INÍCIO
DA GUERRA FRIA
Com
o final da Segunda Guerra Mundial, a Europa estava arrasada e ocupada pelos
exércitos das duas grandes potências vencedoras, os Estados Unidos e a URSS. O
desnível entre o poder destas duas superpotências e o restante dos países do
mundo era tão gritante, que rapidamente se constitui um sistema global bipolar,
ou seja, centrada em dois grandes polos.
Os
Estados Unidos defendiam a economia capitalista, argumentando ser ela a
representação da democracia e da liberdade. Em contrapartida a URSS enfatizava
o socialismo, argumentando em defesa do proletariado e solução dos problemas
sociais.
Os
Aliados divergiam sobre a forma de como manter a segurança do pós-guerra. Os
aliados ocidentais queriam criar uma rede de segurança que, com governos quanto
mais possível democráticos, resolvessem suas diferenças de forma pacífica
através de organizações internacionais.10 A Rússia devido à experiência, através
da história de invasões frequentes, bem como a perda humana estimada em 27
milhões e a destruição sofrida durante a Segunda Guerra Mundial, queria
garantir sua segurança pelo controle dos assuntos internos de países vizinhos.
Sob a influência das duas
doutrinas, o mundo foi dividido em dois blocos liderados cada um por uma das
superpotências: a Europa Ocidental e a América Central e do Sul sob influência
cultural, ideológica e econômica estadunidense, e parte do Leste Asiático, Ásia
central e Leste europeu, sob influência soviética. Assim, o mundo dividido sob
a influência das duas maiores potências econômicas e militares da época, estava
também polarizado em duas ideologias opostas: o Capitalismo e o Socialismo.
AS FASES DA GUERRA
FRIA
Desde
o início da guerra fria houve várias fases de confronto entre as duas
superpotências. Em geral, porém, podemos resumi-las em dois períodos: de 1948
a1953 e de 1953 a 1989.
1498-1953
Constituiu a fase de maior tensão, marcada basicamente pelos seguintes
episódios:
•
Divisão da Alemanha (1949) em República Democrática Alemã (Alemanha Oriental),
pró União Soviética, e República Federal da Alemanha (Alemanha Ocidental),
pró-Estados Unidos. • Revolução Chinesa (1949), comandada por Mao Tse-tung, e
adesão da China ao bloco soviético. • Divisão da Coréia entre as duas
superpotências, em 1945 (o Norte pró-União Soviética e o Sul pró-Estados
Unidos), que acabou levando a uma guerra nesse país entre 1950 e 1953. Diante
da intenção das tropas do Norte de unificar a Coréia sob um regime socialista,
os Estados Unidos participaram diretamente do conflito armado, ao lado das
tropas do Sul em defesa do sistema capitalista.
1953-1989. Fase de
coexistência pacífica que teve início com o acordo entre as duas superpotências
para, com a intervenção da Organização das Nações Unidas (ONU), colocar fim à
Guerra da Coréia.
O confronto militar não teve vencedor, e a disputa política terminou empatada,
pois o país foi dividido entre o Norte, socialista, e o Sul, capitalista. A
partir de então, as duas superpotências passaram a adotar uma política de
entendimento na solução dos conflitos que vez por outra ocorreram. O
afrouxamento da tensão, simbolizado pelo empate na Coréia, ficou conhecido como
tente (distensão). Esse período foi marcado por algumas características que
servem para definir a guerra fria:
Toda
a política mundial ficou regida pela bipolaridade, o que não abria espaço, de
nenhum dos lados, para o aparecimento de um terceiro centro de poder.
A
manutenção feroz da bipolaridade criou uma espécie de cumplicidade entre as
duas superpotências, que praticamente "congelaram" as disputas
internacionais pelo medo de uma intervenção militar e de uma guerra nuclear
mundial.
Como
resultado dessa política, a corrida armamentista foi o principal aspecto do
período, que subordinou a economia dos dois países ao militarismo.
Ao
longo dessa fase os episódios de maior destaque foram: Formação da Organização
do Tratado do Atlântico Norte (OTAN), aliança político-militar que uniu os
países europeus e os Estados Unidos (1949).
Formação
do Pacto de Varsóvia, a organização militar do Leste europeu e da União
Soviética (1955). Construção do muro de Berlim (1961), que dividiu a cidade em
dois lados: o capitalista, a oeste, e o socialista, a leste.
Guerra
do Vietnã (1960-1973), durante a qual as tropas americanas combateram os
guerrilheiros do Vietnã do Sul e o exército do Vietnã do Norte, empenhados em
unificar o país sob o controle do governo socialista de Ho Chi Minh. Os Estados
Unidos foram derrotados, e o Vietnã foi unificado sob regime socialista.
Intervenção
militar soviética no Afeganistão (1979-1989), sob a alegação de impedir o
acirramento da crise política do país. O objetivo era permitir a existência de
um governo pós-soviético, mas o governo não conseguiu, mesmo com a ajuda da
União Soviética, vencer a resistência dos guerrilheiros.
FIM DE UMA ERA
Pela
análise dos principais conflitos que opuseram as duas superpotências, pode-se
perceber que a política de contenção era praticada por ambos os lados. Essa
estratégia, no entanto, começou a apresentar sinais de desgaste.
O período da Guerra
Fria entre 1985 e 1991 começou com a ascensão de Mikhail Gorbachev como líder
da União Soviética. Gorbachev era um líder revolucionário para a URSS, pois foi
o primeiro a promover a liberalização da paisagem política (Glasnost), e
inseriu elementos capitalistas na economia (Perestroika), antes disso, a URSS
estava estritamente proibindo reformas liberais e a manutenção de uma
ineficiente economia centralizada. A URSS enfrentava enormes dificuldades
econômicas, também estava interessada em reduzir a cara corrida armamentista
com os Estados Unidos. As políticas de confrontação pacífica do ex-presidente
dos EUA, Ronald Reagan e acúmulos de armas em boa parte de seu mandato, impediu
que a URSS cortasse seus gastos militares, tanto quanto gostariam.
Independentemente disso, a União Soviética começou a ruir, com as reformas
liberais sendo difíceis de se lidar e os elementos capitalistas na economia
centralizada causaram más transições e grandes problemas. Após uma série de
revoluções no Bloco Soviético, a União Soviética entrou em colapso em 1991.
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