AGÊNCIA DE RISCO MOODY'S DIZ QUE NENHUMA NAÇÃO ESTÁ IMUNE À QUEDA NO
RATING
A agência de classificação de risco Moody's adverte em comunicado que o
contínuo e rápido aumento da crise da dívida na zona do euro ameaça a avaliação
econômica de todos os países da União Europeia (UE).
Diante da ausência de políticas que permitam estabilizar as condições
de mercado em curto prazo, o risco do crédito continua em aumento, acrescenta a
Moody's.
Segundo a agência, as autoridades do euro enfrentam cada vez mais
limitações ante a crescente pressão para agir rapidamente com o objetivo de
restabelecer a confiança creditícia.
"Apesar de a zona do euro em seu conjunto contar com uma grande
força econômica e financeira, as debilidades institucionais dificultam a
resolução da crise", destaca o comunicado.
Quanto ao âmbito político, a Moody's percebe que a zona do euro se
aproxima de uma encruzilhada, que pode levar tanto a uma maior integração do
bloco quanto à sua fragmentação.
A agência alerta que um ímpeto político a um plano que resolva o
problema só pode surgir após uma série de choques, que podem fazer com que mais
países percam acesso a financiamento por um período sustentado de tempo.
Isso pode levar as avaliações desses países a entrarem numa área
especulativa à luz dos testes de solvência que devem ser requeridos, indica a
nota.
Nas últimas semanas, a possibilidade de mais cenários negativos
aumentou, segundo a Moody's, devido às incertezas políticas na Grécia e Itália
e de perspectivas econômicas piores que as estimadas pelos analistas.
"A possibilidade de mais suspensões de pagamentos por parte de
países da zona do euro não é mais ignorada. Segundo a Moody's, quanto mais se
estender a crise de liquidez, a possibilidade de default (moratória) aumentará
com maior rapidez", diz a agência. O comunicado assinala que uma série de
calotes pode aumentar a possibilidade de um ou mais países abandonarem a zona
do euro.
A Moody's lembra ainda que a situação é fluente e os políticos podem
reagir aos riscos com novas medidas.
CRISE DO EURO - 10 ANOS DA MOEDA
Há dez anos, em 1o de janeiro de 2002, entrou oficialmente em
circulação o euro, a moeda única corrente em países que compõem a União Europeia
(UE). O lastro monetário simbolizava a integração do continente que, no século
20, enfrentou duas guerras mundiais e uma divisão ideológica que quase provocou
uma terceira.
A Eurozona é composta por 17 dos 27 Estados-membros da UE: Alemanha,
Áustria, Bélgica, Chipre, Eslováquia, Eslovênia, Espanha, Estônia, Finlândia,
França, Grécia, Irlanda, Itália, Luxemburgo, Malta, Países Baixos e Portugal. A
moeda é usada diariamente por 332 milhões de europeus. O euro também é a
segunda maior reserva monetária internacional e a segunda maior comercial,
atrás somente do dólar americano.
A moeda que passou a ser usada pelos europeus, há uma década já era
corrente entre os mercados financeiros desde 1999. Nesse ano, os governos
aboliram moedas locais nas transações comerciais entre países. O objetivo era
unir mais as nações e gerar mais desenvolvimento econômico.
Apesar disso, a Europa enfrenta desde 2009 uma crise de débito que
ameaça a estabilidade do bloco, obrigando os governos a fazerem reformas
impopulares que já derrubaram nove líderes político nos últimos três anos. Em
países como Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda, a dívida pública e o déficit
no orçamento ultrapassam em muito os limites estabelecidos para a Eurozona.
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