gás é utilizado em aparelhos de refrigeração, sprays e na produção de materiais como, por exemplo, o isopor. Ao chegar à atmosfera, o CFC entra em contato com grande quantidade de raios ultravioleta, que quebram as moléculas de CFC e liberam cloro. Este, por sua vez, rompe as moléculas de ozônio (O3), formando monóxido de cloro (ClO) e oxigênio (O2). Ocorre que esses dois gases não são eficientes para proteger a Terra dos raios ultravioleta.
Em 1985, vários países assinaram a Convenção de Viena - e, dois anos depois, o Protocolo de Montreal -, se comprometendo a diminuir a produção de CFC. 

Paisagem brasileira é heterogênea

Uma maneira interessante e rápida de os vestibulandos revisarem as principais características das grandes paisagens naturais do Brasil é estudar a partir dos domínios morfoclimáticos.

Esses domínios correspondem a áreas com relativa homogeneidade no quadro natural composto pelo relevo, pelo clima, pela vegetação e pela hidrografia. É muito importante observar que as paisagens não são homogêneas, podendo ocorrer, por exemplo, mais de uma vegetação em um mesmo tipo de relevo. Ainda assim, é possível fazer uma síntese do quadro natural do país em seis grandes domínios.

As perguntas de vestibulares costumam questionar também o modo como essas áreas foram e são transformadas pela ação antrópica (do homem).

Vamos revisar os domínios brasileiros e tratar um pouco da localização original de cada um deles.

O domínio do cerrado ocorre principalmente na região Centro-Oeste, no entanto está presente também nas regiões Norte, Nordeste e Sudeste, em suas porções limítrofes com o Brasil central.

Na região Norte, prevalece o domínio amazônico, que também está presente no Centro-Oeste (no norte de Mato Grosso) e no Nordeste (no oeste do Estado do Maranhão).

O domínio das caatingas, que é relativo ao sertão nordestino, também aparece do norte de Minas Gerais, no Sudeste.

O domínio das araucárias está presente predominantemente nas partes mais altas da região Sul.

O domínio dos mares de morros é a característica da porção mais próxima ao litoral do país e se interioriza um pouco mais na região Sudeste.

Na porção meridional do Estado do Rio Grande do Sul, está a maior ocorrência do domínio das pradarias no país

Nem sempre o Sol nasce no Leste


O fato de a maior parte da população brasileira morar em centros urbanos contribui para um maior distanciamento da natureza e, conseqüentemente, diminui a possibilidade de observação e de compreensão de muitos fenômenos naturais.
Por exemplo, quantas vezes no ultimo mês nós paramos para observar o nascer e o ocaso ou pôr-do-sol? Mesmo que quiséssemos, provavelmente as construções urbanas impediriam a visão.
Vários alunos ficam espantados quando falamos durante as aulas que o Sol, durante quase todos os dias do ano, não nasce no leste nem se põe no oeste. Certamente observaram o fenômeno com muito pouca atenção.
É que desde pequenos ouvimos que o Sol nasce no leste e se põe no oeste. Nos livros, existem até aqueles desenhos em que um homenzinho com os braços totalmente abertos, em forma de cruz, nos ensina a colocar o direito na direção do nascer do Sol, o "leste", para deduzirmos que o norte fica à nossa frente, o sul nas costas e o oeste na direção do braço esquerdo, oposta ao leste.
O detalhe é que a aplicação desse método, como nos é apresentado pelo desenho tradicional, raramente funciona.
Quando observamos o pôr-do-sol, diariamente, ao longo de um ano, notamos que, em certa época, o fenômeno ocorre no horizonte mais à nossa esquerda e, em outra, mais à direita. O mesmo observamos quando acompanhamos o nascimento do Sol no mesmo período. Portanto, se a posição está mudando, o Sol não pode estar nascendo sempre no leste e se pondo sempre no oeste, afinal de contas, o leste e o oeste, para uma mesma localidade, não mudam de posição.