A Via Láctea é a galáxia onde está localizado o Sistema Solar da Terra.
É uma estrutura constituída por cerca de 200 bilhões de estrelas e tem uma
massa de cerca de 750 bilhões e um trilhão de massas solares.
A Terra foi formada há aproximadamente 4,5 bilhões de anos, quando o
Universo já beirava os 10,7 bilhões de anos e a Via Láctea, já existia há pelo
menos 5,7 bilhões de anos.
Ao longo desse tempo, ela sofreu uma série de transformações que
deixaram marcas bem definidas nas rochas o que permite dividir a sua história
numa Escala Geológica de Tempo.
A forma da Terra é aproximadamente a de um elipsoide de revolução, com
diâmetro maior, ao longo do equador, de 12.712km e um diâmetro menor, ao longo
dos seus polos, de 12.555km.
Estudos demonstraram que toda essa massa é formada de camadas
concêntricas cuja constituição química e física difere entre si .O Núcleo, composto
de ferro e níquel, tem uma espessura aproximada de 3.470 km, enquanto a Camada
Intermediária, composta de sulfetos e óxidos, tem uma espessura média de 1.700
km. O Manto, por seu turno, é composto por silicatos e ferro e tem uma
espessura aproximada de 1.100km. Apenas a Crosta, também chamada de Litosfera,
é acessível à observação direta, sendo dividida em Crosta Superior, composta de
sedimentos e granitos, com uma espessura variando de 15 a 25 km, e uma Crosta
Inferior, composta de rochas basálticas, cuja espessura chega a atingir 75km.
Cerca de 98% do peso da Crosta é composta de apenas oito elementos
básicos, distribuídos conforme a seguinte tabela:
Elemento
|
Símbolo
|
%
|
Oxigênio
|
O
|
49,2
|
Silício
|
Si
|
25,7
|
Alumínio
|
Al
|
8,1
|
Ferro
|
Fe
|
5,0
|
Cálcio
|
Ca
|
3,4
|
Sódio
|
Na
|
2,6
|
Potássio
|
K
|
2,6
|
Magnésio
|
Mg
|
2,1
|
Os demais elementos ocorrem em quantidades mínimas, só podendo ser
explorados quando são eventualmente concentrados por diferentes processos
geológicos.
A origem, a formação e as contínuas transformações da Terra, assim como
dos materiais orgânicos que as constituem, são estudadas pela Geologia, e que,
como já visto, divide a história do planeta em eras geológicas. Essas eras
correspondem a grandes intervalos de tempo divididos em períodos.
Esses períodos se subdividem em épocas e idades. Cada uma dessas
subdivisões corresponde a algumas importantes alterações ocorridas na evolução
da Terra, como pode ver na tabela a seguir:
ERA
|
PERÍODO / INÍCIO
|
ÉPOCA
|
PRINCIPAIS EVENTOS
|
CENOZÓICA
|
Quaternário 1,8 milhões de anos
|
Holoceno (recente)
|
- "Era do Homem". O homem torna-se a forma de
vida dominante sobre a Terra.
- Estabilização do clima.
|
Pleistoceno
|
- Glaciações mais recentes.
- Domínio dos mamíferos de grande porte.
- Evolução do homo
sapiens
|
Terciário 65 milhões de anos
|
Plioceno
|
- Avanço das geleiras.
- A vegetação é dominada pelos campos e savanas.
- Aparecimento de mamíferos ruminantes.
|
Mioceno
|
- Formação de grandes campos.
- Mudanças climáticas levam a formação da calota polar Antártica.
|
Oligoceno
|
- Aparecimento de elefantes e cavalos.
- Aparecimento de vários tipos de gramíneas.
|
Eoceno
|
- Surgimentos da maior parte das ordens de mamíferos.
|
Paleoceno
|
- Domínio dos mamíferos de porte pequeno a médio.
|
MESOZÓICA
|
Cretáceo
146 milhões de anos
|
|
- Primeiras plantas com flores, grupos modernos de
insetos, pássaros e mamíferos.
|
Jurássico 208 milhões de anos
|
|
- Pterossauros e primeiros pássaros.
- Dinossauros vagueiam pela Terra.
|
Triássico
245 milhões de anos
|
|
- Primeira aparição dos dinossauros.
|
PALEOZÓICA
|
Permiano
286 milhões de anos
|
|
- Primeiro grande evento de extinção em massa.
- Formação do supercontinente Pangeia.
|
Carbonífero
360 milhões de anos
|
|
- Formação das enormes florestas de pteridófitas
(samambaias) e o registro das primeiras gimnospermas (espécies com ementes).
|
Devoniano
410 milhões de anos
|
|
- Aparecimento dos primeiros vertebrados terrestres,
primeiros artrópodes terrestres, incluindo os insetos e as aranhas;
- Expansão dos diversos tipos de corais;
- Diversificação dos peixes.
|
Siluriano
440 milhões de anos
|
|
- Estabilização do clima.
- Derretimento do gelo glacial, elevação dos níveis dos oceanos.
- Evolução dos peixes. Aparecimento dos peixes com mandíbulas;
- Primeiras evidências de vida no meio terrestre, incluindo alguns parentes
das aranhas e das centopéias, além das primeiras plantas vasculares.
|
Ordoviciano
505 milhões de anos
|
|
- É conhecido pela ocorrência de
invertebrados marinhos diversos.
|
Cambriano
544 milhões de anos
|
|
- Segundo registros fósseis, este
período marca o aparecimento da maioria dos grupos principais de animais.
|
PROTEROZÓICA
|
2,5 bilhões de anos
|
|
- A formação das terras continentais se estabiliza;
- Registro dos primeiros fósseis de organismos unicelulares;
- Primeira evidência de oxigênio na atmosfera.
|
ARQUEANA
|
3,8 bilhões de anos
|
|
- Formação de 70% das massas dos continentes;
- Aparecimento dos primeiros organismos vivos anaeróbicos, isto é, utilizam
metano ou hidrogênio no metabolismo, em vez de oxigênio.
|
HADEANA
Não é um período geológico. Não existem rochas na Terra, tão antigas.
|
4,5 bilhões de anos
|
|
- Formação do Sistema Solar.
- Solidificação da crosta terrestre.
|
No quadro acima está representada a passagem do tempo no sentido de
baixo para cima, ficando na parte de baixo o representante mais velho. Esta,
aliás, é a forma como as rochas normalmente se apresentam na natureza: a mais
nova acima da mais velha.
Desta forma, a Era Arqueana é mais velha que a Proterozóica e é mais
nova que a Hadeana.
A Era Hadeana (de hades = inferno) certamente, a mais monótonas de todas. Foi
iniciou-se a formação da Terra a partir da poeira e gás que orbitavam o Sol há
aproximadamente 4,5 bilhões de anos. Ao consolidar-se, a superfície do planeta
transformou-se em um oceano de rochas em ebulição e enxofre líquido. Enormes
crateras, resultantes do intenso bombardeio de asteroides e das explosões
vulcânicas, completavam a paisagem.
Com o tempo, formou-se uma atmosfera quente, densa e carregada de poeira
e cinzas, sendo composta principalmente de nitrogênio, amônia, hidrogênio,
monóxido de carbono, metano e vapor de água, oriundos dos vulcões.
Qualquer rocha que conseguisse resfriar e tomar forma, era imediatamente
soterrada por novo fluxo de lava ou explodia em pedaços atingida por outro asteroide.
É provável que a Terra tenha sido atingida por um asteroide do tamanho
do planeta Marte, ainda no início da Era Hadeana, arrancando um grande pedaço
que acabou ficando em órbita do planeta, como seu satélite natural (a Lua).
Jamais foram encontradas rochas dessa Era. Apenas meteoritos e rochas
lunares são tão velhas. A Era Hadeana durou aproximadamente 700 milhões de
anos, ou, numa escala de 24 horas, 3:44 horas.
Gradativamente o planeta perdeu calor, permitindo que o vapor de água
exalado dos vulcões e oriundos dos cometas formasse as primeiras chuvas, de
modo que por volta das 4h já se podia ver um imenso oceano cobrindo toda a
Terra, ainda bastante quente (Era
Arqueana).
A Era
Arqueana iniciou-se
700 milhões de anos após a formação da Terra. A maior parte das rochas
superficiais havia esfriado e a maior parte do vapor de água condensou-se,
formando um oceano global. Até mesmo a maior parte do dióxido de carbono havia
sido mudado quimicamente e foi depositado no fundo do oceano como calcário. A
atmosfera era então composta principalmente de nitrogênio e vapor de água, e o
céu está repleto de nuvens. O interior da Terra ainda estava bastante quente e
ativo e erupções vulcânicas eram comuns, formando um grande número de pequenas
ilhas alinhadas em cadeias. Essas ilhas eram empurradas de sua posição
original, como resultado dos movimentos que ocorriam em profundidade e,
ocasionalmente, colidiam entre si formando ilhas cada vez maiores. Apesar
dessas ilhas serem ainda estéreis, olhando bastante de perto seria possível
enxergar, no imenso oceano original, inúmeras de bactérias e algas primitivas,
que gradativamente assimilaram o dióxido de carbono da atmosfera, liberando
oxigênio livre. Os mais antigos fósseis da Terra foram encontrado em rochas do
Arqueano, com cerca de 3,5 bilhões de anos. O Arqueano durou aproximadamente
1,3 bilhões de anos ou 6h56min, até as 10h40min da manhã.
A Era
Proterozóica foi
a mais longa de todas, durando quase 2 bilhões de anos, até por volta das
21hmin hs na escala de 24 hs.
Agora já havia bastante terra firme para ser vista. Dois
supercontinentes acabaram por ser formados ao longo do equador, em lados
opostos do planeta, resultado das colisões entre as pequenas ilhas iniciadas no
Arqueano e que prosseguiram durante todo o Proterozóico. Uma vez que a Terra
esfriou mais um pouco, existia uma menor quantidade de vulcões ativos e os
núcleos dos dois continentes eram agora mais largos e bem mais estáveis. A vida não mudou muito ao longo desses
2 bilhões de anos, sendo encontrada ainda exclusivamente no oceano, porém as
criaturas unicelulares, aparentemente tinham um núcleo verdadeiro e, faltando
apenas 30 milhões de anos para o fim do Proterozóico (às 20h51min) surgiram as
primeiras criaturas multicelulares.
Tais criaturas ainda não possuíam partes duras, como conchas ou dentes,
daí a dificuldades de serem encontrados seus fósseis.
Apesar da aparente calma, um grande desastre estava em andamento.
Durante os últimos 2 bilhões de anos, as algas e bactérias que dominaram o
oceano das 11h até às 21h, consumiram bastante dióxido de carbono, liberando no
processo um terrível poluente: o oxigênio livre. Boa parte desse oxigênio foi
combinado com ferro e outros elementos, formando grandes depósitos minerais,
não sem antes provocar um dos maiores desastres ecológicos que se tem notícia.
A maioria das bactérias que dominaram o planeta até então eram anaeróbicas e,
por não conseguir sobreviver nesse ambiente rico em oxigênio, foram dizimadas. A
Terra, no final do Proterozóico, estava muito fria e coberta por uma imensa
camada de gelo, visível mesmo ao longo das regiões equatoriais. A Era
Proterozóica formou, junto com a Arquena e a Hadeana o chamado período
Pré-Cambriano, que durou aproximadamente 4 bilhões de anos, quase 90% da
História Geológica da Terra.
A partir das 21h06min tudo começou a acontecer de forma muito rápida.
Entrou-se na Era Paleozoica
(paleo =
antigo + zoico = vida), que se estendeu até as
22h28min e que, por ter sido tão rica em eventos, teve que ser dividida em 6
períodos bem distintos.
A atividade vulcânica, no Paleozoico, era bem mais amena, alternando-se
períodos de calmaria com grandes explosões em todo o planeta. Os primeiros
peixes, esponjas, corais e moluscos surgiram ainda no período Cambriano, mas
teve-se que esperar pelo menos 12 minutos (até o período Ordoviciano) para ver
as primeiras plantas terrestres. O
clima mudava com tanta frequência que provocava sucessivas extinções em massa
de espécies recém surgidas. Como agora as espécies passaram a apresentar partes
duras (conchas, dentes etc.), algumas delas podiam ser preservadas como
fósseis, possibilitando a sua descoberta e estudo. Finalmente os continentes
foram invadidos por insetos. Milhões e milhões de diferentes espécies de
insetos, alguns dos quais sobreviveram até hoje.
No período Devoniano, por
volta das 21h50min, ocorreu uma grande catástrofe ecológica que dizimou quase
97% de todas as espécies existentes. Passados mais 10 minutos, no período
Carbonífero, grandes florestas e pântanos foram formados e destruídos sucessivamente,
formando os depósitos de carvão explorados até hoje.
Às 22h41min entrou a Era Mesozoica
(a era dos répteis) que durou pouco menos que uma hora (180 milhões de anos). No início do Mesozoico assistiu-se à formação
de um supercontinente, chamado hoje de Pangea, que foi depois dividido em dois
grandes continentes que passaram a ser conhecidos como Laurásia, ao norte, e Gondwana,
ao sul.
Viu-se, também, o surgimento de uma imensa variedade de dinossauros,
herbívoros em sua maioria, que reinaram no planeta durante mais de 160 milhões
de anos.
Por volta das 23h39min, porém, um meteoro de pelo menos 15km de diâmetro
atingiu a atual península de Yukatan (México) jogando bilhões de toneladas de
poeira na atmosfera. Uma grande noite se abateu sobre o planeta, impedindo a
fotossíntese das plantas, que não puderam alimentar os herbívoros, que por sua
vez não puderam servir de alimento aos carnívoros.
Pelo menos a metade das espécies existentes foi extinta nessa grande
catástrofe, inclusive todos os grandes dinossauros, abrindo espaço para que os
mamíferos iniciassem o seu reinado, que perdura até os dias atuais.
Faltando pouco mais que 20 minutos para o fim da viagem entrou-se na Era Cenozóica, e assistiu-se à
fragmentação dos grandes continentes até a conformação atual. A América do Sul
separou-se da África, surgindo o Oceano Atlântico Sul; a Austrália separou-se
da Antártica e a América do Norte separou-se da Europa. Grandes cadeias de
montanhas foram formadas nessa deriva continental e novos ecossistemas foram
formados e isolados dos demais, permitindo a especialização de algumas
espécies. Por volta das 23h59min57s (150.000 anos atrás), faltando apenas 3
segundos para o término desta viagem, viu-se os primeiros grupos de Homo sapiens caçando no continente africano. Essa
nova espécie sobreviveu à última glaciação e migrou apressadamente para os
demais continentes. Dominou todas as outras espécies e começou a usar a escrita
e, portanto, a fazer História, no último décimo do último segundo.
Quando é que surgiu o primeiro ser vivo?
Apesar dos fenômenos que levaram à formação da Terra terem o seu início
há 4,6 milhões de anos, como já visto, a prova de vida mais antiga encontrada
na natureza são fósseis de seres vivos semelhantes a organismos do reino protista,
com cerca de 3,5 milhões de anos na África do Sul e Austrália. Apesar de,
durante estes milhões de anos o nosso planeta ter sido um planeta morto,
foram-se criando as condições para o aparecimento da vida.
Mas onde é que surgiu a vida?
Pensa-se que esse fenômeno terá tido origem no mar, sob condições
completamente diferentes das que existem na atualidade. Experiências laboratoriais
têm tentado reconstituir o que terá se
passado nos mares naquela altura. A atmosfera da Terra primitiva seria principalmente
formada por hidrogênio, azoto e vapor de água. Estes gases, sujeitos à ação de
várias fontes de energia, nomeadamente as elevadas temperaturas que se faziam
sentir, teriam sido "cozidos", reagindo entre si, formando os
primeiros compostos orgânicos, que eram moléculas muito simples. Os compostos
formados na atmosfera primitiva transferiram-se depois para os oceanos, que
ficaram carregados de substâncias minerais e orgânicas, transformando-se numa
"sopa primitiva", muito nutritiva. Estas substâncias continuaram a
reagir entre si, conduzindo à formação de substâncias mais complexas, incluindo
aminoácidos, que são fundamentais à formação da vida. Estas moléculas
constituíram, depois, unidades individualizadas do meio e com as condições
ambientais apropriadas surgiram as primeiras células, ou seja, a Vida. Elas
eram muito simples, semelhantes a bactérias. É claro que das substâncias
orgânicas até ao aparecimento do primeiro organismo vivo, muitas reações
químicas tiveram de ocorrer, mas elas ainda não estão completamente
compreendidas.
Passados dois mil milhões de anos, a vida continuava a restringir-se aos
oceanos e a organismos unicelulares, muito simples. A atmosfera que até então
tinha a mesma constituição, começa agora a ter oxigênio.
Como é que o oxigênio se formou?
O oxigênio formou-se por atividade dos organismos vivos, mais
precisamente através da fotossíntese realizada por algas microscópicas que
flutuavam nos oceanos. No entanto, no início, o oxigênio era venenoso para os
primeiros organismos e só muito mais tarde é que as formas de vida adquiriram
as características dos organismos atuais.
Como é que eram os primeiros seres vivos?
Os primeiros seres vivos eram heterotróficos muito simples, que se
alimentavam da matéria orgânica que existia nas águas. Depois disso apareceram
os primeiros autotróficos, pois nos primeiros heterotróficos teria surgido a
síntese da clorofila, substância que permitiu a esses seres utilizarem a
energia luminosa e convertê-la em energia química, para manterem as suas atividades
celulares. Estes seres, ao utilizarem a água para a fotossíntese, libertavam o
oxigênio resultante para a atmosfera. Estava assim "inventada" a
fotossíntese. Este processo evitava que os compostos orgânicos das águas se
esgotassem, permitindo a evolução da vida para outros seres mais complexos.
Certos seres autotróficos e heterotróficos passaram, então, a utilizar o
oxigênio nas suas reações vitais, como a respiração. À medida que o oxigênio
foi se acumulando na atmosfera, ao reagir com as radiações solares, formou-se a
camada de ozônio, que começou a reter os raios ultravioleta, permitindo que os
organismos conquistassem o meio terrestre.
As grandes extinções
O mais
conhecido dos cataclismos que causaram extinções em massa na Terra ocorreu há
65 milhões de anos e fez desaparecer os dinossauros. Mas a maior extinção terá
sido a “Grande Extinção do Permiano”, que ocorreu há 250 milhões de anos,
matando 90 por cento de todas as espécies marinhas e 70 por cento dos
vertebrados terrestres. O desencadear desta situação, segundo revelou uma
equipe de cientistas norte americanos, deve-se ao impacto de um asteroide ou de
um cometa na Terra, com um diâmetro entre 6 e 12 quilômetros, que foi seguido
da maior atividade vulcânica que o planeta jamais conhecera, libertando-se
grandes quantidades de energia. Além disso, verificaram-se alterações no teor
de oxigênio dos oceanos, no nível destes e no clima em geral.
Para documentar estas conclusões, os investigadores basearam-se na
análise de gases encontrados dentro de moléculas na camada geológica que marca
a passagem do Cretáceo para a o Terciário, na China, no Japão e na Hungria.
Estas complexas moléculas de carbono, chamadas futebolenos, foram
deixadas na Terra em grande número pelo impacto, e têm a particularidade de
encarcerar na sua estrutura circular, gases nobres, como o hélio e o argônio.
Os cientistas encontraram nas moléculas isótopos desses gases, que são
raríssimos na Terra, e apenas se formam em ambientes de temperaturas e pressões
extremamente altas, em estrelas de carbono, atribuindo-lhes, assim, uma origem
espacial.
A cratera do impacto ainda não foi encontrada, o que deverá ser
complicado, vendo-se que foram necessários 12 anos para detectar a cratera de
Chicxulub, no Golfo do México, que possivelmente foi produzida na época da extinção dos dinossauros.
A Pré-história do
Brasil e os Sambaquis.
São enormes
montanhas erguidas em baías, praias ou na foz de grandes rios por povos que
habitaram o litoral do Brasil na Pré-História. Eles são formados principalmente
por cascas de moluscos - a própria origem tupi da palavra sambaqui significa
"amontoado de conchas". Mas essas elevações também contêm ossos de
mamíferos, equipamentos primitivos de pesca e até objetos de arte, num
verdadeiro arquivo pré-histórico. Os arqueólogos calculam que existam milhares
de sambaquis espalhados pela costa do país. Os mais antigos nasceram há cerca
de 6 500 anos. Não se sabe ao certo o que levou nossos ancestrais a construírem
essas curiosas montanhas. Durante muito tempo, pensou-se que elas eram formadas
apenas por restos de alimentos, uma espécie de lata de lixo da pré-história.
Mas uma investigação mais detalhada revelou que, além de vestígios de comida,
havia muitos esqueletos nos sambaquis, levando especialistas a acreditarem que
boa parte deles era também cemitério.
O tamanho das
elevações mostra ainda que os sambaquis serviam como monumentos para
identificar o grupo que habitava uma determinada região. Estudando essas
construções, os pesquisadores conseguem montar um retrato dos homens
pré-históricos do litoral brasileiro. "Os restos de peixes e moluscos
indicam que eles eram pescadores e coletores.
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