Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

COLAPSO DO SOCIALISMO

A URSS, ao manter um conjunto de países à sua órbita e juntá-los num bloco comum, estabeleceu as bases de defesa do mundo socialista (por meio do Pacto de Varsóvia) e definiu os princípios das relações econômicas. Conseguiu prolongar o ciclo de crescimento econômico que já se mostrava vigoroso desde a década de 30. Em 1949 foi criado, sob a liderança soviética, o Comecom (Conselho de Assistência Econômica Mútua), que definiu as regras do comércio internacional no conjunto dos países socialistas. Boa parte das decisões no interior desse organismo, como preço e cotas das mercadorias comercializadas, privilegiou a URSS.
A influência que os soviéticos conquistaram no Leste europeu ampliou suas possibilidades de crescimento. A garantia de defesa, fornecida aos governos que se alinharam em torno de URSS, teve o seu custo monetário, cujos valores eram destinados à manutenção das tropas soviéticas e ao desenvolvimento da indústria de armamentos, vital no tempo da Guerra Fria. Nesse contexto, a indústria de base fundamental à produção de armas, manteve-se norteadora do modelo industrial, como sempre o fora, desde o primeiro plano implantado em 1928.
No entanto, no final da década de 60, os automóveis, os eletroeletrônicos, os computadores e outros bens de consumo duráveis, além de máquinas e equipamentos industriais tecnologicamente avançados, passaram a serem os setores mais importantes na produção industrial e no comércio internacional.
O modelo unilateral do industrialismo soviético, apoiado pelo tripé: indústrias de base, de armas e aeroespacial, não acompanhou o mesmo ritmo de desenvolvimento tecnológico de outros setores nos países de economia capitalista avançada. É evidente que o avanço tecnológico das indústrias aeroespacial e bélica foi significativo-, porém não colocava produtos nas prateleiras para a população. A URSS vivia um paradoxo de lançar no espaço o primeiro satélite artificial (Sputinik), fabricar satélites espiões, fabricar mísseis de alta precisão, ao mesmo tempo em que não desenvolvia uma indústria automobilística com tecnologia própria, não fabricava uma
televisão com uma boa sintonia de canais e até mesmo uma simples enceradeira que funcionasse perfeitamente.
O modelo de economia estatal e planificada apresentava limitações na sua própria essência. O socialismo, ao transferir todos os meios de produção para a gerência do Estado, não estimulou o desenvolvimento técnico dos setores que considerava secundários. O Estado definia no plano o que seria produzido pelas empresas, quais comprariam o produto e em que quantidade, e estabelecia o preço. Obrigadas a cumprir as metas de produção e de produtividade traçadas pelos planejadores estatais, as empresas compravam de um único fornecedor as mercadorias ou matérias-primas, independente de sua qualidade. Na agricultura, tratores e máquinas agrícolas que não raramente saiam das fábricas com problemas de funcionamento tinham de ser desmontados e consertados pelos próprios agricultores.
O planejamento estatal não promoveu a melhoria de qualidade dos produtos que não considerava estratégicos e muitos dos produtos, cuja produção era por ele determinada, não atendiam às necessidades da população. O plano, ao se autodesignar ciência. viu-se totalmente deslocado dos problemas e das ansiedades da sociedade real. Calculava-se tudo, da quantidade de carros funerários e sepulturas ao número de romances que poderiam ser produzidos.
Em alguns momentos, os próprios planejadores descobriram que a "racionalidade" resultava em total desperdício. Descobriu-se, por exemplo, que cargas inteiras de trem viajavam milhares de quilômetros inutilmente, apenas porque o plano estabelecia, às ferrovias, as quantidades de mercadorias que deveriam ser transportadas e a quilometragem do deslocamento.
A ilusão da cientificidade do plano gerou uma economia confusa. O planejamento que deveria ser colocado em prática, em beneficio do plano.
MUDANÇAS NO LESTE EUROPEU
A partir de 1985, o governo Gorbatchev promoveu uma alteração radical na estrutura da sociedade soviética. Implantou a perestroika, uma reformulação da economia que tinha como princípio a reorganização de todo o sistema de produção e de propriedade, além da introdução de mecanismos de mercado. Para vencer a resistência da cúpula do Partido Comunista, as reformas dependiam de um amplo apoio popular que as legitimasse. Para tanto, foi imprescindível a implantação da glasnost, conjunto de reformas democráticas que permitiram a liberdade de expressão e de manifestação contida por mais de um século pelo regime socialista e pela ditadura czarista que o antecedeu. A política de austeridade e de redução dos gastos públicos fez com que Gorbatchev promovesse junto ao governo dos Estados Unidos, uma série de acordos de desarmamento, com o objetivo de frear a corrida armamentista.
Os efeitos das transformações na URSS, no final da década de 80, atingiram todo o Leste europeu, provocando a queda dos governos socialista, a democratização das instituições e o estabelecimento de eleições livres e diretas. Envolvido com os problemas internos da sociedade soviética, com a necessidade implantação de uma política dirigida a transformações radicais, e lutando com a oposição da ala mais conservadora do Partido Comunista, Gorbatchev sinalizou que a URSS não mais interferiria na política do Leste europeu e entregou à região a resolução de seu próprio destino.
O desmoronamento da economia socialista teve efeitos profundos no mapa da Europa. Em 1989 a Hungria retirou a cerca de arame farpado que havia em sua fronteira com a Áustria. Os húngaros deram os passos iniciais, no Leste europeu, em direção à privatização e à economia de mercado.
AS NOVAS FRONTEIRAS
O ano de 1991 marcou o fim da URSS. As 15 repúblicas socialistas que a constituíam transformaram-se em 15 nações independentes. Doze delas associaram-se a uma entidade supranacional mais ampla, a CEI (Comunidade dos Estados Independentes) cujo limite de atuação e de integração entre os países, até hoje, não ficou bem definido. Letônia, Estônia e Lituânia reconquistaram sua independência e não aderiram à CEI. Com o desmembramento da Tcheco-eslováquia, surgiram a República Tcheca e a Eslováquia.
A Iugoslávia foi totalmente esfacelada e a situação dos novos países ainda está indefinida. Formada por várias nacionalidades e culturas distintas, a região da península Balcânica sempre foi objeto de disputas. A sua ocupação pelo Império Turco-otomano no foral do século XV foi contestada pela Áustria e por Veneza. No final do século XIX, a maior parte do território iugoslavo caiu sob o Império Austro-húngaro ,Bósnia-Herzegovina, Voivodina, Eslovênia e Croácia), enquanto a Sérvia e Montenegro conquistaram autonomia com a expulsão dos turcos da península Balcânica. No início do século XX, a Sérvia incorporou ao seu território duas outras províncias balcânicas Kosovo e Macedônia.
A NOVA ORDEM MUNDIAL
Desde a queda do Muro de Berlim, em novembro de 1989, um dos assuntos mais discutidos, na imprensa e nos círculos acadêmicos, é a emergência 3e uma nova ordem mundial. O que acontece nessa tão Falada nova ordem? Quando ela se definiu e o que traz realmente de novo?
A nova ordem internacional apresenta basicamente duas facetas, uma geopolítica e outra econômica. Na geopolítica e outra econômica. Na geopolítica, a grande mudança foi o fim da Guerra Fria e, conseqüentemente, da bipolarização de poder entre is duas superpotências, Estados Unidos e União Soviética e dos blocos militares rivais por elas comandados. Com isso, abriu-se espaço para um mundo multipolar onde as potências se impõem mais por seu poder econômico do que bélico. Na economia, grande fato ovo é o aprofundamento do processo de globalização e a formação de blocos econômicos supranacionais.
A NOVA ORDEM MULTIPOLAR
Durante a Guerra Fria, num mundo bipolar, o poder estava assentado na capacidade militar das duas superpotências. Hoje, no mundo multipolar pós-Guerra Fria, o poder é medido pela capacidade econômica: disponibilidade de capitais, avanço tecnológico, qualificação da mão-de-obra, nível de produtividade e Índices de competitividade. Esses são os novos padrões de poder e influência no mundo, que explicam à emergência do Japão e da Alemanha (principalmente após a reunificação) a posição de grandes potências e, to mesmo tempo a decadência da Rússia. Embora seja i herdeira principal do poderoso arsenal nuclear soviético, o parque industrial russo é, em geral, obsoleto e pouco produtivo, e o país encontra-se mergulhado em profunda crise social, política e econômica.
A China tem luz própria: possui a maior população do planeta e, portanto, um gigantesco mercado consumidor potencial, além de numerosa mão-de-obra, muito barata, oferece facilidades para atração de capitais estrangeiros. Por isso é a economia que mais cresce no mundo atualmente, mas também enfrenta sérios problemas internos particularmente no plano político.
Assim, de longe, os países mais poderosos do mundo hoje são os Estados Unidos, o Japão e a Alemanha - a Tríade -, em torno dos quais vários outros países ainda devem orbitar por muito tempo.
Outro importante aspecto da nova ordem mundial é o aprofundamento da tendência de globalização em suas várias facetas tanto em âmbito mundial quanto regional, com o fortalecimento dos blocos econômicos supranacionais.

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