As conferências convocadas pela Organização das Nações Unidas (ONU)
geram uma grande mobilização em torno de temas de interesse mundial, tais quais
são discutidas e elaboradas ideias para melhorar as condições de vida no
planeta e gerar um desenvolvimento mais sustentável. Esse tipo de reuniões, que
convocam um público muito diverso, desde ativistas de organizações não
governamentais (ONGs) até governantes, teve seu apogeu nos anos 90, mas
continuam no século XXI. Após quatro décadas da realização da primeira
Conferência da ONU sobre o Meio Ambiente, realizada em Estocolmo (1972), a
primeira a associar de forma consistente questões ambientais ao Desenvolvimento
Sustentável na pauta internacional, o mundo passou a possuir dezenas de
convenções, protocolos, declarações e legislações nacionais para reverter o
quadro de agravamento nas condições ambientais e sociais e desequilíbrios
socioeconômicos entre países do Norte e do Sul. Tiveram outras conferências com
grande importância em escala mundial após a conferência de Estocolmo, onde se
destacam: A Eco Rio 92, realizada em 1992, onde foi discutido a “Agenda 21” e o
desenvolvimento sustentável. A conferência de Kyoto, na qual o principal
assunto em discussão foi à redução da emissão de gases que geram o Efeito Estufa,
ocorreu em 1997. Em 2002, tivemos a conferência de Johanesburgo e em Copenhague
no ano de 2009. E finalmente a Rio+20, que ocorreu na cidade do Rio de Janeiro
de 13 a 22 de junho de 2012. Participaram líderes dos 193 países que fazem
parte da ONU.
A Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, a
Rio+20, foi realizada de 13 a 22 de junho de 2012, na cidade do Rio de Janeiro.
A Rio+20 foi assim conhecida porque marcou os vinte anos de realização da
Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento (Rio-92) e
contribuiu para definir a agenda do desenvolvimento sustentável para as
próximas décadas. A proposta brasileira de sediar a Rio+20 foi aprovada pela Assembleia-Geral
das Nações Unidas, em sua 64ª Sessão, em 2009. O objetivo da Conferência foi à
renovação do compromisso político com o desenvolvimento sustentável, por meio
da avaliação do progresso e das lacunas na implementação das decisões adotadas
pelas principais cúpulas sobre o assunto e do tratamento de temas novos e
emergentes. A Rio+20 foi composta por três momentos. Nos primeiros dias, de 13
a 15 de junho, aconteceu a III Reunião do Comitê Preparatório, no qual se
reuniram representantes governamentais para negociações dos documentos adotados
na Conferência. Em seguida, entre 16 e 19 de junho, foram programados os
Diálogos para o Desenvolvimento Sustentável. De 20 a 22 de junho, ocorreram o
Segmento de Alto Nível da Conferência, para o qual foi confirmada a presença de
diversos Chefes de Estado e de Governo dos países-membros das Nações Unidas. Os
dois temas centrais da Rio+20 – a economia verde no contexto do desenvolvimento
sustentável e da erradicação da pobreza e a estrutura institucional para o
desenvolvimento sustentável – foram aprovados pela Assembleia Geral das Nações
Unidas de forma consensual entre os 193 países que integram a ONU. Nas reuniões
do processo de preparação, os países apresentaram propostas sobre esses temas,
buscando resultados que pudessem ser adotados na Conferência.
No decorrer da Rio+20 tiveram aspectos positivos e negativos, mas
infelizmente o resultado da Rio+20 não foi o esperado. Os impasses,
principalmente entre os interesses dos países desenvolvidos e em
desenvolvimento, acabaram por frustrar as expectativas para o desenvolvimento
sustentável do planeta. O documento final apesar de ter sido aceito e adotado
por todos os países envolvidos, apresenta várias intenções e joga para os
próximos anos a definição de medidas práticas para garantir a proteção do meio
ambiente. Muitos analistas disseram que a crise econômica mundial,
principalmente nos Estados Unidos e na Europa, prejudicou as negociações e
tomadas de decisões práticas.
Nenhum comentário:
Postar um comentário