Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

sábado, 30 de junho de 2012

Os índios e a Usina de Belo Monte


Fevereiro de 1989, Altamira (Pará): cerca de 3 mil pessoas (entre eles, 650 índios) participaram do I Encontro dos Povos Indígenas do Xingu. Os participantes reclamavam da política da construção de barragens na região do Xingu (sudeste do Pará) e das decisões tomadas na Amazônia sem a participação dos índios (o que contradiz a Constituição).
O evento foi marcado por uma imagem: a índia kaiapó Tuíra encosta seu facão no rosto do então presidente da Eletronorte, José Antônio Muniz Lopes, em advertência contra o projeto de construção de um complexo de cinco hidrelétricas no Xingu. A primeira delas seria a usina de Belo Monte.
Registro do I Encontro de 1989: Mobilização

Maio de 2008, Altamira (Pará): Durante um evento organizado pela Arquidiocese de Altamira e o Instituto Socioambiental (ISA), o engenheiro da Eletrobrás Paulo Fernando Rezende, coordenador dos estudos de Belo Monte, convidado para falar sobre o aproveitamento hidrelétrico do projeto, foi agredido por (supostamente) um grupo de índios kaiapós.
O engenheiro foi ferido com facões e teve atendimento médico. O procurador federal Felício Pontes Júnior, que participou do evento, disse que o que aconteceu ao engenheiro mostra que os índios irão resistir fisicamente à instalação de Belo Monte, se for preciso. Felício alegou inclusive que os índios da região do Xingu (que serão fortemente afetados com a barragem) ainda não foram ouvidos e o projeto, ainda assim, continua caminhando.

Belo Monte

O projeto da Usina Belo Monte gera polêmicas desde sua criação, na década de 80. Os dois fatos relatados acima mostram como os anos passam e as questões continuam as mesmas. Os índios não são ouvidos, os estudos de impacto ambiental são controversos e o governo parece fazer o que lhe convém.
Belo Monte foi colocada em pauta durante o governo FHC (com o programa “Acelera Brasil”), criticada por Lula em sua campanha presidencial (dizia que projetos como esse prejudicavam o meio ambiente e populações indígenas e ribeirinhas) e retomada por um Lula presidente, em seu segundo mandato. Atualmente, o projeto da usina que terá capacidade média de 11 mil megawatts (MW) é uma das obras prioritárias do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), o carro-chefe do governo Lula.
Tudo isso gira em torno de questões que já são intrínsecas da cultura brasileira: A enorme necessidade de se fazer justiça e “redimir” o passado com os índios de maneira errônea (vide casos como esse de Belo Monte e outros, como a demarcação absurda de terras da Reserva Raposa Serra do Sol) e a dependência brasileira de energia (que os governantes sempre tentam sanar por meio de hidrelétricas, um dos meios mais degradantes de se produzir energia elétrica).

Localização de Belo Monte no Rio Xingu

Ora, por que não pensar em fontes alternativas de energia? Esse é um debate a muito tempo levantado no Brasil e que, infelizmente parece não haver espaço nas câmaras e mesas políticas. Além disso, é preciso criar novas políticas de relacionamento com os povos indígenas. A FUNAI passa por graves problemas faz algum tempo e muitas comunidades indígenas já não a veem com bons olhos como antigamente.
Especialistas da área de energia indicam que com tamanha energia gerada por Belo Monte, o Brasil estaria livre de um novo apagão (previsto para breve), como houve em 2001. Mas será que esse é o melhor jeito de se evitar um apagão? Não seria mais simples, barato e menos prejudicial educar a população e conscientizá-la da importância de se economizar energia?
E você, o que acha desses problemas que afetam nosso país? Os direitos dos índios estão sendo violados ou eles estão agindo na contramão do desenvolvimento do país? O que você acha da atual situação dos índios no Brasil? E as políticas de geração de energia do Brasil, estão corretas? Será que Belo Monte é a única saída para o risco iminente de um novo apagão?

Um assunto que certamente continuará sendo cobrado nos vestibulares é a construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte, que será a terceira maior usina hidrelétrica do mundo, atrás de Três Gargantas, na China, e de Itaipu, na fronteira entre Brasil e Paraguai. Sua localização é o Rio Xingu, próximo ao município de Altamira, no norte do Pará. Quando ficar pronta, em 2015, a Usina de Belo Monte deve gerar 41,6 milhões de megawatts por ano, o suficiente para atender ao consumo de 20 milhões de pessoas durante um ano.
As cidades de Altamira e Vitória do Xingu terão grandes áreas inundadas, o que pode prejudicar os agricultores locais e a população ribeirinha. Por outro lado, a construção da usina pode ajudar no desenvolvimento econômico da região, com a criação de empregos. As terras indígenas de Paquiçamba e Arara da Volta Grande do Xingu serão afetadas pela diminuição da vazão do rio, causando prejuízos para uma população que depende do rio para pesca, plantação e transporte. A questão das terras indígenas e o impacto ambiental são as principais polêmicas que envolvem a construção da usina.

Os vestibulares podem cobrar questões que envolvem a geografia física da região, os benefícios econômicos vinculados à construção da usina, assuntos relacionados aos grandes projetos de integração do território nacional – já que a energia que será produzida no Norte do Brasil pode beneficiar outras regiões – e perguntas relacionadas às questões socioambientais. “Os vestibulandos precisam saber, por exemplo, quais seriam os prejuízos ambientais gerados pela construção da usina, e como as populações amazônicas tradicionais (ribeirinhos e indígenas) seriam atingidas por essa construção”.
o tema pode ser cobrado de forma interdisciplinar e até mesmo de forma específica em questões de outras disciplinas que não geografia. Na biologia, por exemplo, a construção da usina pode ser relacionada à preocupação com a flora e a fauna local, à mudança do comportamento da vida aquática devido ao represamento e a questões ligadas à reprodução de peixes. Nas provas de física podem aparecer questões de energia potencial, pressão, transformação de energia mecânica em energia elétrica. “Até mesmo a matemática pode ter relação com a construção da usina, trazendo problemas de área, volume e vazão”.
O tema também pode ser cobrado nas provas de redação, o que exige do candidato bastante informação sobre o contexto da construção da usina. Dificilmente a proposta de redação pedirá para o vestibulando defender diferentes posicionamentos. Certamente se exigirá a exposição de uma posição fortemente sustentada por argumentos consistentes.



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