A China
lançou na quinta-feira, dia 29 de setembro de 2011, seu primeiro módulo
experimental como parte de um programa que pretende dar ao país uma estação
espacial permanente até 2020.
O
foguete Longa Marcha 2F, que transporta a nave Tiangong-1 (Palácio Celeste),
decolou no horário previsto, às 21H15 (10H15 de Brasília), da base de Jiuquan
(noroeste), no deserto de Gobi.
O
lançamento aconteceu a dois dias da festa nacional chinesa, celebrada em 1º de
outubro.
O
presidente Hu Jintao estava no Centro de Controle de Voos Espaciais de Pequim.
Também acompanharam o lançamento o primeiro-ministro Wen Jiabao e o vice-presidente
Xi Jinping.
Dez
minutos depois do lançamento, Tiangong-1 se separou sem problema, a 200
quilômetros da Terra, anunciou a agência oficial Xinhua. Em seguida, o módulo
abriu os dois painéis solares.
Menos
de 30 minutos após o lançamento, Chang Wanquan, diretor dos programas espaciais
tripulados chineses, anunciou que a operação foi um "sucesso".
O canal
de notícias estatal CCTV dedicou uma programação especial à entrada em órbita
do módulo, com reportagens nacionalistas.
Ano
passado, a China aproveitou a data de seu feriado nacional para lançar uma
sonda lunar, Chang'e-2, como parte do programa de voos espaciais tripulados
iniciado há 20 anos. Em 2003, o país se tornou a terceira nação a enviar homens
ao espaço, depois da antiga União Soviética e dos Estados Unidos.
Ao
módulo, um protótipo que terá vida útil de dois anos no espaço, será acoplado
dentro de um mês a nave não tripulada Shenzhou VIII. Em seguida virão duas com
pelo menos um astronauta a bordo, a Shenzhou IX e a Shenzhou X.
A Tiangong-1
girará em uma órbita a 350 km de altura, superior à da Estação Espacial
Internacional (ISS), e depois descerá até 343 km para o acoplamento com a nave
Shenzhou VIII.
A
tecnologia de acoplamento espacial é complexa porque as duas naves, situadas em
uma mesma órbita e que se movimentam a 28.000 km/h ao redor da Terra, devem se
aproximar progressivamente antes da união para evitar a destruição.
Como
para o primeiro voo espacial tripulado de 2003, a China está em uma fase na
qual tenta recuperar na área de tecnologia o tempo perdido.
"Os
chineses utilizam sistemas de acoplamento idênticos aos sistemas russos porque
o programa Shenzhou se assemelha muito à tecnologia do tipo Soyuz",
declarou à AFP Isabelle Sourbès-Verger, especialista no programa espacial
chinês no Centro Nacional de Pesquisa Científica (CNRS) francês.
Antes
de construir até 2020 uma estação orbital como a russa Mir ou a ISS, na qual
uma tripulação pode viver de forma autônoma durante vários meses, a China deve
fazer outros testes, antes da saída de órbita da Tiangong-1 em 2013.
"Se
os chineses demonstrarem que têm uma capacidade de acoplamento que funciona
bem, isto os colocará na potencial posição de poder um dia aspirar a ter acesso
à Estação Espacial Internacional", afirmou a cientista francesa.
Mas
para Morris Jones, analista australiano de questões espaciais, "os maiores
problemas dos chineses para participar na ISS são de ordem político. O governo
dos Estados Unidos é contrário"
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