Ao nível local, as pequenas e médias empresas são
empurradas para a falência ou obrigadas a produzir para um distribuidor global.
Por sua vez, as grandes multinacionais apoderaram-se dos mercados ao nível
local através do sistema de franchising corporativo. Este processo permite ao
grande capital corporativo (o franchiser ) obter o controlo dos recursos
humanos, da mão-de-obra barata e da capacidade empresarial. Uma grande parte
dos ganhos das pequenas empresas locais e/ou dos retalhistas é assim retida pela
sociedade global, enquanto a maior parte dos custos do investimento cabe ao
produtor independente (o franchisee ).
Observa-se um processo paralelo na Europa
Ocidental. Com o tratado de Maastricht, o processo de reestruturação política
na União Européia tem cada vez mais em consideração interesses financeiros
dominantes, à custa da unidade das sociedades européias. Neste sistema, o poder
estatal tem deliberadamente vindo a sancionar o desenvolvimento de monopólios
privados: o grande capital destrói o pequeno capital em todas as formas de que
este se reveste. Com a tendência para a formação de blocos econômicos tanto na
Europa como na América do Norte, assiste-se à eliminação do empresário ao nível
regional ou local, a vida nas cidades sofre transformações e a propriedade
privada a pequena escala desaparece completamente. O «comércio livre» e a
integração econômica proporcionam uma maior mobilidade às empresas globais
enquanto, simultaneamente, impedem (através de barreiras institucionais e não
tarifárias) o movimento do pequeno capital a nível local. Embora aparente
unidade política, a «integração econômica» (sob o domínio da empresa global)
promove com freqüência fações e lutas sociais entre sociedades nacionais e no
seio destas.
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