Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Detritos em órbita oferecem risco à exploração do espaço



O lixo resultante da ação humana não polui somente terra, ar e oceanos. Desde que o primeiro satélite artificial entrou em órbita, há mais de meio século, os detritos espaciais acumulados em órbita do planeta se tornaram um problema para a vida na Terra.

Estima-se que mais de 19 mil objetos maiores de dez centímetros, além de outros 500 mil menores, compõem uma nuvem de lixo espacial ao redor da Terra. Eles provêm de foguetes e satélites desativados, fragmentos de naves e até ferramentas usadas por astronautas.

Os riscos de um destes objetos cair na Terra e atingir uma pessoa são remotos. Porém, os detritos podem colidir com satélites em operação e missões tripuladas, prejudicando a exploração do espaço.

Segundo a Nasa (agência espacial dos Estados Unidos), cerca de 200 entram na atmosfera terrestre todos os anos e se desintegram após entrar em combustão. Alguns, no entanto, podem atingir o planeta. Foi o que aconteceu no dia 24 de setembro, quando restos de um satélite desativado caíram no Oceano Pacífico.

O UARS (Satélite de Pesquisa de Alta Atmosfera, na sigla em inglês) foi lançado em 1991, pelo ônibus espacial Discovery, com a missão de estudar a camada de ozônio. Ele foi “aposentado” em 2005, após ficar sem combustível. O satélite tinha o tamanho de um ônibus e pesava seis toneladas, sendo o maior a retornar à Terra em três décadas.

Na reentrada da atmosfera, o UARS se esfacelou. Mesmo assim, cerca de 500 kg de peças chegaram até o oceano.

Os cientistas haviam avisado que as chances de fragmentos atingirem áreas povoadas eram remotas. A razão disso é que 70% do planeta é coberto de água, sem contar as regiões desérticas.

De acordo com a Nasa, não há registros de ferimentos causados pela queda de detritos vindos do espaço. O único caso conhecido de uma pessoa atingida por entulho espacial aconteceu em 1997. A americana Lottie Williams foi alvejada no ombro por um pedaço de foguete, sem sofrer ferimentos.

O lixo espacial é produto do avanço tecnológico. Satélites de telecomunicações, mapeamento por GPS e previsão meteorológica possuem um tempo de vida útil que pode ser de até uma década. Após serem desligados, são deixados em órbita, devido ao alto custo de resgatá-los para governos e empresas. Tornam-se “ferro-velho” no espaço.

No começo do mês, um relatório do Conselho Nacional de Pesquisa alertou para os perigos do aumento de detritos, o que poderia danificar espaçonaves e satélites em funcionamento.


Acidentes
Apesar de nenhuma tragédia ter acontecido, incidentes ocorrem com certa regularidade. Em 1996, o satélite militar francês Cerise foi praticamente destruído por um pedaço de metal proveniente de um foguete lançado dez anos antes. Ônibus espaciais e até o telescópio Hubble já sofreram reparos por conta do problema.

Em 2009, o satélite russo Cosmos-2251, lançado em 1993 e, na época, desativado, colidiu com o satélite de comunicações americano Iridium 33. Foi a primeira maior colisão de satélites artificiais na órbita terrestre. Vários detritos foram gerados pelo choque, que destruiu o satélite russo.

No caso mais recente, em junho deste ano, seis astronautas foram obrigados a abandonar a Estação Espacial Internacional (ISS, na sigla em inglês) em razão de um alerta de colisão com entulhos.

O pior cenário é a chamada Síndrome de Kessler. Segundo o consultor da Nasa, Donald J. Kessler, a colisão de detritos poderia causar uma reação em cadeia – uma peça fragmentando a outra em pedaços menores –, formando um cinturão de lixo que inviabilizaria a exploração espacial.

Hoje não existe nenhuma tecnologia que permita a “limpeza” do espaço. Os custos de uma operação de remoção dos materiais são muito altos. Além disso, há questões políticas, envolvendo propriedade e a responsabilidade de governos e empresas que colocam os aparelhos em órbita.

Em 2007, os chineses desenvolveram um satélite que destruiria outros, desativados, mas a experiência foi um fracasso: um deles se desintegrou em dois mil pedaços, agravando o problema.

Recentemente, cientistas propuseram o lançamento de um satélite que acoplaria motores propulsores aos resíduos para que eles fossem levados até a atmosfera, onde se desintegrariam. Outras propostas incluem redes metálicas gigantes, canhões lasers e fios condutores de cobre inseridos em satélites para que pudessem ser atraídos pelo campo magnético da Terra.

Mas talvez a maneira mais simples seja a programação para que os dispositivos, uma vez obsoletos, sigam as chamadas “órbitas-cemitérios”, permanecendo à deriva num espaço seguro, longe do planeta.

O Brasil, que possui satélites de comunicações e científicos em órbita, também tem sua parcela de responsabilidade pelo lixo espacial.

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