Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

sexta-feira, 10 de setembro de 2010

GRANIZO

É o gelo que se forma dentro das nuvens de grande extensão vertical. Tal formação pode ocorrer em qualquer época do ano e em qualquer lugar, desde que apresente as condições atmosféricas necessárias.

A chuva, no ciclo natural da água, ocorre porque a água atmosférica, em estado de vapor, é levada pelo ar quente que, por ser mais leve que o ar frio, tende a subir. Mas, quanto mais quente e úmido está o clima, maiores são as massas de carregadas de vapor. Quando essas massas esfriam, formam enormes nuvens de tempestades. A chuva, neste caso, no lugar de gotas d’água, cai em forma de pedras de gelo.

As gotas de água da nuvem são empurradas pelo ar quente, porque no interior das nuvens, as correntes de ar descem e sobem. Quando as nuvens atingem a troposfera, a 5 km, chegam a uma temperatura inferior à 0ºC. Abaixo dessa linha Isotérmica de 0ºC, temos a constituição de partículas de água e vapor na forma de gotículas. Acima da linha Isotérmica de 0ºC, as gotas de água congelam e formam o granizo.

O granizo é empurrado para cima e para baixo, choca-se com outras gotas de os cristais de gelo, e aumentam de tamanho, adquirindo peso, com isso, a massa de ar quente sopra as nuvens são lançadas para cima, se avolumando em forma de cogumelo e a pedra desaba, fazendo chover granizo.

Algumas nuvens atingem altitudes iguais ou superiores a 15 km no seu volume total e, quando lançadas para cima pela massa de ar quente, se avolumam em forma de cogumelo com quilômetros de diâmetro e altitude.

Também conhecido por saraivada, na maioria das vezes o granizo se forma em nuvens do tipo Cumulonimbus pelo seguinte processo:



1º as gotas de chuva são lançadas pelo vento para as camadas superiores da nuvem (13 ou 15 km de altitude), onde se resfriam a 0ºC ou menos, transformando-se em pedras de gelo;

2º as gotas ficam pesadas, caem e vão agregando ainda mais água;

3º pegam, então, outra corrente de ar ascendente e sobem, congelando as gotas que acabaram de se juntar, formando os cristais de gelo;

4º permanecem nesse estado até que seu volume seja expressivo e perceba a força atrativa da gravitação, quando, finalmente, despencam.



A base da nuvem pode estar à 600 ou 700 metros, mas as pedras de gelo podem cair diretamente do topo, à 10, 13 ou 15 Km de altura. Conforme a sua formação, muitas vezes as pedras degelam, chegando ao chão em forma de gotas líquidas muito frias. Ao cair, o granizo ainda pode se fundir com elementos gasosos e, com isso, adquirir a forma de floco de neve, e não mais de pedra de gelo. Os casos de tempestades podem trazer graves conseqüências.



Danos causados pela chuva de granizo



Além de problemas como destelhamentos, perda de lavouras, quebra de vidros, de latarias de automóvel, a chuva de granizo, sob a influência de ventos fortes, pode causar danos à rede elétrica, engarrafamentos no trânsito de ruas e avenidas, quedas de árvores e de placas de propaganda etc.

Para evitar danos nas plantações, as cooperativas de floricultores ou de outros cultivos podem fazer parcerias com as instituições de meteorologia e se munir de instrumentos como foguetes para bombardearem as nuvens de granizo com substâncias higroscópicas (iodeto de prata), de modo a provocar a precipitação da chuva, evitando a formação de granizo.

A incursão de uma aeronave no núcleo de nuvens do tipo Cumulonimbus é perigosa por causa do desenvolvimento propício de granizo no interior delas. O grande volume de partículas de gelo em formação e podem comprometer qualquer aeronave, pois a velocidade de vôo corresponde à velocidade do impacto de cada uma das pedras de gelo.

O Granizo e as Operações Aéreas
Um dos mais trágicos acidentes aeronáuticos ocorridos no Peru envolveu uma das mais perigosas combinações atmosféricas, windshear com granizo. O Boeing 737-200 da companhia estatal peruana Tans que fazia a rota de Lima para Pucallpa, caiu em 23 de agosto de 2005 ao norte do Peru, na região amazônica, deixando 40 mortos. Mas um dos fatores que mais surpreendeu neste acidente foi que logo após a queda, os sobreviventes que saiam da aeronave, muitos deles queimados, assustados e atordoados, foram atingidos por uma saraivada de pedras de gelo tornando a situação dos passageiros ainda mais caótica e complicada para o resgate. Ainda assim, milagrosamente, 58 pessoas foram resgatadas com vida.

O granizo é um fenômeno meteorológico associado a condições de acentuada instabilidade atmosférica principalmente na fase de maturidade de uma nuvem cumulonimbus, quando predominam as rajadas de vento, pancadas de chuva, fortes correntes descendentes e descargas elétricas.

O granizo se constitui de grãos de gelo translúcidos, mais ou menos esféricos, cujo diâmetro oscila de 2 a 5 mm ; acima disso, a pedra de gelo recebe o nome de saraiva. Nos boletins METAR, para diferenciar o tipo de precipitação sólida que está ocorrendo sobre o aeródromo, se granizo ou saraiva, é bom lembrar que o primeiro vem indicado como GS e o segundo como GR.

As pedras caem a temperaturas geralmente superiores a 0ºC, procedentes de nuvens de grande desenvolvimento vertical – Cumulus congestus (TCU ou Towering Cumulus) ou Cumulonimbus (Cb) em seu estágio de maturidade, acompanhados de chuva, sendo de breve duração. Quando fortes e rápidas correntes ascendentes de ar dentro dessas nuvens levam para grandes altitudes gotas de água fria, tem-se a condição ideal para formação do granizo.

Se cortarmos pelo meio uma pedra de granizo, verificamos que ela é constituída por camadas superpostas, como uma cebola, com a diferença de suas camadas serem alternadamente de gelo e neve.

Depois de formados os pingos de chuva, correntes ascendentes dentro da nuvem os levam para cima, até o nível de congelamento (0ºC), formando a neve. Os pingos de chuva são transformados em gelo e recebem uma capa sobreposta de neve que se agrega à gota de gelo, ficando assim mais pesada, e, se diminui a força da corrente ascendente, começa a cair.

Quando atingem os níveis mais baixos da nuvem, onde há novamente a presença de água líquida, entram em contato com as gotas de chuva e recebem mais uma capa de água. Então, novamente uma corrente ascendente leva-os para a altitude de congelamento. A cobertura de água mais uma vez transforma-se em gelo e o granizo recebe outra capa de neve antes de cair. Os pingos de chuva ficam neste vai-e-vem dentro do CB por vários minutos. Quando o granizo atinge tamanho considerável, finalmente ele se torna pesado demais para continuar suspenso no ar pelas correntes ascendentes e acabam por precipitar atingindo o solo.

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