Em 1º
de março de 2008, tropas da Colômbia atacaram um acampamento do movimento
guerrilheiro Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC) em uma
região de fronteira, mas dentro do território do Equador. Durante o ataque,
mataram um dos principais líderes das FARC, Raúl Reyes, e mais 16
guerrilheiros.
Em um
primeiro momento, o presidente do Equador, Rafael Correa, afirmou estar
informado do ataque. Logo depois, contudo, declarou que o exército colombiano
havia entrado no Equador sem sua autorização, rompeu relações diplomáticas com
a Colômbia e enviou mais de 3 mil soldados à fronteira.
A
mudança de comportamento de Correa aparentemente ocorreu sob influência do
presidente da Venezuela, Hugo Chávez. Este já se encontrava em crise com o
governo colombiano, desde que havia sido afastado das negociações que a
Colômbia mantinha com as FARC, com o intuito de firmar um acordo humanitário
para libertação dos reféns mantidos há anos pelos guerrilheiros. Ao ser
informado da morte dos guerrilheiros, Chávez proferiu severas críticas ao
presidente da Colômbia, Álvaro Uribe, e mobilizou dez batalhões do exército na
fronteira com esse país.
A
crise se acirrou no dia 4 de março, quando a Colômbia anunciou ter descoberto,
nos computadores dos guerrilheiros mortos, provas de que o Equador e a
Venezuela mantêm vínculos estreitos com as FARC. Segundo o diretor da Polícia
da Colômbia, Óscar Naranjo, os documentos provariam: (a) que a Venezuela, além
de fornecer armas às FARC, já contribuíra com cerca de 300 milhões de dólares
para ajudar os guerrilheiros; e (b) que o ministro da Segurança Interna e
Externa do Equador, Gustavo Larrea, havia demonstrado interesse em oficializar
as relações com as FARC.
Em
meio a um clima de acusações e de iminência de guerra entre os países, Álvaro
Uribe declarou que não enviaria tropas às fronteiras do Equador e da Venezuela,
mas que apresentaria as provas encontradas à Organização dos Estados Americanos
(OEA) e à ONU, reiterando que os documentos encontrados com os guerrilheiros
"violam a normalidade internacional na sua proibição aos países de
proteger terroristas".
Em
julho de 2009, o Exército colombiano apreendeu uma série de lança-foguetes
produzidos na Suécia em um dos acampamentos das FARC. Consultada, a Suécia confirmou
que os números de série das armas correspondem a um lote vendido pela empresa
Saab Bofors Dynamics ao Exército da Venezuela. O fato, que fere todos os
acordos internacionais, provocou uma nova crise entre os países.
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