Com o avanço da internacionalização
dos circuitos econômicos, financeiros e tecnológicos, debilitam-se os sistemas
econômicos nacionais. As atividades estatais tendem a circunscrever-se às áreas
sociais e culturais. Os países marcados por acentuada heterogeneidade cultural
e/ou econômica serão submetidos a crescentes pressões desarticuladoras. A
contrapartida da internacionalização avassaladora é o afrouxamento dos vínculos
de solidariedade histórica que unem, no quadro de certas nacionalidades,
populações marcadas por acentuadas disparidades de nível de vida.
A globalização oferece, sem
dúvida, oportunidades para o desenvolvimento. Compreendemos que as estratégias
nacionais devem ser desenhadas em função das possibilidades apresentadas, assim
como os pré-requisitos para uma maior incorporação à economia mundial.
Simultaneamente, este processo traz riscos originados de novas fontes de
instabilidade (tanto comercial quanto, e em especial, financeira), riscos de
exclusão para aqueles países não adequadamente preparados para as fortes
demandas de competitividade próprias do mundo contemporâneo, e riscos de
acentuação da heterogeneidade estrutural entre setores sociais e regiões dentro
dos países que se integram, de maneira segmentada e marginal, à economia
mundial.
Uma primeira dificuldade que se
apresenta diz respeito à heterogeneidade sócio-econômica entre os países. As
informações disponíveis revelam um quadro de grande diferenciação entre as
taxas de crescimento econômico, o PIB
per capita e a renda
média da população em cada país,
com uma clara predominância do Chile e
da Argentina como os países que possuem níveis mais altos de crescimento
econômico.
No que diz respeito aos
indicadores sociais, o estudo também revela um quadro de grande
heterogeneidade. O Brasil equipara-se ao Paraguai
em relação à maioria dos
indicadores analisados, embora possua um PIB per capita duas vezes maior. No
que diz respeito à expectativa de vida, por exemplo, o Brasil possui o índice
mais baixo entre todos os países do Mercosul. Brasil e Paraguai, por sua vez,
encontram-se bastante distanciados dos indicadores apresentados pelo Chile,
Argentina e Uruguai.
Conclui-se que por um lado temos um sistema de economia mundial globalizado e
interdependente, único, sem alternativa; por outro lado, uma crescente
heterogeneidade de condições de vida, de contextos culturais e de espaços.
IDH e Metas do MILÊNIO
IDH (Índice de Desenvolvimento
Humano) é um índice que serve de comparação entre os países, com objetivo de
medir o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à
população.
O relatório anual de IDH é
elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), órgão
da ONU.
Este índice é calculado com base
em dados econômicos e sociais. O IDH vai de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a
1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é
o país. Este índice também é usado para apurar o desenvolvimento de cidades,
estados e regiões.
No cálculo do IDH são computados
os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade
(expectativa de vida da população) e Produto Interno Bruto per capita.
Classificação de acordo com o IDH
• O índice varia de zero (nenhum
desenvolvimento humano) até 1 (desenvolvimento humano total), sendo os países classificados
deste modo:
• Quando o IDH de um país está
entre 0 e 0,510, é considerado Baixo.
• Quando o IDH de um país está
entre 0,522 e 0,698, é considerado Médio.
• Quando o IDH de um país está
entre 0,699 e 0,783, é considerado Elevado.
• Quando o IDH de um país está
entre 0,793 e 1,0 é considerado Muito Elevado.
Os Critérios Para Obtenção do IDH
• O IDH também tem a
particularidade de na sua avaliação da qualidade de vida da população
considerar critérios abrangentes dessa população, pois considera os aspectos
econômicos, e outras características sociais, culturais e políticas que
influenciam a qualidade da vida humana.
IDH e os indicadores sociais
considerados para sua obtenção
- Saúde - Expectativa de vida - Numa dada
população é o número médio de anos que um indivíduo pode esperar viver, se
submetido, desde o nascimento, às taxas de mortalidade observadas para
aquele momento.
- Educação - É a média de
anos de estudo da população adulta (25 anos ou mais). Para averiguar as
condições da população em idade escolar, em vez de taxa bruta de matrícula
passa a ser usado o número esperado de anos de estudos (expectativa de
vida escolar, ou tempo que uma criança ficará matriculada, se os padrões
atuais se mantiverem ao longo de sua vida escolar).
- Renda Nacional Bruta per capita - Renda
Nacional Bruta (RNB) per capita, que abrange os mesmos fatores que o
PIB, mas também leva em conta recursos enviados ou recebidos do exterior —
é uma maneira de captar melhor as remessas vindas de imigrantes, excluírem
da conta o envio de lucro para o exterior das empresas e computar a verba
de ajuda humanitária recebida pelo país, por exemplo. Assim como na versão
anterior usava-se o logaritmo natural do PIB per capita, agora se usa o
logaritmo natural da renda. Também foi mantido o modo como os valores são
expressos: em dólar corrigido pela paridade do poder de compra (PPC), que
leva em conta a variação do custo de vida entre os países.
Brasil
avança no desenvolvimento humano e sobe uma posição no ranking do IDH 2011.
RDH 2011 mostra
Brasil na 84ª posição entre 187
países; nos últimos 5 anos, o país está entre os 24 que subiram 3 ou mais
posições, O índice brasileiro, de 0,718,
situa o país entre os de elevado
desenvolvimento humano, e fez o país subir uma posição no ranking global do
Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) deste ano.
Com isso,
o Brasil saiu da 85ª para a 84ª posição, permanecendo no grupo dos países de
alto
desenvolvimento humano.
No caso
brasileiro, esta evolução do IDH do ano
passado
para este ano contou com um impulso maior da dimensão saúde – medida pela
expectativa de vida –, responsável por 40% da alta. As outras duas dimensões
que compõem o
IDH,
educação e renda, responderam cada uma, por cerca de 30% desta evolução.
O IDH do
Brasil, é maior que a média mundial (0,682), porém inferior ao conjunto dos
países da
América
Latina e Caribe (0,731), de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano.
Comparação
do Brasil com os demais países da América Latina e Caribe.
* Posição: 44 – Chile - 0,805
• Posição:
45 – Argentina - 0,797
•
Posição: 48 – Uruguai - 0,783
•
Posição: 51 – Cuba - 0,776
•
Posição: 57 – México - 0,770
*
Posição: 58 – Panamá - 0,768
•
Posição: 62 - Trinidad e Tobago - 0,760
•
Posição: 69 - Costa Rica - 0,744
•
Posição: 72 - São Cristovão e Névis - 0,735
•
Posição: 73 – Venezuela - 0,735
•
Posição: 79 – Jamaica - 0,727
•
Posição: 80 – Peru - 0,725
•
Posição: 81 – Dominica - 0,724
•
Posição: 82 - Santa Lúcia - 0,723
•
Posição: 84 – Brasil - 0,718
Brasil só
está acima dos seguintes países
Latinos
Americanos:
•
Posição: 93 – Belize - 0,699
•
Posição: 104 – Suriname - 0,680
•
Posição: 105 - El Salvador - 0,674 e
Haiti.............. 0,532
Guatemala ... 0,574
Paraguai ...... 0,665
Bolívia........... 0,663
Guiana........... 0,633
Suriname....... 0,680
El Salvador.... 0,674
Nicarágua ..... 0,700
Colômbia ...... 0,710
OUTROS
ÍNDICES DE QUALIDADE DE VIDA
Índice de
condições de vida: indica
os detalhes mais específicos da qualidade de vida como dados relativos a renda, habitação, educação e longevidade.
• Índice
de pobreza humana: (IPH) :mede a relação de pessoas que vivem abaixo da
linha
de pobreza. Há dois níveis de IPH: o IPH 1
que calcula os índices de pobreza nos países subdesenvolvidos ; e o IPH 2 que
calcula o nível de pobreza nos países desenvolvidos.
• Índice
GINI: mede a concentração de renda em certos setores da população de um
país. Varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1 maior é a concentração de renda.
No caso brasileiro, nosso país está entre os cinco primeiros de maior concentração
de renda.
Os principais indicadores socioeconômicos
• Produto
Interno Bruto( PIB)- é a soma de todos os bens e
serviços produzidos por uma
nação no
período de um ano. Ajuda a medir a capacidade de produção de uma nação.
• Produto
Nacional Bruto( PNB) è a soma de bens e serviços
produzidos por um país no decorrer de um ano. Para este cálculo considera-se a
renda obtida pelo capital nacional que está no exterior, deve-se, no entanto, subtraírem-se
as remessas de capital que foram enviadas para fora. Assim o PNB será calculado
PIB + renda recebida do exterior -
renda enviada para o exterior.
• Paridade
de poder aquisitivo (PPA) ou Paridade de poder de compra (PPC): Constitui-se
em um fator de conversão do poder de aquisitivo, onde se verifica quanto em
moeda do país é necessário para obter o mesmo que um dólar americano pode
comprar nos Estados Unidos. Esse índice é utilizado para o cálculo do PIB per
capita na composição do IDH.
• Renda
per capita É o PIB de um país dividido pelo número de
habitantes. Por ser apenas uma estimativa média da renda anual de cada
habitante, nem sempre a renda per capita nos mostra a real situação de renda
por habitante.
Metas do Milênio:
O QUE É: Documento
que consolidaram várias metas estabelecidas nas conferências mundiais ocorridas
ao longo dos anos 90, estabelecendo um conjunto de objetivos para o
desenvolvimento e a erradicação da pobreza no mundo – os chamados Objetivos de
Desenvolvimento do Milênio (ODM) – que devem ser adotados pelos estados membros
das Nações Unidas, que envidarão esforços para alcançá-los até 2015.
Oito
objetivos gerais foram identificados:
1 - Erradicar a extrema pobreza e a fome.
2 - Atingir o ensino básico universal.
3 - Promover a igualdade de gênero e a
autonomia das mulheres.
4 - Reduzir a mortalidade infantil.
5 - Melhorar a saúde materna.
6 - Combater o HIV/AIDS, a malária e outras
doenças.
7 - Garantir a sustentabilidade ambiental.
8 - Estabelecer uma parceria mundial para o
desenvolvimento.
A partir
destes oito objetivos internacionais comuns, 18 metas e 48 indicadores foram
definidos para possibilitar uma avaliação uniforme dos ODM nos níveis global,
regional e nacional.
O
acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio deve considerar
especificidades nacionais. Assim, cada país deve valer-se de suas capacidades
para monitorá-los.
Os ODM
consistem na estratégia de maior alcance e importância delineada pelas Nações
Unidas para a promoção do desenvolvimento humano dentre seus estados membros.
Um papel ímpar na promoção da luta global contra a extrema pobreza.
Os ODM
contemplam temas como erradicação da pobreza, fome e analfabetismo, igualdade
de gênero e sustentabilidade ambiental, temas estes entendidos como
componentes-chave do conceito de desenvolvimento humano sustentável, e que
podem conduzir à melhoria das condições de vida de todos os seres humanos.
- Brasil tem nono (9º) objetivo: Não adianta
melhorar apenas as estatísticas gerais sem oferecer condições iguais a
todas as etnias. Por isso, a partir de 2006, a ONU estipulou um nono
objetivo para o Brasil: garantir que as melhorias obtidas na luta pelo
cumprimento dos objetivos do milênio promovam igualdade de condições para
brancos e negros. Tal meta foi batizada de “Os objetivos do milênio sem o
racismo”, e será levada em conta na análise dos resultados finais da
campanha. Ou seja, só vamos cumprir os oito objetivos principais se, lá em
2015, brancos e negros estiverem em condições iguais.
IPC (Índice de Percepções de Corrupção)
Desde 1995,
a Transparência Internacional publica o relatório anual Índice de Percepções de Corrupção (IPC)[1] que ordena os países do
mundo de acordo com "o grau em que a corrupção é
percebida a existir entre os funcionários públicos e políticos".
A Transparência Internacional (TI) é uma organização
não-governamental que tem como principal objetivo a luta contra
a corrupção. Foi fundada em março de1993 e
encontra-se sediada em Berlim. É conhecida pela produção anual de um
relatório no qual se analisam os índices de percepção de corrupção dos países
do mundo.
A organização define a corrupção
como "o abuso do poder confiado para fins privados". A pesquisa de 2003 abrangeu
133 países, a pesquisa de 2007, 180.
A maior pontuação significa menos (percepção
de) corrupção. Os resultados mostram que sete de cada dez países (e nove de
cada dez países) possuem um índice de menos de 5 pontos em 10.
Nenhum comentário:
Postar um comentário