Diversidade da população: As raças humanas
A nossa espécie
pertence ao Homo sapiens sapiens, que
provem da espécie Homo sapiens. A separação entre espécies aconteceu e começou
à cerca de 40.000 anos. O que separa as várias espécies são os seus hábitos
educativos, culturais e técnicos. Não há uma mentalidade branca, amarela ou
negra, mas os caracteres psíquicos ligados aos costumes, as organizações
culturais, ou seja a sua cultura.
As diferenças existentes entre
indivíduos da mesma raça são idênticas às diferenças existentes entre
indivíduos de raças diferentes.
As cores mais clara ou mais escura, relacionam-se com a
latitude em que determinada população vive. Nas latitudes mais altas, como as
radiações solares são mais baixas, a pele tende a ser mais clara, para que esta
radiação possa penetrar e produzir uma quantidade de vitamina D necessária para
o crescimento, pelo que a estatura corporal também está relacionada com o
clima.
Apesar de pouco científica e
incompleta a distinção racial pela cor da pele, esta é muito procurada, pois é
uma forma muito simples, já que de outra forma existiriam pelo menos 400 raças
diferentes.
.
Raça branca / caucásica – este tipo físico pertence a mais de metade da
população mundial, incluindo-se o subgrupo europeu, semítico-camítico (do norte
de África ao Oriente) e subgrupo indo-irânico.
. Raça amarela / mongoloide
– pertence a dois quintos do total da população, essencialmente a Ásia. Existem
subgrupos como o moreno da Filipinas, Malásia ou Indonésia e o Americano como
os Esquimós e Índios.
. Raça
negra – pertence a um décimo da parte total da população. Distingue-se o
subgrupo africano da América, os Melanésios, os Drávidas, etc..
O Brasil é um país com grande diversidade étnica, sua
população é composta essencialmente por três principais grupos étnicos: o
indígena, o branco e o negro. Os indígenas constituem a população nativa do
país, os portugueses foram os povos colonizadores da nação e os negros
africanos foram trazidos para o trabalho escravo.
Esse
contexto proporcionou a miscigenação dos habitantes do Brasil, caracterizados
como mulato (branco + negro); caboclo ou mameluco (branco + índio); cafuzo
(índio + negro). Com o prosseguimento da miscigenação, originaram-se os
inúmeros tipos que hoje compõem a nossa população.
A
composição étnica dos brasileiros é um conteúdo muito importante, passível de
uma atenção especial por parte do educador ao aplicá-lo em sala de aula. Mostre
aos alunos a diversidade étnica da população nacional e como esse fator
contribuiu para a nossa identidade cultural; demonstre aspectos culturais
presentes em nossas vidas, originários dos indígenas, portugueses, africanos,
além dos outros imigrantes europeus, árabes e asiáticos.
No
objetivo de promover a reflexão dos estudantes, pergunte sobre a origem étnica
de seus familiares, demonstrando a ampla mistura étnica que há em nossa nação.
A diversidade étnica da população
brasileira
É
sempre importante ressaltar que nos estados brasileiros não há homogeneidade
étnica, e sim, a predominância de vários grupos. A distribuição dos principais
grupos étnicos pelo território nacional é uma consequência do povoamento das
regiões do país.
A
região Sul teve os europeus como principais povos ocupantes do território; na
Amazônia, predominam os descendentes indígenas; os afrodescendentes são maioria
no Nordeste brasileiro. No entanto, existe grande diversidade mesmo entre essas
regiões, pois além de ter ocorrido a miscigenação nesses locais, há um grande
fluxo migratório entre essas partes do Brasil.
Após
uma abordagem histórica da formação da população brasileira, solicite aos
alunos um trabalho em grupo (até 4 pessoas) contendo os principais grupos
étnicos do Brasil, sua distribuição no território nacional e suas contribuições
culturais e econômicas para a nação.
Proponha
a construção de um painel composto por diferentes grupos étnicos, e por fim,
realize um debate em sala de aula entre os alunos, destacando a heterogeneidade
dos habitantes do Brasil e o processo histórico que proporcionou essa grande
miscigenação.
Miscigenação
Não
existe na atualidade nenhum grupo humano racialmente puro. As populações contemporâneas
são o resultado de um prolongado processo de miscigenação, cuja intensidade
variou ao longo do tempo.
Miscigenação é o cruzamento de raças
humanas diferentes. Desse processo, também chamado
mestiçagem ou caldeamento, pode-se dizer que caracteriza a evolução do homem.
Mestiço é o indivíduo nascido de pais de raças diferentes, ou seja, apresentam
constituições genéticas diferentes.
Esses
conceitos, porém, são ambíguos, como o próprio conceito de raça. O filho de um
alemão e uma sueca, por exemplo, não é considerado mestiço, mas sim alemão ou
sueco, conforme o meio em que ocorrer sua socialização. O filho de um alemão e
uma vietnamita, ao contrário, será considerado mestiço (eurasiano), seja qual
for o meio em que se der sua integração. Popularmente, considera-se
miscigenação a união entre brancos e negros, brancos e amarelos, e entre
amarelos e negros, ou seja, os grandes grupos de cor em que se divide a espécie
humana e que, na concepção popular, são tidos como "raças". Brancos,
negros e amarelos, no entanto, não constituem raças no sentido biológico, mas
grupos humanos de significado sociológico que o senso comum identifica por um
traço peculiar - no caso, a cor da pele.
Na
história do Brasil, a ocorrência da mestiçagem é bastante pronunciada. Esse
fato gerou uma identidade nacional singular e um povo marcadamente mestiço na
aparência e na cultura.
Os
ancestrais indígenas do brasileiro contemporâneo caracterizavam-se mais pela
diversidade do que pela homogeneidade, enquanto os portugueses provinham de um
processo de caldeamento secular e variado, no qual se destacam contribuições
dos fenícios, gregos, romanos, judeus, árabes, visigodos, mouros, celtas e
escravos africanos. É difícil precisar a origem dos negros trazidos da África
para o Brasil, mas é sabido que provieram de diferentes tribos e nações.
Do
século XVI ao XVIII, em aproximadamente 15 gerações, consolidou-se a estrutura
genética da população brasileira, com o entrecruzamento de africanos,
portugueses e índios. Ainda no período colonial, franceses, holandeses e
ingleses tentaram se estabelecer em território brasileiro e deixaram alguma
contribuição étnica, embora restrita.
Ao
mulato, mestiço de negro e branco, se deve toda a construção da economia
litorânea no Brasil, inclusive o desenvolvimento de sua vida urbana. Ao
mameluco, resultante das relações entre branco e índio, se deve a penetração
para o interior e a marcha para o oeste. A partir do século XIX, acrescenta-se
à miscigenação entre os primeiros grupos étnicos a contribuição dos imigrantes
italianos, espanhóis, alemães e japoneses, que também participaram do processo
de mistura racial no Brasil.
Os
alemães se estabeleceram principalmente no Sul, os italianos em São Paulo, e os
espanhóis em todo o país. Isso também contribuiu para que a mistura de povos no
Brasil tivesse composição diferente de acordo com a região. De maneira geral,
pode-se dizer que predomina no litoral o mulato e, no interior, o branco e
vários mestiços. A população é mais índia no Norte, menos branca no Nordeste, mais
índia e mais branca no Centro-Oeste e menos negra no Sul. No Sudeste,
historicamente a área de maior desenvolvimento, há um pouco de todas as raças.
Povos no Brasil
As
três raças básicas formadoras da população brasileira são o negro, o europeu e
o índio, em graus muito variáveis de mestiçagem e pureza. É difícil afirmar até
que ponto cada elemento étnico era ou não previamente mestiçado.
A miscigenação no Brasil deu origem a
três tipos fundamentais de mestiço:
Caboclo = branco + índio
Mulato = negro + branco
Cafuzo = índio + negro
Brancos
Os
portugueses trouxeram um complicado caldeamento de lusitanos, romanos, árabes e
negros, que habitaram em Portugal. Os demais grupos, vindos em grande número
para o Brasil em diversas épocas -- italianos, espanhóis, alemães, eslavos,
sírios -- também tiveram mestiçagem semelhante. A partir de então, a migração
tornou-se mais constante. O movimento de portugueses para o Brasil foi
relativamente pequeno no século XVI, mas cresceu durante os cem anos seguintes
e atingiu cifras expressivas no século XVIII. Embora o Brasil fosse, no
período, um domínio de Portugal, esse processo tinha, na realidade, sentido de
imigração.
A
descoberta de minas de ouro e de diamantes em Minas Gerais foi o grande fator
de atração migratória. Calcula-se que nos primeiros cinquenta anos do século
XVIII entraram, só em Minas, mais de 900.000 pessoas. No mesmo século,
registra-se outro movimento migratório: o de açorianos para Santa Catarina, Rio
Grande do Sul e Amazônia, estados em que fundaram núcleos que mais tarde se
tornaram cidades prósperas.
Os
colonos, nos primeiros tempos, estabeleceram contato com uma população indígena
em constante nomadismo. Os portugueses, embora possuidores de conhecimentos
técnicos mais avançados, tiveram que aceitar numerosos valores indígenas
indispensáveis à adaptação ao novo meio. O legado indígena tornou-se um
elemento da formação do brasileiro. A nova cultura incorporou o banho de rio, o
uso da mandioca na alimentação, cestos de fibras vegetais e um numeroso
vocabulário nativo, principalmente tupi, associado às coisas da terra: na
toponímia, nos vegetais e na fauna, por exemplo. As populações indígenas não
participaram inteiramente, porém, do processo de agricultura sedentária
implantado, pois seu padrão de economia envolvia a constante mudança de um
lugar para outro. Daí haver o colono recorrido à mão-de-obra africana.
O
Brasil é o país de maior população branca do mundo tropical.
Negros
Os
negros, trazidos para o Brasil como escravos, do século XVI até 1850,
destinados à lavoura canavieira, à mineração e à lavoura cafeeira, pertenciam a
dois grandes grupos: os sudaneses e os bantos. Os primeiros, geralmente altos e
de cultura mais elaborada, foram sobretudo para a Bahia. Os bantos, originários
de Angola e Moçambique, predominaram na zona da mata nordestina, no Rio de
Janeiro e em Minas Gerais.
Surgiu
assim o terceiro grupo importante que participaria da formação da população
brasileira: o negro africano. É impossível precisar o número de escravos
trazidos durante o período do tráfico negreiro, do século XVI ao XIX, mas
admite-se que foram de cinco a seis milhões. O negro africano contribuiu para o
desenvolvimento populacional e econômico do Brasil e tornou-se, pela
mestiçagem, parte inseparável de seu povo. Os africanos espalharam-se por todo
o território brasileiro, em engenhos de açúcar, fazendas de criação, arraiais
de mineração, sítios extrativos, plantações de algodão, fazendas de café e
áreas urbanas. Sua presença projetou-se em toda a formação humana e cultural do
Brasil com técnicas de trabalho, música e danças, práticas religiosas,
alimentação e vestimentas.
Índios
Os
indígenas brasileiros pertencem aos grupos chamados paleoameríndios, que
provavelmente migraram em primeiro lugar para o Novo Mundo. Estavam no estádio
cultural neolítico (pedra polida). Agrupam-se em quatro troncos linguísticos
principais: o tupi ou tupi-guarani, o jê ou tapuia, o caraíba ou karib e o
aruaque ou nu-aruaque. Há além disso pequenos grupos linguísticos, dispersos
entre esses maiores, como os pano, tucano, bororo e nhambiquara. Atualmente os
índios acham-se reduzidos a uma população de algumas dezenas de milhares,
instalados sobretudo nas reservas indígenas da Amazônia, Centro-Oeste e
Nordeste.
A
esses três elementos fundamentais vieram inicialmente acrescentar-se os
mestiços, surgidos do cruzamento dos três tipos étnicos anteriores, e cujo
número observou tendência sempre crescente. Ocupam portanto lugar de grande
destaque na composição étnica da população brasileira, representados pelos
caboclos (descendentes de brancos e ameríndios), mulatos (de brancos e negros)
e cafuzos (de negros e ameríndios).
A
marca da imigração no Brasil pode ser percebida especialmente na cultura e na
economia das duas mais ricas regiões brasileiras: Sudeste e Sul.
A
colonização foi o objetivo inicial da imigração no Brasil, visando ao
povoamento e à exploração da terra por meio de atividades agrárias. A criação
das colônias estimulou o trabalho rural. Deve-se aos imigrantes a implantação
de novas e melhores técnicas agrícolas, como a rotação de culturas, assim como
o hábito de consumir mais legumes e verduras. A influência cultural do
imigrante também é notável.
A
imigração teve início no Brasil a partir de 1530, quando começou a
estabelecer-se um sistema relativamente organizado de ocupação e exploração da
nova terra. A tendência acentuou-se a partir de 1534, quando o território foi
dividido em capitanias hereditárias e se formaram núcleos sociais importantes
em São Vicente e Pernambuco. Foi um movimento ao mesmo tempo colonizador e
povoador, pois contribuiu para formar a população que se tornaria brasileira,
sobretudo num processo de miscigenação que incorporou portugueses, negros e
indígenas.
Outros Grupos
Os
principais grupos de imigrantes no Brasil são portugueses, italianos,
espanhóis, alemães e japoneses, que representam mais de oitenta por cento do
total. Até o fim do século XX, os portugueses aparecem como grupo dominante,
com mais de trinta por cento, o que é natural, dada sua afinidade com a
população brasileira. São os italianos, em seguida, o grupo que tem maior
participação no processo migratório, com quase trinta por cento do total,
concentrados sobretudo no estado de São Paulo, onde se encontra a maior colônia
italiana do país. Seguem-se os espanhóis, com mais de dez por cento, os
alemães, com mais de cinco, e os japoneses, com quase cinco por cento do total
de imigrantes.
Contribuição dos Grupos
No
processo de urbanização, assinala-se a contribuição do imigrante, ora com a
transformação de antigos núcleos em cidades (São Leopoldo, Novo Hamburgo,
Caxias, Farroupilha, Itajaí, Brusque, Joinville, Santa Felicidade etc.), ora
com sua presença em atividades urbanas de comércio ou de serviços, com a venda
ambulante, nas ruas, como se deu em São Paulo e no Rio de Janeiro.
Outras
colônias fundadas em vários pontos do Brasil ao longo do século XIX se
transformaram em importantes centros urbanos. É o caso de Holambra SP, criada
pelos holandeses; de Blumenau SC, estabelecida por imigrantes alemães liderados
pelo médico Hermann Blumenau; e de Americana SP, originalmente formada por
confederados emigrados do sul dos Estados Unidos em conseqüência da guerra de
secessão. Imigrantes alemães se radicaram também em Minas Gerais, nos atuais
municípios de Teófilo Otoni e Juiz de Fora, e no Espírito Santo, onde hoje é o
município de Santa Teresa.
Em
todas as colônias, ressalta igualmente o papel desempenhado pelo imigrante como
introdutor de técnicas e atividades que se difundiram em torno das colônias. Ao
imigrante devem-se ainda outras contribuições em diferentes setores da
atividade brasileira. Uma das mais significativas apresenta-se no processo de
industrialização dos estados da região Sul do país, onde o artesanato rural nas
colônias cresceu até transformar-se em pequena ou média indústria. Em São Paulo
e no Rio de Janeiro, imigrantes enriquecidos contribuíram com a aplicação de
capitais nos setores produtivos.
A
contribuição dos portugueses merece destaque especial, pois sua presença
constante assegurou a continuidade de valores que foram básicos na formação da
cultura brasileira. Os franceses influíram nas artes, literatura, educação e
nos hábitos sociais, além dos jogos hoje incorporados à lúdica infantil.
Especialmente em São Paulo, é grande a influência dos italianos na arquitetura.
A eles também se deve uma pronunciada influência na culinária e nos costumes,
estes traduzidos por uma herança na área religiosa, musical e recreativa.
Os
alemães contribuíram na indústria com várias atividades e, na agricultura,
trouxeram o cultivo do centeio e da alfafa. Os japoneses trouxeram a soja, bem
como a cultura e o uso de legumes e verduras. Os libaneses e outros árabes
divulgaram no Brasil sua rica culinária
Dificilmente
existe uma nação com tão complexa e variada composição étnica de sua população.
No caso do Brasil, a formação populacional advém de basicamente cinco distintas
fontes migratórias, são elas:
- os
nativos, que se encontravam no território antes da chegada dos portugueses.
Esses povos eram descendentes de homens que chegaram às Américas através do
Estreito de Bering;
- os
portugueses, que vieram para o Brasil a fim de explorar as riquezas da colônia;
- os
negros africanos, que foram trazidos pelos europeus para trabalhar nos engenhos
na produção do açúcar a partir do século XVI;
- a
intensa imigração europeia no Brasil, sobretudo no sul do país;
- a
entrada de imigrantes oriundos de várias origens, especialmente vindos da Ásia
e Oriente Médio.
Com
base nessas considerações, a população brasileira ficou com a seguinte
composição étnica:
Brancos: a grande maioria da população branca tem origem
europeia (ou são descendentes desses). No período colonial vieram para o
Brasil: espanhóis, holandeses, franceses, além de italianos e eslavos. A região
sul abriga grande parte dos brancos da população brasileira, pois esses
imigrantes ocuparam tal área.
Negros: essa etnia foi forçada a migrar para o Brasil,
uma vez que vieram como escravos para atuar primeiramente na produção do açúcar
e mais tarde na cultura do café. O Brasil é um dos países que mais utilizou a
mão de obra escrava no mundo. Hoje, os negros se concentram principalmente em
áreas nas quais a exploração foi mais intensa, como é o caso das regiões
nordeste e sudeste.
Indígenas: grupo étnico que habitava o território brasileiro
antes da chegada dos portugueses. Nesse período, os índios somavam cinco
milhões de pessoas. Os índios foram quase disseminados, restaram somente 350
mil índios, atualmente existem 170 mil na região Norte e no Centro-Oeste 100
mil.
Pardos: etnia formada a partir da junção de três origens:
brancos, negros e indígenas, formando
três grupos de miscigenação.
Mulatos: correspondem à união entre brancos e negros, esse
grupo representa 24% da população e ocorre com maior predominância no Nordeste
e Sudeste.
Caboclos: representa a descendência entre brancos e
indígenas. No país respondem por 16% da população nacional. Esse grupo se
encontra nas áreas mais longínquas do país.
Cafuzos: esse grupo é oriundo da união entre negros e
índios, essa etnia é restrita e corresponde a 3% da população. É encontrado com
maior frequência na Amazônia, Centro-Oeste e Nordeste.
A POPULAÇÃO BRASILEIRA
Resumo:
neste capítulo será mostrado como está formada a população do Brasil. Que
imigrantes vieram para o país e quais dificuldades enfrentaram? E como
contribuiu para a formação de nossa população.
Como está formada nossa população
Antes
da colonização do atual território brasileiro era, segundo estimativas, de dois
a cinco milhões de índios.
Desde
1500 até os dias atuais, os índios sofreram intensos genocídios e etnocídio. Em
1999, a população indígena era de aproximadamente 300 mil indivíduos,
concentrados nas regiões Norte e Centro-Oeste.
Os
restantes 99,8% da população brasileira resultam da imigração forçada de povos
africanos e da imigração livre de europeus, americanos e asiáticos, que
povoaram o território, cresceram, se miscigenaram.
Quanto
as cores ou raças que compõem a população brasileira, 55,24% são brancos e
5,97% são negros. Esses percentuais vem diminuindo rapidamente enquanto o
número de pardos tem aumentado.
Os imigrantes entram no Brasil
A
imigração para o Brasil iniciou-se em 1530, o país se encontrava na fase
pré-colonial. Os portugueses que vinham para cá estavam interessados apenas na
extração de recursos naturais em nosso território para comercializa-los na
Europa. Houve a fixação de portugueses e escravos negros no país, sobretudo no
litoral dos atuais estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Bahia e Pernambuco.
Com
a abertura dos portos, em 1808, foi permitida a entrada de imigrantes livres
europeus de outras nacionalidades, pois até então apenas os portugueses podiam
se fixar no Brasil.
Com
a proibição do trafico negreiro, maior desenvolvimento das atividades cafeeiras
e urbano-industriais e facilidade de acesso a posse de terra na região Sul. O
Brasil se tornou um território para os imigrantes europeus. Vale destacar que
os Estados Unidos e a Argentina receberam mais imigrantes que o Brasil, por
oferecerem maiores possibilidades de ascensão social aos colonos.
De
1850 a 1930, observou-se uma enorme entrada de imigrantes no país para suprir
as necessidades de mão-de-obra nas lavouras cafeeiras, nos centros
urbanos-industriais e no processo de povoamento da região Sul.
Com
a grise mundial de 1929, as regiões do país de economia agrário-exportadora
entraram em colapso. A principal crise foi a do café. A região de Ilhéus passou
pela crise do cacau e o restante da Zona da Mata nordestina sofreu com a brusca
queda na exportação de açúcar. A região Sul, que passou por uma colonização de
povoamento, tinha sua economia voltada para o mercado interno e sofreu menos
com essa crise.
Em
1934, observando esse excedente interno de mão-de-obra, o governo Getúlio
Vargas criou a lei de Cotas de imigração e passou a controlar a entrada de
estrangeiros no país, para evitar que o índice de desemprego aumentasse a
instabilidade dos últimos 50 anos, segundo a nacionalidade. Essa lei não foi
aplicada aos portugueses, cuja entrada permaneceu livre.
A
lei de Cotas apenas restringia a entrada de imigrantes. A restrição, não era
somente numérica, mas também ideológica. Se o imigrante demonstrasse tendência
anarco-sindicalista, por exemplo, era impedido de entrar no país. Além disso,
80% dos imigrantes aceitos eram obrigados a trabalhar na zona rural.
Durante
o mandato democrático de Getúlio Vargas e no governo de Juscelino Kubitschek,
ocorreu maciça entrada de investimentos produtivos estatais e estrangeiros, que
ampliaram o volume de empregos nos setores secundários e terciários.
De
1980 a 1994, aproximadamente, a imigração superou numericamente a imigração em
função da instabilidade política, do desemprego e dos baixos salários; de 1994
a fevereiro de 1999, estima-se que houve equilíbrio entre a entrada e a saída
de pessoas.
As principais correntes imigratórias
para o Brasil
Segundo
as estimativas, calcula-se que ingressaram no país pelo menos quatro milhões de
negros de 1550 a 1850, a maioria provenientes de Angola, ilha de São Tomé e
Costa do Marfim.
Dentro
as correntes imigratórias a mais importante foi a portuguesa. Esses imigrantes
espalharam-se por todo o território nacional. Com a conseqüente melhoraria das
condições de vida nesse país, ele se tornou área de atração de imigrantes
brasileiros.
Segunda
maior corrente de imigrantes livres foi a italiana. Em terceiro lugar,
apareceram os espanhóis e, em quarto, os alemães. A partir de 1850. a expansão
dos cafezais pelo Sudeste e a necessidade de efetiva colonização da região Sul
levaram o governo brasileiro a criar medidas de incentivo a vinda de imigrantes
europeus para substituir a mão-de-obra escrava.
Embora
atraente, a propaganda governamental escondia uma realidade perversa: ao fim de
um ano de trabalho duro nas lavouras de café, quando o imigrante deveria
receber seu pagamento, era informado de que seu salário não era suficiente
sequer para pagar as despesas de transporte mais dos alimentos consumidos ao
longo do ano. Era a escravidão por divida, comum até hoje em vários estados do
Brasil.
Outra
grande área de atração de imigrantes europeus, com destaque para portugueses,
italianos e alemães, foi o sul do país. Nessa região, os imigrantes ganhavam a
propriedade da terra, onde fundaram colônias de povoamentos que prosperaram.
Em
1908, aportou em Santos a primeira embarcação trazendo colonos japoneses para
trabalharem nas lavouras de café do interior do estado de São Paulo. As
diferenças de língua, religião e cultura, associados ao receio de serem
novamente escravizados, levaram os japoneses a criar núcleos de ocupação pouco
integrados a sociedade como um todo. Eles respondem por aproximadamente 5% do
integrado total de imigrantes livres que ingressaram no país.
Fazendo
o caminho inverso de seus ancestrais, estão imigrando em direção ao Japão, onde
trabalham em linhas de produção, ocupando posições subalternas, renegadas por
cidadãos japoneses.
Entre
as correntes migratórias de menor expressão numérica, destaca-se os eslavos, na
região de Curitiba; os Chineses e os coreanos, na capital paulista, espalhado
pelo país.
Atualmente,
no Brasil o total de imigrantes é maior que o numero de pessoas que ingressam
no país. Como a maioria dos imigrantes entra clandestinamente nos países a que
se dirigem, há apenas estimativas precárias quanto ao volume total de
imigração. Para ter uma idéia, apenas em Nova Iorque residem cerca de 120 mil
brasileiros.
O crescimento vegetativo da população
brasileira
O crescimento
vegetativo ou natural corresponde a diferença entre as taxas de natalidade e de
mortalidade. Foi somente a partir da década de 60 que o crescimento vegetativo
passou a diminuir.
Se
taxa de mortalidade apresentar uma queda maior que a verificada na taxa de
natalidade, o crescimento vegetativo aumenta. Logo após a segunda guerra
mundial, em todos os países, houve uma queda brutal nas taxas de crescimento
vegetativo, portanto, aumentou significativamente.
A
taxa de mortalidade brasileira já atingiu um patamar próximo a 6%, tendendo a
se estabilizar por algumas décadas e, posteriormente, crescer, chegando a 8 ou
9%.
Os movimentos internos
Os
movimentos migratórios estão ligados a fatores econômicos, desde o tempo da
colonização. Quando terminou o ciclo da cana-de-açúcar no Nordeste e teve
inicio o ciclo de ouro, em Minas Gerais, houve um enorme deslocamento de
pessoas e um intenso processo de urbanização no novo centro econômico do país.
Graças ao ciclo do café e, posteriormente, com o processo de industrialização,
a região Sudeste pôde se tornar efetivamente o grande pólo de atração de
migrantes.
Qualquer
região do país que receba investimentos produtivos, públicos ou privados, que
aumentem a oferta de emprego, receberá também pessoas dispostas a preencher os
novos postos de trabalho.
Atualmente,
São Paulo e Rio de Janeiro são as capitais que menos crescem no Brasil. Em primeiro
lugar, aparecem algumas capitais de estado da região Norte, localizadas em
áreas de grande expansão das atuais fronteiras agrícolas do país. Em seguida,
vem a capital nordestina e, finalmente, as do Sul do Brasil.
Êxodo rural e migração pendular
De
meados da década de 50 até o final dos anos 70, o Brasil sofreu um intenso
êxodo rural, ou seja, a saída de pessoas do campo em direção as cidades. Como
essas cidades não receberam investimentos públicos em obras de infraestrutura
urbana passaram a crescer em direção a periferia, onde eram construídos enormes
favelas e loteamento clandestinos, sobretudo ao redor dos bairros industriais.
Esse processo levou ao surgimento das metrópoles, onde ocorreu uma migração
diária entre os municípios, fenômenos conhecidos como migração pendular. Para a
população que realiza esse movimento diário, a reestruturação dos transportes
coletivos metropolitanos é urgente.
Transumância
A
transumância é um movimento populacional sazonal, ou seja, que ocorre em certos
períodos do ano e que sempre se repete. Por exemplo, em março, quando para de
chover no sertão, os pequenos e médios proprietários são obrigados a migrar
para o Agreste ou para a Zona da Mata, em busca de uma ocupação que lhes
permita sobreviver até dezembro, quando volta a chover no sertão e eles
retornam as suas propriedades.
Também
é comum a transumância praticada pelos boias-frias volantes, que não possuem
residência fixa. O trabalho volante é temporário, só ocorre durante o período
do plantio da colheita. Tal situação obriga os trabalhadores a migrar de cidade
em cidade atrás de serviço.
Migração urbana-urbana
Atualmente,
nos estados de São Paulo e do Rio de Janeiro, é significativa a saída de
população das metrópoles em direção as cidades médias do interior. As
metrópoles estão completamente inchadas, com precariedades no atendimento de
praticamente todos os serviços públicos. Já as cidades do interior desses
estados, além de estar passando por um período de crescimento de crescimento
econômico, ofereceram melhor qualidade de vida a população.
Nenhum comentário:
Postar um comentário