Geografia da Amizade

Geografia da Amizade

Amizade...Amor:
Uma gota suave que tomba
No cálice da vida
Para diminuir seu amargor...
Amizade é um rasto de Deus
Nas praias dos homens;
Um lampejo do eterno
Riscando as trevas do tempo.
Sem o calor humano do amigo
A vida seria um deserto.
Amigo é alguém sempre perto,
Alguém presente,
Mesmo, quando longe, geograficamente.
Amigo é uma Segunda eucaristia,
Um Deus-conosco, bem gente,
Não em fragmentos de pão,
Mas no mistério de dois corações
Permutando sintonia
Num dueto de gratidão.
Na geografia
da amizade,
Do amor,
Até hoje não descobri
Se o amigo é luz, estrela,
Ou perfume de flor.
Sei apenas, com precisão,
Que ele torna mais rica e mais bela
A vida se faz canção!

"Roque Schneider"



Quem sou eu

Salvador, Bahia, Brazil
Especialista em Turismo e Hospitalidade, Geógrafa, soteropolitana, professora.

sexta-feira, 23 de outubro de 2009

INDÚSTRIA E INDUSTRIALIZAÇÃO BRASILEIRA

É a atividade por meio da qual os seres humanos transformam matéria-prima em produtos semi-acabados (matéria-prima para outros produtos) ou em produtos acabados (direto para o consumidor) .É uma atividade secundária.


 Na atualidade é  um dos ramos mais dinâmicos e mais importantes da economia.


Apesar dos seus aspectos positivos, atualmente tem contribuído negativamente em alguns aspectos como:


 Degradação do meio ambiente;


 Crescente fortalecimento econômico e político das multinacionais;


 Modificações nos padrões de consumo, através da manipulação de propagandas;


Constante especialização da mão-de-obra com a divisão do trabalho nas grandes empresas modernas.


Concentração Industrial


Concentração depende basicamente da busca de uma crescente eficiência técnica e da tendência a produção a custos sempre decrescentes. As indústrias estão distribuídas de maneira desigual, pois concentram-se onde há fatores favoráveis.


Fatores Favoráveis


Devem ser entendidos como as vantagens que um determinado local pode oferecer para a instalação de uma indústria.


Como fatores temos:


Matéria prima, mão-de-obra e energia abundante e barata, mercados consumidores, infra estrutura, vias de transporte e comunicação, incentivos fiscais, legislações fiscais, tributárias e ambientais amenas.


Concentração Industrial no espaço geográfico.


Distrito Industrial: área previamente delimitada para instalação de industrias;


Parque Industrial: representa um menor número de industrias em uma determinada área;


Complexo Industrial: concentração de vários ramos industriais que polarizam uma área.


Concentração Financeira


Concentração Horizontal: investimentos de capital em ramos que não se completam. Ex: metalurgia, cimento, agropecuária e petroquímica.


Concentração Vertical: investimentos em áreas que se completam, desde as atividades primárias até o produto final. Ex: mineração, siderurgia, construção naval e aeronáutica.


Tipos de agrupamentos financeiros


Truste: empresas que dominam o mercado, combinam-se (fundem-se) para elevar o preço dos produtos aumentando a margem de lucro. Ex. General Eletric.


Holding: empresa que mantém o controle sobre outras empresas mediante a posse das ações. Ex. Petrobrás e Autolatina.


Cartel: acordo entre empresas p/ monopolizar o mercado de um determinado produto.Ex. OPEP, indústrias automobilísticas e de cimento no Brasil.


Joint-Venture: associação econômica de risco de duas empresas que geralmente podem ser de nacionalidades diferentes, porém de um mesmo setor, com o objetivo principal de expansão de mercado.


 Monopólio: mercado dominado por um grupo ou uma empresa. Ex. AmBev


Oligopólio:é quando o mercado se caracteriza por um grande número de compradores e um reduzido número de  grandes empresas dominando as vendas. Ex. as indústrias farmacêuticas e automobilísticas no Brasil.


Oligopsônio: poucas empresas de grande porte dominam a compra de determinada matéria-prima ou produto primário. Ex. a indústria de autopeças abastecendo a indústria automobilística no Brasil.


Conglomerados: empresas que atuam em diferentes setores e ramos pertencem à mesma holding; com objetivo de monopolizar a produção e comercialização de produtos industrializados e serviços. Ex. General Motors.


 Just-in-time: produção apenas-a-tempo, ou seja, a peça certa no lugar certo, no momento certo. Toyotismo.


Dumping: venda de produtos abaixo do preço de mercado, com a finalidade de eliminar seus concorrentes ou ganhar fatia de mercado;


Tipos de indústria quanto ao fator histórico


Indústrias Clássicas: existente nos países desenvolvidos, início séc. XVIII; teve origem com a Revolução industrial.


 Indústrias Planificadas: existiu nos ex-países socialistas, séc. XX;


 Indústria Tardia: surgiu nos países subdesenvolvidos, após a 2ª GM.


Tipo de indústria quanto à evolução


 Manual ou doméstica: praticada pela família e que sua produção destina-se ao próprio grupo.


Artesanal: sua base é familiar, mais o produto é comercializado para subsistência. Ex. joalheria.


Fabril, manufatureira ou de transformação: é a indústria moderna, com divisão do trabalho, produção em série, mão-de-obra especializada e mecanização.


Tipos de indústrias quanto ao acabamento


De base: Produz bens que servirão de matéria-prima para outras indústrias.Ex. ind. Metalúrgica, química.


De derivados: tem como matéria prima bens já beneficiados ou semiacabados.Ex.  Ind. de confecções que tem como base a ind. Têxtil.


Tipos de indústrias quanto à matéria –prima e à energia.


Pesada: são indústrias que consomem grande quantidade de matéria-prima e energia. Ex. siderúrgicas e metalúrgicas.


Leve: consomem pequenas quantidades de matéria-prima e energia. Ex. têxtil, farmacêutica e alimentícia.


Tipos de indústrias quanto à tecnologia


Tradicional: Indústria pouco automatizada, que emprega muita mão-de-obra.


 Moderna: com grande automação e com alto índice de racionalização de mão-de-obra.


Tipos de indústrias quanto ao destino do produto


De bens não-duráveis:  produz bens de consumo rápido, como exemplo: alimentícias, cigarros, bebidas, confecções.


 De bens duráveis: produz bens com durabilidade, como exemplo: automobilística.


De bens de capital: são indústrias intermediárias, utilizam os bens de produção para criarem equipamentos e máquinas para outras indústrias, como exemplo: ind. de aço usada para fabricar um torno mecânico.( É a base econômica dos países industrializados).


Fordismo:


O Fordismo é um modelo de Produção em massa que revolucionou a indústria automobilística na primeira metade do século XX.


Princípio de que uma empresa deveria produzir mais em tempo menor.


Características:


Divisão e hierarquização do trabalho – cada operário realiza apenas um etapa;


Os trabalhadores não precisam ser bem qualificados;


Produção em série – mesma padronização do produto;


O trabalhador realiza tarefas específicas, simples e repetitivas.


Obs. Taylor sistematizou o processo: a separação entre trabalho intelectual e manual. (Taylorismo)


Toyotismo:


O Toyotismo é um modo de organização da produção capitalista originário do Japão, resultante da conjuntura desfavorável do país.


Princípio da flexibilização da produção.


Características:


Utiliza máquinas de ajustes flexíveis;


Permite reduzir custos e foge do modelo de padronização rígida e massificada (just-in-time);


Redução de estoques (só o suficiente para produzir);


Desconcentração espacial da produção;


Inovações tecnológicas, organizacionais e gestão.

Taylorismo

Frederick Taylor (1856-1915) concebeu o que se denominaria o “taylorismo”, que se caracteriza por:
- aplicação de métodos científicos para obter uniformidade na produção e reduzir custos;
- planejamento das etapas de trabalho (metodologia para o trabalho), visando ao aumento da produção;
- treinamento de trabalhadores para produzir mais e com mais qualidade;
- especialização do trabalho (o trabalho deve ser realizado tendo em vista uma seqüência e um tempo pré-determinados para que não haja desperdício operacional);
- inserção de supervisão funcional e do planejamento de cargos e tarefas (todas as fases do trabalho devem ser acompanhadas, o que aumenta o controle sobre a atividade e o tempo de trabalho do operário).
- a presença das máquinas e a necessidade do trabalhador de acompanhar seu ritmo para que se alcance o maior índice de produtividade provoca uma sujeição do homem à máquina, sujeição marcada pela repetição reflexa dos movimentos e pelo aparecimento de novas enfermidades ligadas ao espaço de trabalho.





Industrialização Brasileira


Cronologicamente, a história da indústria no Brasil divide-se em quatro fases:


1ª Fase: 1500 a 1808 – Proibição


2ª Fase: 1808 a 1930 – Implantação


3ª Fase: 1931 a 1955 – Revolução industrial brasileira.


4ª Fase: 1956 a 1990 - Internacionalização



1ª Fase: 1500 a 1808


Conhecida como fase da proibição.


Durante o período colonial, Portugal impôs inúmeras restrições à implantação de atividades transformadoras no Brasil Nesse período instalaram-se pequenas indústrias domésticas (fiação, calçados, vasilhames).


Em 1785 D. Maria I proíbe a indústria têxtil no Brasil o que acarreta o surgimento da agroindústria açucareira.


2ª Fase: 1808 a 1930


Conhecida como a fase da implantação.


Em 1808 com a vinda da família real para o Brasil, e a abertura de portos foram revogadas as proibições relativas as atividades industriais, porém  outros obstáculos  impediam o desenvolvimento industrial, como a escravidão que acabava impedindo o consumo interno, taxação de impostos a mercadorias estrangeiras. Só a partir de 1950 o Brasil passa a praticar atividades industriais. Entre 1914 a 1918 ( Primeira Guerra Mundial), ocorre uma maior disponibilidade de capitais e consequentemente um maior investimento na área industrial.







3ª Fase: 1931 a 1955


Fase da Revolução Industrial Brasileira.


A década de 30 marca passagem decisiva na história da indústria brasileira.


Com a Crise da Bolsa em 1929, ocorre a substituição da importação de produtos não-duráveis pela produção nacional.


O governo de Getúlio adota uma política industrializante, restringindo importações e incentivando investimentos em indústrias de base.


    Ocorre  nesse período a substituição da mão-de-obra estrangeira pela nacional, devido ao grande êxodo rural ocasionado pela crise do café.


Nesse período é criada a Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), a Companhia Vale do Rio Doce, a COSIPA, USIMINAS, BNDE, Chesf, CEMIG, CESP, Eletrobrás, Petrobras.


4ª Fase: 1956 - 1990


 Conhecida como fase da internacionalização.


Com a consolidação dos setores de energia, transportes, alimentação, educação e indústria do governo JK, e com o Plano de Metas, com a finalidade de acelerar o crescimento econômico do Brasil, foram implantados estabelecimentos industriais de grande porte. Isso só foi possível através da abertura de fronteiras à livre penetração de capitais estrangeiros.


Houve grandes incentivos para a implantação da indústria automobilística, farmacêutica, siderurgia, química, construção naval.


Indústrias nas regiões do Brasil


Sudeste:  Principal polo industrial, o Estado de São Paulo desenvolveu-se a partir do maior polo industrial do país.


Composta por quatro eixos :


1º eixo : Anchieta - Imigrantes- do ABCD Paulista até a Baixada Santista.


2º Eixo:ao longo da Via Dutra, ligando a Grande São Paulo ao Grande Rio.


3º Eixo: Via Anhanguera – Bandeirantes, vai até Campinas.


4º Eixo: Via Castelo Branco


Sul: Segunda região mais industrializada do país. Região voltada para a indústria têxtil, vinícolas, artefatos de couros e calçados.


Nordeste: Essa região apresenta graves problemas sociais e econômicos, porém Recife, Salvador e Fortaleza, atraem investimentos nas áreas industriais, principalmente devido aos incentivos dados para tais implantações.


Norte e Centro-Oeste: Não possuem participação marcante na indústria nacional, apresentam economias de base primárias, com extrativismo e agropecuária.


No norte a indústria limita-se a extração mineral e à Zona Franca de Manaus e na Centro-Oeste a indústria limita-se a bens não-duráveis.


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