Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

segunda-feira, 14 de maio de 2012

A Heterogeneidade dos países em desenvolvimento, IDH e IPC


Com o avanço da internacionalização dos circuitos econômicos, financeiros e tecnológicos, debilitam-se os sistemas econômicos nacionais. As atividades estatais tendem a circunscrever-se às áreas sociais e culturais. Os países marcados por acentuada heterogeneidade cultural e/ou econômica serão submetidos a crescentes pressões desarticuladoras. A contrapartida da internacionalização avassaladora é o afrouxamento dos vínculos de solidariedade histórica que unem, no quadro de certas nacionalidades, populações marcadas por acentuadas disparidades de nível de vida.
A globalização oferece, sem dúvida, oportunidades para o desenvolvimento. Compreendemos que as estratégias nacionais devem ser desenhadas em função das possibilidades apresentadas, assim como os pré-requisitos para uma maior incorporação à economia mundial. Simultaneamente, este processo traz riscos originados de novas fontes de instabilidade (tanto comercial quanto, e em especial, financeira), riscos de exclusão para aqueles países não adequadamente preparados para as fortes demandas de competitividade próprias do mundo contemporâneo, e riscos de acentuação da heterogeneidade estrutural entre setores sociais e regiões dentro dos países que se integram, de maneira segmentada e marginal, à economia mundial.
Uma primeira dificuldade que se apresenta diz respeito à heterogeneidade sócio-econômica entre os países. As informações disponíveis revelam um quadro de grande diferenciação entre as taxas de crescimento econômico, o PIB  per capita e a renda
média da população em cada país, com uma clara predominância do Chile e da Argentina como os países que possuem níveis mais altos de crescimento econômico.
No que diz respeito aos indicadores sociais, o estudo também revela um quadro de grande heterogeneidade. O Brasil equipara-se ao Paraguai
em relação à maioria dos indicadores analisados, embora possua um PIB per capita duas vezes maior. No que diz respeito à expectativa de vida, por exemplo, o Brasil possui o índice mais baixo entre todos os países do Mercosul. Brasil e Paraguai, por sua vez, encontram-se bastante distanciados dos indicadores apresentados pelo Chile, Argentina e Uruguai.
Conclui-se que por um lado temos  um sistema de economia mundial globalizado e interdependente, único, sem alternativa; por outro lado, uma crescente heterogeneidade de condições de vida, de contextos culturais e de espaços.

IDH e Metas do MILÊNIO
IDH (Índice de Desenvolvimento Humano) é um índice que serve de comparação entre os países, com objetivo de medir o grau de desenvolvimento econômico e a qualidade de vida oferecida à população.
O relatório anual de IDH é elaborado pelo Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), órgão da ONU.

Este índice é calculado com base em dados econômicos e sociais. O IDH vai de 0 (nenhum desenvolvimento humano) a 1 (desenvolvimento humano total). Quanto mais próximo de 1, mais desenvolvido é o país. Este índice também é usado para apurar o desenvolvimento de cidades, estados e regiões.
No cálculo do IDH são computados os seguintes fatores: educação (anos médios de estudos), longevidade (expectativa de vida da população) e Produto Interno Bruto per capita.

Classificação de acordo com o IDH

• O índice varia de zero (nenhum desenvolvimento humano) até 1 (desenvolvimento humano total), sendo os países classificados deste modo:
• Quando o IDH de um país está entre 0 e 0,510, é considerado Baixo.
• Quando o IDH de um país está entre 0,522 e 0,698, é considerado Médio.
• Quando o IDH de um país está entre 0,699 e 0,783, é considerado Elevado.
• Quando o IDH de um país está entre 0,793 e 1,0 é considerado Muito Elevado.

Os Critérios Para Obtenção do IDH

• O IDH também tem a particularidade de na sua avaliação da qualidade de vida da população considerar critérios abrangentes dessa população, pois considera os aspectos econômicos, e outras características sociais, culturais e políticas que influenciam a qualidade da vida humana.

IDH e os indicadores sociais considerados para sua obtenção

  • Saúde - Expectativa de vida - Numa dada população é o número médio de anos que um indivíduo pode esperar viver, se submetido, desde o nascimento, às taxas de mortalidade observadas para aquele momento.
  • Educação - É a média de anos de estudo da população adulta (25 anos ou mais). Para averiguar as condições da população em idade escolar, em vez de taxa bruta de matrícula passa a ser usado o número esperado de anos de estudos (expectativa de vida escolar, ou tempo que uma criança ficará matriculada, se os padrões atuais se mantiverem ao longo de sua vida escolar).
  • Renda Nacional Bruta per capita - Renda Nacional Bruta (RNB) per capita, que abrange os mesmos fatores que o PIB, mas também leva em conta recursos enviados ou recebidos do exterior — é uma maneira de captar melhor as remessas vindas de imigrantes, excluírem da conta o envio de lucro para o exterior das empresas e computar a verba de ajuda humanitária recebida pelo país, por exemplo. Assim como na versão anterior usava-se o logaritmo natural do PIB per capita, agora se usa o logaritmo natural da renda. Também foi mantido o modo como os valores são expressos: em dólar corrigido pela paridade do poder de compra (PPC), que leva em conta a variação do custo de vida entre os países.

Brasil avança no desenvolvimento humano e sobe uma posição no ranking do IDH 2011.

RDH 2011 mostra Brasil na 84ª posição entre 187 países; nos últimos 5 anos, o país está entre os 24 que subiram 3 ou mais posições, O índice brasileiro, de 0,718, situa o país entre os de elevado desenvolvimento humano, e fez o país subir uma posição no ranking global do Relatório de Desenvolvimento Humano (RDH) deste ano.
Com isso, o Brasil saiu da 85ª para a 84ª posição, permanecendo no grupo dos países de
alto desenvolvimento humano.
No caso brasileiro, esta evolução do IDH do ano
passado para este ano contou com um impulso maior da dimensão saúde – medida pela expectativa de vida –, responsável por 40% da alta. As outras duas dimensões que compõem o
IDH, educação e renda, responderam cada uma, por cerca de 30% desta evolução.
O IDH do Brasil, é maior que a média mundial (0,682), porém inferior ao conjunto dos países da
América Latina e Caribe (0,731), de acordo com o Relatório de Desenvolvimento Humano.

Comparação do Brasil com os demais países da América Latina e Caribe.

      * Posição: 44 – Chile - 0,805
• Posição: 45 – Argentina - 0,797
• Posição: 48 – Uruguai - 0,783
• Posição: 51 – Cuba - 0,776
• Posição: 57 – México - 0,770
* Posição: 58 – Panamá - 0,768
• Posição: 62 - Trinidad e Tobago - 0,760
• Posição: 69 - Costa Rica - 0,744
• Posição: 72 - São Cristovão e Névis - 0,735
• Posição: 73 – Venezuela - 0,735
• Posição: 79 – Jamaica - 0,727
• Posição: 80 – Peru - 0,725
• Posição: 81 – Dominica - 0,724
• Posição: 82 - Santa Lúcia - 0,723
• Posição: 84 – Brasil - 0,718

Brasil só está acima dos seguintes países
Latinos Americanos:
• Posição: 93 – Belize - 0,699
• Posição: 104 – Suriname - 0,680
• Posição: 105 - El Salvador - 0,674 e

Haiti.............. 0,532
Guatemala ... 0,574
Paraguai ...... 0,665
Bolívia........... 0,663
Guiana........... 0,633
Suriname....... 0,680
El Salvador.... 0,674
Nicarágua ..... 0,700
Colômbia ...... 0,710

OUTROS ÍNDICES DE QUALIDADE DE VIDA

Índice de condições de vida: indica os detalhes mais específicos da qualidade de vida como dados relativos a renda, habitação, educação e longevidade.

• Índice de pobreza humana: (IPH) :mede a relação de pessoas que vivem abaixo da linha
de pobreza. Há dois níveis de IPH: o IPH 1 que calcula os índices de pobreza nos países subdesenvolvidos ; e o IPH 2 que calcula o nível de pobreza nos países desenvolvidos.

• Índice GINI: mede a concentração de renda em certos setores da população de um país. Varia de 0 a 1. Quanto mais próximo de 1 maior é a concentração de renda. No caso brasileiro, nosso país está entre os cinco primeiros de maior concentração de renda.

Os principais indicadores  socioeconômicos

• Produto Interno Bruto( PIB)- é a soma de todos os bens e serviços produzidos por uma
nação no período de um ano. Ajuda a medir a capacidade de produção de uma nação.

• Produto Nacional Bruto( PNB) è a soma de bens e serviços produzidos por um país no decorrer de um ano. Para este cálculo considera-se a renda obtida pelo capital nacional que está no exterior, deve-se, no entanto, subtraírem-se as remessas de capital que foram enviadas para fora. Assim o PNB será calculado PIB + renda recebida do exterior - renda enviada para o exterior.

• Paridade de poder aquisitivo (PPA) ou Paridade de poder de compra (PPC): Constitui-se em um fator de conversão do poder de aquisitivo, onde se verifica quanto em moeda do país é necessário para obter o mesmo que um dólar americano pode comprar nos Estados Unidos. Esse índice é utilizado para o cálculo do PIB per capita na composição do IDH.

• Renda per capita É o PIB de um país dividido pelo número de habitantes. Por ser apenas uma estimativa média da renda anual de cada habitante, nem sempre a renda per capita nos mostra a real situação de renda por habitante.

Metas do Milênio:

O QUE É: Documento que consolidaram várias metas estabelecidas nas conferências mundiais ocorridas ao longo dos anos 90, estabelecendo um conjunto de objetivos para o desenvolvimento e a erradicação da pobreza no mundo – os chamados Objetivos de Desenvolvimento do Milênio (ODM) – que devem ser adotados pelos estados membros das Nações Unidas, que envidarão esforços para alcançá-los até 2015.

Oito objetivos gerais foram identificados:


1 - Erradicar a extrema pobreza e a fome.
2 - Atingir o ensino básico universal.
3 - Promover a igualdade de gênero e a autonomia das mulheres.
4 - Reduzir a mortalidade infantil.
5 - Melhorar a saúde materna.
6 - Combater o HIV/AIDS, a malária e outras doenças.
7 - Garantir a sustentabilidade ambiental.
8 - Estabelecer uma parceria mundial para o desenvolvimento.

A partir destes oito objetivos internacionais comuns, 18 metas e 48 indicadores foram definidos para possibilitar uma avaliação uniforme dos ODM nos níveis global, regional e nacional.
O acompanhamento dos Objetivos de Desenvolvimento do Milênio deve considerar especificidades nacionais. Assim, cada país deve valer-se de suas capacidades para monitorá-los.
Os ODM consistem na estratégia de maior alcance e importância delineada pelas Nações Unidas para a promoção do desenvolvimento humano dentre seus estados membros. Um papel ímpar na promoção da luta global contra a extrema pobreza.
Os ODM contemplam temas como erradicação da pobreza, fome e analfabetismo, igualdade de gênero e sustentabilidade ambiental, temas estes entendidos como componentes-chave do conceito de desenvolvimento humano sustentável, e que podem conduzir à melhoria das condições de vida de todos os seres humanos.

  • Brasil tem nono (9º) objetivo: Não adianta melhorar apenas as estatísticas gerais sem oferecer condições iguais a todas as etnias. Por isso, a partir de 2006, a ONU estipulou um nono objetivo para o Brasil: garantir que as melhorias obtidas na luta pelo cumprimento dos objetivos do milênio promovam igualdade de condições para brancos e negros. Tal meta foi batizada de “Os objetivos do milênio sem o racismo”, e será levada em conta na análise dos resultados finais da campanha. Ou seja, só vamos cumprir os oito objetivos principais se, lá em 2015, brancos e negros estiverem em condições iguais.


IPC (Índice de Percepções de Corrupção)

Desde 1995, a Transparência Internacional publica o relatório anual Índice de Percepções de Corrupção (IPC)[1] que ordena os países do mundo de acordo com "o grau em que a corrupção é percebida a existir entre os funcionários públicos e políticos"
A Transparência Internacional (TI) é uma organização não-governamental que tem como principal objetivo a luta contra a corrupção. Foi fundada em março de1993 e encontra-se sediada em Berlim. É conhecida pela produção anual de um relatório no qual se analisam os índices de percepção de corrupção dos países do mundo.
A organização define a corrupção como "o abuso do poder confiado para fins privados". A pesquisa de 2003 abrangeu 133 países, a pesquisa de 2007, 180.
 A maior pontuação significa menos (percepção de) corrupção. Os resultados mostram que sete de cada dez países (e nove de cada dez países) possuem um índice de menos de 5 pontos em 10.

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