Quando
falar em reciclagem ainda era novidade, estes artistas já utilizavam materiais
desprezados, como sobras de alumínio, papelão e plástico de pára-choques de
automóveis. Hoje, os artesãos do lixo são reconhecidos por uma clientela que
valoriza objetos produzidos sem agressões à natureza
As
peças belíssimas que aparecem nesta reportagem, exibidas por seus criadores,
foram fabricadas com materiais que estavam a caminho do lixo. Muito antes da
maré ambientalista que hoje - felizmente - varre o planeta, esses artistas já
levavam a sério a lei de Lavoisier, segundo a qual, na natureza, nada se cria e
nada se perde: tudo se transforma. Desde o início da carreira, eles se
propuseram a missão de resgatar das caçambas e dos latões produtos que
demorariam décadas ou séculos para se decompor, criando com eles objetos de
desejo.
De
forma original e generosa, muitos, utilizam a arte para mostrar as possibilidades
dos recicláveis. Copos descartáveis viram luminárias, gigantescas caixas de
papelão dão origem a mesas e cadeiras firmes e confortáveis e resíduos de
alumínio industrial transformam-se em charmosos candelabros.
Obter
resultados requintados depende de muita pesquisa, dedicação e, principalmente,
criatividade. O desafio do design sustentável sempre foi tornar atraente um
produto novo que pode causar estranheza. Aos poucos, porém, surge a consciência
da importância de consumir produtos ambientalmente corretos para gerar um
planeta saudável.
Se
antes essas peças eram vistas como alternativas de baixo custo, hoje são
valorizadas, associam-se ao que há de mais moderno e não raro conquistam espaço
no mercado externos. O Brasil desponta como um dos países que mais reciclam no
mundo, mas falta muito para ter a alta tecnologia a serviço da reciclagem.
Por
isso, com raras exceções, ainda não é possível produzir peças desse tipo em
larga escala. Mas quem sabe? Talvez, em breve, nossa casa venha a ser
inteiramente decorada com o luxo do lixo.
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