Uma
equipe internacional de astrônomos anunciou a descoberta de mais de 50
exoplanetas em órbita de estrelas próximas, entre os quais uma "super
Terra", situada em uma zona "habitável", isto é, onde a água
pode ser encontrada em estado líquido.
Trata-se
do maior grupo de novos exoplanetas anunciado simultaneamente, destacou nesta
terça-feira, em um comunicado, o Observatório Europeu Austral (ESO).
Michel
Mayor (Universidade de Genebra, Suíça), um dos descobridores do primeiro
planeta extrassolar em 1995, chefiou a equipe que detectou esta nova série de
planetas, graças ao espectrógrafo buscador de planetas HARPS (High Accuracy
Radial Velocity Planetary Searcher), instalado no observatório de La Silla, no
Chile.
Estes
resultados foram apresentados na segunda-feira, durante a conferência sobre
sistemas solares extremos, realizada no Wyoming (Estados Unidos).
Esta
última "coleta" do buscador HARPS inclui 16 "super Terras",
ou seja, planetas com massa de uma a dez vezes a do nosso planeta.
Uma
dessas super Terras situa-se na zona habitável de sua estrela, onde a água pode
se apresentar em estado líquido, portanto, propícia para o surgimento da vida
como conhecemos.
Além
disso, os cientistas destacaram que mais de 40% das estrelas similares ao Sol têm
pelo menos um planeta de massa inferior à de Saturno (que tem massa entre 3 e
100 vezes a da Terra).
"A
série de descobertas, feitas graças ao HARPS supera todas as
expectativas", disse Michel Mayor, entusiasmado porque o ritmo "se
acelera".
Este
renomado e eficiente instrumento já permitiu detectar 150 exoplanetas, dos
quais duas super Terras potencialmente habitáveis: Gliese 581d, em 2007, e HD
85512b, agora.
Este
último exoplaneta se situa a 36 anos-luz da Terra (1 ano-luz = 9,46 trilhões de
quilômetros).
Desde
1995 mais de 670 exoplanetas foram descobertos por várias equipes de
astrônomos.
Exoplanetas:
Um
exoplaneta (ou planeta extra-solar (AO 1990: extrassolar) ) é um planeta que
orbita uma estrela que não seja o Sol e, desta forma, pertence a um sistema
planetário distinto do nosso.
Embora
a existência de sistemas planetários há muito tem sido de aventado, até a
década de 1990 nenhum planeta ao redor de estrelas da sequência principal havia
sido descoberto. Todavia, desde então, algumas perturbações em torno da estrela
atribuídas a exoplanetas gigantes vêm sendo descobertas com telescópios mais
possantes. Mesmo por estimativas, as observações cada vez mais frequentes de
exoplanetas gigantes reforçam a possibilidade de que alguns desses sistemas
planetários possam conter planetas menores e consequentemente abrigar vida
extraterrestre. Até 2008, já haviam sido catalogados mais de duzentos planetas
extra-solares, mas a maioria indicou sempre condições inóspitas à existência de
vida tal como é concebida em nosso planeta. Os planetas detectados até agora
são, em sua maioria, do tamanho ou maior do que Júpiter, e giram na maioria das
vezes em órbitas muito próximas da estrela-mãe. Entretanto, os cientistas
acreditam que isso se deve a limitações nas técnicas de detecção de planetas, e
não porque essas condições sejam mais comuns.
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