Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

segunda-feira, 24 de agosto de 2015

Energia no mundo atual, Fontes alternativas e Energia no Brasil.

2. Introdução:
Neste conteúdo falaremos sobre a questão da energia elétrica no mundo atual, dentro deste tema os assuntos abordados serão consumo energético e seus desafios, energia e desenvolvimento, petróleo, gás natural, carvão mineral, energia nuclear e hidrelétrica.

2.1- Consumo de energia e seus desafios.
O grau de desenvolvimento econômico de um país tem relação direta com o consumo de energia. Até a primeira metade do século XX, existia muita energia disponível, o petróleo era uma fonte barata e não havia a consciência coletiva sobre os impactos ambientais decorrentes da sua utilização em grande escala.
A elevação do numero de automóveis em circulação, aspecto marcante das sociedades que se industrializam, também levou à queima de maior volume de combustíveis fosseis. Assim, nas ultimas décadas, a disponibilidade de energia no planeta alterou-se consideravelmente, e a questão ambiental passou a ser um tema relevante.
Os combustíveis fósseis representam cerca de 80% da matriz energética mundial. A substituição de fontes de energia não renováveis, como os combustíveis fósseis, por outras renováveis e que não emitam gases estufa é essencial ao combate dos efeitos degradantes e nocivos  do aquecimento global. A ampliação dos recursos energéticos é um dos principais desafios das sociedades contemporâneas

2.2- Como classificar as fontes de energia?
Inúmeras são as fontes de energia disponíveis no nosso planeta, sendo que essas fontes se dividem em dois tipos, as fontes de energia renováveis e as não renováveis.
As fontes de energia renováveis são aquelas em que a sua utilização e uso é renovável e pode-se manter e ser aproveitado ao longo do tempo sem possibilidade de esgotamento dessa mesma fonte, exemplos deste tipo de fonte é a energia eólica e solar.
Por outro lado as fontes de energias não renováveis têm recursos teoricamente limitados, sendo que esse limite depende dos recursos existentes no nosso planeta, como é o exemplo dos combustíveis fósseis.
Existem vários tipos de energias renováveis, e cada vez mais, com o constante desenvolvimento das tecnologias e inovações, se descobrem novas formas de produção de energia eléctrica utilizando como fonte os fenômenos e recursos naturais, como é exemplo da recente inovação na criação de um hidrogerador cujo princípio é semelhante ao de um aerogerador, diferindo no fato de o movimento das pás serem provocado pelas correntes marítimas.
Dos vários tipos de energias renováveis existentes iremos tratar apenas de alguns.
A principal fonte de energia existente hoje é o petróleo, mas além de não ser renovável, e ser um dos principais responsáveis pelo efeito estufa o petróleo ainda será motivo de muitas guerras e conflitos entre os países, principalmente aqueles países que dependem muito dessa fonte energética como os Estados Unidos.
Diversas nações do mundo inteiro estão investindo muito dinheiro em projetos que utilizam as fontes de energia alternativa como a energia solar, a energia eólica, a energia geotérmica, o biodiesel, a energia obtida através do hidrogênio, à energia das marés, o etanol e a biomassa.
Essas fontes de energia alternativas citadas são as mais abordadas em projeto para uma menor contribuição para o aquecimento da Terra e também para tentar alcançar cada vez mais uma independência com relação ao petróleo.

2.3- Petróleo
A formação do petróleo deve-se à alteração da matéria orgânica vegetal ou animal de origem oceânica retida no subsolo. Assim, encontra-se petróleo nos subsolos oceânicos ou em locais que estiverem cobertos por mares. O primeiro poço petrolífero foi perfurado em Titusville, no estado da Pensilvânia, em agosto de 1859. A partir dessa data, o petróleo passou a ser explorado e intensamente utilizado como fonte de energia e como matéria-prima na fabricação de uma infinidade de produtos.
Substância oleosa e inflamável, o petróleo é a principal fonte de energia na atualidade. O fato de ser um recurso esgotável, aliado ao seu grande valor econômico, fez com que esse combustível se tornasse um elemento causador de grandes mudanças geopolíticas e socioeconômicas em todo o mundo.
Acredita-se que o petróleo tenha se formado há milhões de anos em razão da decomposição dos seres que compõem o plâncton, decomposição esta causada pela pouca oxigenação e pela ação de bactérias. Assim, esses seres decompostos teriam se acumulado no fundo dos mares e lagos.
Composto principalmente por hidrocarbonetos alifáticos, alicíclicos e aromáticos, o petróleo é um óleo menos denso que a água, com coloração que pode variar desde o castanho-claro até o preto. Além de servir como base para a fabricação da gasolina, principal combustível para automóveis, vários outros produtos, como gás natural, GLP, nafta, querosene, lubrificantes, etc., são derivados do petróleo.
Por ser a principal fonte de energia do planeta, o petróleo já foi motivo de algumas guerras, como a Primeira Guerra do Golfo, a Guerra Irã-Iraque, a luta pela independência da Chechênia e a invasão estadunidense no Iraque, em 2003. Sem dúvida, a existência de petróleo é um sinônimo de riqueza e poder para um país. O combustível se tornou ainda mais valorizado após a criação da OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo), que nasceu com o fim de controlar preços e volumes de produção e pressionar o mercado.
Atualmente, os dez maiores produtores de petróleo do mundo são: Rússia, Estados Unidos, Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Venezuela, México e Inglaterra.

2.3.1-Refino do Petróleo
Vivemos numa “civilização do petróleo”. A importância desse recurso natural vai além da geração de energia. É utilizado também na indústria química, como matéria-prima para a produção de plásticos, borrachas, solventes, cosméticos, medicamentos, detergentes, tintas, fibras sintéticas e fertilizantes. Em outros setores industriais são matéria-prima de componentes para automóveis, de aparelhos eletrodomésticos, calçados, tecidos sintéticos, entre muitos outros produtos.
O primeiro passo para a utilização do petróleo como matéria-prima consiste em aquecê-lo, a fim de isolar os elementos que o compõem. Esse procedimento é realizado nas refinarias e chama-se destilação fracionada. O aquecimento ocorre  em altas torres de aço, denominadas colunas de fracionamento, cujo interior é dividido horizontalmente. Na parte inferior da coluna, a temperatura é bastante elevada, diminuindo gradativamente até a parte superior. Aquecido, o petróleo evapora e seus diversos componentes são separados em frações depositadas em bandejas numa torre de fracionamento, dando origem a seus derivados. Em cada nível, obtém-se um subproduto ou derivado. Esse processo é denominado refino e é realizado nas refinarias.

2.3.2- Principais reservas e países produtores
As mais importantes reservas mundiais de petróleo estão concentradas em algumas poucas regiões: Oriente médio (60%), Golfo  do México, sul dos EUA, Sibéria na Rússia e golfo de bohai (China).
Arábia Saudita, Rússia, Estados Unidos, Irã, China, México e Canadá são os maiores produtores, responsáveis por cerca de 90% do petróleo produzido no mundo.
O grande volume de petróleo deslocado das áreas produtoras para as principais regiões industriais do globo é responsável por boa parte do comercio marítimo, mas o petróleo também e transportado por meio de oleodutos.
2.3.3- Geopolítica do Petróleo
Até 1960, sete grandes empresas petrolíferas controlavam grande parte da exploração e comercialização do petróleo, determinando aumento ou redução de preços. Eram chamadas de “as sete irmãs” em virtude dos acordos que faziam para a divisão do mercado mundial e das estratégias conjuntas que adotavam.
Os principais países exportadores, que pouco se beneficiavam com o controle das “sete irmãs”, resolveram mudar esse quadro. Em 1960, por meio de Acordo de Bagdá, criaram a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (Opep), formada atualmente pro 12 países: Arábia Saudita, Irã, Iraque, Kuwait, Emirados Árabes Unidos, Qatar, Nigéria, Líbia, Argélia, Angola, Venezuela e Equador.

2.4- Gás Natural
Para ter como uma solução, com curto prazo é vantagem de o déficit energético evitar novos racionamentos, o governo proporcionou investir em termelétricas movidas a gás natural, para adiantar o programa proprietário de termeletricidade (PPT) que teve como início fevereiro de 2000. O programa controla a Petrobrás sobre boa parte das minas de gás bolivianos desde até a década de 1990.
Tendo como investimento do gasoduto deve ter uma análise a partir de interesses geopolíticos, relaciona-se à estratégia do governo em apertar relações com os países sul-americanos e fazem demarcação regional nessa parte do continente.
Sua utilização é como combustível para veículos (gás natural veicular – GNV). Sua vantagem é de ser menos poluente que a gasolina e sua desvantagem é o custo de sua instalação para equipamentos que não saem de fabricação.

2.4.1- Maiores produtores de Gás Natural
A Rússia é o país que detém a maior reserva nacional de gás natural do mundo. O país tem 47,578 trilhões de metros cúbicos do combustível em seu território. Isto equivale dizer que os russos possuem 25% do total de gás natural existente no mundo.
País
Gás natural - consumo (metros cúbicos)
Ano
Estados Unidos
689,900,027,904
2011
Rússia
607,200,009,216
2013
Canadá
160,479,996,928
2011
Irã
151,600,006,656
2011
China
149,999,992,832
2013
Catar
146,800,006,656
2011
Japão
112,599,998,464
2011
Noruega
101,407,889,676
2011
Arábia Saudita
99,229,999,104
2011
Fonte: Anuário estatístico 2013. Disponível em>www.anp.gov.br>Acesso em: Jul. 2015.

2.5- Carvão Mineral
É um combustível fóssil formado por raízes, troncos, folhas e galhos de árvores, que têm aproximadamente 250 milhões de anos, das regiões sedimentares. Há diferentes tipos de carvão, uns de melhor qualidade como fonte de energia (possuem maior porcentagem de carbono) e outros de poder calorífero inferior. A principal base para a industrialização do mundo foi o carvão mineral, pois os países pioneiros de industrialização, como o Reino Unido, a Alemanha, os Estados Unidos e a França, possuem boas reservas carboníferas.
Com o desenvolvimento da indústria automobilística no século XX, pouco a pouco o carvão foi cedendo lugar ao petróleo como grande fonte de energia mundial.
Em 1880, cerca de 97% da energia consumida no mundo era proveniente do carvão, mas, em 1970, somente 12% desse total provinham desse recurso natural. Após a crise do petróleo, em 1973, a elevação dos preços do óleo fez com que o carvão fosse novamente valorizado, ao menos em parte, e seu consumo voltou a subir um pouco, representando aproximadamente 23% da energia total consumida no mundo, em 2004.
Hoje o carvão mineral é bastante usado para produzir energia elétrica em usinas termelétricas e como matéria-prima para fabricar aço nas siderúrgicas. Os grandes produtores mundiais desse recurso são os Estados Unidos, China, Cazaquistão, Rússia, Polônia, Índia, Alemanha, Austrália e África do Sul. Calcula-se que essas reservas carboníferas são suficientes para gerar energia para cerca de 100 anos de consumo. Mas existem os pontos negativos desse recurso, a começar pela sua extração, que causa sérios impactos ambientais, a poluição causada por sua queima que colabora com o aquecimento global.

2.6- Energia Nuclear
A energia nuclear, também chamada atômica, é obtida a partir da fissão do núcleo do átomo de urânio enriquecido, liberando uma grande quantidade de energia. A energia nuclear mantém unidas as partículas do núcleo de um átomo. A divisão desse núcleo em duas partes provoca a liberação de grande quantidade de energia.
Os primeiros resultados da divisão do átomo de metais pesados, como o urânio e o plutônio, foram obtidos em 1938. A princípio, a energia liberada pela fissão nuclear foi utilizada para objetivos militares. Posteriormente, as pesquisas avançaram e foram desenvolvidas com o intuito de produzir energia elétrica. No entanto, armas nucleares continuam sendo produzidas através do enriquecimento de urânio.
Atualmente os Estados Unidos lideram a produção de energia nuclear, porém os países mais dependentes da energia nuclear são França, Suécia, Finlândia e Bélgica. Na França, cerca de 80% de sua eletricidade é oriunda de centrais atômicas.
No fim da década de 1960, o governo brasileiro começou a desenvolver o Programa Nuclear Brasileiro, destinado a implantar no país a produção de energia atômica. O país possui a central nuclear Almirante Álvaro Alberto, constituída por três unidades (Angra 1, Angra 2, e Angra 3). Está instalada no município de Angra dos Reis, no estado do Rio de Janeiro. Atualmente, apenas Angra 2 está em funcionamento.
Essa fonte energética é responsável por muita polêmica e desconfiança: a falta de segurança, a destinação do lixo atômico, além da possibilidade de acontecerem acidentes nas usinas, geram a reprovação da utilização da energia nuclear por grande parte da população. Alguns acidentes em usinas nucleares já aconteceram, entre eles estão:

Three Miles Island – em 1979, na usina localizada na Pensilvânia (EUA), ocorreu a fusão do núcleo do reator e a liberação de elevados índices de radioatividade que atingiram regiões vizinhas.

Chernobyl – em 1986 ocorreram o incêndio e o vazamento de radiação na usina ucraniana, na extinta União Soviética, com milhares de feridos e mortos, podendo a contaminação radioativa ter causado 1 milhão de casos de câncer nos 20 anos seguintes.
A energia nuclear apresenta vários aspectos positivos, sendo de fundamental importância em países que não possuem recursos naturais para a obtenção de energia. Estudos mais aprofundados devem ser realizados sobre essa fonte energética, ainda existem vários pontos a serem aperfeiçoados, de forma que possam garantir segurança para a população.

2.6.1- Aspectos positivos da energia nuclear:
- As reservas de energia nuclear são muito maiores que as reservas de combustíveis fósseis;
- Comparada às usinas de combustíveis fósseis, a usina nuclear requer menores áreas;
- As usinas nucleares possibilitam maior independência energética para os países importadores de petróleo e gás;
- Não contribui para o efeito estufa.

2.6.2- Aspectos negativos:
- Os custos de construção e operação das usinas são muito altos;
- Possibilidade de construção de armas nucleares;
- Destinação do lixo atômico;
- Acidentes que resultam em liberação de material radioativo;
- O plutônio 239 leva 24.000 anos para ter sua radioatividade reduzida à metade, e cerca de 50.000 anos para tornar-se inócuo.

2.7- Energia Hidrelétrica
O uso da força das águas para gerar energia é bastante antigo e começou com a utilização das chamadas “noras”, ou rodas d’água do tipo horizontal, que através da ação direta de uma queda d’água produz energia mecânica e são usadas desde o século I a.C.. A partir do século XVIII, com o surgimento de tecnologias como o motor, o dínamo, a lâmpada e a turbina hidráulica, foram possíveis converter a energia mecânica em eletricidade.
Mas o acionamento do primeiro sistema de conversão de hidroenergia em energia elétrica do mundo ocorreria somente em 1897 quando entrou em funcionamento a hidrelétrica de “Niágara Falls” (EUA) idealizada por Nikola Tesla com o apoio da Westinghouse. De lá para cá o modelo é praticamente o mesmo, com mudanças apenas nas tecnologias que permitem maior eficiência e confiabilidade do sistema.
Cerca de 20% da energia elétrica gerada no mundo todo é proveniente de hidrelétricas. Em números aproximados, só no Brasil, a energia hidrelétrica é responsável por 75 milhões de KW. São 158 usinas em funcionamento, outras 9 usinas estão em construção e existem 26 outorgadas (com permissão para serem construídas).
Uma usina hidrelétrica, no Brasil, pode ser classificada de acordo com a sua potência de geração de energia em dois tipos principais: as PCH’s, ou pequenas centrais hidrelétricas que produzem de 1MW a 30 MW e possui um reservatório com área inferior a 3 km² (Resolução ANEEL N.º 394/98), e as GCH’s, ou grandes centrais hidroelétricas que produzem acima de 30 MW.
A segunda maior hidrelétrica do mundo é a usina de Itaipu, pertencente ao Brasil e ao Paraguai. Situada no rio Paraná, Itaipu tem uma capacidade de 14.000 MW, respondendo por 16% da demanda nacional e 75% da demanda paraguaia de energia elétrica. A maior do mundo é a Hidrelétrica de Três Gargantas, construída no rio Yangtsé, na China. Três Gargantas tem uma capacidade de produzir 22.500 MW.
Claro que os impactos ambientais destes dois grandes empreendimentos são tão colossais quanto eles próprios: Três Gargantas engoliu 13 cidades, 4500 aldeias e 162 sítios arqueológicos importantíssimos para a China. Sem contar os impactos sobre a flora, fauna, solo, alterações do microclima da região, ciclo hidrológico e as milhares de pessoas que tiveram de ser realocadas.
De fato as usinas hidrelétricas são uma fonte renovável de energia, mas isso não significa que sejam ambientalmente corretas e nem que são menos nocivas que outras fontes unanimemente nocivas. Uma tentativa de minimizar os impactos das hidrelétricas é a substituição dos grandes empreendimentos por PCH’s, porém esse é ainda um tema bastante controverso já que mesmo que em menor escala, as PCH’s também causam impactos.

2.8- Fontes Alternativas
A energia elétrica é fundamental para o desenvolvimento dos países e a qualidade de vida das pessoas. Quanto mais os países se desenvolvem, mais se torna necessário aumentar a produção de energia. Ao mesmo tempo, também é preciso preservar o meio ambiente, utilizando com consciência os recursos naturais.
Por isso, além de ampliar a capacidade de geração de energia elétrica melhorando o aproveitamento de fontes convencionais, também é necessário desenvolver tecnologias para a utilização de novas fontes energéticas - as chamadas fontes alternativas de energia. A energia alternativa é uma energia sustentável que deriva do meio ambiente natural. A energia alternativa é obtida através de fontes que são essencialmente inesgotáveis, ao contrário dos combustíveis fósseis, dos quais há uma provisão finita e que não pode ser reposta.
As fontes de energia alternativa São: energia solar, vento, água, biomassa, geotérmica, e energia termométrica além de muitas outras.

2.8.1- Energia Solar
Ainda pouco explorada no mundo, em função do custo elevado de implantação, é uma fonte limpa, ou seja, não gera poluição nem impactos ambientais. A radiação solar é captada e transformada para gerar calor ou eletricidade.
Através de um mecanismo que capta os raios solares fazendo com que as partículas se movam, assim gerando a energia solar.
A energia solar pode ser aproveitada em diferentes níveis em todo o mundo. Consoante à localização geográfica, quanto mais perto do equador, mais energia solar pode ser potencialmente captada.

2.8.1.1- Vantagens:
A energia solar não polui durante sua produção. A poluição decorrente da fabricação dos equipamentos necessários para a construção dos painéis solares é totalmente controlável utilizando as formas de controles existentes atualmente.
Os painéis solares são a cada dia mais potentes ao mesmo tempo em que seu custo vem decaindo. Isso torna cada vez mais a energia solar uma solução economicamente viável.
A energia solar é excelente em lugares remotos ou de difícil acesso, pois sua instalação em pequena escala não obriga a enormes investimentos em linhas de transmissão.
Em países tropicais, como o Brasil, a utilização da energia solar é viável em praticamente todo o território, e, em locais longe dos centros de produção energética, sua utilização ajuda a diminuir a demanda energética nestes e consequentemente a perda de energia que ocorreria na transmissão.

2.8.1.2- Desvantagens:
Um painel solar consome uma quantidade enorme de energia para ser fabricado. A energia para a fabricação de um painel solar pode ser maior do que a energia gerada por ele.
Os preços são muito elevados em relação aos outros meios de energia.
Existe variação nas quantidades produzidas de acordo com a situação atmosférica (chuvas, neve), além de que durante a noite não existe produção alguma, o que obriga a que existam meios de armazenamento da energia produzida durante o dia em locais onde os painéis solares não estejam ligados à rede de transmissão de energia.
Locais em latitudes médias e altas sofrem quedas bruscas de produção durante os meses de inverno devido à menor disponibilidade diária de energia solar. Locais com frequente cobertura de nuvens (Curitiba, Londres), tendem a ter variações diárias de produção de acordo com o grau de nebulosidade.
As formas de armazenamento da energia solar são pouco eficientes quando comparadas, por exemplo, aos combustíveis fósseis (carvão, petróleo e gás), a energia hidroelétrica (água) e a biomassa (bagaço da cana ou bagaço da laranja).
A energia solar pode ser aproveitada para a produção de eletricidade e de calor. Coletores solares para o aquecimento de água são um dos exemplos mais bem-sucedidos da aplicação de energia solar em todo o mundo.
No caso do Brasil, que recebe uma incidência muito grande de raios solares, esse tipo de aproveitamento pode ter um papel muito importante, principalmente na substituição de chuveiros elétricos, que estão entre os aparelhos que mais consomem energia.
A instalação de painéis fotovoltaicos para absorver a energia solar é uma solução para levar eletricidade para residências, escolas e postos de saúde em regiões que ainda não possuem serviço regular de distribuição de energia elétrica.
Uma ação desse tipo é o projeto-piloto de Xapuri, que forneceu e instalou kits com painéis fotovoltaicos, quadros de distribuição, pontos de luz e lâmpadas para famílias e escolas de comunidades seringueiras da Reserva Agroextrativista Chico Mendes, em Xapuri, no Acre. O projeto é uma iniciativa da Eletrobras e da Eletrobras Distribuição Acre em parceria com o GIZ, órgão alemão de cooperação técnica, dentro do Programa Luz para Todos, do governo brasileiro.

2.8.2- Biocombustíveis
É o combustível de origem biológica não fóssil. Normalmente é produzido a partir de uma ou mais plantas. Todo material orgânico gera energia, mas o biocombustível é fabricado em escala comercial a partir de produtos agrícolas como a cana-de-açúcar, mamona, soja, canola, babaçu, mandioca, milho, beterraba. sendo o primeiro um dos principais, seu uso é bastante difundido no Brasil como combustível em veículos automotores, utilização iniciada na década de 70.

2.8.2.1- O álcool combustível
É um biocombustível produzido, geralmente, a partir da cana-de-açúcar, mandioca, milho ou beterraba.
Ele é utilizado desde o início da indústria automotiva, servindo de combustível para motores a explosão do tipo ciclo Otto. Porém, com a utilização de combustíveis fósseis, no começo do século XX, mais barato e abundante, o etanol tornou-se uma opção praticamente ignorada.
O álcool corresponde a um líquido transparente, com cheiro forte e sem cor, cuja característica principal é a capacidade de ser queimado, ou seja, é um líquido inflamável.
Na composição do álcool encontramos átomos dos seguintes elementos: hidrogênio, carbono e oxigênio. A queima do álcool dá origem aos produtos água, gás carbônico e muita energia.

Vantagens do etanol:
Chamamos octonagem o poder de resistência à compressão da mistura ar-vapor de combustível dentro do motor.
O poder calorífico do álcool combustível é de 6300 cal/g. Num motor de combustão interna, é o vapor de combustível que sofre combustão, por isso, um combustível é bom quanto maior for sua facilidade em passar para o estado gasoso.
O álcool foi uma solução brasileira como alternativa ao petróleo, é um combustível ecologicamente correto, o álcool não afeta a camada de ozônio e é obtido de fonte renovável.

2.8.2.2- Biogás
O biogás é um combustível gasoso com um conteúdo energético elevado semelhante ao gás natural, composto, principalmente, por hidrocarbonetos de cadeia curta e linear. Pode ser utilizado para geração de energia elétrica, térmica ou mecânica em uma propriedade rural, contribuindo para a redução dos custos de produção. No Brasil, os biodigestores rurais vêm sendo utilizados, principalmente, para saneamento rural, tendo como subprodutos o biogás e o biofertilizante.

2.8.2.2.1- Vantagens:

·    A substituição do GLP, um derivado de petróleo importado;
Comodidade e segurança para o consumidor, vantagens inerentes ao gás canalizado;
Não é necessária a sua purificação, removendo-se apenas os líquidos condensados ao longo-das vias de captação e distribuição;
Os equipamentos adaptados mostraram um desempenho razoável;
As donas-de-casa que utilizam o gás têm se mostrado satisfeitas com a mudança, pois, a chama é bastante limpa, não deixando resíduos de fuligem nas panelas.
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2.8.2.2.2.1- Desvantagens:
      A quantidade de energia gerada pelo biogás não é constante, variando ao longo do período de produção;
Em função da Diretiva Comunitária relativa a aterros, no futuro será minimizada a deposição de resíduos biodegradáveis em aterro, pelo que as instalações de recuperação de biogás de aterro terão um tempo limitado de existência;
Alto período de recuperação do investimento

2.8.2.1.1- Vantagens dos Biocombustíveis:
- Possibilita o fechamento do ciclo do carbono (CO2), contribuindo para a estabilização da concentração desse gás na atmosfera (isso contribui para frear o aquecimento global).
- No caso específico do Brasil, há grande área para cultivo de plantas que podem ser usadas para a produção de biocombustíveis.
- Geração de emprego e renda no campo
- O biodiesel substitui bem o óleo diesel sem necessidade de ajustes no motor
- Redução do lixo no planeta (pode ser usado para produção de biocombustível

2.8.2.2- Desvantagens dos Biocombustíveis:
- Consome grande quantidade de energia para a produção
- Aumento do consumo de água
- Redução da biodiversidade
- As culturas para produção de biocombustíveis consomem muitos fertilizantes nitrogenados, com liberação de óxidos de nitrogênio, que também são gases estufa.
- Devastação de áreas florestais  para plantio das culturas envolvidas na produção dos biocombustíveis
- Contaminação de lençóis freáticos por nitritos e nitratos, provenientes de fertilizantes. A ingestão desses produtos causa problemas respiratórios, devido à produção de meta-hemoglobina.

2.8.3- Energia Eólica
Gerada a partir do vento. Grandes hélices são instaladas em áreas abertas, sendo que, os movimentos delas geram energia elétrica. È uma fonte limpa e inesgotável, porém, ainda pouco utilizada.
Na atualidade utiliza-se a energia eólica para mover aerogeradores - grandes turbinas colocadas em lugares com muito vento. Essas turbinas têm a forma de um cata-vento ou um moinho. Esse movimento, através de um gerador, produz energia elétrica. Precisam agrupar-se em parques eólicos, concentrações de aerogeradores, necessários para que a produção de energia se torne rentável, mas podem ser usados isoladamente, para alimentar localidades remotas e distantes da rede de transmissão.

2.8.3.1- Vantagens:
Reduz a elevada dependência energética do exterior, nomeadamente a dependência em combustíveis fósseis;
Poupança devido à menor aquisição de direitos de emissão de CO2 por cumprir o protocolo de Quioto e diretivas comunitárias e menores penalizações por não cumprir;
Possível contribuição de cota de GEE para outros sectores da atividade econômica;
É uma das fontes mais baratas de energia podendo competir em termos de rentabilidade com as fontes de energia tradicionais.

2.8.3.2- Desvantagens:
A intermitência, ou seja, nem sempre o vento sopra quando a eletricidade é necessária, tornando difícil a integração da sua produção no programa de exploração;
Pode ser ultrapassado com as pilhas de combustível (H2) ou com a técnica da bombagem hidroelétrica.
Provoca um impacto visual considerável, principalmente para os moradores em redor, a instalação dos parques eólicos gera uma grande modificação da paisagem;
Impacto sobre as aves do local: principalmente pelo choque destas nas pás, efeitos desconhecidos sobre a modificação de seus comportamentos habituais de migração;
Impacto sonoro: o som do vento bate nas pás produzindo um ruído constante (43dB (A)). As habitações mais próximas deverão estar, no mínimo a 200m de distância.

2.8.4- Energia Geotérmica
Caracteriza-se pelo calor proveniente da Terra, é a energia calorífera gerada a menos de 64 quilômetros da superfície terrestre, em uma camada de rochas, chamada magma, que chega a atingir até 6.000°C. Geo significa terra e térmica corresponde a calor, portanto, geotérmica é a energia calorífica oriunda da terra.
O magma resulta das tremendas pressões abaixo da superfície e do calor gerado pela decomposição de substâncias radioativas, como o urânio e o tório. Encontrando fissuras na crosta terrestre, o magma explode em erupções vulcânicas, ou os gases liberados com o seu resfriamento aquecem águas subterrâneas que afloram na forma de gêiseres ou minas de água quente.
A energia elétrica pode ser obtida através da perfuração do solo em locais onde há grande quantidade de vapor e água quente, estes devem ser drenados até a superfície terrestre por meio de tubulações específicas. Em seguida o vapor é transportado a uma central elétrica geotérmica, que irá girar as lâminas de uma turbina. Por fim, a energia obtida através da movimentação das lâminas (energia mecânica) é transformada em energia elétrica através do gerador.·.
2.8.4.1-Vantagens:
A emissão de gases poluentes (CO2 e SO2) é praticamente nula, não intensificando o efeito de estufa, diferentemente dos combustíveis de origem fóssil.

A área necessária para a instalação da usina é pequena.
Pode abastecer comunidades isoladas.

2.8.4.2- Desvantagens:
É uma energia muito cara e pouco rentável, pois necessita de altos investimentos estruturais e sua eficiência é baixa.
Pode ocasionar o esgotamento do campo geotérmico.
O calor perdido aumenta a temperatura do ambiente.
Ocorre a emissão de ácido sulfídrico (H2S), extremamente corrosivo e nocivo à saúde.


2.9- Estrutura Energética no Brasil
Em 2000, o PIB brasileiro aumentou 4,36%; já em 2001, quando aconteceu o racionamento de energia no país esse crescimento foi apenas de 1,51%.
Mesmo não tendo sido o único responsável, l, pois é preciso considera também outros fatores econômicos, o racionamento de energia sem duvida contribui para a diminuição no ritmo de crescimento econômico, o que demonstra a importância do setor energético para as atividades econômicas.
No que se refere às possibilidades de geração de energia, o Brasil apresenta grande vantagem em relação à maioria dos países, pois as condições naturais clima, relevo, hidrografia, solo, estrutura geológica e dimensão territorial brasileira permitem que o país disponha de varias opções energética, muita dela renováveis e menos poluentes que os combustíveis fósseis.
Apesar de variedades de opções energéticas, no Brasil, assim como em todo mundo, e grande a dependência de fontes de energia não renovava e atualmente poluidoras, especialmente no setor de transporte. Já para a geração de eletricidade, no país a um grande aproveitamento das forças das águas dos rios, o que é bastante favorável, pois essa finte de energia não polui a atmosfera e é renovável, apesar de provocarem impactos sócios ambientais.
O Brasil apresenta um grande potencial para desenvolver fontes energéticas alternativas, sobre tudo as que são agrupadas no termo genético de biomassa, além de energia solar e do vento (eólica). No entanto, o desenvolvimento de fontes alternativas para a produção de combustível e a geração de eletricidade ou de calor depende de investimento, programa de apoio ao uso dessas fontes energéticas e maior divulgação de possibilidade que eles apresentam alteração na matriz energética. A atual matriz energética brasileira, apoiada na hidroeletricidade e nos combustíveis fosseis , resulta das políticas nacionais de desenvolvimento adotadas no decorre do processo de industrialização no brasil. Ele teve como características principais o estímulo ao transporte s rodoviário, particularmente no transporte de cargas, e a construção de grandes usinas hidrelétricas, sobre tudo após o primeiro choque do petróleo, em 1973.
No ano 2001, o Brasil fazia retorno de intermeto e economia, mostrava crescimento, deu-se presente pela escassez de energia. A estiagem naquele ano fez com que o nível de água diminuísse dos reservatórios  e o que mais afetou  a produção de energia.
Destacando-se outros causadores podemos citar nos últimos anos 1990, como referência, se a economia  tivesse progredido, mas rápido. Isso porque o Brasil não teve investimento necessário, para aumentar a oferta de energia no país conforme a demanda.

Atividade: Interconexão pág. 172 questões 1 e 2

2.9.1- Hidrelétricas
A energia hidrelétrica é considerada como uma fonte de energia principal no Brasil, sua responsabilidade faz com que 80% de energia seja gerada. No nosso território se fazem presentes hidrelétricos, podemos citar como exemplo Itaipu e Tucuruí. Em que se faz presenças de novas como base para novas sustentações.
Na Amazônia podemos destacar, as hidrelétricas em operação e as planejadas. Embora a Eletronorte alegue que elas podem ser  vantagem para todo o Brasil, os meios de transmissão desta energia para  o Centro-Sul se torna caro, por caso das grandes distâncias.
As usinas construídas na região, para fornecer energia aos projetos mineradores, necessitam de 1/3 de energia elétrica é consumida por estas indústrias de alumínio que fazem parte na Amazônia.

2.9.2- Petróleo no Brasil
A exploração do petróleo no Brasil teve início com a criação do petróleo brasileiro S.A , em 1953 , durante  o governo de Getúlio Vargas, a empresa em regime monopólio, fazia um controle das pesquisas  relacionadas ao subsolo brasileiro.
Na década de 1970, foi descoberta pelo Brasil a maior jazida petrolífera, a bacia de campos, no Rio de Janeiro. O país teve a presença de autossuficiência em produção, com efeitos positivos na economia, tendo vantagem por reduzir gastos com importações e diminuir efeitos de crises no mercado do Petroleiro.

2.9.3-  Do Proálcool ao biocombustível
A utilização do álcool (etanol) considerado como um combustível automotivo no Brasil teve início no ano de 1975, na crise do petróleo. Tendo-se destaque a implantação nacional do governo (Proálcool) que tinha concebido a inserção fiscal, como empréstimo dívidas nos produtos do Brasil.
A primeira estava para junção do álcool à gasolina. O primeiro automóvel movido a álcool seria lançado em 1979. O pó-álcool teve vantagem à oferta de veículos e combustível com custo mais barato.

2.9.4- Carvão Mineral
A originalidade de quase todo carvão, é a partir da região Sul, onde estão as reservas. O estado do Rio Grande do Sul é considerado como maior produtor seguido de Santa Catarina. O que garante mais lucro na comercialização do carvão é a presença de carbono nele, na região catarinense.
O carvão mineral tem como desvantagem os teores de cinzas e enxofre, se passar por uma lavagem diminui seu efeito calórico.

2.9.5- Carvão vegetal e lenha
A obtenção do carvão mineral é a partir da queima de madeira, a uma temperatura maior que 400 Graus. A utilização dele é para combustível nas residências, usinas siderúrgicas e termelétricas.

2.9.5.1- Vantagens:
É uma fonte renovável
Não exige a utilização de outra energia na sua produção.

2.9.5.2- Desvantagens:
É uma das fontes poluentes da atmosfera.
Libera dióxido de Carbono e outros poluentes.




FONTE: Lucci, Elian Alabi. Território e sociedade no mundo globalizado: geografia: ensino médio, volume 2 / Elian Alabi Lucci, Anselmo Lázaro Branco, Cláudio Mendonça. – 2ª. ed. - São Paulo: Saraiva, 2013.

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