1- A Nova Ordem
Mundial
A
ordem internacional bipolar durou cerca de 45 anos, desde o final da Segunda
Guerra Mundial até por volta de 1989-91. (Podemos tomar o ano de 1989 como
marco se enfatizar as mudanças no Leste europeu e particularmente a queda do
Muro de Berlim, uma espécie de símbolo da "cortina de ferro" que
separava as duas "Europas" e os dois "blocos", o
capitalista e o socialista. E podemos tomar 1991 como marcos se considerarmos
que no final desse ano houve a dissolução da URSS, a grande potência que dava
coesão, além de servir de exemplo ou modelo, para os demais países do mundo
socialista.) Essa ordem bipolar tinha como traço marcante e essencial a forte oposição
entre o Leste e o Oeste, isto - é, entre o "socialismo real" e o
capitalismo, considerados dois modelos societários alternativos e até
antagônicos. Duas superpotências, com enorme poderio econômico e principalmente
político-militar, comandavam cada um desses campos ou "blocos": os
Estados Unidos, no mundo ocidental ou capitalista, e a União Soviética, no
mundo dito socialista ou comunista.
O
chamado mundo socialista iniciou-se em 1917, com a Revolução Russa, quando pela
primeira vez desde que o capitalismo tornou-se dominante no planeta surgiu uma
nova forma de organização social alternativa a ele. Depois que a Rússia, em
1922, anexou novos territórios e passou a se denominar União Soviética, durante
quase oito décadas, isto é, grande parte do nosso século - exatamente aquele
período que alguns historiadores chamam de "o século XX curto (de 1914-17
até 1989-91)" -, seguiu-se uma expansão do socialismo real por diversos
países do mundo e uma correspondente retração do espaço capitalista. E o
capitalismo, como veremos, reagiu a isso, procurando de várias maneiras
combaterem a chamada "ameaça comunista".
A
Segunda guerra Mundial, encerrada em 1945, trouxe importantes alterações no
equilíbrio entre as grandes potências. As potências europeias, especialmente a
Inglaterra, que dominavam o globo desde os séculos anteriores até os primórdios
da XX, estavam arrasadas com o final da guerra. Havia ainda os seus impérios
coloniais, mas estes logo se desmancharam, principalmente nos anos 50. Os
Estados Unidos emergiram então como a nova potência capitalista hegemônica, com
investimentos e interesses comerciais em todos os continentes.
As
empresas multinacionais norte-americanas logo se espalharam por todo o imenso
mundo capitalista ou de economias de mercado, inclusive para as áreas
periféricas (que, em grande parte, em especial na África e na Ásia, deixavam
então de ser colônias para se tornarem economias subdesenvolvidas; no caso da
América Latina, cujas independências remontam ao século XIX, já havia antes da
guerra uma crescente influência dos EUA, que rivalizava com a presença
britânica). O "modelo de vida norte-americano", com seus filmes à
Hollywood, com a Coca-Cola e o Fast - com os jeans, com o automóvel como grande
símbolo de individualismo e de status social, etc., acabou se tornando a
realidade, ou pelo menos a aspiração, de todos os povos do chamado mundo
ocidental ou capitalista.
2- SISTEMA
SOCIALISTA
A
concepção de uma sociedade socialista, na qual os interesses sociais
prevalecessem sobre os interesses individuais e houvesse igualdade entre as
pessoas, começou a se desenvolver no século XVII e definiu-se melhor no século
XIX. Concretamente, só no início do século XX foram instalados governos
socialistas, primeiramente na União Soviética e mais tarde em outros países, em
especial no leste da Europa.
O
principal objetivo do socialismo é construir uma sociedade com o mínimo de
desigualdades. Para conseguir isso, o socialismo tem como princípio básico a
propriedade coletiva dos meios de produção, pelo menos dos mais importantes,
como as terras, as fábricas, os bancos. Além disso, o sistema não admite que
uns se apropriem dos frutos do trabalho de outros para fins de enriquecimento.
A riqueza, portanto, incluindo suas fontes, deve pertencer a toda a sociedade.
Como
a prática nem sempre corresponde à teoria, o socialismo real, instituído na
União soviética e no Leste europeu, desviou-se do seu objetivo maior: a
construção coletiva de uma sociedade de homens livres e iguais.
O
governo, intitulando-se representante da sociedade, assumiu o controle de tudo.
Não apenas as terras, as fábricas e os bancos, mas até as pequenas lojas, as
oficinas mecânicas, as quitandas, as padarias, as farmácias, tudo era
propriedade do Estado. Havendo um único e grande patrão, os trabalhadores
passaram a ser empregados do governo, recebendo salário por seu trabalho.
Como
senhor absoluto das decisões nacionais, o governo planejava e dirigia a
economia, tendo em vista os interesses e objetivos que ele próprio estabelecia
como sendo de toda a sociedade. Agindo assim, esta negando o direito de as
pessoas expressarem o que realmente desejavam para si e para seu país.
Para
executar suas numerosas funções, o Estado foi aos poucos criando um imenso
quadro de funcionários, nem sempre necessário ao bom desempenho das atividades
governamentais. Surgiu assim uma enorme burocracia, responsável pelo consumo de
boa parte dos recursos nacionais. Esses recursos seriam mais bem aproveitados
se fossem destinados a obras e serviços em beneficio da população.
Além
disso, os dirigentes dos órgãos do governo obtiveram vantagens que a maioria da
população não possuía, coo altos salários, residências confortáveis,
automóveis, c Desse modo, constituíram um segmento social que se assemelhava à
classe alta dos países capitalista.
Apesar
dos desvios sofridos pelo socialismo, a União Soviética e os países do leste da
Europa passaram a apresentar indicadores econômicos típicos dos países
desenvolvidos. E isso graças, sobretudo à planificação econômica introduzida
pelo novo sistema. O plano regulava o que, onde, como e quanto produzir, bem
como a forma de distribuir a produção. O governo aplicava os lucros da produção
em obras para desenvolver a economia, corrigir as diferenças regionais e
prestar serviços, como assistência médica e educação, que eram gratuitas, foram
assim que tais países tiveram um grande crescimento econômico, um considerável
avanço de ciência e da tecnologia, uma melhoria substancial dos transportes e
das comunicações.
3- SISTEMA
CAPITALISTA
Capitalismo:
é o sistema socioeconômico baseado no reconhecimento dos direitos individuais,
em que toda propriedade é privada e o governo existe para banir a iniciação de
violência humana. No capitalismo os meios de produção e distribuição são de
propriedade privada e com fins lucrativos. Os lucros são distribuídos para os
proprietários que investem na empresa. O termo CAPITALISMO foi criado no fim do
séc. XIX e início do séc. XX, para identificar o sistema político-econômico
existente na sociedade Ocidental.
3.1-
CARACTERÍSTICAS DO CAPITALISMO
Apesar
dês profundas diferenças existentes entre os países capitalistas, algumas
características básicas são comuns a todos eles, pois fazem parte do molde do
sistema capitalista:
•
Estrutura de propriedade - predomina a propriedade privada, pois a maioria dos
meios necessários para a produção, tais como fábricas, terras, máquinas,
usinas, portos, ferrovias, minas, c pertence a agentes econômicos privados. No
entanto, em muitos países, o Estado também é dono de muitos meios de produção.
Atua como capitalista através- de empresas estatais, principalmente em setores
básicos e de infraestrutura.
Objetivo
- os agentes econômicos, privados ou estatais, buscam incessantemente a
reprodução do capital, ou seja, a constante obtenção de lucros. A diferença
fundamental é que uma empresa privada que opera no vermelho pode ir à falência,
ao passo que uma estatal normalmente recebe subsídios governamentais (ou seja,
recursos dos contribuintes) para manter-se.
*
Mecanismo de funcionamento da economia - os agentes econômicos (indivíduos ou
empresas, instituições públicas ou privadas) fazem seus investimentos
guiando-se pela lógica do mercado, ou seja, com base na lei da oferta e da
procura*. Investem sempre com o objetivo de obter a maior rentabilidade
possível, daí a concorrência se estabelecer em todos os setores. No entanto, há
também muitas outras áreas monopolizadas, oligopolizadas, caracterizadas, nas
quais, na prática, não há concorrência. O Estado, muitas vezes, intervém numa
economia oligopolizada como agente planejador ou simplesmente como agente
econômico. Esse processo, generalizado entre os países capitalista, varia
apenas quanto ao grau da intervenção.
*
Relação de trabalho - predomina o trabalho assalariado. No entanto, ao lado
dessa relação tipicamente capitalista convivem relações não capitalistas de
trabalho, principalmente em regiões subdesenvolvidas e rurais: parcerias,
arrendamentos e, em regiões mais remotas, até relações ilegais, como a
escravidão e o trabalho forçado por dívida.
*
Meios de troca e instrumentos de crédito - o dinheiro (moeda metálica ou
papel-moeda) é o principal meio de troca; surgiu no século VII a.C., como
resultado da descoberta de técnicas de fundo em dinheiro depositado num banco.
Com os avanços na eletrônica e nas telecomunicações, surgiu o cartão bancário,
um "dinheiro virtual" que permite fazer pagamentos sem a
intermediação de cheques ou dinheiro real. Mais recentemente, tornou-se
possível movimentar fundo através de redes de computadores. Há ainda
instrumentos de crédito que facilitam as trocas, como os cartões de crédito e
as duplicatas.
*
Relação social - há uma divisão de classes no interior da sociedade
capitalista, com uma concentração de renda nos setores ou classes detentores do
capital. Portanto, o capitalismo é marcado por desigualdades sociais, mais
acentuadas nos países subdesenvolvidos. Ultimamente, porém, a distância entre
ricos e pobres tem aumentado também nos países desenvolvidos.
3.2-
As fases do capitalismo
O
capitalismo foi se evoluindo gradativamente, aos poucos foi se sobrepondo sobre
outras formas de produção, até ter sua hegemonia, que ocorreu em sua fase
industrial.
Considerando
seu processo de desenvolvimento, pode-se dividir o capitalismo em 4 fases:
capitalismo comercial, industrial, financeiro e informacional.
O
sistema capitalista sempre apresentou ao longo de sua história, grande
dinamismo. Isso se explica devido ao seu profundo enraizamento histórico e
cultural, pois sua origem é muito antiga (final da Idade Média) e sua evolução
histórica foi muito lenta, particularmente na Europa Ocidental e na América
Anglo-saxônica. Gradativamente, ele foi se sobrepondo a outras formas de
produção.
3.2.1-
O Capitalismo Comercial
Essa
etapa do capitalismo se estendeu do século XVI até XVII. Houve uma expansão de
potencias, como Espanha e Portugal, que tinham como objetivo descobrir uma nova
rota para as Índias, e tirar a supremacia da Itália no comércio com o Oriente,
através do Mediterrâneo. Foi uma época marcada por Grandes Navegações e
descobrimentos, mas também de escravidão e genocídios de muitos nativos da
América e África. Os europeus comandaram esse processo de colonização e exploração.
Esse
termo capitalismo comercial se deu porque o acúmulo de riquezas ocorreu por
meio do comércio. A economia nesse período funcionava sob a intervenção
governamental, pois promover e aumentar o poder do Estado. A riqueza e o poder
de um país era medido pela quantidade de ouro, prata e pedras preciosas.
Durante
o capitalismo comercial tudo que pudesse ser vendido como lucro virava
mercadoria na mão dos comerciantes europeus. O negócio mais lucrativo foi o
tráfico de escravos negros. Essa fase foi fundamental para se desenvolver o
capitalismo, pois permitiu o grande acúmulo de capitais na mão da burguesia
europeia. Essa acumulação inicial de capitais criou condições, no Reino Unido e
depois em outros países, para que ocorresse a Revolução Industrial. Foi o
período do Mercantilismo.
3.2.2-
Capitalismo Industrial (Séc. XVIII até a 1ª Guerra Mundial – 1780 a 1918).
O
capitalismo industrial foi marcado por transformações na economia, na
sociedade, na política e cultura. Uma de suas características mais importantes
foi a de transformar da natureza, uma quantidade bem maior de produtos aos
consumidores, o que multiplicava o lucro dos produtores. O capitalismo
industrial teve início com a transformação do trabalho manual em mecânico e com
o uso acelerado da energia não humana: a máquina movida a vapor, gerado por
meio da combustão do carvão, é típica dessa fase. A invenção e a implantação de
máquinas no processo produtivo foram facilitadas pelo grande volume de capital
acumulado durante o Mercantilismo.
Numa
segunda etapa, a industrialização se expandiu para outros países, permitindo a
multiplicação das indústrias e a utilização de um número crescente de
trabalhadores. Ampliou-se assim a classe operária (proletariado) e se
internacionalizou o sindicalismo. Ao mesmo tempo ocorria uma explosão urbana,
com transformações no modo de vida e na economia, que marcam o mundo de hoje.
Nesse período, as relações internacionais foram caracterizadas pela
intensificação da ação imperialista europeia sobre a África e a Ásia, gerando
conflitos entre as grandes potências, cuja culminância foi a Primeira Guerra
Mundial. O imperialismo teve como causa três problemas que os países europeus
enfrentavam:
*
Produção excedente - Com a industrialização, a produção de mercadorias cresceu
num ritmo muito mais rápido que o dos mercados existentes. Esse ritmo de
crescimento gerou uma grande produção excedente, o que levou à disputa por
novos mercados.
*
Excedente de capital - As indústrias obtinham lucros cada vez maiores
(ocorrendo uma super acumulação de capital), e a saturação dos mercados
existentes não viabilizava o reinvestimento interno desse capital. Dessa forma,
era necessário buscar outros locais para investir os excedentes de capital, o
que contribuiu para mais um passo em direção à globalização econômica mundial.
*
Abastecimento de matérias-primas - Para a manutenção do processo de produção
industrial, tornava-se decisivo garantir o abastecimento de matérias-primas,
muitas vezes escassas ou inexistentes nos países industrializados europeus.
3.2.3-
Capitalismo Financeiro (a partir o fim do séc. XIX).
O
termo "capitalismo financeiro" foi utilizado pela primeira vez em
1881, pelo vienense R. Hilferding. Segundo ele, o capitalismo tinha duas
características fundamentais: a crescente integração do capital industrial com
o capital de financiamento (controlado pelos bancos) e a intensificação do
processo de monopolização.
No
Capitalismo financeiro o processo de monopolização atingiu seu auge. A evolução
do capitalismo revelou que sua lógica competitiva fortalece as grandes
empresas, aptas a disputar parcelas cada vez maiores do mercado consumidor com
seu sólido capital. As empresas menores, incapazes de disputar o mercado nas
mesmas condições, ficam com uma parcela ínfima do mercado ou acabam sendo
absorvidas pelas maiores.
Com
o crescimento acelerado do capitalismo passou a surgir e crescer rapidamente
várias empresas (bancos, indústrias, corretoras de valores, casas comerciais,
etc.) por causa do processo de concentração e centralização de capitais.
Uma
característica marcante desta fase foi a implantação de novas tecnologias e do
uso de novas fontes de energia no processo produtivo. As grandes empresas
passaram a investir significativamente em produções científicas, visando
desenvolver novas técnicas de produção.
Houve
neste período um grande avanço da siderurgia e indústria mecânica graças ao
aperfeiçoamento da fabricação do aço. Na indústria química e petroquímica, com
a descoberta de novos elementos e materiais. No setor automobilístico e
aeronáutico, houve grande avanço devido aos combustíveis oriundos do petróleo,
possibilitando sua expansão e a dinamização dos transportes. E aumento da
qualidade de vida da população devido o uso da eletricidade.
Com o crescente aumento de produção e a
industrialização expandindo-se para outros países, acirrou-se a concorrência.
Havia cada vez mais a necessidade de garantir novos mercados consumidores,
novas fontes de matéria primas e novas áreas para investimentos lucrativos.
Foi
neste contexto que ocorreu a expansão imperialista europeia na África e na
Ásia. Na Conferência de Berlim (1884 – 1885) as potências europeias retalharam
o continente africano.
A
partilha imperialista consolidou a DIT (Divisão Internacional do Trabalho),
onde as colônias se especializaram em fornecer matéria prima baratas para os
países que se industrializavam. Condicionando-as a subordinação econômica.
A
expansão do mercado de capitais é uma marca do capitalismo financeiro. Nos
Estados Unidos se consolidou um grande mercado de capitais. As empresas foram
aumentando seus capitais através da venda de ações em bolsas de valores.
Permitindo assim, a formação de enormes corporações.
A
política imperialista norte americana é diferenciada da política imperialista
europeia. A europeia usava as colônias africanas como uma continuidade do
território das potências imperialistas, levando a um controle político e
militar direto. Enquanto os norte-americanos exerciam um controle indireto
(América para os Americanos), patrocinando golpes de estado e apoiando a
ascensão de ditadores locais favoráveis ao EUA.
Neste
momento torna-se cada vez mais difícil distinguir o capital industrial do
capital bancário. Uma melhor denominação passa a ser então o capital
financeiro. Sendo assim, os bancos passam a ter um papel importante como
financiadores de produção. Onde banco incorporam indústrias, que, por sua vez,
incorporam ou criam bancos para lhes dar suporte financeiro.
Na
atual fase do capitalismo, o monopólio ocorre quando uma empresa domina a oferta
de determinado serviço ou produto. Tem sido mais comum a forma mais elaborada
de monopólio: o oligopólio, ou seja, um grupo de empresas que detêm o controle
do mercado, como o cartel, truste e holding.
3.2.3.1-
Cartel: (associação ou combinação entre empresas, do mesmo segmento, para
garantir o controle da produção e dos preços; administração). É formado por
grupos de empresas independentes que produzem produtos semelhantes e fazem um
acordo para dominar o mercado.
3.2.3.2-
Truste: (fusão e incorporação de empresas para dominar oferta de produtos ou
serviços). Pode assumir várias formas, mas em geral é constituído por conjuntos
de empresas que eliminam as suas independências legais e econômicas para
constituir uma única organização.
3.2.3.3-
Holding: É a forma jurídica de disfarçar um cartel ou um truste. Um holding não
produz nada, sua meta é controlar um conjunto de empresas. É definida como uma
empresa que mantém o controle sobre outras, por possuir a maioria de suas
ações. É considerado o estágio mais avançado de concentração capitalista.
3.2.4-
O Capitalismo Informacional (iniciou após 1970)
Com
o advento da terceira revolução industrial, também conhecida como
meio-técnico-científico-informacional, o capitalismo atinge sua fase
informacional-global. A partir dos anos 1970, disseminaram-se empresas,
instituições e diversas tecnologias responsáveis pelo crescente aumento da
produtividade econômica e pela aceleração dos fluxos de capitais, de
mercadorias, de informações, robôs, comutadores, satélites, internet e de
pessoas.
Nesta
etapa de desenvolvimento, o capitalismo continua industrial e financeiro.
Industrial porque novas tecnologias empregadas no processo produtivo permitem
grande aumento da produtividade. E financeira, por causa da desmaterialização do
dinheiro, que, em vez de circular fisicamente, cada vez mais é transformado em
bits de computador, circulando rapidamente pelo sistema financeiro globalizado.
Porém, a característica principal dessa etapa de desenvolvimento capitalista é
a crescente importância do conhecimento.
As
revoluções anteriores foram movidas a energia – a primeira a carvão, e a
segunda a petróleo e eletricidade, mas a revolução em curso é movida a
conhecimento.
4.0- Neoliberalismo
Podemos
definir o neoliberalismo como um conjunto de ideias políticas e econômicas
capitalistas que defende a não participação do estado na economia. De acordo
com esta doutrina, deve haver total liberdade de comércio (livre mercado), pois
este princípio garante o crescimento econômico e o desenvolvimento social de um
país.
Surgiu
na década de 1970, através da Escola Monetarista do economista Milton Friedman,
como uma solução para a crise que atingiu a economia mundial em 1973, provocada
pelo aumento excessivo no preço do petróleo.
4.1-Características
do Neoliberalismo (princípios básicos):
- mínima participação estatal nos rumos
da economia de um país;
- pouca intervenção do governo no mercado
de trabalho;
- política de privatização de empresas
estatais;
- livre circulação de capitais
internacionais e ênfase na globalização;
- abertura da economia para a entrada de
multinacionais;
- adoção de medidas contra o
protecionismo econômico;
- desburocratização do estado: leis e
regras econômicas mais simplificadas
para facilitar o
funcionamento das atividades
econômicas;
- diminuição do tamanho do estado,
tornando-o mais eficiente;
- posição contrária aos impostos e
tributos excessivos;
- aumento da produção, como objetivo
básico para atingir o desenvolvimento
econômico;
- contra o controle de preços dos
produtos e serviços por parte do estado, ou
seja, a lei da oferta e demanda é suficiente para
regular os preços;
- a base da economia deve ser formada por
empresas privadas;
- defesa dos princípios econômicos do
capitalismo.
Os
críticos ao sistema afirmam que a economia neoliberal só beneficia as grandes
potências econômicas e as empresas multinacionais. Os países pobres ou em
processo de desenvolvimento (Brasil, por exemplo) sofrem com os resultados de
uma política neoliberal. Nestes países, são apontadas como causas do
neoliberalismo: desemprego, baixos salários, aumento das diferenças sociais e
dependência do capital internacional.
4.2-
Exemplos de governos que adotaram políticas econômicas neoliberais nos últimos
anos:
-
No Brasil: Fernando Collor de Melo (1990 - 1992) e Fernando Henrique Cardoso
(1995 - 2003)
-
No Chile: Eduardo Frei (1994 - 2000), Ricardo Lagos (2000 - 2006) e Michelle
Bachelet (2006 - 2010).
-
Nos Estados Unidos: Ronald Reagan (1981 - 1989), George Bush (1989 - 1993) e
George W. Bush (2001- 2009)
-
No México: Vicente Fox Quesada (2000 - 2006)
-
No Reino Unido: Margaret Thatcher (1979 - 1990)
5.0- Divisão Internacional
do Trabalho (DIT)
DIT
é uma sigla que significa Divisão Internacional do Trabalho, que expressa à
forma como é feita a distribuição da produção a nível global, entre países
desenvolvidos e subdesenvolvidos.
A
DIT é caracterizada pela especialização dos países na produção de alguma coisa,
sejam produtos finais ou produtos intermediários, que vão ser utilizados na
conclusão de um produto final. Esta necessidade surgiu porque não é possível
que um só país consiga produzir sozinho todas as mercadorias que precisa.
A
relação entre países mais e menos industrializados é uma parte essencial da
DIT, porque os países menos desenvolvidos apresentam benefícios aos mais
desenvolvidos, como mão de obra barata, impostos reduzidos, etc.
Evoluindo
juntamente com o capitalismo, a DIT é uma estratégia usada para aumentar os
lucros, uma vez que ocorre a redução do custo do produto final.
Existem
vários autores que apresentam críticas em relação à DIT, afirmando que esta
divisão é responsável por criar desigualdades entre países. Os países que estão
em ascensão econômica, frequentemente compram tecnologias a preços muito
elevados, e os seus produtos finais não atingem preços adequados, o que reprime
o seu desenvolvimento, e consequentemente beneficia países economicamente mais
fortes.
A
divisão internacional do trabalho pode ser separada em três fases. A primeira
fase (caracterizada pelo capitalismo comercial) ocorreu nos séculos XV e XVI,
onde as colônias providenciavam os minerais, especiarias e mão de obra escrava,
e as metrópoles eram responsáveis pela produção e exportação dos produtos
desenvolvidos. A segunda fase se verificou nos séculos XVII, XVIII e XIX, e foi
marcada pelo capitalismo industrial, onde as colônias (ou países
subdesenvolvidos) forneciam a matéria prima e outros produtos agrícolas e
minerais, e os países desenvolvidos faziam a industrialização da matéria prima
fornecida. Durante a terceira fase, o capitalismo financeiro impõe que os
países subdesenvolvidos forneçam a matéria prima e os produtos
industrializados, enquanto os países desenvolvidos se ocupam dos investimentos,
desenvolvimento de novas tecnologias e produtos industrializados.
A
DIT é um processo dinâmico que tem sofrido alterações ao longo dos anos, porque
o contexto econômico e industrial tem sido alterado pela globalização.
Originalmente,
a DIT clássica indicava que os países subdesenvolvidos forneciam matérias
primas para os países desenvolvidos, enquanto estes as usavam para a produção
de bens finais. Posteriormente, os países subdesenvolvidos tinham que comprar
esses produtos dos países produtores (desenvolvidos).
Mais
tarde, a nova DIT (também conhecida como DIT da nova ordem mundial), os países
menos desenvolvidos não fornecem apenas a matéria-prima, mas fazem a produção
de materiais e mercadorias cuja produção é mais cara (ou causa muita poluição)
nos países mais desenvolvidos. Estes contribuem com investimento e tecnologias
que ajudam nos processos de produção. A nova DIT corresponde à terceira fase
abordada anteriormente, e tem um elevado nível de complexidade, porque o fluxo
de investimento e de produtos também ocorre dos países menos desenvolvidos para
os mais desenvolvidos, o que não acontece na DIT clássica.
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