Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

quinta-feira, 3 de maio de 2012

Industrialização na ditadura militar


Entre 1964 e 1985 o Brasil viveu sob uma ditadura militar. Torturas, desaparecimentos, assassinatos integravam o elenco de medidas tomadas pelos governos militares. Cerceamento da liberdade de expressão, inexistência dos direitos fundamentais e das garantias constitucionais faziam parte da normalidade política da época.

O Regime Militar
O Regime Militar foi instaurado pelo golpe de 1º de abril de 1964. O plano político foi marcado pelo autoritarismo, supressão dos direitos constitucionais, perseguição política, prisão e tortura dos opositores, e pela imposição da censura prévia aos meios de comunicação. Na economia houve uma rápida diversificação e modernização da indústria e serviços, sustentada por mecanismos de concentração de renda, endividamento externo e abertura ao capital estrangeiro.
Com a deposição de Jango, o presidente da Câmara, Ranieri Mazzelli, assumiu formalmente a presidência e permanece no cargo até 15 de abril de 64. Na prática, porém, o poder era exercido pelos ministros militares de seu governo, entre eles, o general Arthur da Costa e Silva, da Guerra. Nesse, período foi instituído o Ato Institucional nº 1.
Os Atos Institucionais eram mecanismos adotados pelos militares para legalizar ações políticas não previstas e mesmo contrárias à Constituição. De 1964 à 1978 foram decretados 16 Atos Institucionais e complementares que transformaram a Constituição de 46 em uma colcha de retalhos . O AI-1 , de 9 de abril de 64, transferiu poder aos militares, suspendeu por dez anos os direitos políticos de centenas de pessoas. As cassações de mandatos alteraram a composição do Congresso e intimidaram os parlamentares. 
Durante a ditadura militar ( 1964 a 1985), o Plano de metas de JK é continuado, grandes projetos são estabelecidos, a economia do país chega a tornar-se a oitava do mundo.
Durante o chamado milagre brasileiro(1968-1973), a economia brasileira passa a ser uma das que mais cresce, essa festa toda só é parada em decorrência da Crise do petróleo, que se dá a partir de 1973.
A grande contradição desse crescimento se deve ao fato que, por um lado ele foi gerado pelo grande endividamento externo, e por outro através de grande repressão ( vide o AI 5), e arrocho salarial , sobre a classe trabalhadora brasileira, confirmando a tendência de Modernização conservadora da economia nacional.

A partir da década de 90, e da emergência das idéias neoliberais, o processo de industrialização do país toma novo rumo, com a privatização de grande parte das estatais e da abertura cada vez maior da economia do país ao capital internacional, além da retirada de direitos trabalhistas históricos.

Mudanças espaciais também são verificadas na distribuição atual das indústrias no país, pois desde o início da industrialização, a tendência foi de concentração espacial no Centro-sul, especialmente em São Paulo, isso fez com que esse estado se torna-se o grande centro da economia nacional e em decorrência disso recebesse os maiores fluxos migratórios, mas o que se verifica atualmente é que a tendência mundial atual de desconcentração industrial também tem se abalado sobre o Brasil, pois localidades do interior de São Paulo, do Sul do país e até mesmo estados nordestinos começam a receber plantas industriais que em outros tempos se dirigiriam sem sombra de dúvidas para a capital paulista. Esse processo se deve em especial a globalização da economia que tem acirrado a competição entre as empresas, que com isso buscam a redução dos custos de produção buscando produzir onde é mais barato. Esse processo todo tende a redesenhar não apenas o espaço industrial brasileiro, mas de várias áreas do mundo. O mais interessante no caso brasileiro, é que ele não tem enfraquecido o papel de São Paulo como cidade comandante da economia nacional, mas pelo contrário fortalece, pois o que se desconcentra é a produção e não a decisão.
Entre 1968 e 1973 o país experimentou um grande crescimento na produção industrial. O PIB elevou-se, reflexo da maior produção de bens duráveis, principalmente eletrodomésticos e automóveis. Este período, que atenuou o desemprego urbano, ficou conhecido como "Milagre Econômico". A indústria automobilística era apresentada como a grande vitrina desta política econômica adotada pelo governo.
Entretanto, se não pode ser negado o crescimento econômico havido no período da ditadura militar, não se pode perder de vista também que esse crescimento resultou no benefício de poucos, haja vista que aguçou o problema da má distribuição de renda.
 A partir de meados da década de 80 começam a vir à tona os aspectos negativos da prática da política econômica implantada pelos governos da ditadura militar.
Em 1982 e 1983 o Brasil já bate as portas do FMI. Observa-se uma acentuada elevação do endividamento externo, contraído principalmente nos governos Costa e Silva e Médici, que em 1984 chegava a casa dos 100 bilhões de dólares, determinando o crescimento da dependência externa. Os grandes monopólios produtivos levaram ao sucateamento do parque industrial nacional. O não encaminhando de soluções concretas para o problema da má distribuição da terra, a propaganda ufanista do regime e do chamado "milagre econômico", incentivou o êxodo rural, provocando a forte migração rural-urbana, determinando o explosivo crescimento de algumas cidades dotadas de infra-estruturas deficientes e de reduzida capacidade de gerar empregos na área industrial, evidenciando o déficit habitacional, contribuindo para o crescimento de favelas e a crise no abastecimento de água e água e esgoto.
O processo inflacionário, que durante o período compreendido entre 1970 e 1972, havia arrefecido, voltou acrescer a partir de então, durante todo o período da ditadura militar, atingindo seu ápice em 1983, quando atingiu a casa de 239%. Inicia-se a partir de então um violento processo de achatamento salarial, recrudescem as taxas de desemprego e, por consequência o aumento do número de brasileiros vivendo abaixo da linha da pobreza.


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