1- Introdução: A geopolítica estuda as relações entre
espaço geográfico e poder. O termo foi utilizado pela primeira vez por Rudolf
Kjellen no início do século XX, quando se consolidou como campo de estudo, com
base na disputa de poder e da hegemonia entre Estados, através das estratégias
políticas e militares utilizadas para a segurança nacional, expansão das
fronteiras e domínio de outros territórios. A geopolítica global surgiu com o
mundo moderno, a formação dos Estados nacionais europeus, a expansão mercantilista
e as conquistas territoriais marcadas pelas grandes navegações.
1.2. O SÉCULO XX
O século XX foi marcado por grandes contrastes. As guerras
mundiais, a bomba atômica e as armas sofisticadas e modernas. Ao mesmo tempo o
desenvolvimento médico-científico, com a descoberta da penicilina, do
antibiótico as diversas vacinas acabou também contribuindo para a longevidade
humana.
Nesse século o espaço geográfico sofreu grandes modificações
com a formação de cidades gigantescas, construções de usinas, estradas, redes
de comunicação dentre outras realizações, o que acabou causando grandes
impactos ambientais.
Historicamente a Primeira Guerra Mundial (1914 a 1918) está
entre um dos principais fatos que marcaram o início do século XX. A Primeira
Guerra Mundial relaciona-se diretamente às disputas imperialistas.
A Segunda Guerra Mundial (1939 a 1945) teve proporções
maiores que a primeira, além de influenciar na indústria armamentista.
1.3. O
IMPERIALISMO E A PRIMEIRA GUERRA MUNDIAL.
Nas três últimas décadas do século XIX, as potências
industriais (Grã-Bretanha, França, Bélgica, Holanda e EUA) dominaram o mundo.
A Grã-Bretanha e França dominaram a Ásia e parte do
território africano. A Bélgica, Holanda e EUA, também estenderam seus domínios
em diferentes partes do mundo, a Bélgica apossou-se da atual Indonésia, a
Bélgica da atual República Democrática do Congo e os EUA a América e tomaram da
Espanha as Filipinas, Porto Rico e Cuba. Esses domínios eram necessários para
que essa potências pudessem desenvolver suas industrias, pois precisavam de
matérias-primas.
Nessa época esses países aumentaram seus controles sobre as
colônias já existentes e conquistaram
novas colônias também, daí essa fase acabou ficando conhecida como imperialismo
ou neocolonialismo.
Esse neocolonialismo representou uma nova divisão econômica
e politica no mundo, que resultou na partilha da Ásia e África entre as
potências europeias.
O Continente africano por exemplo foi dividido como uma
“colcha de retalhos”, o aprofundamento das rivalidades levou a formação de
alianças militares o que acabou dividindo a Europa em dois blocos: de um lado tínhamos a Tríplice Aliança, formada por Itália,
Alemanha e a Áustria-Hungria e do outro lado estava a Tríplice Entente, formada pela Grã-Bretanha, França e Rússia.
Nesse período o sudeste da Europa era palco de grandes
disputas e em 1914 o arquiduque austro-húngaro Francisco Ferdinando foi
assassinado na capital da Bósnia por um estudante sérvio e isso acabou sendo
visto como uma agressão sérvia ao império Austro-Húngaro o que serviu como
estopim para o início da Primeira Guerra Mundial.
A Tríplice Aliança com apoio da Turquia e da Bulgária
opuseram-se a Tríplice Entente, onde num primeiro momento a Itália declarou-se
neutra, porém num segundo momento essa mesma Itália aliou-se ao Japão junto a
Tríplice Entente e acabou lutando contra seus ex-aliados da Tríplice Aliança.
A Primeira Guerra Mundial transformou o espaço geográfico
mundial e os países europeus devido a grandes destruições sofridas acabaram
dependendo economicamente dos EUA.
Só por volta de 1917 os EUA que já era uma grande potência
econômica declaram guerra a Alemanha e entram no conflito. Em julho de 1918 as
tropas da França, Grã-Bretanha e EUA realizaram uma investida decisiva e meses
depois a Alemanha se rende.
1.4. O TRATADO
DE VERSALHES
Vários acordos de paz foram assinados pelos países
derrotados na Primeira Guerra Mundial, o que acabou provocando grandes
modificações no mapa político da Europa.
A Alemanha rendida ao final do conflito, foi quem mais
sofreu as punições do Tratado de Paz de Versalhes, pois a mesma teve que pagar
indenizações de Guerra, foram confiscados seus bens nacionais ou privados
existentes no exterior, tiveram que renunciar a todas suas colônias, além da
perda da sétima parte do seu território para outras nações europeias e a
limitação das suas forças armadas.
1.5. A LIGA DAS
NAÇÕES X ONU
Após a Primeira Guerra Mundial foi criada a Liga das Nações,
cujo princípio era assegurar a Paz internacional, onde posteriormente esse
organismo após a Segunda Guerra Mundial acabou se transformando no que hoje
conhecemos como a ONU (Organização das Nações Unidas).
1.6. O
SOCIALISMO A AS TRANSFORMAÇÕES DO ESPAÇO GEOGRÁFICO
Ainda durante a Primeira Guerra Mundial, por volta de 1917
ocorreu na Rússia a Revolução Socialista, onde foi implantado uma concepção
econômica com repercussões radicais na forma de organização do espaço
geográfico, houve modificações no regime de propriedade, nas formas de produção
e comercialização de mercadorias e novas relações de poder foram definidas.
No final de 1922 foi formada a URSS (União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas), no
território do império Russo.
Entre 1917 e 1921 um grupo político denominado de
BOLCHEVIQUES, liderado por Lenin, adotou uma politica econômica baseada na
propriedade estatal socialista (industrias, bancos, minas e grande comércio) e
a propriedade privada (fazendas e pequenos estabelecimentos comerciais e
industriais), o que ficou conhecido como NEP
(Nova Politica Econômica) , que durou de 1921 a 1928.
NEP é a sigla para Nova Política Econômica e foi a política
econômica seguida na União Soviética após o fim do comunismo na guerra de 1921
e com a ascensão ao poder de Stalin, em 1928. A NEP era baseada nas pequenas
explorações agrícolas, industriais e comerciais à iniciativa privada, para
fazer com que União Soviética saísse da crise em que se encontrava.
A Nova Política Econômica recuperou alguns traços de
capitalismo para incentivar a nascente economia soviética. A NEP, segundo Lenin,
consistia num recuo tático, caracterizado pelo restabelecimento da livre
iniciativa e da pequena propriedade privada, admitindo o apoio de
financiamentos estrangeiros. Lenin disse "Um passo atrás para dar dois à
frente".
A partir de 1928, efetivou-se a planificação da economia,
com o sistema de produção e a organização do espaço geográfico definidos pelo
Estado. A Comissão do Plano Geral do Estado (Gosplan) promoveu a total
estatização dos meios de produção, implantando cooperativas agrícolas e
fazendas estatais. O Estado determinava as metas a serem alcançadas e o tipo de
produção de cada estabelecimento, distribuía e comercializava os produtos e
investia em grandes obras de infraestrutura.
A planificação da produção industrial privilegiou a
indústria de base, favorecida pela vasta extensão territorial e a abundância de
recursos minerais da URSS. O objetivo era eliminar, ou diminuir ao máximo, a
importação de equipamentos e matérias-primas industriais.
No final da década de 1930, quando a indústria de base soviética
atingiu um elevado nível de produção, o governo da URSS privilegiou os
investimentos em pesquisa e produção de armamentos. Isso se deu por dois
motivos: a deflagração da Segunda Guerra Mundial, em 1939, e a política
expansionista soviética, visando ampliar sua influência político-econômica
sobre outros países. Essa política de investimentos foi mantida mesmo após o término
da Segunda Guerra Mundial, em virtude de outros desdobramentos do conflito.
1.6.1-
Socialismo
Socialismo Propostas socialistas, discutidas na Europa desde
o século XVII, ganharam impulso a partir do século XIX com as ideias
desenvolvidas por Friedrich Engels e Karl Marx, precursores do "socialismo
científico" em oposição ao "socialismo utópico". Embora muitas
vezes usados como sinônimos, há distinção entre socialismo e comunismo. O
socialismo consistiria numa fase de transição entre a sociedade capitalista e a
comunista. Nessa etapa, todos os princípios da sociedade capitalista deveriam
ser abolidos, e o Estado seria controlado pelo proletariado. A existência do
Estado seria justificada pela necessidade de destruir as marcas deixadas pelo
capitalismo e defender os trabalhadores daqueles que tivessem interesse na
voltado sistema capitalista. O comunismo seria a fase final e ideal, em que o
ser humano realizaria suas potencialidades nos planos individual e social. Na
sociedade comunista, o Estado deixaria de existir. Marx afirmava que o Estado e
suas instituições eram um instrumento de dominação de uma classe social sobre
as outras, que não teria lugar num sistema comunista. No entanto, no
"socialismo real", como ficou conhecido o sistema implantado na
extinta União das Repúblicas Socialistas Soviéticas (URSS) e em outros países,
o Estado tornou-se extremamente forte, e o proletariado não assumiu o poder.
1.7- A Grande
Crise do Capitalismo
Na
segunda metade do século XIX, o sistema capitalista ampliou a produção numa
proporção muitas vezes maior que a capacidade de consumo dos países
industrializados. A busca de novos mercados e fontes de matéria-prima tornou-se
indispensável à sustentação dessa nova etapa produtiva. Ingleses, alemães,
franceses, belgas, norte--americanos e japoneses impuseram sua força
industrial, submetendo vários países do mundo a um controle imperial nunca
antes conhecido. Os investimentos nessa nova etapa de produção industrial e a extensão
do mercado internacional que se pretendia atingir não podiam mais ser
realizados por um único empresário. Foram criadas então as sociedades anônimas
e consolidaram-se os mercados decapitais, nos quais todos podiam investir numa
empresa por meio da compra de ações. Com a venda de ações, as empresas
ampliaram sua capacidade financeira e, consequentemente, tornaram-se mais fortes,
competitivas e elevaram a sua capacidade de produção.
1.7.1- A crise de 1929
No
início do século XX, a Bolsa de Valores de Nova York era o principal centro
internacional de investimentos. O volume de negócios ali realizados diariamente
sugeria que nada mais poderia deter o ritmo desenfreado do desenvolvimento
capitalista. Mas o capital investido na produção não foi acompanhado pelo
crescimento do mercado de consumo. O descompasso entre superprodução e
consumidores com capacidade para -absorvê-la ocasionou a grande crise de 1929.
As fábricas, não tendo como vender grande parte de suas mercadorias, reduziram
drasticamente suas atividades; a produção agrícola, também excessiva, não
encontrava compradores; o comércio inviabilizou-se. Nesse contexto, houve um
processo de falência generalizada, e muitos trabalhadores perderam seus
empregos, retraindo ainda mais o mercado de consumo. Aqueles que viviam exclusivamente
dos investimentos no mercado de capitais, particularmente da compra e venda de
ações, viram o valor de seus títulos despencar, transformando-se em papéis sem
valor. A crise iniciada em Nova York afetou rapidamente o mundo todo. Os países
produtores de matérias-primas e alimentos, que dependiam economicamente das
exportações para os países industrializados, não encontravam compradores para
seus produtos e entraram em colapso. O Brasil, que nesse período ancorava sua economia
na produção e exportação quase exclusivamente do café, foi profundamente
abalado pelos efeitos mundiais da crise.
1.7.2- O New Deal
O
período subsequente à crise de 1929, conhecido como a Grande Depressão, obrigou
os países a se reorganizarem economicamente. Como a superprodução havia sido a
principal razão da crise, os países industrializados tomaram duas medidas
básicas para resolver o problema:
•
participação mais efetiva do Estado no planejamento das atividades econômicas,
tendo em vista, entre outros objetivos, a adequação entre a quantidade de
mercadorias produzidas e a demanda do mercado;
•
aprimoramento da distribuição da renda, dando melhores condições financeiras
aos trabalhadores, com o objetivo de ampliar o mercado de consumo. Partindo
dessas iniciativas básicas, os Estados Unidos conseguiram contornar os efeitos
da crise com mais eficiência e rapidez. Com a criação de um amplo programa de
obras públicas, o governo do presidente Franklin Roosevelt (1933-1945)
conseguiu aos poucos amenizar o desemprego e manter a economia relativamente aquecida.
O New Deal (Novo Acordo), como ficou conhecido o programa de recuperação
econômica implantado por Roosevelt, era inspirado nas teorias do economista
John Maynard Keynes (1883-1946). Para Keynes, o Estado não poderia se limitar a
regular as questões de ordem socioeconômica e política, mas deveria ser também
um planejador, que daria as diretrizes, fixaria as metas e estimularia determinados
setores da economia. Keynes não acreditava na autorregulação do mercado, pois a
crise de 1929 tinha mostrado sua impossibilidade. O New Deal respeitava a
iniciativa privada e as leis de mercado, mas acreditava que alguns setores da
economia deveriam contar com a intervenção do Estado, principalmente os
relacionados a infraestrutura. As ideias de Keynes atravessaram o Atlântico e
foram implementadas também em vários países da Europa, que já haviam retomado o
desenvolvimento no final da década de 1930. Entretanto, em 1939,eclodiu a
Segunda Guerra Mundial, demolindo todas as bases econômicas reconstruídas no
continente europeu.
1.8- A Segunda Guerra Mundial
As
condições objetivas para a deflagração de um novo conflito já existiam desde o
final da Primeira Guerra Mundial. Os acordos pós-guerra e importantes
acontecimentos no período entre guerras criaram instabilidade permanente no
continente europeu: a consolidação da Revolução Socialista na Rússia e a
formação da URSS; a paz "forçada" obtida pelo Tratado de Versalhes,
que minou a economia alemã, fragmentou seu território e disseminou forte sentimento
nacionalista; e a crise de 1929. Em 1933, na Alemanha, Adolf Hitler conquistou
o cargo de chanceler. Em pouco tempo, suprimiu os partidos de esquerda e os sindicatos,
instaurou uma férrea censura aos meios de comunicação e rompeu com as cláusulas
impostas pelo Tratado de Versalhes. Dessa forma, Hitler contestou a ordem
mundial definida após a Primeira Guerra e formou, com a Itália e o Japão, uma
nova aliança militar: o Eixo. De acordo com a concepção geopolítica de Hitler,
a Alemanha necessitava de espaço vital para a promoção de seu desenvolvimento
econômico. Com isso, justificava a retomada dos territórios perdidos após a
Primeira Guerra e a expansão, sem limites, da área de influência alemã. Para
alcançar seus objetivos, Hitler formou um exército forte e numeroso e investiu
maciçamente na indústria de armamentos. Em 1938, a Alemanha ocupou a Áustria e,
em 1939, a Tchecoslováquia. Quando, em setembro de 1939, a Polônia foi invadida
pelo exército alemão, a França e a Grã-Bretanha (que formaram uma força militar
oposta ao Eixo, a dos Aliados) declararam guerra à Alemanha.
A
invasão da Polônia pela Alemanha foi precedida de um acordo de não agressão com
a Rússia, o Pacto Germano Soviético. Hitler temia iniciar a guerra em duas
frentes e, por meio desse acordo, conseguiu neutralizar o potencial inimigo da
frente oriental. O tratado autorizou também a ocupação de parte das terras
polonesas pelos soviéticos, além da Finlândia e de outros países do Leste Europeu.
As ações empreendidas pela máquina de guerra alemã foram fulminantes. Em menos
de um ano, a Alemanha já havia ocupado Holanda, Bélgica, Luxemburgo, Dinamarca,
Noruega e a maior parte da França.
As
forças do Eixo tiveram significativo avanço nos dois primeiros anos de guerra.
A Itália invadiu a Albânia e a Somália, e o Japão invadiu a Malásia, Cingapura,
as Filipinas e outras regiões dominadas pelo império colonial dos Aliados. A
guerra também se estendeu à China e ao norte da África, ganhando uma dimensão
geográfica nunca vista em conflitos anteriores. No final de 1941, os Estados Unidos
e a União Soviética entraram na guerra ao lado das tropas aliadas .A
participação desses dois países no conflito mostrou-se decisiva para a derrota
dos países do Eixo, que, nos últimos anos de guerra, tiveram de recuar e
abandonar boa parte dos territórios invadidos no início do conflito .Em 1943, a
Itália assinou um acordo de paz com as tropas aliadas. Em maio de 1945, quando
o exército soviético invadiu Berlim, a Alemanha se rendeu incondicionalmente.
Apesar de o Japão ainda resistir, sua rendição seria inevitável, pois a marinha
japonesa já tinha sido praticamente destruída. Em agosto de 1945, os Estados Unidos
lançaram duas bombas atômicas sobre as cidades japonesas de Hiroshima e
Nagasaki, numa demonstração indiscutível de seu poderio militar. Esse fato
assinalou o fim da Segunda Guerra Mundial. Terminada a guerra, a Europa e
vários países de outros continentes estavam economicamente arrasados, com
cidades destruídas e a produção industrial e agrícola totalmente desorganizada.
As duas guerras mundiais colocaram fim à hegemonia europeia. No período
posterior à Segunda Guerra, uma nova ordem mundial começou a ser estruturada sob
a liderança de duas grandes potências militares que emergiam: os Estados Unidos
e a União Soviética. A nova divisão política da Europa foi a primeira expressão
dessa nova ordem mundial. Os países europeus acabaram dominados pela influência
das duas potências emergentes: na porção oeste, prevaleceram os Estados Unidos,
com o sistema econômico capitalista; na porção leste, predominou a União
Soviética, com o socialismo.
1.9- A ordem mundial pós-Segunda Guerra
Terminada
a Segunda Guerra Mundial, os dois grandes vitoriosos, Estados Unidos e União
Soviética, acirraram a disputa pela hegemonia mundial, originando importantes
acontecimentos e fortes tensões mundiais em quase toda a segunda metade do
século XX. A aliança de guerra da URSS com os Estados Unidos e as demais potências
europeias só havia sido conquistada em razão da luta contra um inimigo comum: a
Alemanha nazista de Adolf Hitler. Ao final do conflito, os dois países voltaram
cada um para o seu lado. A vitória da União Soviética lhe custou sacrifícios
incalculáveis e as maiores perdas humanas entre todos os países envolvidos no conflito'.
Para compensar, tentou tirar vantagem da vitória. Os soviéticos conquistaram
vasta extensão territorial de países situados no leste da Europa, como Estônia,
Letônia, Lituânia, leste da Polônia, parte da Finlândia e da Romênia. Além
disso, dominaram quase todos os países da região, determinando os seus
governantes, implantando o sistema econômico socialista e transformando esses países
em satélites.
O
exército soviético, após ter conquistado Berlim e imposto uma derrota
definitiva à Alemanha, saqueou o território inimigo. Retirou máquinas,
equipamentos industriais e agrícolas, trilhos de ferrovias e aparelhos de
escritório, instalando-os em seu território e recompondo, assim, parte da
infraestrutura perdida.
Após
a rendição do Japão, em agosto de 1945, que significou o fim do conflito
mundial, os Estados Unidos suspenderam toda a ajuda financeira dada durante a
guerra à União Soviética2, impedindo o plano de reconstrução do país. Pouco
tempo depois, suspenderam as exportações de máquinas, ferramentas e outros
materiais estratégicos para a recuperação da economia soviética.
Os
Estados Unidos, que já vinham apresentando crescimento econômico acelerado
desde a segunda metade do século XIX, transformaram-se na maior potência
industrial e agrícola do planeta, detentora dos maiores recursos financeiros e
de grande parte das reservas de ouro (em 1948, 72% de todo o ouro existente no
mundo estavam nos cofres americanos).
Após
a Segunda Guerra Mundial, o American way of life voltou à tona,
estimulado pelo grande boom de consumo de produtos, como automóvel, rádio,
televisor, enceradeira, máquina de lavar, aspirador de pó, batedeira elétrica e
liquidificador. A compra a crédito era estimulada para satisfazer o consumismo
instigado pelas novas "maravilhas" do mundo das mercadorias. Criadas
pelas indústrias e financiadas pelas instituições financeiras, essas
mercadorias eram agora acessíveis à classe média norte-americana. A sociedade de
consumo passou a ser uma meta em si mesma e a simbolizar e se confundir com
valores como bem-estar, prosperidade, liberdade e qualidade de vida. Nesse
contexto, os Estados Unidos precisavam ampliar o comércio mundial de suas
mercadorias para escoar os excedentes. Para isso, era necessário fortalecer o
capitalismo mundial. Dependiam, portanto, da reconstrução da estrutura
produtiva e da infraestrutura dos países europeus afetados pela guerra para
impedir que os ideais socialistas e a influência da URSS avançassem sobre o restante
da Europa.
Ao
final da Segunda Guerra, representantes do Reino Unido (Churchill), EUA
(Roosevelt)e URSS (Stalin) estabeleceram um novo mapa geopolítico da Europa. As
decisões tomadas na ocasião, como a partilha de território entre vencedores do
conflito, tiveram efeitos diretos e duradouros sobre povos de diversas nações.
Na foto, os governantes citados durante a Conferência de Yalta, 1945.
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