A
globalização da pobreza está a processar-se durante um período de rápidos
avanços tecnológicos e científicos. Enquanto estes últimos contribuem para o
incremento substancial da capacidade potencial do sistema econômico de produzir
os bens e serviços necessários, os níveis acrescentados de produtividade não se
traduzem numa correspondente redução dos níveis de pobreza global.
No
período do pós-guerra-fria, a humanidade atravessa uma crise econômica e social
de escala sem precedentes que está a conduzir ao rápido empobrecimento de
vastos setores da população mundial. Assiste-se ao colapso de economias
nacionais e a um aumento alarmante do desemprego. Na África subsaariana, no Sul
da Ásia e em partes da América Latina, têm-se verificado surtos de fomes a
nível local. Esta «globalização da pobreza» — que, em grande medida, fez
retroceder as realizações alcançadas com a descolonização do pós-guerra — teve
o seu início num Terceiro Mundo marcado pela crise da dívida no princípio dos
anos 80 e a conseqüente imposição de reformas econômicas nefastas pelo Fundo
Monetário Internacional.
A Nova
Ordem Mundial é sustentada pela pobreza humana e a destruição do ambiente. Dá
origem ao apartheid social, promove o racismo e os conflitos étnicos, mina os
direitos das mulheres e, freqüentemente, precipita os países para confrontos
destrutivos entre nacionalidades. Desde os anos 90, tem vindo a estender o seu
domínio a todas as principais regiões do Mundo, incluindo a América do Norte, a
Europa Ocidental, os países do antigo bloco soviético e os «Novos Países
Industrializados» (NPI) do Sudeste Asiático e do Extremo Oriente.
Esta
crise a nível mundial é mais devastadora do que a Grande Depressão dos anos 30.
Tem conseqüências geopolíticas de grande alcance; a perturbação econômica
faz-se acompanhar pelo desencadear de guerras regionais, a fratura de
sociedades nacionais e, nalguns casos, a total destruição de países inteiros.
Esta é, indubitavelmente, a crise econômica mais grave da História Moderna.
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