Inserir os três
“erres” em nosso cotidiano nunca foi tão urgente. O assunto é sério e segundo
dados de Institutos de Meio Ambiente, se o ser humano não mudar seu conceito de
proteção, em 50 anos precisaremos de quatro planetas para sobreviver.
Já parou para
pensar para onde vai cada embalagem que você joga fora, misturada com o resto
do alimento orgânico, diariamente? E a latinha do refrigerante ou da cerveja,
qual o destino deles? A resposta está no lixão ou, na melhor das hipóteses, em
um aterro sanitário. E se você respondeu negativamente a pergunta, saiba que
não está sozinho (a). A maior parcela da população se interessa pelo assunto
apenas quando existe a falha da coleta na sua rua e os resíduos ficam
acumulados.
Para piorar a
situação, o material que reciclamos não acompanha o tanto de lixo que
produzimos. O Cempre (Compromisso Empresarial para Reciclagens), associação sem
fins lucrativos dedicada à promoção da reciclagem, fez um levantamento e
comprovou que, dos mais de 5.500 municípios brasileiros, apenas 405 possuem o
serviço de coleta seletiva. Muito pouco, já que o Brasil produz em torno de 115
mil toneladas de lixo por dia. E o pior: 54% deles vão para os lixões.
Mas, será que
reciclar ainda é a melhor forma de evitar o futuro caos na civilização? Pelo
visto, não é! Para o biólogo e especialista em gestão ambiental Renato Luciani
Chagas, “a melhor alternativa ainda é reduzir o consumo”. Isso não significa
que é preciso voltar para a idade da pedra, mas mudar hábitos. “Troque o sabonete
em barra por um líquido, utilize o refil”, disse.
Outra forma de
contribuir com o planeta é valorizar outros meios de transportes. Em cidades da
Europa, por exemplo, as bicicletas se tornaram importantes meios de locomoção.
No Brasil, isso não está nem em questão, principalmente nos grandes centros.
Ainda somos, e seremos se nada mudar, o País dos automóveis e dos
congestionamentos.
Primeiro passo
Enquanto essa
realidade está apenas em nosso imaginário, a sociedade do consumo precisa de
alternativas, como a encontrada em Rio Claro (SP). Com uma população estimada
de 185.777, a cidade conta com uma cooperativa de reciclagem, criada em 2000.
Mas a Cooperviva consegue atender apenas 30% dos bairros. A vice-presidente,
Maria Aparecida de Oliveira, explica que “isso se deve a falta de maquinários e
também de cooperados e caminhões para a coleta.
Hoje a entidade
possui 37 funcionários. Nos primeiros anos, o maior desafio que estes
profissionais enfrentaram foi educar a população. “Foi difícil, os moradores
deixavam restos de comida misturados com os produtos recicláveis”, disse. A
solução é simples e deve ser feita ainda em casa. A comida misturada a
embalagens como derivados de papel ou latas desvalorizam o produto e perdem o
valor de mercado.
Para solucionar
o problema ou, pelo menos, amenizar essa situação, o trabalho deles depende
também do nosso. E para isso não existe segredo, apenas atitude. Aquela velha
receita de distribuir o lixo conforme as cores (verde para vidros, azul para
papéis, vermelho para plásticos, e amarelo para metais) ainda é a melhor
solução.
Como separar o
lixo e onde colocá-lo?
Azul: jornais,
revistas, cartões, envelopes, folhas de caderno, papéis de computador,
embalagens de ovo, papelão e caixas. Papéis sujos como guardanapos ou papéis
higiênicos devem ir para os aterros sanitários junto com o lixo orgânico.
Vermelho:
garrafas de refrigerante, copinhos e saquinhos plásticos, frascos de xampu e
detergente, embalagens de margarina e material de limpeza, canos, brinquedos
sem partes metálicas e tubos. Cabos de panela, tomadas e produtos de acrílico
em geral não têm processo para reciclagem.
Amarelo:
latinhas de aço (como as de óleo de cozinha), latinhas de alumínio, panelas,
pregos, fios, arames, sucatas de automóveis. Há limitações no caso de clips,
grampos, esponjas de aço, latas de tinta ou com materiais tóxicos como
gasolina.
Verde:
garrafas, copos, potes, frascos e cacos vão para o lixo reciclável. Já
espelhos, fibras de vidro, lâmina, porcelana, cerâmica, tubos de TV, vidro
temperado (como os pratos Duralex) e ampolas de remédio não podem ser
reciclados.
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