Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

terça-feira, 6 de setembro de 2011

ETNIA E MODERNIDADE VESTIBULAR 2011 e 2010


VESTIBULAR 2011

(PUC-RIO)

CONTRA O VÉU ISLÂMICO — FRANÇA PROÍBE USO DA BURCA (14/10/2009)


CIGANOS EXPULSOS DA FRANÇA SERÃO 950 DENTRO DE UMA SEMANA (25/08/2010)


Fontes: Google.imagens.com.br e Vera Monteiro/Agências

A partir das imagens das reportagens selecionadas, responda o que se pede:

a) Explique o que é XENOFOBIA e como ela afeta a pluralidade cultural no espaço europeu.

b) Indique UMA CAUSA CULTURAL da proibição do uso do véu islâmico e UMA CAUSA ECONÔMICA da expulsão dosciganos pelo atual governo francês.

Resposta:

a) Entende-se por Fundamentalismo Islâmico a interpretação particular e literal da sharia(a lei do Corão), aplicada com fins políticos. Em oposição às ideias laicas, modernas e ocidentais, essa interpretação afirma que, a fim de formar um Estado islâmico puro, os valores da tradição e religião islâmica devem desempenhar um papel central na vida econômica, social e política dos povos. Vários movimentos fundamentalistas procuraram e ainda procuram lutar para obter e manter o controle do
Estado nos países com maioria da população de religião islâmica e ali aplicar seus princípios. A xenofobia no espaço europeu, que é laico em sua constituição social e política, é contraproducente já que não corresponde aos ideais de pluralidade e convivência aos quais as sociedades européias, notadamente as ocidentais, se basearam desde meados do século XX.
(Adaptado de www.klikeducação.com.br).

b) Dentre os interesses políticos do Estado francês contra o uso da burca naquele país, pode-se interpretar.

1) aumentar o controle do Estado francês sobre o terrorismo internacionaljá que terroristas podem se valer da ocultação da identidade de quem usa a burca para ampliar a sua rede de atentados;
2) ampliar a margem de aceitação do atual governo frente aos grupos ideológicos mais conservadores da sociedade francesa;
3) redimensionar a vida política e participação social das mulheres islâmicas na sociedade francesa, para que elas lutem por igualdade de direitos de gênero junto aos homens de sua comunidade próxima;
4) revalorizar os costumes ocidentais na população migrante com o objetivo de reforçar a condição de sociedade laica e liberal do franceses, sobre a qual o país construiu a sua identidade no mundo, desde
o século XVIII;
5) retirar a atenção da sociedade francesa dos principais problemas sociais e econômicos que afetam atualmente aquele país, redirecionando-o para problemas secundários.

Dentre os interesses econômicos do mesmo governo para expulsar os ciganos do país, pode-se argumentar:

1) reduzir os gastos sociais com migrantes ilegais em um Estado fortemente endividado, notadamente após a crise econômica iniciada em 2008;
2) diminuir o número de casos de violência no país (principalmente a ação dos narcotraficantes e grupos mafiosos do leste europeu), que vêm crescendo, assustadoramente, e que já afetam os investimentos econômicos na França e o turismo;
3) ampliar o acesso ao trabalho menos qualificado do francês de baixa renda afetado pela redução do emprego desde a crise de 2008 e que compete agora com os imigrantes pelo acesso aos postos de trabalho menos remunerados da economia francesa.

(UENP) Leia atentamente o fragmento de texto a seguir. Trata-se de uma entrevista com o sociólogo Zigmunt Bauman.

            Poderia falar mais amplamente sobre os riscos da modernidade?
            Uma das características do que chamo de "modernidade sólida" era que as maiores ameaças para a existência humana eram muito mais óbvias. Os perigos eram reais, palpáveis, e não havia muito mistério sobre o que fazer para neutralizá-los ou, ao menos, aliviá-los. Era óbvio, por exemplo, que alimento, e só alimento, era o remédio para a fome.
            Os riscos de hoje são de outra ordem, não se pode sentir ou tocar muitos deles, apesar de estarmos  todos expostos, em algum grau, a suas consequências. Não podemos, por exemplo, cheirar, ouvir, ver ou tocar as condições climáticas que gradativamente, mas sem trégua, estão se deteriorando. O mesmo acontece com os níveis de radiação e de poluição, a diminuição das matérias-primas e das fontes de energia não renováveis, e os processos de globalização sem controle político ou ético, que solapam as bases de nossa existência e sobrecarregam a vida dos indivíduos com um grau de incerteza e ansiedade sem precedentes.
            Diferentemente dos perigos antigos, os riscos que envolvem a condição humana no mundo das dependências globais podem não só deixar de ser notados, mas também deixar de ser minimizados mesmo quando notados. As ações necessárias para exterminar ou limitar os riscos podem ser desviadas das verdadeiras fontes do perigo e canalizadas para alvos errados. Quando a complexidade da situação é descartada, fica fácil apontar para aquilo que está mais à mão como causa das incertezas e das ansiedades modernas. Veja, por exemplo, o caso das manifestações contra imigrantes que ocorrem na Europa. Vistos como "o inimigo" próximo, eles são apontados como os culpados pelas frustrações da sociedade, como aqueles que põem obstáculos aos projetos de vida dos demais cidadãos. A noção de "solicitante de asilo" adquire, assim, uma conotação negativa, ao mesmo tempo em que as leis que regem a imigração e a naturalização se tornam mais restritivas, e a promessa de construção de "centros de detenção" para estrangeiros confere vantagens eleitorais a plataformas políticas.
            Para confrontar sua condição existencial e enfrentar seus desafios, a humanidade precisa se colocar acima dos dados da experiência a que tem acesso como indivíduo. Ou seja, a percepção individual, para ser ampliada, necessita da assistência de intérpretes munidos com dados não amplamente disponíveis à experiência individual. E a Sociologia, como parte integrante desse processo interpretativo — um processo que, cumpre lembrar, está em andamento e é permanentemente inconclusivo —, constitui um empenho constante para ampliar os horizontes cognitivos dos indivíduos e uma voz potencialmente poderosa nesse diálogo sem fim com a condição humana.

PALLARES-BURKE, Maria Lúcia Garcia. Entrevista com Zigmunt Bauman. Tempo soc. [online]. 2004

Sobre a questão dos imigrantes na Europa, julgue a veracidade das proposições abaixo.

I. A França começou a ser lentamente islamizada, em consequência de ondas sucessivas de novas migrações, nomeadamente das suas antigas colônias africanas, na sua maioria islamizadas. O número de muçulmanos não parou de aumentar (cerca de 10% da população francesa). Os grandes valores republicanos, com que a França integrava facilmente os imigrantes europeus, começaram a não surtirem efeito. A França começou então a depurar as suas referências culturais para se ajustar a esta nova realidade.
II. A Inglaterra e a Holanda adotaram um modelo próprio de integração: o multiculturalismo, isto é, cada imigrantes pode ter os valores que quiser, viver como entender, praticar a sua religião, mas não pode é interferir na ordem instituída. Tudo isto em nome da tolerância e dos direitos do indivíduo. A verdade é que essas sociedades acabaram por entrar numa lógica segregacionista: naturais para um lado, estrangeiros para outro.
III. A Alemanha e a Suíça levaram até às últimas consequências o modelo segregacionista, impondo uma clara separação entre "naturais" e "imigrantes. Estes últimos são mantidos, desde a sua chegada, a distância, sendo-lhes dito que não passam de mão-de-obra descartável, sempre que a situação o exija. Apesar do elevado número de imigrantes turcos existentes na Alemanha, a verdade é que apenas um pequeno número conseguiu naturalizar-se alemão.

Pode-se afirmar que é(são) verdadeira(s):

a) todas
b) apenas II e III
c) apenas I e II
d) apenas I e III
e) nenhuma

(UFLA) Observe as informações abaixo:

Civilização Ocidental: herdeira das culturas grega e romana. Dominante em vários continentes e grandes regiões. Convive com outras culturas.

Civilização Islâmica: cultura muçulmana. Abrange a região que vai da Turquia ao Paquistão e Bangladesh. Elemento unificador: religião maometana.

Civilização Hindu: Abrange a Índia e países vizinhos. Mistura de religião e filosofia é o elemento unificador. Também é considerada um conjunto de ideias.

Indique a alternativa que define uma “civilização”:

a) A identidade cultural mais ampla de um povo.
b) A abrangência regional.
c) O tipo de religião dominante.
d) A dominação político-social imposta.

(UNESP)

Soweto viu a Copa do Mundo. Em um Mundial questionado por seu impacto social apenas limitado e por excluir grande parte da população africana dos benefícios, os 4 milhões de moradores da cidade nas proximidades de Johannesburgo só souberam um dia antes que a seleção brasileira faria seu único treino aberto em Soweto.
(O Estado de S.Paulo, 04.06.2010. Adaptado.)

Considere as afirmações seguintes.

I. Soweto está localizado na região metropolitana de Johanesburgo e foi a maior townshipda África do Sul.
II. As townships nasceram durante o período do apartheid, devido à separação espacial entre negros e brancos.
III. Dentre os Prêmios Nobel da Paz, estão Nelson Mandela e o Arcebispo Desmond Tutu, que viveram em Soweto.
IV. Berço da luta contra o apartheid, durante o regime racista, Soweto conseguiu resolver seus problemas sociais, integrando-se totalmente ao restante da capital.

Estão corretas apenas as afirmações

a) I, III e IV.
b) III e IV.
c) I, II e III.
d) I e II.
e) II, III e IV.

(UFF) A seleção alemã de futebol da Copa do Mundo de 2010 apresentou cinco atletas nascidos fora da Alemanha e seis filhos de imigrantes, num total de 23 jogadores. “É a verdadeira nação arco-íris”, estampou um jornal de Johannesburgo, brincando com a expressão utilizada pelo bispo Desmond Tutu para designar a África do Sul pós-apartheid.Para o sociólogo alemão Martin Curi, a inserção de estrangeiros, principalmente de turcos, na equipe alemã ocorre até com certo atraso. Mesut Ozil e Sedar Tasci são os primeiros turcos a jogarem uma Copa do Mundo pelo país, 40 anos após ser registrado o maior fluxo migratório da Turquia para a Alemanha.

Folha de São Paulo, 03/07/2010, p. D-28. Adaptação.

Com relação à inserção de jogadores estrangeiros destacada no texto, conclui-se, adequadamente, que ela

a) representa a flexibilização do mercado de trabalho na União Europeia.
b) mostra a inexistência da xenofobia por parte da população nativa original.
c) dificulta os fluxos migratórios para o país mais desenvolvido da Europa.
d) expressa o caráter pluriétnico da sociedade alemã contemporânea.
e) reflete a falta de programas sociais para a juventude alemã desportiva.

(UFF)

EM 5 ANOS, NOVA ORLEANS RENASCE BRANCA

“A tragédia do furacão Katrina em Nova Orleans completa cinco anos neste mês com um legado que vai muito além das casas ainda destruídas da cidade: o equilíbrio de poder foi totalmente realinhado, a clivagem racial, aprofundada. A maioria negra, que sofreu retirada forçada durante a enchente ocorrida após o furacão, viu sua dominância sobre a política das últimas décadas ir se esvaindo até que praticamente todos os órgãos eletivos locais “embranqueceram”. (...) Moradores e estudiosos afirmam que a virada é resultado de um esforço deliberado. O primeiro plano de reconstrução da cidade previa fazer parques nos bairros negros devastados. Pra onde os antigos moradores voltariam? De  referência, para lugar nenhum.”
Folha de São Paulo, 08/08/2010, p. A24.

Para além dos efeitos imediatos do furacão Katrina, a reportagem focaliza a dinâmica de “embranquecimento” de Nova Orleans, diretamente associada a processos de

a) nomadismo urbano.
b) densificação urbana.
c) segregação espacial.
d) exploração demográfica.
e) migração sazonal.

(UFRJ) Nas últimas décadas, a Turquia vem pleiteando, sem sucesso, sua entrada na União Europeia.

Apresente uma razão que tem dificultado a entrada da Turquia na União Europeia.

Resposta

Dentre as razões que vêm dificultando o ingresso da Turquia na União Europeia encontram-se: o receio da entrada de um Estado-Nação de maioria muçulmana na União Europeia; o temor da competição por emprego por parte dos trabalhadores europeus; os riscos associados à proximidade da zona de conflitos no Oriente Médio; e a insegurança associada aos conflitos internos existentes na Turquia.

VESTIBULAR 2010

(UEG) Um dos grandes desafios do século XXI para tornar o mundo melhor é o de aprender a conviver com os outros, aceitar e respeitar os que são diferentes na cultura, na religião, nos costumes, na sexualidade etc. A intolerância, os preconceitos, as discriminações e o racismo, no entanto, vêm crescendo. Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar:

a) o princípio de que todos os seres humanos são iguais, independentemente de sexo, cor da pele, orientação sexual, local de nascimento, valores culturais, existe de direito e de fato nas sociedades democráticas.
b) o racismo consiste numa tendência a desvalorizar certos grupos étnicos, sociais ou culturais, atribuindo-lhes características inferiores e manifesta-se na segregação e rejeição de valores culturais.
c) os neonazistas, os carecas, os arianos, entre outros, são grupos organizados que visam combater os preconceitos, sobretudo contra migrantes pobres.
d) a xenofobia e a homofobia atingem em maior grau os indígenas, os negros e a mulher, considerados
inferiores em determinadas sociedades.

(UERJ) Cada um, de cada lugar do mundo, tem de assinalar em seu endereço eletrônico o país onde mora e de onde fala (.br, .ar, .mx, etc.); aquele que fala a partir dos EUA não precisa apor .us ao seu endereço e, assim, é como se falasse de lugar-nenhum, tornando familiar que cada qual se veja, sempre, de um lugar determinado, enquanto haveria aqueles que falam como se fossem do mundo e não de nenhuma parte específica.

Adaptado de Carlos Walter Porto-Gonçalves
In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

O texto acima contém uma reflexão acerca de um aspecto importante das redes mundiais de produção e circulação de conhecimento. Segundo o autor, essas redes são marcadas pelo conceito de:

a) pluralismo
b) autoritarismo
c) nacionalismo
d) etnocentrismo

(UERJ) Cada um, de cada lugar do mundo, tem de assinalar em seu endereço eletrônico o país onde mora e de onde fala (.br, .ar, .mx etc.); aquele que fala a partir dos EUA não precisa apor .us ao seu endereço e, assim, é como se falasse de lugar nenhum, tornando familiar que cada qual se veja, sempre, de um lugar determinado, enquanto haveria aqueles que falam como se fossem do mundo e não de nenhuma parte específica.

Adaptado de Carlos Walter Porto-Gonçalves In: LANDER, Edgardo (org.). A colonialidade do saber. Buenos Aires: CLACSO, 2005.

O texto acima contém uma reflexão acerca de um aspecto importante das redes mundiais de produção e circulação de conhecimento.
Segundo o autor, essas redes são marcadas pelo conceito de:
a) pluralismo 
b) autoritarismo 
c) nacionalismo 
d) etnocentrismo 

(UFF) “Choque de civilizações” é o título do livro de autoria do cientista norte-americano Samuel Huntington, no qual são identificados conjuntos civilizacionais e seus possíveis enfrentamentos, conforme ilustrado no mapa abaixo:


Fonte: BONIFACE, Pascal e VÉDRINE, Hubert. Atlas do Mundo Global. São Paulo: Estação Liberdade, 2009.

A partir da análise do mapa, outro título adequado às ideias de Samuel Huntington é:

a) “O mundo Ocidental em risco”
b) “A ascensão dos nacionalismos periféricos”
c) “O triunfo global do mundo africano”
d) “O fim da história e da ideologia”
e) “O declínio das religiões imperiais”


(UERJ)  Um dos grandes desafios do século XXI para tornar o mundo melhor é o de aprender a conviver com os outros, aceitar e respeitar os que são diferentes na cultura, na religião, nos costumes, na sexualidade etc. A intolerância, os preconceitos, as discriminações e o racismo, no entanto, vêm crescendo. Sobre esse assunto, é CORRETO afirmar:

a) o princípio de que todos os seres humanos são iguais, independentemente de sexo, cor da pele, orientação sexual, local de nascimento, valores culturais, existe de direito e de fato nas sociedades democráticas. 
b) o racismo consiste numa tendência a desvalorizar certos grupos étnicos, sociais ou culturais, atribuindo-lhes características inferiores e manifesta-se na segregação e rejeição de valores culturais. 
c) os neonazistas, os carecas, os arianos, entre outros, são grupos organizados que visam combater os preconceitos, sobretudo contra migrantes pobres. 
d) a xenofobia e a homofobia atingem em maior grau os indígenas, os negros e a mulher, considerados inferiores em determinadas sociedades. 

(UNESP) Segundo Samuel Huntington, a política mundial está sendo reconfigurada seguindo linhas culturais e civilizacionais, nas quais o papel das religiões é muito importante.

Correlacione as duas colunas:


Os países e suas respectivas religiões predominantes são:

a) 1b, 2c, 3a e 4d.
b) 1c, 2a, 3d e 4b.
c) 1b, 2c, 3d e 4a.
d) 1c, 2d, 3a e 4b.
e) 1b, 2d, 3c e 4a.

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