O Brasil tem
um dos maiores complexos hidrográficos do mundo, apresentando rios com grandes
extensões, larguras e profundidades. A maioria dos rios brasileiros nasce em
regiões pouco elevadas, com exceção do rio Amazonas e de alguns afluentes que
nascem na cordilheira dos Andes. O Brasil possui 12% de toda a água doce que
está na superfície da Terra. Além disso, a maior bacia fluvial do mundo, a
Amazônica, também fica no Brasil. Somente o rio Amazonas deságua no mar um
quinto de toda a água doce que é despejada nos oceanos.
Rios
de planalto e de planície
Devido à
natureza do relevo, no Brasil predominam os rios de planalto, que apresentam
rupturas de declive, vales encaixados, entre outras características, que lhes
conferem um alto potencial para a geração de energia elétrica. Encachoeirados e
com muitos desníveis entre a nascente e a foz, os rios de planalto apresentam
grandes quedas d’água. Assim, em decorrência de seu perfil não regularizado,
ficam prejudicados no que diz respeito à navegabilidade. Os rios São Francisco
e Paraná são os principais rios de planalto.
Em menor quantidade,
temos no Brasil os rios que correm nas planícies, sendo usados basicamente para
a navegação fluvial, por não apresentarem cachoeiras e saltos em seu percurso.
Como exemplo, podem ser citados alguns rios da bacia Amazônica (região Norte) e
da bacia Paraguaia (região Centro-Oeste, ocupando áreas do Pantanal
Mato-Grossense). Entre os grandes rios nacionais, apenas o Amazonas e o
Paraguai são predominantemente de planície e largamente utilizados para a
navegação.
Apesar da
maioria dos rios brasileiros nunca secar, alguns apresentam características
curiosas, como por exemplo, o Jaguaribe (Ceará), que desaparece nas secas, e o
Paraguaçu (Bahia), que se torna subterrâneo e depois volta a ficar visível.
Bacias
Hidrográficas Brasileira
O IBGE
(Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) classifica os rios em nove
bacias. São elas: Bacia do Amazonas,
Bacia do Paraná, Bacia do Uruguai, Bacia do Paraguai, Bacia do São Francisco,
Bacia do Tocantins-Araguaia, Bacia do Nordeste, Bacia do Leste, Bacia do
Sudeste-Sul.
Bacia do Amazonas
É a maior
bacia hidrográfica do mundo, com 7.050.000 km², sendo mais da metade localizado
em terras brasileiras. Abrange também terras da Bolívia, Peru, Colômbia,
Venezuela, Guiana, Guiana Francesa e Suriname. Seu rio principal, o Amazonas,
nasce no Peru com o nome de Vilcanota e recebe posteriormente os nomes de
Ucaiali, Urubamba e Marañon. Quando entra no Brasil, passa a se chamar Solimões
e, após o encontro com o Rio Negro, perto de Manaus, recebe o nome de Rio
Amazonas.
Bacia
do Paraná
É a região
mais industrializada e urbanizada do país. Na bacia do Paraná reside quase um
terço da população brasileira, sendo os principais aglomerados urbanos as
regiões metropolitanas de São Paulo, Campinas e de Curitiba. O rio Paraná, com
aproximadamente 4.100 km, tem suas nascentes na região Sudeste, separando as
terras do Paraná do Mato Grosso do Sul e do Paraguai. O rio Paraná é o
principal curso d'água da bacia, mas também são muito importantes os seus
afluentes e formadores, como os rios Grande, Paranaíba, Tietê, Paranapanema,
Iguaçu, dentre outros. Essa bacia hidrográfica é a que tem a maior produção
hidrelétrica do país, abrigando a maior usina hidrelétrica do mundo: a Usina de
Itaipu, no Estado do Paraná, projeto conjunto entre Brasil e Paraguai.
Apresenta
grande importância geoeconômica em função da sua localização geográfica,
próximo dos maiores centros industriais do país.
Possui dezenas
de hidroelétricas, com destaque para ITAIPU (atualmente 2ª maior do mundo)
Nesta bacia
encontramos o vasto Aquífero Guarani
Bacia
do Uruguai
É formada pelo
rio Uruguai e por seus afluentes, desaguando no estuário do rio da Prata, já
fora do território brasileiro. O rio Uruguai é formado pelos rios Canoas e
Pelotas e serve de divisa entre os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do
Sul. Faz ainda a fronteira entre Brasil e Argentina e entre Argentina e
Uruguai. Deságua no oceano após percorrer 1.400 km. A região hidrográfica do
Uruguai apresenta um grande potencial hidrelétrico, possuindo uma das maiores
relações energia/km² do mundo.
Bacia
do Paraguai
Destaca-se por
sua navegabilidade, sendo bastante utilizada para o transporte de carga. Assim,
torna-se importante para a integração dos países do Mercosul. Suas águas banham
terras brasileiras, paraguaias e argentinas.
Bacia
do São Francisco
Nasce em Minas
Gerais, na serra da Canastra, atravessando os estados da Bahia, Pernambuco,
Alagoas e Sergipe. O Rio São Francisco é o principal curso d'água da bacia, com
cerca de 2.700 km de extensão e 168 afluentes. De grande importância política,
econômica e social, principalmente para a região nordeste do país, é navegável
por cerca de 1.800 km, desde Pirapora, em Minas Gerais, até a cachoeira de
Paulo Afonso. O principal aglomerado populacional da bacia do São Francisco
corresponde à Região Metropolitana de Belo Horizonte, na região do Alto São
Francisco.
- Segunda maior bacia hidrográfica,
totalmente brasileira
- Nasce na Serra da Canastra (MG)
- Apresenta grande potencial
hidroelétrico, (4º maior potencial do Brasil)
As particularidades
do Rio São Francisco
- Existência de grandes quedas
d`água, com grande aproveitamento hidroelétrico:
w Na
região nordeste usinas: Paulo Afonso
Sobradinho
Xingo
w Na
região sudeste usina: Três Marias
w É
um rio perene
w Atravessa o sertão nordestino (Nilo
brasileiro)
w Importante fornecedor de água potável
w Favorece o desenvolvimento da fruticultura,
através da irrigação – projeto São Francisco à Jaguaribe
w Apresenta cerca de 2000Km navegável entre:
Pirapora (MG) a Paulo Afonso (BA)
Bacia do Tocantins-Araguaia
Com uma área
superior a 800.000 km2, a bacia do rio Tocantins-Araguaia é a maior
bacia hidrográfica inteiramente situada em território brasileiro. O rio
Tocantins nasce na confluência dos rios Maranhão e Paraná (GO), enquanto o
Araguaia nasce no Mato Grosso. Localiza-se nessa bacia a usina de Tucuruí (PA),
que abastece projetos para a extração de ferro e alumínio.
Apresenta
grande potencial hidroelétrico (3º maior do Brasil): Capacidade de produção
hidroelétrica em cerca de 28,3 milhões KW. Nela encontramos a usina de: Tucuruí – Rio Tocantins – Pará - 2ª
maior usina hidroelétrica do Brasil.
Bacia
do Nordeste
Abrange
diversos rios de grande porte e de significado regional, como: Acaraú,
Jaguaribe, Piranhas, Potengi, Capibaribe, Una, Pajeú, Turiaçu, Pindaré, Grajaú,
Itapecuru, Mearim e Parnaíba. O rio Parnaíba forma a fronteira dos estados do
Piauí e Maranhão, desde suas nascentes na serra da Tabatinga até o oceano
Atlântico, além de representar uma importante hidrovia para o transporte dos
produtos agrícolas da região.
Bacia
do Leste
Assim como a
bacia do nordeste, esta bacia possui diversos rios de grande porte e
importância regional. Entre eles, temos os rios Pardo, Jequitinhonha, Paraíba
do Sul, Vaza-Barris, Itapicuru, das Contas, Paraguaçu, entre outros. O rio
Paraíba do Sul, por exemplo, situa-se entre os estados de São Paulo, Rio de
Janeiro e Minas Gerais, apresentando ao longo do seu curso diversos
aproveitamentos hidrelétricos, cidades ribeirinhas de porte e indústrias
importantes, como a Companhia Siderúrgica Nacional.
Bacia
do Sudeste-Sul
É composta por
rios da importância do Jacuí, Itajaí e Ribeira do Iguape, entre outros. Os
mesmos possuem importância regional, pela participação em atividades como
transporte hidroviário, abastecimento d'água e geração de energia elétrica.
A
questão da transposição do São Francisco
Construção de
canais para levar água do rio aos principais vales do interior do NE. “Serão”
construído 600Km de canais, pelos quais as águas serão captadas e levadas para
08 açudes que devem abastecer os rios intermitentes. Estados beneficiados: CE, RN, PB e PE.
w Será
necessário bombear as águas, levando-as a cerca de 300m, de onde passarão a
correr por força da gravidade.
Possíveis
situações benéficas
w Aumento
da oferta de água no sertão
w Redução
do êxodo-rural
w Geração
de emprego e renda
Possíveis
situações maléficas
w Reduzira
a capacidade hidroelétrica
w Trará
desmatamento, para execução das obras
w Perca
de área pela vegetação nativa
w Redução
do nível das águas do rio
w Assoreamento
do rio
w Diminuição
do poder de irrigação
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