Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

sábado, 24 de setembro de 2011

Belo Monte - A terceira maior hidrelétrica do mundo



Por muitas décadas se acreditou que hidrelétricas são fontes de energia limpa, mas hoje se sabe que tanto o impacto ambiental gerado a partir da inundação que liquida espécies e interfere diretamente no ecossistema, quanto o gás metano gerado a partir da decomposição da vegetação que fica submersa, fazem com que as hidrelétricas não sejam tão viáveis para a sustentabilidade do planeta.
Ainda assim, o governo atual, conseguiu tirar do papel um projeto que vem desde os primórdios da ditadura e pretende construir a terceira maior hidrelétrica do mundo na região do oeste do Pará, próximo a cidade de Altamira, no rio Xingu.
 Para que as obras se iniciam, o governo só precisa da licença ambiental emitida pelo Ibama. E o que se sabe até agora é que os conflitos gerados a partir de uma obra desse porte fizeram com que dois técnicos pedissem a demissão alegando pressão do governo. Estruturada dessa maneira, acredita-se que a licença sairá em fevereiro deste mesmo ano. (Alguma dúvida?)
Acredita-se que o investimento inicial seja de R$ 20 bilhões, mas como sabemos o valor tende a ser bem maior. O reservatório da Usina tomará uma área que condiz com o tamanho das cidades de Recife e Fortaleza juntas. A obra será maior que a do Canal do Panamá e para ser concluida estima-se que necessite de 10 anos.
O local, como não seria diferente, inlui áreas de preservação ambiental e indíginas. Várias pessoas precisarão ser desalojadas e outras tantas migrarão para as proximidades interessadas nos tantos empregos diretos e indiretos que uma obra desse porte deve gerar, o que definitivamente pode se transformar num caos sócioambiental.
 A capacidade de geração de Belo Monte anunciada pelo governo é de 11.233 MV, o que a coloca realmente em terceiro lugar, mas a verdade é que essa geração é a máxima e isso não ocorrerá durante o ano inteiro. Em épocas de seca (ou seja, na metade do ano) a geração de energia cai para 4.700 MW. A Eletrobrás garante que a geração de energia de um semestre garantirá o abastecimento anual e que a usina pode ficar parada o restante do ano por que já terá cumprido sua missão. (Uma obra deste tamanho que funcionará exatamente como os modelos públicos brasileiro: muito dinheiro e pouco trabalho)
Segundo o governo a função da hidrelétrica é dar segurança energética ao Brasil e os próximos capítulos envolvem uma briga de gigantes no leilão que definirá a empresa responsável pela construção e operação da usina. (mais uma vez quem pagar mais, leva)

Outros pontos de vista:

 “A região da Volta Grande do Xingu ficará praticamente seca com a construção da usina. A exemplo do que aconteceu com a cachoeira de Sete Quedas na construção da usina de Itaipu, também Belo Monte destruirá ou modificará cem quilômetros de uma sucessão de cachoeiras, corredeiras, canais naturais, e, além do enorme, trágico, irresponsável e irreversível desastre ambiental, a população que ficará na região não terá água suficiente para suas necessidades.”, afirma Dom Erwin Kräutler, bispo do Xingu, sobre a construção da obra. “Nós nunca impedimos o desenvolvimento sustentável do homem branco, mas não aceitamos que o governo toma uma decisão de tamanha irresponsabilidade e que trará conseqüências irreversíveis para esta região e nosso povos, desrespeitando profundamente os habitantes ancestrais deste rio e o modelo de desenvolvimento que defendemos” ( trecho da Carta dos povos indígenas ao presidente Lula contra a construção da Usina Hidrelétrica Belo Monte.)

Mais uma frase infeliz de um ministro: “Estamos quase mendigando para o Meio Ambiente liberar a autorização para a construção da terceira maior hidrelétrica do mundo”, disse o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, na cerimônia de posse de diretores da Aneel, no último dia 23. O governo esperava ainda para 2009 a liberação da licença e chegou a marcar o leilão para o dia 21 de dezembro de 2009, antes da concessão da licença prévia.

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